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Direitos da Personalidade

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� Direito Civil I – Parte Geral
 Prof. Dilson Bastos Fernandes – FADIVALE � PAGE \* MERGEFORMAT �4�
PERSONALIDADE
CÓDIGO CIVIL
LEI nº 10.406 de 10 de janeiro de 2002 – CC/2002
PARTE GERAL
LIVRO I – DAS PESSOAS
PESSOA NATURAL 
Em nosso direito é corrente a expressão pessoa natural.
Pessoa física Dir. Francês, Dir. Italiano e outros. No Brasil ainda pode ser
encontrada em legislações fiscais (ex. Receita Federal), mas o termo correto e 
uniforme na doutrina é pessoa natural. 
	O CC2002 contempla todos os homens como pessoas. No nosso cotidiano o vocábulo é utilizado como sinônimo de ser humano; mas que ao direito adquire significação própria e peculiar, de modo que ser pessoa constitui a possibilidade de ser sujeito de direito ou seja titular de um direito integrando assim um dos pólos de uma relação jurídica.
	Assim, temos no ser humano, o sujeito da relação jurídica, dizemos que toda pessoa é dotada de personalidade jurídica. 
	O direito reconhece igualmente personalidade a entes morais (pessoas jurídicas), formados por um conjunto de pessoas com finalidade econômica ou social (sociedades e associações), como também aqueles que destinam um patrimônio para um fim determinado (fundações).
	Gustavo Tepedino ensina que a personalidade há de ser entendida em suas duas expressões ou sentidos. A primeira, da qual decorre a possibilidade de ser sujeito de direito e obrigações, conferida não só aos homens, mas também às empresas, associações e fundações. O segundo sentido se associa à expressão do ser humano em sua complexidade reconhecendo direitos que tocam somente ao ser humano, como os direitos da personalidade (art. 11 ao 21 do CC), corolários de uma compreensão de pessoa como valor, que requer tutela privilegiada ao conjunto de atributos inerentes e indispensáveis ao ser humano.
 DAS PESSOAS
Pessoa Natural
Art. 1º - Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil.
O CC/2002 contempla todos os homens como pessoas. No nosso cotidiano o vocábulo é utilizado como sinônimo de ser humano; mas ao Direito adquire significação própria e peculiar, de modo que ser pessoa constitui a possibilidade de ser sujeito de direito.
Sujeito de direito, ou seja, titular de um direito integrando assim um dos pólos de uma relação jurídica.
Personalidade
A personalidade é o conjunto de atributos da pessoa natural (pessoa física), estando a ela, portanto, indissoluvelmente ligada, tanto é que sua duração é exatamente a da vida, ou seja:
aquisição da personalidade: nascimento com vida. (art. 2º do CC)
término da personalidade...: morte. (art. 6º do CC)
Assim, é correto afirmar que todo homem é titular de direitos quando adquire personalidade, ou seja, quando nasce com vida.
O nascimento com vida é um evento natural em que o ser humano entra em contato com o mundo e com a vida. Isso ocorre fisiologicamente com a constatação de ter havido respiração.
Para se aferir se um ser humano realmente nasceu com vida falecendo em seguida, a Ciência do Direito busca auxílio na Ciência da Medicina através do método denominado Docimasia Hidrostática de Galeno ou Docimasia Pulmonar. 
 
