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INTRODUÇÃO À ENGENHARIA ELETRÔNICA Aula 6 CONVERSA INICIAL Olá! Seja bem-vindo à sexta aula da disciplina “Introdução à Engenharia Elétrica”! A Engenharia traz um legado muito importante ao profissional que a segue. Quando se é engenheiro, adquire-se uma forma diferente de pensar. Não que os problemas fiquem mais fáceis de serem resolvidos, de forma alguma! O que muda é a forma de encará-los. Não há mais o desespero de não saber por onde começar, já que há serenidade ao olhar os desafios. Ele pode até não saber resolver de primeira (o que quase ninguém consegue), mas sabe onde começar a pesquisar e talvez essa característica seja uma das mais importantes. CONTEXTUALIZANDO Para começar, é importante a seguinte reflexão: qual o cenário atual da profissão que você escolheu? A Engenharia Eletrônica é dinâmica, estamos na era digital e sem previsão de parada. Todos os dias existe um equipamento novo ou melhorado. Imagine, por exemplo, quantos celulares foram lançados no último ano ou quantos modelos já existentes receberam novas funções. Essa profissão exige empenho e dedicação na pesquisa e atualização. Mas fique tranquilo, pois atualmente existem várias ferramentas de pesquisa que ajudam o engenheiro a ficar antenado. Por isso, é necessário saber quais competências esse profissional deve conhecer, focando naquelas direcionadas à área específica de atuação. PESQUISE TEMA 1: Visão Geral A Engenharia sempre foi um fator determinante para o desenvolvimento econômico das nações, já que a criação e produção de bens de grande valor agregado fazem a diferença na balança comercial do mundo globalizado. Conseguir inovar depende de alguns fatores, como qualidade e quantidade de profissionais de engenharia. Atualmente, a evolução da tecnologia acontece de forma caótica, por isso o engenheiro deve ter uma boa base técnica, ao mesmo tempo em que saiba se adaptar a novos conteúdos e a novas formas de trabalhar. Isso porque são formados para atender as demandas da sociedade, atividade que exige esses conhecimentos e essas práticas. Por isso um profissional inerte não é valorizado no mercado. É preciso estar em constante aprimoramento, cuidando de forma periódica do currículo e estabelecendo um sistema de atualização acadêmica e profissional. Vamos analisar como era a divisão do trabalho antigamente? Em tempos remotos, enquanto os escravos usavam técnicas artesanais, os cidadãos se dedicavam ao aprimoramento do conhecimento mais abstrato, como o treinamento e a preparação para batalhas ou atividades vinculadas ao esporte e lazer. Na imagem a seguir é possível identificar o que foi dito anteriormente, não é mesmo? A maioria das pessoas nela são escravos, que fazem o trabalho pesado. No canto esquerdo é possível ver um único homem fazendo a supervisão, atividade que exige uma habilidade diferente. De onde surgiu o termo “técnica”? A habilidade do artesão, que era chamada techné na Grécia antiga, não se baseava em uma metodologia científica, mas era alicerçada na experiência e na melhoria dos processos e dos usos de materiais, conhecimento que era transmitido aos mais jovens. Os estudos das ideias por Platão; da natureza e da política por Aristóteles ou, ainda, da retórica e da dialética pelos sofistas não contemplavam a techné, uma vez que a utilidade prática e materialista do conhecimento não era objeto de estudo desses filósofos. A seguir, é possível entender a evolução desse termo: Surge daí a tecnologia, isto é, a techné (técnica) aliada ao logos (razão). Já não bastava, portanto, saber que uma ponte construída de certa maneira não cairia, mas sim a razão pela qual ela se sustentava, o que permitia criar modificações caso fossem alteradas as condições do terreno, dos materiais de construção ou da carga a ser suportada. Por outro lado, é importante ressaltar a criatividade dos construtores antigos, que eram capazes de inovar e buscar novas soluções para desafios emergentes, mesmo sem contar com uma base científica que respaldasse esse progresso A tecnologia, desenvolvida muitas vezes de forma empírica, foi posteriormente justificada pela ciência, assim como novas tecnologias provocaram o desenvolvimento da ciência, principalmente nas áreas experimentais. Desde o Renascimento, há um importante diálogo entre a ciência e a tecnologia, que se diferem essencialmente em um ponto: Mas, enfim... O que é tecnologia? Resumindo, a tecnologia poderia ser entendida como o conhecimento aplicado à criação de utilidades. Por essa razão, ela não