Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
Escola Superior de Tecnologia Unidade Departamental de Engenharias Licenciatura em Engenharia Química e Bioquímica Química das Soluções (2º Ano/ 1º Semestre - 2017) Docente: Professora Maria Teresa Silveira Trabalho Prático nº 2 Condutividade de soluções de um eletrólito fraco Grupo I: Ana Emídio nº 20215 Mª Inês Emídio nº 19896 Tomar, Outubro/2017 1. Resumo Neste trabalho prático tivemos como objetivo o estudo da variação da condutividade de um eletrólito fraco com a concentração através de sucessivas adições de uma solução de 0,20 N de CH3COOH. A fim de ser comprovar matematicamente que é um eletrólito fraco determinámos a constante de dissociação de uma solução de CH3COOH. Através de uma titulação condutimétrica aferimos a concentração de um ácido fraco, CH3COOH, com uma base forte, NaOH. Os valores obtidos da concentração exata de 0,02 N de CH3COOH foi de 0,0187 N, e para 0,2 N de 0,187 N. Foi realizada também uma titulação volumétrica do ácido fraco, CH3COOH, com uma base forte, NaOH, tendo como indicador ácido-base a fenolftaleína. Nesta titulação, a concentração do ácido (CH3COOH) de 0,02 N foi de 0,0186 N, e para a solução mais concentrada, 0,2 N, de 0,186 N. Posto isto, foi possível comparar os valores obtidos das concentrações exatas de cada titulação, bem como a eficiência dos métodos. Pudemos também constatar que o eletrólito em estudo segue a lei de diluição Ostwald, e, portanto, considerando o seu comportamento observado experimentalmente, é considerado um eletrólito fraco. 2. Parte Experimental ▪ Aparelhagem Para medir a condutividade e a temperatura, utilizou-se um condutivímetro Crison Micro CM 2200 e uma célula condutimétrica. Utilizámos um agitador magnético para podermos homogeneizar as soluções, um termómetro e material de vidro corrente de laboratório. ▪ Reagentes Utilizou-se ácido acético, CH3COOH, “Acetic Acid Glacial” – Fisher Chemical; Cloreto de potássio, KCl, “Potassium Chloride a.r.” – Chem-lab NV; Hidróxio de sódio, NaOH, “Sodium Hydroxyde” – Eka Pellets p.a. ▪ Método Experimental Preparou-se uma solução 0,2 N de CH3COOH para um volume de 500 mL, foi necessário um volume de 5,7 mL de CH3COOH, adicionou-se água destilada até perfazer o volume pretendido. A partir desta solução, obteve-se a diluição pretendida de 0,02 N de CH3COOH para um volume de 250 mL, retirámos 25 mL da solução 0,2 N e completou-se com água destilada até perfazer o volume pretendido. Preparadas as soluções, seguiu-se o protocolo. 3. Resultados experimentais e cálculos 3.1 Calibração da célula condutimétrica: ▪ Constante da célula: 1,09 cm-1 ▪ Temperatura de referência: 23,7 ºC ▪ Condutividade da solução: 1378 µS cm-1 3.2 Estudo do comportamento do eletrólito fraco ▪ Condutividade específica da água utilizada: 2,94 µS cm-1 ▪ Temperatura do ácido fraco (CH3COOH): 24 ºC Valores experimentais obtidos da condutividade durante a adição de volume de 0,20 N de CH3COOH. Volume de solução de ácido (mL) Condutividade da solução, k (µS cm-1) 0,0 2,94 1,0 46,7 3,0 90,2 8,0 151,1 18,0 222 33,0 293 53,0 352 103,0 455 178,0 534 278,0 589 Tabela 1- Variação da condutividade com o volume da solução de ácido (mL) 3.3 Titulação Condutimétrica Apresentamos os valores experimentais resultantes da titulação condutimétrica do ácido fraco 0,02 N de CH3COOH