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Portfólio Matemática Fase I UTA Cálculo

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O QUE É O MOVIMENTO DENOMINADO EDUCAÇÃO MATEMÁTICA
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RESUMO
São frequentes as preocupações com o ensino da matemática e são diversos os conflitos entre matemáticos e educadores que surgem durante a história, na busca por um método de ensino que satisfizesse as necessidades educacionais da juventude. Apesar da educação matemática não se constituir ainda em um campo autônomo, ela já construiu as suas sociedades científicas. Elevar a educação matemática a um patamar de campo autônomo de investigação e de formação profissional institucionalmente legitimado aumentaria o potencial de sintonização dos propósitos e dos conhecimentos produzidos no interior dessa prática. Não é necessária a superação das divergências entre matemáticos, educadores e educadores matemáticos, mas há de se concordar que o processo de disciplinarização trará melhor regulamentação desse ensino e, consequentemente, a melhora no processo de ensino-aprendizagem da matemática.
Palavras-chave: Educação matemática. Ensino-aprendizagem. Disciplinarização.
	Preocupações com o ensino da matemática são percebidas desde a antiguidade, mas é somente a partir das três grandes revoluções da modernidade (a Revolução Industrial (1767), a Revolução Americana (1776) e a Revolução Francesa (1789)) que as preocupações com a educação matemática da juventude começam a tomar corpo.
	Diversos conflitos entre matemáticos e educadores surgem ao se dizer que cabe ao matemático decidir quais assuntos deveriam ser ensinados nas escolas e se ocupar da formação dos professores para esse ensino.
	