deve ser entendida como ciência aplicada, uma vez que pode avançar onde a ciência estacionou e, até mesmo, criar desafios para a ciência do momento. Ambas se desenvolvem em conjunto, mantendo uma interação dialética de grande importância. Não é apenas o domínio de técnicas, mas envolve conhecimentos e atributos que estão nas pessoas. Por isso, a cultura da inovação tecnológica não pode ser simplesmente transferida em um processo comercial. Neste sentido, não há, verdadeiramente, na maioria dos processos chamados de “transferência de tecnologia” a transferência da capacidade de criar ou inovar, mas somente o ensinamento de uma técnica! Por essa razão, os países precisam desenvolver internamente sua base cultural de inovação tecnológica, mas isso não é fácil, nem rápido. Trata- se de um processo estratégico e demorado, que precisa de consistência e vontade política, porque vai exigir esforços desde a Educação Básica até a formação dos profissionais de mais alto nível, além de recursos financeiros, de um sistema jurídico eficiente e de políticas públicas adequadas. Neste contexto, para que uma política nacional de desenvolvimento de inovação tecnológica possa ser bem-sucedida, inclusive (e principalmente) com impacto comercial, um grande desafio se impõe: avaliar e direcionar a formação dos engenheiros para que possam ser um pilar adequado e competente de sustentação. Os profissionais da área tecnológica, em especial os engenheiros, atuam em um largo espectro de atividades: No chamado chão de fábrica, onde resolvem problemas cotidianos e estão sempre procurando aprimorar os produtos ou aumentar a eficiência dos processos; Nas funções gerenciais para as quais a formação tecnológica é um requisito que faz dos engenheiros administradores requisitados. Porém o uso da criatividade e da inovação nas empresas brasileiras ainda é tímido. Os motivos desta timidez das nossas empresas em relação à competitividade internacional e à inovação de produtos e processos para o mercado são muitos e não se encontram somente dentro dessas organizações. Este é um assunto amplo que tem sido bastante discutido em diversas áreas de conhecimento. O profissional mais titulado (o doutor) preparado ao longo de sua longa formação para a pesquisa científica e tecnológica altamente especializada é, em todo o mundo, uma importante alavanca para o desenvolvimento das tecnologias sofisticadas baseadas em processos inovadores de P&D nas empresas. No Brasil, atualmente e até certo ponto, as fundações ligadas às universidades têm procurado desempenhar esse papel, embora às vezes com distorções que geram polêmicas de diferentes matizes. Inovar é superar as contradições existentes entre o que se precisa ou se deseja e os obstáculos que impedem essa realização. Uma das ações necessárias para enfrentar o desafio da inovação é rever a formação do engenheiro para as próximas décadas. A formaçãoatual (e tradicional) dos engenheiros no Brasil tem especializado muito cedo o estudante e, consequentemente, o profissional. Há centenas, e mesmo que se diminua, ainda haverá dezenas de especialidades de bacharelados em Engenharia no Brasil. Agora você pode estar se perguntando: porque isso é ruim? São três os pontos a serem analisados. Analise a seguir! Tecnologia obsoleta: é sabido que as tecnologias se tornam rapidamente obsoletas e que muitas delas aprendidas durante um curso de Engenharia já não serão adotadas quando o profissional se formar. Por isso, para poder conhecer e utilizar o estoque de tecnologia, o engenheiro deveria ser capaz de associar conhecimentos de várias especialidades diferentes para associá-las de forma a encontrar as soluções desejadas para os problemas identificados. Formação geral: ao contrário de profissões como Medicina e Direito, um engenheiro no Brasil precisa decidir, às vezes no processo seletivo do curso, se desejam ser engenheiros civis, elétricos, mecânicos etc. ou até por subáreas como Eletrônica, Mecatrônica, Petróleo ou Estradas. Lembrando que, na maioria dos casos, são jovens recém-saídos da adolescência. Já o médico e o advogado recebem uma formação abrangente sobre as diferentes atividades da profissão para, só depois e se assim desejarem, especializarem-se formalmente na Medicina (por meio da Residência Médica, por exemplo) e informalmente, ou não, no Direito, já que não há necessidade de se fazer uma especialização em Direito Tributário para dirigir um escritório nesta área. Especialização excessiva: é possível que a especialização excessiva e prematura dos engenheiros