com uma base forte, 0,10 N de NaOH, com volume inicial = 200 mL. Volume de titulante (mL) Condutividade da solução (µS cm-1) 0,0 166,5 0,2 158,6 0,4 148,0 0,6 144,4 1,0 138,0 2,0 147,6 4,0 201,0 6,0 275,0 8,0 357,0 10,0 429,0 12,0 508,0 14,0 584,0 16,0 662,0 18,0 736,0 20,0 872,0 22,0 1074 24,0 1287 26,0 1488 28,0 1679 30,0 1877 32,0 2080 34,0 2260 36,0 2440 38,0 2640 40,0 2820 42,0 3000 44,0 3170 46,0 3330 48,0 3480 50,0 3650 52,0 3810 54,0 3970 56,0 4120 58,0 4270 60,0 4420 Tabela 2- Variação da condutividade da solução com o volume de titulante 3.4 Titulação Volumétrica ▪ Indicador utilizado: Fenolftaleína ▪ Volume de titulante: 18,6 mL ▪ Cálculos Depois de realizada a titulação condutimétrica, fomos calcular o fator de diluição. Para o fator de diluição, F.D., temos: 𝐹. 𝐷. = (𝑉𝑜𝑙.𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙+𝑉𝑜𝑙.𝑡𝑖𝑡𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒) 𝑉𝑜𝑙.𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 . Então, para um volume de titulante de 0,2 mL: 𝐹. 𝐷. = 200+0,2 200 = 1,001 Para apresentarmos os valores da condutividade ajustada (kajus.) multiplicamos por este mesmo fator. Portanto, temos que, condutividade ajustada (kajus.) = ksol. × F.D. ⇔ ⇔ kajus = 158,6 µS cm-1 ×1,001 ⇔ kajus. ≈ 158,75 µS cm-1 Onde ksol. é a condutividade da solução, e F.D. o fator de diluição do respetivo volume adicionado. Uma vez que, a base de cálculo é a mesma, quer para o fator de diluição, quer para a condutividade ajustada, para todos os volumes de titulante adicionado, não iremos demonstrar os respetivos cálculos para os restantes volumes. Desta forma, é apresentada uma tabela com os valores obtidos. Volume de titulante (mL) Condutividade da solução (µS cm-1) Fator de diluição Condutividade ajustada (µS cm-1) 0,0 166,5 1,000 166,5 0,2 158,6 1,001 158,75 0,4 148,0 1,002 148,30 0,6 144,4 1,003 144,83 1,0 138,0 1,005 138,69 2,0 147,6 1,01 149,08 4,0 201,0 1,02 205,02 6,0 275,0 1,03 283,25 8,0 357,0 1,04 371,28 10,0 429,0 1,05 450,45 12,0 508,0 1,06 538,48 14,0 584,0 1,07 624,88 16,0 662,0 1,08 714,96 18,0 736,0 1,09 802,24 20,0 872,0 1,10 959,20 22,0 1074 1,11 1192,14 24,0 1287 1,12 1441,44 26,0 1488 1,13 1681,44 28,0 1679 1,14 1914,06 30,0 1877 1,15 2158,55 32,0 2080 1,16 2412,55 34,0 2260 1,17 2644,20 36,0 2440 1,18 3141,20 38,0 2640 1,19 3141,60 40,0 2820 1,20 3384,00 42,0 3000 1,21 3630,00 44,0 3170 1,22 3867,40 46,0 3330 1,23 4095,90 48,0 3480 1,24 4315,20 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 C o n d u ti v id ad e aj u st ad a (µ S c m -1 ) Volume de titulante (mL) Série 1 y2 = 42,417x + 48,118 R² = 0,9887 y3 = 119,24x - 1390,6 R² = 0,9987 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 0 10 20 30 40 50 60 70C o n d u ti v id ad e aj u st ad a (µ S c m -1 ) Volume de titulante (mL) Condutividade ajustada em função do volume de titulante Série1 Série2 Série3 Linear (Série2) Linear (Série3) 50,0 3650 1,25 4562,5 52,0 3810 1,26 4800,6 54,0 3970 1,27 5041,9 56,0 4120 1,28 5273,6 58,0 4270 1,29 5508,3 60,0 4420 1,30 5746,0 Tabela 3- Condutividade ajustada ao fator de diluição em função do volume de titulante e da solução. Com os valores da tabela 3, o volume de titulante e a condutividade ajustada, obtemos o seguinte gráfico: Gráfico 1 – Variação da condutividade ajustada em função do volume de titulante Gráfico 