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Língua Portuguesa – 1º Semestre Linguagem e Comunicação Comunicação Capacidade de trocar ou discutir ideias, de dialogar, de conversar; com vista ao bom entendimento entre as pessoas. Linguagem É a forma de comunicação humana, através de códigos; conjunto estruturado e organizado de códigos ou elementos que juntos possibilitam a comunicação humana. A linguagem é exclusiva do se humano. Filosoficamente, a linguagem é um instrumento de formação do indivíduo; expõe o sujeito à sociedade e faz-se importante para construir o futuro, mas também pode construir realidades que não existem (ex.: holocausto). É um organismo vivo e em constante mudança. Língua, fala e linguagem - Linguagem: É um fator universal; é todo conjunto estruturado de códigos; - Língua: Fator cultural e social; o ligar onde vivemos determinará a forma como usamos a língua; - Fala: A fala é o uso individual da língua e da linguagem; cada indivíduo possui uma fala diferente do outro. Linguagem verbal e não verbal Verbal A língua é o principal código verbal empregado pelo homem, pois permite as combinações mais funcionais e diversificadas. Não verbal: - Sinais gestuais: Consiste na movimentação com a intenção de transmitir alguma informação; - Sinais sonoros: Emprego de som para transmitir alguma informação; - Sinais luminosos: Quando a luz (e não a cor) transmite a informação; - Sinais cromáticos: Quando a informação está contida na cor; - Ícones: Informação transmitida através de um sinal gráfico e possui apenas um significado. Possui uma relação muito próxima com a realidade, já que se desenha como tal é; - Símbolo: Gráficos que podem se desdobrar em mais de um significado. Exige um conhecimento mais apurado do receptor para o entendimento. Obs.: Os índices naturais não configuram códigos comunicacionais, pois não há um emissor intencionado a transmitir uma informação. Ruído comunicacional: É tudo aquilo que atrapalha ou interfere na transmissão da informação. Linguagem e Cultura Cultura É todo elemento que define o sujeito dentro de determinado grupo social. Só não é cultural aquilo que é natural, que não teve intervenção do homem. Linguagem A linguagem é um elemento cultural; o homem que não domina a linguagem não possui história, porque não pode recebê-la com verdade e não tem a capacidade de transmiti-la. Língua A língua é o elemento que constitui a linguagem verbal utilizada pelo homem, composta por dois elementos essenciais: - Elementos léxicos: as palavras; - Elementos gramaticais: as regras combinatórias da gramática. Comunicação animal A linguagem humana é aprendida, já a comunicação animal é instintiva (atávica), pois na “aprendizagem” da “fala” animal não há o exercício mental. Não existe uma linguagem animal, visto que a linguagem diz respeito a um sistema complexo de signos conjugados. Aquisição da língua materna A língua materna é o primeiro idioma que aprendemos e a primeira a ser condicionada, acomodada pelo aparelho fonador. Segundo a psicolinguística, existem dois fatores que condicionam a aquisição da língua materna: - Fator inato: É o perfeito funcionamento do aparelho fonador; - Fator meio-ambiente: É a inserção do indivíduo em um contexto apropriado; convívio com o meio artificial (cultural). Estados mentais dos falantes Segundo Chomsky existem três etapas para a aquisição da língua materna, denominados estados mentais dos falantes: Estado mental inicial Comum a toda espécie humana. É o estado do cérebro quando nascemos. O chamado estado inato. Estado mental intermediário 1ª fase: Fase dos balbucios (quatro aos oito meses); 2ª fase: Fase nominativa (desde o primeiro ano) – não sabe falar, mas sabe o nome de algumas coisas; 3ª fase: Fase das estruturas binárias (um ano e meio) – começa a falar palavras com sílabas repetidas (ex.: papa, mama, Tetê); 4ª fase: Fase das palavras que denotam posse (a partir do segundo ano); 5ª fase: Fase das frases telegráficas (a partir do terceiro ano) – elaboração de frases curtas; sabe estruturar frases, mas deixa faltar algum elemento; 6ª fase: Fase das analogias (a partir dos quatro anos) – elabora frases completas, mas conjuga o verbo de maneira errada, pois conjuga de