brasileiros decorra da crença de que eles já devam sair direcionados da graduação para empregos específicos, para imediatamente se inserir na cadeia produtiva da empresa e atender exatamente às necessidades do mercado empregador, que não quer gastar tempo e dinheiro para adequar seus profissionais de nível superior às especificidades de seu ramo de atuação. Organização é essencial no ambiente de trabalho, não é mesmo? Confira no link a seguir se você é uma pessoa organizada! http://guiadoestudante.abril.com.br/testes-vocacional/voce- organizado-783259.shtml De nada adianta todos os conhecimentos transmitidos nessa aula se você não entender que, para ser um bom profissional, é preciso acima de tudo saber ouvir. Clicando no link a seguir você assiste a um vídeo que exemplifica isso de maneira muito descontraída. Acompanhe! https://www.youtube.com/watch?v=mOKw2LJgUA4 No seu material digital, o professor Juliano traz mais informações sobre os assuntos desse tema. Confira! TEMA 2: Competências de um Engenheiro Existem várias competências que compõe um currículo de Engenharia, as quais são trabalhadas nas disciplinas, divididas em duas categorias: Conheça algumas disciplinas que você verá no decorrer de sua graduação! Desenho Técnico: são desenhos feitos por profissionais capazes de representar a ideia de um produto através de formas, dimensões e posições. Os projetistas utilizam-no para se comunicar com o fabricante e seu objetivo é atender as diferentes necessidades dessas áreas do conhecimento. Números, linhas, símbolos e letras, em conjunto, são descritos internacionalmente e através de várias normas: é a linguagem gráfica que facilita o entendimento dos desenhos. Você sabe a diferença entre o desenho artístico e o técnico? O primeiro é capaz de produzir emoções e retratar o mundo do artista, já o técnico facilita, descreve e representa uma ideia por meio de regras e procedimentos. Para interpretar e executar o desenho técnico, é necessário passar por um treinamento adequado. É esse profissional que irá transcrever figuras planas, a fim de representar formas espaciais. Para isso, é preciso enxergar o que não se vê e ter capacidade para entender as figuras. A essa perspectiva, dá se o nome de visão espacial. Química: a Química é uma ciência que tem como objetos de estudo principais a matéria, suas transformações e as energias envolvidas nestes processos. A engenharia química ajuda a entender a eletricidade e a pesquisa dos materiais semicondutores. Geometria Analítica: a geometria analítica, também chamada geometria de coordenadas e que antigamente recebia o nome de geometria cartesiana, é o estudo da geometria através dos princípios da álgebra. Em geral, é usado o sistema de coordenadas cartesianas (isso mesmo, aquele dos eixos x e y) para manipular equações para planos, retas, curvas e círculos, geralmente em duas dimensões (o espaço R2), mas por vezes também em três ou mais dimensões, o dito R3. É usada para construir um gráfico e ao locar a construção do alicerce de uma casa, por exemplo. Aviões e embarcações permanecem em suas rotas valendo-se de aparelhos denominados GPS que, por sua vez, utilizam coordenadas fornecidas por satélites. Álgebra Linear: é um ramo da matemática que surgiu do estudo detalhado de sistemas de equações lineares, sejam elas algébricas ou diferenciais. Utiliza-se de alguns conceitos e estruturas fundamentais da matemática como vetores, espaços vetoriais, transformações lineares, sistemas de equações lineares e matrizes. Onde esse conhecimento é aplicado? O procedimento experimental utilizado pela indústria para testes sobre o comportamento vibracional envolve um alto custo no desenvolvimento do produto. Assim, é necessária a implantação de métodos numéricos simples e precisos de forma a predizer as frequências naturais dos componentes e a faixa de sua atuação. Para isso, o Método das Matrizes de Transferência oferece não só rapidez e precisão, como simplicidade e versatilidade. Física: a física é uma ciência que estuda as diferentes formas de interação entre matéria e energia. Tem como objetivo buscar o conhecimento do universo, não só sob uma visão cosmológica, mas, em um sentido mais amplo, considerando as atividades humanas. A produção de conhecimento dessa área contribuiu de forma decisiva para o desenvolvimento tecnológico e, consequentemente, para a melhoria da vida humana. Podemos dizer que, a partir de um certo momento, passou a existir uma relação de mutualismo entre a física e a tecnologia, e que à medida que uma avança, possibilita