2- Ampliação da Série 1 A partir do gráfico 1, obtivemos as respetivas regressões lineares correspondentes aos dois ramos, y2 e y3. y2= 42,417 𝑥 + 48,118 y3= 119,24 𝑥 – 1390,6 A partir do ponto de interseção dos dois ramos, fomos determinar o volume correspondente ao ponto de equivalência (𝑥) igualando as duas equações. y2 = y3 42,417 𝑥 + 48,118 = 119,24 𝑥 – 1390,6 48,118 + 1390,6 = 119,24 𝑥 – 42,417 𝑥 𝑥≈ 18,7 mL Ou seja, para se atingir o ponto de equivalência gastaram-se 18,7 mL de titulante (NaOH). A partir do volume calculado, calcularam-se as concentrações exatas das duas soluções de CH3COOH utilizadas. Para a solução de concentração 0,02 N de CH3COOH temos: VNaOH = 18,7 mL = 18,7 ×10 -3 L CNaOH = 0,1 N VCH3COOH = 100 mL = 0,1 L CNaOH × VNaOH = CCH3COOH diluida × VCH3COOH diluida ⇔ 0,1 × 18,7×10-3 = CCH3COOH diluida × 0,1 ⇔ CCH3COOH diluida = 0,0187 N Portanto, a concentração exata de 0,02 N de CH3COOH é de 0,0187 N. Uma vez que, a concentração de 0,2 N de CH3COOH é 10 vezes mais concentrada que a de 0,02 N (diluição 1:10) basta fazer: CCH3COOH conc. = 10 × CCH3COOH diluída ⇔ CCH3COOH conc. = 10 × 0,0187 ⇔ CCH3COOH conc. = 0,187 N Temos então, a concentração exata de 0,2 N de CH3COOH sendo de 0,187 N. Podemos também calcular a concentração exata com os resultados obtidos pela titulação volumétrica. E, portanto, para a solução de concentração 0,02 N de CH3COOH vem: VNaOH = 18,6 mL= 0,0186 L CNaOH = 0,1 N VCH3COOH = 100 mL = 0,1 L CNaOH × VNaOH = CCH3COOH × VCH3COOH ⇔ 0,1× 0,0186 = CCH3COOH × 0,1 ⇔ CCH3COOH = 0,0186 N A concentração exata de 0,02 N de CH3COOH é de 0,0186 N. Em suma, na titulação condutimétrica a concentração exata de 0,02 N de CH3COOH é de 0,0187 N, e para 0,2 N é de 0,187 N. Na titulação volumétrica, a concentração do ácido (CH3COOH) de 0,02 N é de 0,0186 N, e para a solução mais concentrada, 0,2 N, é de 0,186 N. Os resultados obtidos das titulações são muito próximos. Para o estudo da condutividade de soluções de um eletrólito fraco, precisamos de saber o valor da constante da célula. No entanto, não foi necessário calcula-lo pois o condutivímetro registou esse valor, sendo de 1,09 cm-1, à temperatura de 23,7ºC. Entre outros parâmetros, fomos calcular a concentração para cada volume adicionado, tendo como base de cálculo a seguinte expressão: ▪ ci = (Vol.i. × cH3COOH) / (Vtotal) Onde, ci é o valor da concentração em eletrólito fraco que se pretende calcular em função do volume adicionado, Vol. adic., cCH3COOH é o valor da concentração exata de 0,2 N de CH3COOH anteriormente calculada, e Vtotal o volume total (volume de água destilada, 200 mL, mais o volume de CH3COOH adicionado, Vi). Para Vi= 1,0 mL, temos: CCH3COOH = 0,187 N Vi = 1,0 mL = 1,0 × 10 -3 L VH2O = 200 mL = 0,2 L c = 1,0 × 10−3 x 0,187 0,2+1,0 × 10−3 ⇔ c = 9,30×10-4 N Portanto, a concentração em eletrólito fraco para 1,0 mL de volume adicionado é de 9,30×10-4 N. Visto que a base de cálculo é a mesma para todas as adições efetuadas não iremos demonstrar mais nenhum exemplo. Volume final de ácido (mL) Concentração em eletrólito fraco (N) 0,0 0,0 1,0 9,30×10-4 3,0 2,76×10-3 8,0 7,19×10-3 18,0 1,54×10-2 33,0 2,65×10-2 53,0 3,92×10-2 103,0 6,36×10-2 178,0 8,81×10-2 278,0 1,09×10-1 Tabela 4 – Concentração em eletrólito forte em função do volume de ácido Dando continuidade ao nosso estudo da condutividade de