Tal exame visa verificar se os pulmões do examinado promoveram troca oxi-carbônica com o meio ambiente.
Em se verificando a presença de ar nos pulmões do examinado, constata-se a ocorrência de nascimento com vida, havendo, desta forma, aquisição de personalidade jurídica.
Mesmo que o recém nascido tenha respirado por um instante que seja, morrendo em seguida, terá, ainda assim, adquirido personalidade jurídica.
Nascituro
É bem verdade que o artigo 2° do novo Código Civil Brasileiro, dispõe que a aquisição da personalidade jurídica se dá com o nascimento com vida, pondo a lei a salvo, no entanto, os direitos do nascituro desde a sua concepção.
Nascituro é o ser já concebido, mas que ainda se encontra do ventre materno.
Assim sendo, é importante ressaltar que antes do nascimento, o nascituro ainda não é considerado pessoa, mas seus direitos acham-se preservados, aguardando o seu nascimento, que se ocorrer com vida, fará retroagir desde o momento da concepção, bastando, para tanto, a prova indubitável da gravidez. Com tal elemento probatório, o que há é uma expectativa de direitos destinados ao nascituro. Se nascer com vida, adquire personalidade e consequentemente todos os direitos a ela inerentes.
O fato da pessoa natural ter nascido disforme, monstruosa ou acéfala é completamente irrelevante, pois o que é importante é a constatação da existência de troca oxicarbônica nos pulmões, que se positivada for, fará prova da aquisição da personalidade jurídica.
Natimorto
O natimorto não adquire personalidade, pois se entende que alguém nasceu com vida quando respira ao ser separado da mãe.
Assim, o fato de nascer morto ou morrer logo após o nascimento implica uma série de consequências, como aponta Silvio Rodrigues: 
“Suponha-se que um indivíduo morreu deixando esposa grávida; se a criança nascer morta, o patrimônio do de cujus passará aos herdeiros deste, que podem ser seus pais, se ele os tiver; se a criança nascer viva, morrendo no segundo subsequente, o patrimônio do seu pai pré-morto (que foi deferido a seu filho no momento que ele nasceu com vida) passará aos herdeiros do infante, no caso, sua mãe.” 
Art. 2º - A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, 
 desde a concepção, os direitos do nascituro.
Este artigo trata de dois conceitos importantíssimos no direito civil: personalidade e o nascituro.
- início da personalidade
- direitos do nascituro
 PL nº 6960/2002 (Dep. Ricardo Fiúza)
 (art. 2º, CC pretende acrescentar:
 “...os direitos do embrião e os do nascituro.”
 concepção 
embrião in vitro 
 in útero = nascituro concepturo – é o ser que não foi concebido 
 *nidação ainda. É o caso da chamada prole eventual. 
Teorias relativas ao início da personalidade jurídica (3 teorias)
	A matéria envolvendo a personalidade jurídica do nascituro e o resguardo de seus direitos não é tão simples, abarcando posicionamentos divergentes. A doutrina apresenta três teorias a respeito do tema. São 3 (três) as teorias relativas ao início da personalidade jurídica: natalista, personalidade condicional e concepcionista.
a) Natalista – A personalidade civil somente se inicia com o nascimento com vida, só assim é considerado pessoa.
Os defensores dessa teoria consideram que antes desse momento existiria apenas uma expectativa de personalidade, razão pela qual a lei resguardaria direitos ao nascituro. Assim o natimorto não adquiriria personalidade, uma vez que não houve o nascimento com vida (Vicente Ráo, Silvio Rodrigues, Eduardo Espínola, Silvio Venosa).
b) Personalidade condicional – A personalidade tem início a partir da concepção, porém ficando submetida a uma condição resolutiva, o nascimento com vida, ficando assegurados no entanto, desde a concepção, os direitos da personalidade, inclusive para garantir o nascimento.
Se a condição (resolutiva) não for alcançada, será como se esses direitos nunca tivessem existido, implicando concluir pelaexistência de mera expectativa de direitos (Washington de Barros Monteiro e Maria Helena Diniz)
c) Concepcionista – A personalidade se adquire com a concepção, dela decorrendo que o nascituro tem personalidade jurídica, sendo portanto, sujeito de direitos e considerado pessoa, apenas ressalvados os direitos patrimoniais, decorrentes de herança, legado e doação, q	eu ficam condicionados ao nascimento com vida.
Saliente-se que poderá, portanto, desde a concepção, contrair direitos, porque possui personalidade, ou seja, detêm todos os direitos do estado de filho. Conforme esta teoria, a personalidade independe do nascimento com vida (Teixeira de Freitas, Anacleto de Oliveira Faria, André Franco Montoro, Francisco dos Santos Amaral, R. Limongi França, Clóvis Beviláqua, Silmara Chinelato, etc).
Recomendação de estudo na doutrina – referências básica e complementar:
Noções conceituais sore a pessoa natural – pág. 304 até 307.
O tratamento jurídico do nascituro – pág. 307 até 318.
FARIAS, Cristiano Chaves de & ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil – Parte Geral e LINDB. Vol 1. São Paulo: Atlas, 2016, 14ª ed.
Personalidade jurídica – pág. 94 até 109.
GONÇALVES, Carlos Roberto. 
Direito Civil Brasileiro. Vol. 1 – Parte Geral. São Paulo: Saraiva, 2016, 14ª ed.
Natureza jurídica do embrião in vitro
COELHO, Fábio Ulhoa
Direito civil. Vol. I, Ed. Saraiva
Personalidade – pode ser definida como a aptidão genérica para adquirir direitos e contrair obrigações ou deveres na ordem civil.
Docimásia ou docimasia hidrostática de Galeno
 Ou
Docimásia ou docimasia pulmonar

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