que a outra também o faça. Cálculo Diferencial Integral: inicialmente, o cálculo diferencial lidou com o problema de calcular taxas de variação. Ele permitiu a definição dos coeficientes angulares de curvas, o cálculo de grandezas como velocidade e aceleração de corpos em movimento e a determinação dos ângulos a que canhões deveriam ser disparados para obter o maior alcance. Além disso, com a ajuda do cálculo, foi possível prever quando planetas estariam mais próximos ou mais distantes entre si. O cálculo integral lidou com o problema de determinar uma função a partir de informações a respeito de sua taxa de variação. Permitiu o cálculo, por exemplo, da posição futura de um corpo a partir da sua posição atual e do conhecimento das forças que atuam sobre ele, além da determinação das áreas de regiões irregulares no plano, medição do comprimento de curvas e determinação do volume e da massa de sólidos arbitrários. Eletromagnetismo: o magnetismo é entendido como um fenômeno básico no processo de andamento de geradores, nos motores elétricos, na reprodução de voz e de imagens, no armazenamento de memória de aparatos tecnológicos, como os computadores, entre outras aplicações. Um objeto bem comum que possui as propriedades atrativas é o ímã. Ele tem dois polos (norte e sul), que são inseparáveis. Os fenômenos do magnetismoque acontecem nas correntes elétricas são chamados de eletromagnetismo. A parte prática dos estudos acerca do eletromagnetismo pode ser vista em vários aparelhos usados no dia a dia. Quando você chega em casa querendo uma comida rápida pode usar o micro-ondas, que gera campos elétricos que oscilam no tempo. No momento que você precisa entrar em contato com alguém que está longe, não é necessário procurar o telefone público se possuir um telefone móvel, que capta e gera campos eletromagnéticos através de ondas. Circuitos Elétricos: a disciplina de Circuitos Elétricos I (ou Eletricidade Básica) compõe a base dos estudos de eletricidade. As diversas leis e ferramentas apresentadas são de extrema importância nos cursos de engenharia e tecnologia das faculdades e universidades. Veja a seguir alguns conteúdos: Circuitos elétricos compostos por elementos e componentes elétricos, como fontes de tensão, resistores, capacitores e indutores. Corrente contínua, chamada de tensão DC, que é utilizada em todas as fontes de alimentação dos mais diversos dispositivos eletrônicos e está presente no rádio, na televisão, no telefone, no computador etc. Circuitos de corrente alternada, chamada de tensão AC Senoidal, que está nas tomadas e é utilizada no transporte da energia gerada nas usinas espalhadas pelo país até os centros urbanos, através das linhas de transmissão. Circuitos complexos de sinais diversos e funções diversas, como amplificadores de sinais, circuitos temporizadores e análise de espectros. Eletrônica Digital: trata de qualquer sistema de transmissão ou processamento de informações, no qual a informação assume apenas valores discretos, como códigos binários (1 e 0). É base fundamental para a informática e as telecomunicações. Seus conceitos estão presentes em diversos aparelhos eletroeletrônicos como celulares, MP3, computadores etc. Eletrônica Analógica: surgiu com o advento da criação de novos circuitos de controle que são utilizados em quase todos os tipos de equipamentos e, de certa forma, trabalham com grandezas físicas variáveis ou não, além de formas oscilatórias em baixas ou altas frequências. Seus elementos-chave são os transistores, os resistores, os capacitores, as bobinas, os potenciômetros os circuitos integrados, os cristais, entre outros. Baseia-se na manipulação das tensões e correntes existentes num circuito, formando circuitos capazes de realizar amplificações de sinais e comutação de máquinas, o que possibilitou a diversificação das telecomunicações, que a princípio só trabalhavam com modulações de sinais. Trabalha com os princípios da Lei de Ohm, que o estudante de eletrônica deve procurar entender para poder fazer os cálculos. Microprocessadores e Microcontroladores: um microcontrolador difere de um microprocessador em vários aspectos. Um microprocessador é um circuito integrado que realiza funções de cálculo e tomada de decisão do computador, como exemplos temos: Athlon, Sempron, o Pentium, a nova linha Icore da Intel, entre outros. Um microprocessador é um circuito integrado muito complexo, que pode conter entre alguns milhares a 7 milhões de transistores, os quais constituem os mais diversos circuitos lógicos, como