um eletrólito fraco, além da concentração, c, em função a um dado volume, V (como mostra a tabela 4), tivemos de calcular outros parâmetros como a raiz quadrada da força iónica, √𝐼, que é igual à raiz quadrada da concentração, a condutividade molar, Λ, condutividade especifica (k), e condutividade especifica corrigira (K). A condutividade específica, k, não foi necessária calcular uma vez que a medimos (tabela 1). A condutividade específica corrigida, K, é igual ao valor medido pelo condutivímetro menos a condutividade especifica da água utilizada. K = k – kH2O Como usámos a mesma base de cálculo para cada parâmetro, iremos apenas apresentar um exemplo. Assim, para 1,0 mL temos: kH2O = 2,94 µS cm -1 k (1,0 mL) = 46,7 µS cm-1 K = 46,7 – 2,94 = 43,76 µS cm-1 Para calcular a condutividade molar temos de multiplicar por 1000 a razão entre a condutividade específica corrigida, K, e a concentração, c. Desta forma, obtemos a seguinte expressão: Λ = 1000 × K c Como usámos a mesma base de cálculo para cada parâmetro, iremos apenas apresentar um exemplo. Assim, para 1,0 mL temos: K = 43,76 µS cm-1 c = 9,30 ×10-4 N Λ = 1000 × 43,76 9,30 ×10−4 Λ = 4,7 ×10+7 µS cm2 mol-1 Para o cálculo da raiz quadrada da concentração, √𝐼, temos, para 1,0 mL: c = 9,30×10−4 N √c = √I = √9,30 × 10−4 = 3,1×10-2 N Fazendo estes cálculos para todos os volumes adicionados, apresentamos a seguinte tabela: V(mL) c (N) √𝐈 (N) k (µS cm -1) K (µS cm-1) 𝚲 (µS cm2 mol-1) 0,0 0,0 0,0 2,94 0,0 0,0 1,0 9,30×10 -4 3,05×10-2 46,7 43,76 4,71 ×10+7 3,0 2,76×10 -3 1,66×10-2 90,2 87,26 3,16×10 +7 8,0 7,19×10 -3 8,48×10-2 151,1 148,16 2,06 ×10 +7 18,0 1,54×10 -2 1,24×10-1 222 219,06 1,42×10 +7 33,0 2,65×10 -2 1,63×10-1 293 290,06 1,09×10 +7 53,0 3,92×10 -2 1,98×10-1 352 349,06 8,90×10 +6 103,0 6,36×10 -2 2,52×10-1 455 452,06 7,11×10 +6 178,0 8,81×10 -2 2,97×10-1 534 531,06 6,03×10 +6 278,0 1,09×10 -1 3,30×10-1 589 586,06 5,38×10 +6 Tabela 5 – Parâmetros do eletrólito fraco Com os dados da tabela é possível representar graficamente a condutividade corrigida, K, em função da concentração, c, para o eletrólito estudado. Gráfico 3- Variação condutividade corrigida em função da concentração y = 5081,7x + 91,432 R² = 0,9301 0 100 200 300 400 500 600 700 0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,1 0,12 C o n d u ti v id ad e co rr ig id a, K ( µ S c m -1 ) Concentração, c (N) Condutivida corrigida em função da concentração K (µS cm-1) Linear (K (µS cm-1)) A regressão linear da variação da condutividade corrigida em função da concentração apresenta uma reta com declive positivo de equação y = 5081,7 𝑥 + 91,432. Contrariamente ao trabalho experimental nº1, o estudo de eletrólitos fortes, que apresenta declive negativo, neste caso, o declive é positivo. A força iónica é uma medida do potencial elétrico de uma solução devido à existência de iões. Os compostos iónicos, quando dissolvidos em água, dissociam-se. Desta forma, a concentração total de eletrólitos em solução irá afetar as propriedades da solução. Reconheceu-se que o coeficiente de atividade dos iões de um eletrólito pode ser relacionado com a concentração na solução. Assim, chegou-se à seguinte expressão: I=1/2 ∑ciZi 2 Onde I é a força iónica, 𝒁i é a carga do ião que em solução corresponde à espécie i. Assim, estabeleceu-se que a força iónica de uma solução é uma medida da