	A busca por um método de ensino que satisfizesse os anseios e necessidades da juventude, aliada aos conflitos surgidos entre matemáticos e educadores matemáticos, fez com que importantes pesquisadores da área se interessassem por pesquisas na área da educação matemática, o que daria origem ao movimento Educação Matemática. 
	A educação matemática se consolida como uma subárea da matemática e da educação, com a fundação, durante o Congresso Internacional de Matemáticos, realizado em Roma, em 1908, da Comissão Internacional de Instrução Matemática, sob a liderança de Felix Klein.
	No Brasil, no final da década de 1980 e início de 1990, era crescente a organização de núcleos de pesquisas em educação matemática nos programas de pós-graduação em educação, além daconsolidação dos programas de pós-graduação específicos em educação matemática, o que levou a um grupo de professores propor à ANPED (Associação Nacional de Pós-Graduaçãoe Pesquisa em Educação) a criação de um GT (Grupo de Trabalho) em educaçãomatemática. Novamente, matemáticos e educadores matemáticos entraram em conflito sobre a necessidade de criação de um GT específico e os reais interesses por trás dessa criação: disciplinarização da prática social em educação matemática.
	Apesar da educação matemática não se constituir ainda em um campo autônomo, ela já construiu as suas sociedades científicas, suas revistas especializadas e os seus congressos e grupos de pesquisas específicas, em busca da constituição de uma nova categoria profissional, que manteria uma relação de independência e autonomiatanto em relação aos profissionais da educação quanto em relação à categoria dos matemáticosprofissionais.
	Pensar em disciplinarização da prática social em educação matemática significa pensá-la como uma atividade social realizada por um conjunto de indivíduos que produzem conhecimentos, e não apenas ao conjunto de conhecimentos produzidos por esses indivíduos em suas atividades. Elevar a educação matemática a um patamar de campo autônomo de investigação e de formação profissional institucionalmente legitimado aumentaria o potencial de sintonização dos propósitos e dos conhecimentos produzidos no interior dessa prática com aviabilização dos propósitos subjacentes ao projetopolítico, social, econômico e cultural de grupos sociais com capacidade concreta de influir sobre a gestão político-administrativa da vida de uma nação.
	Toda prática social comporta uma atividade educativa em seu interior, ainda que de forma difusa e inconsciente, caso contrário os conhecimentos produzidos por tal prática tenderiam a desaparecer. Isso significa que, também no interiorda própria prática social de investigação em matemática, os matemáticos investigam e produzem conhecimento matemático, não sendo exclusiva dos educadores matemáticos a arte de ensinar. 
	Não podemos separar a produção e reprodução do conhecimento, visto que as duas ações são interdependentes e isoladas em si, nada resultariam em prol da sociedade. Em outras palavras, o pesquisador, em suas investigações, deveria evitar trabalhar, implícita ou explicitamente, com o pressuposto que associa produção com invenção e ensino com socialização, divulgação ou recepção passiva do conhecimento. Isso levaria a uma hierarquização das ações, enaltecendo a pesquisa e minorando o ensino. 
	Por outro lado, não podemos nos esquecer de que a prática social não se estabelece somente com um desses grupos, sendo imperativo compreender que os chamados matemáticos profissionais, pelo fato de serem também professores, realizam uma atividade educacional, bem como produzem conhecimentos educacionais, assim como os educadores matemáticos também realizam atividade matemática e também produzem conhecimento matemático,ainda que não seja essa a dimensão intencional, consciente e predominante de sua atividade.
	Desse modo, as comunidades de matemáticos e de educadores matemáticos não devem ser vistas como duas comunidades distintas, que não compartilham alguns objetivos. O mesmo deve se estender às comunidades de educadores matemáticos e educadores, os quais também apresentam controvérsias e inflexibilidades quanto à disciplinarização da educação matemática.
	Não é suficiente, nem necessária, a superação das controvérsias e divergências geradas no campodo difícil diálogo entre as comunidades de matemáticos, educadores matemáticos e educadores, uma vez que a superação por si só não garante a disciplinarização da educação matemática. Entretanto, há de se concordar que esse processo de disciplinarização trará uma melhor regulamentação desse ensino, estabelecendo parâmetros para a formação inicial e continuada desses profissionais e, consequentemente, a melhora na qualidade do processo de ensino-aprendizagem da área da educação matemática, atualmente tão frágil no nosso país.
	É claro que o movimento de disciplinarização é um processo histórico, condicionadopor um conjunto de condições sociais, econômicas e culturais, e que esse movimento não se dará da noite para o dia, mas é preciso trazer ao diálogo esse processo, que já caminha a passos largos para a sua concretização.
ENTREVISTA
1) Na sua opinião, os conteúdos programáticos do 9º ano contemplam as necessidades desse alunado?
2) De forma sucinta, explique o que é uma função polinomial.
3) Qual a aplicabilidade desse conteúdo no cotidiano dos aluno?
4) Qual a metodologia adotada por você para o ensino de funções polinomiais?
5) Na sua avaliação, você acredita que os alunos conseguem construir esse conhecimento de forma satisfatória?
ENTREVISTADO 1
1) Para mim, não são os conteúdos programáticos que estão em desacordo com as necessidades do alunado, mas a educação como um todo. O ensino atual não é interessante para a maior parte de nossos alunos e ensinar para quem não tem interesse é um imenso desafio.
2) É uma expressão algébrica em que uma variável oscila em função de outra variável.
3) As funções polinomiais são muito utilizadas na física, na economia, na engenharia e outras áreas específicas. 
4) Na realidade, sigo as determinações da escola, ou seja, conceituo e aplico problemas.
5) Com certeza não. Primeiro porque eles já apresentam um déficit bastante grande de conceitos anteriores. Depois, por conta da falta de interesse pela matéria e pelo curto tempo que dispomos para trabalhar o conteúdo. 
ENTREVISTADO 2
1) Acredito que se os alunos aprendessem todo o conhecimentoproposto nos anos anteriores, os conteúdos seriam adequados. Mas, infelizmente não é isso que acontece.
2) É qualquer função expressa por um polinômio: f(x)=ax+b ; f(x)=ax²+bx+c ; ∞
3) Sua aplicabilidade é específica de determinadas áreas. 
4) Primeiro eu retome alguns conteúdos que eu julgo serem importantes para que eles entendam o conceito de função. Na sequência eu relaciono os conteúdos revisados com os novos conceitos e aplico a resolução de problemas. 
5) Infelizmente, na matemática ainda são poucos os alunos que realmente conseguem aprender de forma satisfatória. Existe um medo histórico por essa disciplina, aliado a falta de professores e conceitos mal construídos no passado. Tudo isso faz com que os alunos aprendam somente o necessário para prosseguir.
	De acordo com as entrevistas elencadas acima, podemos perceber certo desânimo, por parte dos professores, frente a atual realidade do ensino da matemática. Ambos entrevistados chamam a atenção em relação a lacuna constante na construção do conhecimento matemático, o que acaba por comprometer a absorção dos conhecimentos subsequentes.
	A falta de recursos das escolas públicas também contribui significativamente para uma metodologia conteudista, descontextualizada e totalmente desvinculada da realidade dos alunos. É fato que a matemática nem sempre pode ser representada de uma forma prática, mas é preciso, sempre que possível, aproximar seus conceitos do cotidiano do aluno, ilustrando a aplicabilidade desses conceitos.
	O fato do professor, na maioria das vezes, não acompanhar os alunos ano a ano (uma vez que o professor tem que passar por atribuições de aulas anuais e nem sempre conseguir permanecer com a mesma turma) e, por consequência, não conseguir dar continuidade ao processo de ensino-aprendizagem com o mesmo aluno, cria uma espécie de descompromisso com a aprendizagem mais significativa desse aluno, como se a responsabilidade desse reforço passasse imediatamente para a mão de outro profissional, com o fim do ano letivo. 
	Enfim, o que se pode notar com essas entrevistas foi um sentimento de exaustão dos professores frente a crescente desvalorização do trabalho docente aliada a imensa falta de recursos das escolas públicas. Ensinar matemática já não é uma tarefa fácil, agora, ensinar matemática sem recursos e, principalmente, sem motivação e vontade de fazê-lo, torna essa missão algo quase que impossível, e o resultado disso pode ser visto no resultado divulgado nesse ano de 2016, onde o Brasil está entre os dez piores países em rendimento escolar em matemática, leitura e ciência, segundo os dados divulgados pela (OCDE) Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico, em Paris.
REFERÊNCIAS
D’AMBRÓSIO, Ubiratam. Os últimos 50 anos de Educação Matemática. E os próximos?Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=d-odJyoZfzw>Acesso em: 26 mar.2016. 
MIGUEL, Antonio. et al. A educação matemática: breve histórico, ações implementadas e questões sobre sua disciplinarização. Revista Brasileira de Educação. v. 27. p. 70-93. Set /Out /Nov /Dez 2004.

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