contadores, registradores, decodificadores e centenas de outros. Esses circuitos lógicos são dispostos de maneira complexa, dando ao microprocessador a capacidade de executar operações lógicas, aritméticas e de controle. Para utilizarmos um microprocessador, outros componentes (como a memória) têm que ser conectados ao chip, por meio de circuitos externos que irão prover a comunicação correta entre o microprocessador e o dispositivo. Já um microcontrolador não exige circuitos externos para funcionar, já que dentro dele se encontram todos os periféricos necessários. Você já ouviu falar no site “Eletrônica Didática”? Ele traz um conteúdo muito dinâmico e esclarecedor. Clique no link a seguir e confira: http://www.eletronicadidatica.com.br/ Para mais informações sobre a diferença entre microcontrolador e microprocessador, confira um texto complementar a seguir: http://blog.novaeletronica.com.br/qual-diferenca-entre- microprocessador-e-microcontrolador/ Para mais informações sobre as competências de um engenheiro, confira a explicação do professor Juliano no seu material online. TEMA 3: Tendências Tecnológicas A tecnologia eletrônica é muito dinâmica, por isso existem inúmeros temas que podem ser abordados. Normalmente, segue a tendência mercadológica de necessidade da sociedade. Nesse sentido, dois assuntos se destacam: a internet das coisas e a impressão 3D. Na sequência, você tem mais informações sobre cada um. Internet das coisas Imagine a seguinte situação: são 6 horas da tarde, você está dirigindo para casa e recebe uma mensagem no seu smartphone indicando que deve comprar leite. Mas quem é o remetente? Sua geladeira. Incrível, não é? Isso é apenas um exemplo da Internet das Coisas, um conceito criado para a revolução tecnológica dos itens do dia a dia que estão interconectados, ou seja, que fazem parte da rede mundial de computadores. Esse conceito não se limita aos smartphones e computadores, porque hoje existem incontáveis utensílios que são conectados: eletrodomésticos, tênis, roupas, meios de transporte e até mesmo cadeados. Mas qual o objetivo disso? Basicamente, busca-se a fusão do mundo físico e do digital, fazendo com que tudo se comunique por meio da internet, seguindo o mesmo conceito dos data centers e das nuvens. Dentro de casa, a Internet das Coisas trará mais conforto, automação e segurança para os moradores. Será possível, por exemplo, que a casa “saiba” que você está se aproximando, por causa da movimentação do seu carro, e “se prepare” para sua chegada, regulando a temperatura e acendendo as luzes, por exemplo. Os dispositivos não são apenas conectados, como também inteligentes, capazes de compreender dados e atuar a partir de sua análise. Ótimos exemplos de aparelhos recentemente lançados com o esse conceito são o Google Glass e os relógios inteligentes. Impressão 3D A impressão 3D, também conhecida como “técnica de fabricação aditiva” ou Fused Deposition Modeling (FDM - modelagem por fusão e depósito) funciona basicamente através da adição de camadas sobrepostas. Atualmente existem vários modelos, cada uma trabalhando de um modo distinto. Imagine que até comida e armas podem ser feitas! Elas estão fazendo cada vez mais sucesso e já provaram do que são capazes: podem criar desde objetos mais simples até os mais complexos, de maneira eficiente e, muitas vezes, mais barata. O modelo mais comum funciona de modo bastante simples. Acompanhe as etapas: Vale destacar que quanto mais detalhes forem selecionados, mas demorada ficará a impressão. Especificando o processo mecânico da produção... O injetor de matéria esquenta e suga um filete plástico que está em uma bobina. Na medida de que o material derrete, ele é injetado em uma base, que se movimenta em dois eixos e cria as camadas. O processo é feito camada por camada, assim, quando uma fica pronta, outra se inicia até que o objeto fique totalmente pronto. Clicando no link a seguir você vê uma impressora 3D em funcionamento! https://www.youtube.com/watch?v=0S5z2gshr1w Para mais informações sobre tendências tecnológicas, confira a explicação do professor Juliano no seu material digital. TEMA 4: Avanço Tecnológico Os avanços tecnológicos fazem parte da evolução do homem e não poderiam ser dissociados dele, porém nas últimas décadas eles se tornaramtão acentuados que ficou difícil acompanhá-los. Isso porque a velocidade de novas descobertas nesta área vem nos atropelando, sem dar tempo para adaptação. Pare para pensar: pessoas com pouco mais de 50 anos acompanharam a chegada da televisão, do telefone sem fio, do