concentração de iões. Para os eletrólitos fracos univalentes, a força iónica é igual à concentração. Na representação gráfica, a concentração molar, Λ, em função da raiz quadrada da força iónica, √I, convertemos os valores da concentração molar para a unidade, S (siemens). Como usámos a mesma base de cálculo para cada parâmetro, iremos apenas apresentar um exemplo. Assim, para 1,0 mL temos: Λ = 4,71×107 µS× 1×10-6 = 47,1 S Deste modo, obtemos o seguinte gráfico: Gráfico 4- Variação da condutividade molar em função da raiz quadrada da força iónica Através do gráfico 4, observa-se uma curva com declive decrescente, isto é, quanto maior a força de ionização, menor a concentração. Os eletrólitos fracos seguem Lei de Ostwald. Esta enuncia que, quanto mais diluída for uma solução, menor é a sua concentração e, por isso, maior será a sua ionização. A expressão matemática que exprime esta lei é dada pela seguinte expressão: 𝑐Λc=𝐾d Λ02 1 Λc − 𝐾dΛ0 Partindo da expressão matemática anterior, temos como objetivo obter uma reta cujo declive seja: 𝐾d Λ02, e a sua ordenada na origem: 𝐾dΛ0. Tanto para eletrólitos fortes como para fracos, quando a concentração tende para zero, a condutividade molar tende para um valor máximo – condutividade molar a diluição infinita, Λ0. Utilizando-se os valores de condutividade dos iões H+ e CH3COO - a diferentes temperaturas, como representado na tabela, pode determinar-se Λo para o CH3COOH. Ião 0ºC 5ºC 15ºC 18ºC 25ºC 35ºC H+ 225 250,1 300,6 315 349,8 397,0 CH3COO - 20,1 - - 35 40,9 - Tabela 6- Relação entre a temperatura(ºC) e os valores de condutividade (siemens) dos iões H+ e CH3COO-. 0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 0,35 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 C o n d u ti v id ad e m o la r, 𝚲 (S c m 2 m o l- 1 ) Raiz quadrada da força iónica, √I (N) Condutividade molar em função da raiz quadrada da força iónica Série1 Utilizando os valores da tabela 6, obtemos os seguintes gráficos: Gráfico 5- Variação da condutividade molar em função da temperatura do ião H+. Gráfico 6- Variação da condutividade molar em função da temperatura do ião CH3COO-. A temperatura do CH3COOH medida experimentalmente foi de 24,0ºC. Em virtude deste valor não se encontrar na tabela 6 é necessário calcular as condutividades molares correspondentes a cada ião recorrendo às regressões lineares obtidas através dos gráficos 5 e 6. y4 = 4,9275x + 225,77 R² = 0,9998 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 0 5 10 15 20 25 30 35 40 C o n d u ti v id ad e m o la r, , 𝚲 (S c m 2 m o l- 1 ) Temperatura, T (ºC) Condutividade do Ião H+ em função da temperatura Série1 Linear (Série1) y5 = 0,8312x + 20,087 R² = 1 0 10 20 30 40 50 60 0 5 10 15 20 25 30 35 40 C o n d u ti v id ad e m o la r, , 𝚲 (S c m 2 m o l- 1 ) Temperatura, T (ºC) Condutividade do ião CH3COO- em função da temperatura Série1 Linear (Série1) ▪ Cálculo da condutividade molar do ião H+ A equação de regressão correspondente ao ião H+ é y4= 4,9275𝑥 + 225,77. Sendo a variável independente a temperatura, basta substituir na equação valor medido, 24 ºC, pelo x. Desta forma, obtemos o respetivo valor da condutividade molar. y4 = 4,9275 × 24,0 + 225,77 = 344,03 A condutividade molar para o ião H+ é de 344,03 S cm2 mol-1. ▪ Cálculo da condutividade molar do ião CH3COO- A equação de regressão