maneira análoga a outros verbos. Estado mental estacionário É o estado mental da criança gramaticalmente adulta para escrever e ler (depois dos cinco anos). Língua escrita e língua falada Língua falada - Abrangente: “Todo mundo” tem a capacidade de falar. Os requisitos para a prática da língua falada são menos burocráticos e mais práticos; - Incorrigível: Não se pode corrigir e não é planejada; - Existência dos vícios de linguagem; - Existência dos marcadores conversacionais: ai, ne, que nem; - Redução de palavras: Está em “tá”; - Vale-se de linguagem não verbal: Emprego de gestos para reforçar a ideia; - Repetição de palavras; - Utilização de gírias. Língua escrita - Restrita: Nem todo mundo sabe escrever. A língua escrita exige conceitos mais técnicos do usuário; - Corrigível: Planejada e passível de correção; - Predomínio da norma culta padrão; - Utilização apenas da linguagem verbal; - Utilização de sinônimos para evitar a repetição de palavras. Elementos da comunicação Segundo Jacobson, dentro de um elemento comunicacional existem seis elementos essenciais: - Emissor: Aquele que emite a informação, intencionalmente; - Receptor: Aquele que recebe a informação; - Mensagem: É a parte física da informação (tudo o que o receptor vê ou ouve); - Código: São os gestos, sons, cores, luzes, ícones, símbolos ou língua utilizada para a transmissão da informação; - Canal de comunicação: Meio físico por onde a mensagem viaja do emissor ao receptor (voz, carta, email); - Contexto ou referente: Assunto da mensagem, informação transmitida. Signo linguístico Constitui-se de dois aspectos básicos: o significante (representação física da palavra; aquilo que eu vejo ou ouço) e o significado (a ideia que determinada palavra representa). Ex.: O signo “casa” possui como significante, as letras C, A e S. Como significado, possui a ideia de moradia. O signo não permite que a ele seja atribuído novos significados. Denotação e Conotação - Conotação: É o emprego da palavra no sentido figurado. Muito utilizado para a formação de metáforas; - Denotação: Emprego da palavra no seu sentido usual, literário (sentido que corresponde o que está no dicionário). Intersecção semântica Dá-se com a utilização da conotação: “João é um leão”: A aproximação das palavras “João” e “leão” dá um sentido novo a uma das palavras. Como leão pode entender-se que João é uma pessoa valente, corajosa. Porém, o emprego de uma comparação não caracteriza uma conotação. Ex.: “João come como/igual a/parecido com/semelhante a um leão”, pois aqui a palavra “leão” está sendo empregada no seu sentido denotativo (sentido real). Variantes linguísticas A língua não é estática e pode variar de acordo com a região geográfica, a classe social, a idade, o sexo entre outros. Variação histórica ou diacrônica Varia de acordo com o tempo cronológico. Palavras que ao decorrer do tempo, foram “substituídas” por outras. Os dois principais fenômenos da variação histórica são: - Arcaísmo: Palavras que não são mais usadas; - Neologismo: Criação de palavras novas A variação histórica ou diacrônica pode dar-se na alteração: - Do som ou pronúncia: Vossa mercê, vosmicê, você... - Do nível do significado: “Amigo” para os medievais era entendido como amante (daí as cantigas de amigos), para os modernos entende-se como colega; - Do nível da grafia: Pharmácia, farmácia. Variação geográfica ou diatópica São mudanças características da variação geográfica: - O sotaque (variação no plano do som); - O regionalismo (variação no plano da grafia): quando a palavra tem o mesmo significado (ideia), mas tem significantes (grafia) diferentes. Ex.: Aposentado é o mesmo que reformado; - Dialetos ou falares locais (variação no campodos significados): O falante brasileiro prefere o gerúndio, o português o infinitivo preposicionado: “Estou lendo” (Brasil) “Estou a ler” (Portugal) Variação social ou diastrática Varia de acordo com a classe social, como por exemplo, a presença de [r] em ligar de [l], o uso de gírias. Variação estilística ou diafásica Variação que ocorre decorrido da situação. Ex.: O indivíduo usa um determinado vocabulário quando está em casa e outro em seu ambiente de trabalho.
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