celular, do computador e da internet sem fio, tudo isso sem contar com profissionais treinados para ensinar como usar essas tecnologias, como é comum hoje. As vantagens trazidas por essas tecnologias são inestimáveis em todos os campos do conhecimento, desde a simples integração com o mundo, que a internet proporciona, até as descobertas científicas que ganharam novas dimensões. Mas quando se é o engenheiro o avanço tecnológico muda de perspectiva, já que esse profissional deve fazer parte dele. O engenheiro deverá participar ativamente dessas mudanças e levar em consideração vários fatores. A seguir citaremos alguns. Acompanhe com atenção! Eficiência energética Qualquer atividade em uma sociedade moderna só é possível com o uso intensivo de uma ou mais formas de energia. Entre as diversas formas de energia interessam, em particular, aquelas que são processadas pela sociedade e colocadas à disposição dos consumidores onde e quando necessárias, tais como a eletricidade, a gasolina, o álcool, o óleo diesel, o gás natural etc. A energia é usada em aparelhos simples (lâmpadas e motores elétricos) ou em sistemas mais complexos que encerram diversos outros equipamentos (geladeira, automóvel ou uma fábrica). Esses equipamentos e sistemas transformam formas de energia. Uma parte dela sempre é perdida para o meio ambiente durante esse processo, o que gera o desperdício. Clique nas imagens a seguir e veja dois exemplos: Uma lâmpada transforma a eletricidade em luz e calor. Como seu objetivo é iluminar, uma medida da sua eficiência é obtida dividindo a energia da luz pela energia elétrica usada pela lâmpada. Da mesma forma, pode-se avaliar a eficiência de um automóvel dividindo a quantidade de energia que o veículo proporciona com o seu deslocamento pela que estava contida na gasolina originalmente. Outra fonte de desperdício deriva do uso inadequado dos aparelhos e sistemas. Uma lâmpada acesa em uma sala vazia também é um desperdício, pois a luz não serve ao seu propósito de iluminação. Também um veículo parado em um engarrafamento está usando mais energia do que a necessária. Um engenheiro deve ter em mente em todos os seus projetos a eficiência energética, seja escolhendo um componente mais eficiente ou usando técnicas de aumento da eficiência. Custo Por que calcular custos? Em um primeiro momento, vem a resposta: é necessário saber quanto custa o produto para definir o preço de venda. Bom, no mundo ideal a conta é a seguinte: Contudo, no mercado atual, pouco ou nada significa se seu custo é alto ou não, existe um preço de mercado determinado pelas empresas com alto nível de automação, elevada produtividade e conceitos modernos de administração. Dessa forma, a diferença entre este preço e seu custo é que vai determinar o resultado de sua empresa: Já foi a época em que os gastos de fabricação eram baseados num sistema contábil com números referentes a gastos e produção, que gerava um custo geralmente embasado em tempo de ocupação do equipamento, com completo abandono do custo da inatividade. O engenheiro tem que estar no controle dos custos para que seu projeto possa valer a pena, monetariamente falando. Memória Todo equipamento eletrônico que trabalha com dados necessita de memória para armazená-los. Um celular, por exemplo, precisa de memória para armazenar fotos. Mas qual é a quantidade ideal de memória? Um engenheiro deve levar em consideração esse valor. Como se trata de um item caro do projeto em relação aos outros componentes, deve ser calculado de forma precisa a necessidade de cada equipamento. Caso contrário, haverá prejuízo, isso por que se a conta for para mais aumentará o custo sem necessidade, por outro lado se for para menos poderá acarretar falta de espaço para armazenamento de dados importantes, o que também gera prejuízo e retrabalho. Velocidade dos avanços tecnológicos O processo evolucionário da tecnologia tem obedecido a um padrão exponencial. E a informática tem sido o fator preponderante na velocidade em que as transformações acontecem. Há 20 anos, a internet nem sequer existia em termos sociais. Hoje, quase um bilhão de pessoas estão conectadas, e as previsões são de que, em dez anos, metade da população mundial deverá estar interligada. A cada instante somos bombardeados por lançamentos, de produtos ou serviços, que tornam obsoletos os que acabamos de adquirir. Isso atinge tecnologias que nem chegaram a ser absorvidas pelas massas, o que se torna crítico, principalmente em função da desigualdade social que impera em alguns pontos do planeta. A