correspondente ao ião CH3COO - é y5= 0,8312𝑥 + 20,08. A base de calculado é a mesma do calculo anterior. y5 = 0,8312 ×2 4,0 + 20,087 = 40,036 A condutividade molar para o ião CH3COO - é de 40,036 S cm2 mol-1. É possível determinar Λ0 de eletrólitos fracos através da lei das condutividades iónicas independentes de Kohlrausch. Esta lei é expressa pela seguinte equação: Λ0=𝜐+ Λ0(Az+) + 𝜐- Λ0(Bz-) ▪ 𝜐+ e 𝜐- representam os coeficientes estequiométricos de H+ e CH3COO- (1 em ambos os iões); ▪ Λ0(Az+) 𝑒 Λ0(Bz-) representam as condutividades iónicas. Neste caso, Λ0(Az+) é a condutividade iónica do ião H+ e Λ0(Bz-) é a condutividade iónica do ião CH3COO -. Substituindo pelos iões em estudo vem que: Λ0 = Λ0(H+) + Λ0(CH3COO-) ⇔ Λ0 = 344,03 + 40,036 ≈ 384,07 S cm2 mol-1 Assim sendo, para a temperatura de 24,0 ºC a condutividade molar a diluição infinita, Λ0, é 384,07 S cm2 mol-1. Os eletrólitos fracos não se dissociam completamente em solução, por conseguinte, apresentam valores de condutividade inferiores aos eletrólitos fracos. Para o estudo de um eletrólito é fundamental conhecer o seu grau de dissociação, ∝. O grau de dissociação de eletrólitos fracos é o quociente entre a condutividade molar pela condutividade molar a diluição infinita. ∝= Λ Λ0 A partir desta expressão, e com os dados já obtidos do nosso estudo, podemos calcular o grau de dissociação. Assim, para 1,0 mL temos: Λ = 4,71×107 µS cm2 mol-1 Λ0 = 384,07 S cm2 mol-1 = 384,07 × 106 µS cm2 mol-1 ∝ = 4,71 × 107 384,07 × 106 ≈ 0,123 Como usámos a mesma base de cálculo para cada parâmetro, não iremos mostrar mais nenhum exemplo. Posto isto, é apresentada uma tabela com os valores obtidos. 𝚲 (µS cm2 mol-1) ∝ 0,0 0,0 4,71 ×10+7 0,123 3,16×10+7 0,082 2,06 ×10+7 0,054 1,42×10+7 0,037 1,09×10+7 0,028 8,90×10+6 0,023 7,11×10+6 0,019 6,03×10+6 0,016 5,38×10+6 0,014 Tabela 7- Variação do grau de dissociação em função do volume A partir dos valores do grau de dissociação, conseguimos calcular os respetivos valores das constantes de dissociação estequiométricas (Kd). A expressão é dada por: Kd= 𝑐 × ∝² 1− ∝ ▪ 𝒄 – é a concentração correspondente a cada volume; ▪ ∝ - Grau de dissociação correspondente a cada volume. Sendo a base de cálculo a mesma para cada parâmetro, iremos apenas apresentar um exemplo. Assim, para 1,0 mL temos: Kd = 9,30×10 ͞ 4×(0,123)² 1−0,123 = 1,604×10-5 Fazendo este cálculo para todos os volumes adicionados, apresentamos a seguinte tabela: V (mL) Kd 0,0 0,0 1,0 1,60×10-5 3,0 2,02×10-5 8,0 2,22×10-5 18,0 2,19×10-5 33,0 2,14×10-5 53,0 2,12×10-5 103,0 2,34×10-5 178,0 2,29×10-5 278,0 2,17×10-5 Tabela 8- Variação da constante de dissociação em função do volume. Com base nos valores de Kd conseguimos calcular a constante termodinâmica do CH3COOH que é dada pela seguinte expressão: TKd = Kd × f± 2 ▪ Kd – constante de dissociação; ▪ f±² - coeficiente de actividade médio. Os valores das diferentes constantes de dissociação para cada volume foram já calculados – tabela 8. Os valores de f± vão ser calculados através da expressão: logKd=log TKd-2logf± que é equivalente à expressão anterior. Pode calcular-se o logf± pela expressão Debye e Hückel que é dada pela expressão matemática: log f ± =-A × Z2 × √𝐼 1+√𝐼 ▪ A - é um fator com valor fixo de 0,509; ▪ Z- é a carga do ião (para este ião = 1); ▪ I- é a força iónica da solução – tabela 5. Como usámos a mesma base de cálculo para cada parâmetro, iremos apenas apresentar um exemplo. Assim, para 1,0 mL temos: log f± = -0,509 × (12) × 3,05×10 ͞ ² 1+(3,05×10 ͞ 2) = -0,082 Fazendo este cálculo para todos os volumes adicionados, apresentamos a seguinte tabela: V(mL) logf± 0,0 0,0 1,0 -0,015 3,0 -0,008 8,0 -0,040 18,0 -0,056 33,0 -0,071 53,0 -0,084 103,0 -0,102 178,0 -0,117 278,0 -0,126 Tabela 9- Variação do logf± em função do volume. Partindo dos valores do coeficiente de atividade médio (logf±), é possível calcular- se a constante de dissociação termodinâmica. Esta, contrariamente aos valores da constante de dissociação (Kd) e coeficientes de atividade (logf±), só pode ter um único valor. Para isso, é necessário modificar a equação da constante termodinâmica para a equação do reta, y = m 𝑥 + b. Como TKd = Kd f± 2 : logTKd = 2log f± + logKd ⇔ logTKd = logKd + 2log f± ⇔ - logKd = -logTKd + 2log f± ⇔ logKd = logTKd - 2log f± Onde temos: ▪ y= logKd ▪ 𝑥=-2logf± ▪ b= logTKd Como usámos a mesma base de cálculo para cada parâmetro, iremos apenas apresentar um exemplo, para determinar os valores de x e y. Assim, para 1,0 mL temos: ▪ 𝑥 = -2logf± = -2 × (-0,015) = 0,164 ▪ y = logKd = log(1,604×10-5) = -4,79 Fazendo este cálculo para todos os volumes adicionados, apresentamos a seguinte tabela: V(mL) -2logf± logKd 0,0 0,0 0,0 1,0 0,030 -4,80 3,0 0,016 -4,69 8,0 0,080 -4,65 18,0 0,112 -4,66 33,0 0,142 -4,67 53,0 0,168 -4,67 103,0 0,204 -4,63 178,0 0,234 -4,64 278,0 0,252 -4,66 Tabela 10- Variação do logaritmo da constante de dissociação e o logaritmo do coeficiente de atividade médio em função do volume. Utilizando os valores da tabela 10, obtemos o seguinte gráfico: Gráfico 7- Variação dos valores dos coeficientes de atividade em função da constante de dissociação. y6 = -0,2413x - 4,6322 R² = 0,9169 -4,82 -4,8 -4,78 -4,76 -4,74 -4,72 -4,7 -4,68 -4,66 -4,64 -4,62 0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 -2 lo g f± logKd Constante Termodinâmica Série1 Série2 Linear (Série1) Extraindo do gráfico 7 a equação referente à regressão linear da reta é y6= -0,2413x – 4,6322. Pode concluir-se que através da demonstração anterior à tabela 10, a ordenada na origem (b) que é igual a logTKd, obtendo-se assim o seu valor : logTKd = - 4,6322 ⇔ TKd = 2,33×10−5 Ou seja, o valor da constante termodinâmica é de 2,33×10-5. 4. Conclusão Após o tratamento de dados e com base nos resultados obtidos verifica-se que foi possível calcular as concentrações exatas do eletrólito fraco na titulação condutimétrica e na titulação volumétrica. No entanto, os valores destas foram diferentes nas duas titulações. Na titulação condutimétrica a concentração exata de 0,02 N de CH3COOH é de 0,0187 N, e para 0,2 N é de 0,187 N. Na titulação volumétrica, a concentração do ácido (CH3COOH) de 0,02 N é de 0,0186 N, e para a solução de 0,2 N é de 0,186 N. Apesar dos resultados serem bastante próximos, a titulação condutimétrica baseia-se na medição, com um condutivímetro, da condutividade de uma solução em função do volume de titulante adicionado. Enquanto que, na titulação volumétrica, os resultados deste método dependem das observações. Ou seja, há uma maior probabilidade de erro. Posto isto, podemos concluir que os resultados da titulação condutimétrica são mais rigorosos. Através do gráfico 1, podemos observar