globalização exige que esses países se equiparem tecnologicamente aos mais avançados por questões de competitividade, porém a população não tem acesso nem aos bens tecnológicos nem ao conhecimento que permita tirar deles o melhor proveito. A velocidade do avanço tecnológico é uma realidade. Não se trata de uma fase de transição. A transitoriedade será a constante daqui para a frente. A população estará sempre um passo atrás da evolução que, cada vez mais, acontecerá em períodos menores. E quais os impactos disso? Tanto maior será esse descompasso quanto mais pobre for o indivíduo ou a nação. E quanto maior o descompasso, maior será a dificuldade em conseguir um emprego ou competir com outras nações. Ou seja, o fosso da desigualdade social tende a aumentar em decorrência do avanço tecnológico. Nesse contexto, o engenheiro deve estar em contato com as tendências desse mercado, sabendo acelerar e desacelerar em benefício dos interesses comuns. Se as previsões se concretizarem, em 2020, metade da população mundial estará conectada à internet. Isso significa que teremos mais de três bilhões de párias digitais, privados do acesso ao conhecimento capaz de gerar competências. Está havendo uma horizontalização do conhecimento. O que isso quer dizer? Acompanhe o raciocínio a seguir: A respeito dos assuntos trabalhados nesse tema, indicamos dois materiais complementares: o primeiro é um vídeo a respeito da Weg, uma empresa que oferece soluções em eficiência energética, e o segundo é um site com vários conteúdos a respeito de gerenciamentos de projetos, onde você encontra várias dicas. Acesse e aprofunde seu conhecimento! https://www.youtube.com/watch?v=VHa1P2OIVRQ http://escritoriodeprojetos.com.br Para mais informações sobre os avanços tecnológicos, acesse o seu material digital. TEMA 5: Áreas de Conhecimento da Engenharia Eletrônica As áreas do conhecimento humano são muitas e basicamente englobam tudo aquilo que sabemos a respeito dos mais diversos assuntos. Contudo, esse conhecimento não é uniforme, isto é, nem todos tem acesso a tudo. Desta forma, a classificação em áreas e subáreas passa a ser útil para finalidades práticas, como ensino e pesquisa. A classificação original das Áreas do Conhecimento apresentou uma hierarquização em quatro níveis, que vão do mais geral aos mais específicos, abrangendo 8 grandes áreas, 76 áreas e 340 subáreas. A seguir, conheça cada nível: Nível 1 (Grande área): aglomeração de diversas áreas do conhecimento em virtude da afinidade de seus objetos, métodos cognitivos e recursos instrumentais, os quais refletem contextos sociopolíticos específicos. Nível 2 (Área): conjuntode conhecimentos inter-relacionados, coletivamente construídos e reunidos segundo a natureza do objeto de investigação com finalidades de ensino, pesquisa e aplicações práticas. Nível 3 (Subárea): segmentação da área do conhecimento estabelecida em função do objeto de estudo e de procedimentos metodológicos reconhecidos e amplamente utilizados. Nível 4: (Especialidade): caracterização temática da atividade de pesquisa e ensino. Uma mesma especialidade pode ser enquadrada em diferentes grandes áreas, áreas e subáreas. Como tudo hoje em dia vem sendo ampliado e melhorado, a Tabela de Áreas do Conhecimento Humano sofreu algumas alterações em 2009, depois de reuniões realizadas pelo Capes, as quais permitiram uma nova classificação: A seguir, você confere algumas subáreas importantes da Engenharia Eletrônica: Eletrônica Industrial Os profissionais dessa subárea podem projetar, planejar, especificar, fabricar, testar e manter sistemas e equipamentos elétricos, eletromecânicos e eletroeletrônicos. Oferece também conhecimentos para que o engenheiro domine os elementos e as técnicas fundamentais da profissão, com fundamentações teóricas e práticas em sintonia com as inovações tecnológicas e exigências do mercado globalizado. O Engenheiro Industrial, ao final de sua formação, está apto a elaborar e executar projetos de pesquisa e desenvolvimento, integração de sistemas, ensino e consultoria, entre outras. Automação Eletrônica de Processos Elétricos e Industriais O engenheiro de automação é um profissional capaz de analisar problemas visando criar soluções para a automação dos diferentes processos industriais. Com formação ampla em Engenharia, Computação e tecnologias afins, o curso habilita para atuação tanto no campo técnico como no científico, com capacidade de estabelecer um elo entre as tendências da tecnologia e suas aplicações na solução de problemas organizacionais. Além