que a condutividade da solução aumenta linearmente com o volume de titulante até ao ponto de equivalência. Depois de atingido este ponto, a condutividade da solução continua a aumentar, mas com maior declive. Até ao ponto de equivalência, há uma substituição gradual dos iões com mobilidades diferentes (os iões do titulado são substituídos em solução pelos iões do titulante). Quando os iões da solução titulante estiverem todos livres, a condutividade volta a aumentar. No entanto, isto não se verifica nos totalmente nos eletrólitos fracos, pois os iões não se dissociam completamente e, portanto, a curva apresenta um declive menor que no estudo dos eletrólitos fortes. Os valores da série 1 referentes ao gráfico 2 foram desprezados. Conforme é apresentado no gráfico 3, a condutividade corrigida aumenta proporcionalmente com o aumento da concentração. Pois como é sabido, quanto maior a concentração, maior é o número de iões em solução, e por conseguinte maior é a condutividade. No entanto, no eletrólito em estudo, o declive da reta é muito inferior ao eletrólito forte. Uma vez que, não dissociação completa dos iões. As moléculas não dissociadas não contribuem para a condução da corrente elétrica, posto isto, os valores da condutividade serão inferiores ao do eletrólito forte. Os gráficos 5 e 6 demonstram a variação da condutividade dos iões H+ e CH3COO - com o aumento da temperatura. A partir das regressões lineares obtidas em cada um deles, foi possível calcular o valor da condutividade dos iões à temperatura medida experimentalmente do ácido utilizado, 24ºC. Para se representar graficamente a constante termodinâmica foram necessários realizar diversos cálculos a fim de se decidir se a solução em estudo seguia a Lei de Ostwald. Iniciámos os cálculos pela condutividade molar a diluição infinita com a finalidade de se calcular o coeficiente de dissociação que, para eletrólitos fracos tem de ser inferior a 0,5 ou 50%. Neste caso, o valor foi de 0,123 ou 12,3% para um volume de 1 mL, o que indica que 87,7% do ácido permaneceu na sua forma molecular. Confirmado que se tratava de um eletrólito fraco, seguiram-se os cálculos. Por conseguinte, o valor da constante termodinâmica foi aferido em 2,33×10-5. Findo o estudo, constatámos que o eletrólito segue a lei de diluição Ostwald sendo, por isso, um eletrólito fraco. 5. Apêndice 5.1 Cálculos para preparação das soluções ▪ Solução de KCl 0,01 M VKCl =100 mL =100×10−3 L MKCl = 74,55 gmol -1 C = 𝐧 𝐯 ⇔ 0,01 = 𝑛 100×10−3 ⇔ n = 0,001 mol n = 𝐦 𝐌 ⇔ 0,001 = 𝑚 74,55 ⇔ m = 0,0746 g Massa a pesar de KCl: 0,0746 g Massa pesada de KCl: 0,0789 g ▪ Solução de NaOH 0,10 N VNaOH = 500 mL = 500 × 10−3 L M(NaOH) = 40 gmol -1 C = 𝐧 𝐯 ⇔ 0,10 = 𝑛 500×10−3 ⇔ n=0,05 mol n = 𝐦 𝐌 ⇔ 0,05 = 𝑚 40,0 ⇔ m = 2,00 g Massa a pesar de NaOH: 2,00 g Massa pesada de NaOH: 2,05 g ▪ Solução de CH3COOH 0,2N: VCH3COOH= 500 mL = 500 × 10 -3 L M(CH3COOH)= 60,05 gmol -1 𝜌CH3COOH= 1,05 C = 𝐧 𝐯 ⇔ 0,2 = 𝑛 500×10−3 ⇔ n=0,1 mol n = 𝐦 𝐌 ⇔ 0,1 = 𝑚 60,05 ⇔ m = 6,005 g 𝜌 = 𝑚 𝑣 ⇔1,05 = 6,005 𝑣 ⇔ 𝑣 =5,7 mL ▪ Solução de CH3COOH 0,02N: A partir da solução mais concentrada fez-se a diluição. 1:10 V= 500 mL 1 mL (0,2 N) ----------------10 mL (0,02 N) 𝑥 ----------------- 250 mL 𝑥 = 25 mL Iremos medir 25 mL da solução de 0,2 N de CH3COOH e adicionar água destilada até termos 250 mL de solução.
Compartilhar