disso, permite o desenvolvimento de uma postura humanística e uma visão empreendedora, já que desenvolve habilidades pessoais e profissionais que levam a uma melhor compreensão do mundo e da sociedade. Como em todas as engenharias, nos dois primeiros anos o forte são as aulas de matemática, física, química e muita informática. Nesse curso, o aluno também estuda inicialmente lógica digital, efeitos sociais da automação e sistemas processadores e periféricos. A partir do terceiro ano, misturam-se as disciplinas de engenharia mecânica, eletrônica e computação. Em mecânica, você estuda termodinâmica, elementos de máquinas e processos químicos, metalúrgicos e automotivos, entre outros. Em eletrônica estão matérias como eletrônica analógica e digital e na área de computação, aulas de estrutura de dados e sistemas de informação. Também há disciplinas integrativas, entre elas projetos de máquinas, sistemas de controle, sistemas inteligentes para automação e integração da manufatura por computador. Nas atividades em laboratório, o aluno aprende a desenvolver, projetar, analisar e controlar máquinas operadas eletronicamente. O estágio é obrigatório, assim como o trabalho de conclusão de curso. No último ano, o aluno tem contato com as disciplinas de integração de todo o ambiente fabril (redes industriais) e as normas certificadoras e de segurança da área de controle e automação. Controle de Processos Eletrônicos e Retroalimentação Nessa área, podemos citar a instrumentação, que em Engenharia é associada ao estudo teórico e prático dos instrumentos e seus princípios científicos, utilizados para monitorar de forma contínua ou discreta (cabendo ao engenheiro essa escolha) o comportamento de variáveis de controle. Investiga-se as variáveis que, de alguma forma, venham a interessar ao homem nas diversas áreas do conhecimento humano aplicado, ou seja, não apenas nos processos produtivos industriais. Já a retroalimentação serve como feedback das variáveis controladas para que o sistema tome conta de forma manual ou automática. Quer um exemplo? Imagine você vai tomar banho e abre o chuveiro. Assim que a água cai você coloca apenas a mão embaixo dela, se estiver muito fria você diminui o fluxo de água ou aumenta a temperatura. Se estiver muito quente, você faz o inverso. O chuveiro derramar água é um processo, e você pode controlá-lo de forma manual, tendo uma retroalimentação da sua mão. Quais as atividades de um engenheiro de automação. Clicando no link a seguir você confere uma reportagem sobre esse assunto: http://www.industriahoje.com.br/profissao-engenheiro-de-controle-e- automacao Para mais informações sobre as áreas de conhecimento da Engenharia Eletrônica, acesse o material online. TROCANDO IDEIAS A Engenharia é fascinante, não é mesmo? Você se lembra quanto percebeu que queria se formar nessa área? O professor Juliano se interessou por eletrônica analógica após montar um rádio AM comprado junto com uma revista. E aí, qual é a sua história? Entre no fórum e compartilhe essa experiência com seus colegas! Aproveite e fale também sobre a disciplina que mais se identificou. Esse é o momento de compartilhar conhecimento, não deixe de participar! NA PRÁTICA Que tal praticar um pouco do que foi visto até aqui? Pesquise como funciona a Escala da Eficiência Energética, demonstrada na figura a seguir: SÍNTESE O futuro da Engenharia é cada vez mais próspero, e todas as áreas de atuação ou de conhecimento têm perspectivas de crescimento. Quem segue essa carreira pode mudar o mundo, fazer coisas incríveis e transformar problemas em soluções viáveis. Mas é necessário não desistir, isso porque o engenheiro vende conhecimento, soluções, maravilhas da tecnologia, enfim, itens que o ser humano nem imaginaria. Por isso é preciso manter o foco nos estudos. Só assim se adquire confiança e se conhece as ferramentas para construir uma carreira de sucesso em qualquer área de conhecimento. REFERÊNCIAS BAZZO, W. A.; PEREIRA, L. T. V. Introdução à Engenharia. 2. ed. Florianópolis: UFSC, 2009. CAPUANO, F. G.; IDOETA, I. V. Elementos da Eletrônica Digital. 40. ed. São Paulo: Érica, 2007. DARAYA; Vanessa. Os 10 maiores avanços tecnológicos segundo o MIT. Revista Exame.com. Disponível em: < http://exame.abril.com.br/tecnologia/noticias/os-10-maiores-avancos- tecnologicos-segundo-o-mit>. Acesso em: 3 dez. 2015. TABELA de áreas do conhecimento. Disponível em: <http://www.cnpq.br/documents/10157/186158/TabeladeAreasdoConhecimento .pdf>. Acesso em: 3 dez. 2015.
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