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APOSTILA PENAL CFSD 2016 PMMG

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APOSTILA CFSD 2016 PMMG
2) Noções de Direito Penal: 
1. Princípios Constitucionais do Direito Penal. 
2. A lei penal no tempo. 2. A lei penal no espaço. 
3. Interpretação da lei penal. 
4. Infração penal: espécies. 
5. Sujeito ativo e sujeito passivo da infração penal. 
6. Tipicidade, ilicitude, culpabilidade, punibilidade. 
7. Excludentes de ilicitude e de culpabilidade.
8. Imputabilidade penal. 
9. Concurso de pessoas. 
10. Das Penas. 
11. Crimes contra a pessoa. 
12. Crimes contra o patrimônio.
13. Crimes contra a administração pública. 
2) NOÇÕES DE DIREITO PENAL: 
1. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO PENAL.
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE:
Também chamado de princípio da reserva legal, pelo qual não há crime sem lei que defina o fato e nem sanção sem a cominação legal anterior. (nullum crimen sine lege, nula poena sine lege) Está previsto no art. 5º inciso XXXIX da CR/88 e também no art. 1º do CP.
PRINCÍPIO DA EXTRA-ATIVIDADE DA LEI PENAL MAIS FAVORÁVEL OU IRRETROATIVIDADE:
“A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu.” previsto no art. 5 inc. XL. Segundo Ney Moura Teles: o preceito “salvo para beneficiar o réu”, cuja leitura há de ser: a lei penal retroagirá para beneficiar o réu. Não poderá a lei mais grave ser aplicada aos fatos ocorridos antes de sua
vigência. http://www.neymourateles.com.br/direito-penal/wp-content/livros/pdf/volume01/3.pdf 
PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA
Está previsto no art. 5º inciso XLVI: “A lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: 
a) privação ou restrição da liberdade; 
b) perda de bens; 
c) multa; 
d)prestação social alternativa; 
e) suspensão ou interdição de direitos.”
A individualização da pena é adaptação das penas existentes e cabíveis ao condenado levando em conta suas características e a relação com o fato. A individualização compreende 3 fases: cominação, aplicação e execução. 
A cominação é a pervisão legal em respeito ao princípio da legalidade, de acordo com a lesividade do fato e a quantidade que se quer punir. 
A aplicação é o recebimento da pena pelo juiz de acordo com as espécies de penas em quantidade e qualidade suficiente para punir determinada conduta criminosa, o parâmetro há que ser sempre a lei. Para aplicação da pena deve o juiz observar várias regras de dosimetria de pena, principalmente as previstas no art. 59 do CP, para aplicação da pena-base. Após isso deverá verificar a ocorrência de circunstâncias agravantes, que se encontram definidas nos arts. 61 e 62 do Código Penal, e circunstâncias atenuantes, dos arts. 65 e 66 e, em consequência, agravará ou atenuará a pena-base. Depois disso, deverá verificar se existe outras causas de aumento ou diminuição de pena existentes e cabíveis em todo o Código Penal. Esse procedimento de aplicação da pena é denominado critério trifásico da pena. Ou seja, a aplicação se desenvolvem nessas 3 fases resumidamente explicadas.
A execução é o cumprimento da pena após não caber mais recursos da defesa ou da acusação. O cumprimento deve ser individualizado tomando por parâmetros critérios objetivos e subjetivos. O art. 5º inciso XLVIII prevê “a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado”. As formas de execução da pena estão previstas nas Lei de Execução Penal (7.210/84).
PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE PESSOAL OU DA PERSONALIDADE DA PENA
Conforme inciso XLV do art. 5º “Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei,  estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido.” 
Esse princípio quer significar que só o condenado sofrerá a reprimenda do Estado ficando assegurado ao indivíduo lesado o direito de ressarcimento até o limite da herança transferida. O princípio é uma conquista histórica e visa evitar a vingança privada ou a extensão da pena aos parentes do condenado. A reparação do dano não é pena e sim sanção civil, portanto pode ser estendida aos sucessores em caso de falecimento do autor do delito.
PRINCÍPIO DA LIMITAÇÃO DAS PENAS
O princípio está insculpido no art. 5º XLVII da CF/88 e impede a aplicação de determinadas penas consideradas inadequadas para o estágio de evolução da nossa sociedade: 
art. 5º XLVII “Não haverá penas: 
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; 
b) de caráter perpétuo; 
c) de trabalhos forçados; 
d) de banimento; 
e) cruéis.”
A pena de morte é o cerceamento da vida, ou homicídio estatal, é vedada por ser uma pena de caráter irracional e não tem finalidade ressocializadora. É admitida em caso de guerra declarada, mesmo assim nos casos expressamente previstos nos crimes militares em tempo de guerra, o art. 87, XIX da CF prevê a competência do Presidente da República para:
“XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional;”
A pena de caráter perpétuo é a imposição pelo restante da vida do condenado, de uma pena seja privativa de liberdade ou restritiva de direito, tal pena é vedada pois fere a dignidade da pessoa.
Trabalhos forçados é a redução à condição de escravo do Estado, sendo o condenado obrigado a a prestar serviços contra a sua vontade, não se confunde com trabalhos e atividades laborativas nos presídios e externos que são incentivados pela lei de Execução Penal.
Banimento era uma pena aplicada que consistia na privação, para sempre, dos direitos de cidadania e proibição perpétua de habitar o território nacional.
As Penas cruéis são as imposições de padecimentos e castigos físicos e morais ao agente condenado. São consideradas penas cruéis: sofrimento físico ou moral,  a tortura, física ou psicológica, a privação das condições mínimas de existência, a desmoralização, a marcação a fogo, a amputação de membros, os maus-tratos.
PRINCÍPIO DO RESPEITO AO PRESO
Esse princípio está previsto na Constituição no art. 5º XLIX e determina um dever ao estado de respeitar a integridade física, moral e os demais direitos do condenado não perdidos pela imposição da pena: 
Art. 5º XLIX “É assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral” 
O Art. 5º  inciso L prevê o respeito à mulher condenada em situação de lactante:: 
Art. 5º L “às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação”
Existem previsões esparsas pelas leis penais e processuais penais de garantias de respeito ao condenado de do preso provisório, entre elas pode-se citar:
Art. 38 do CP - “O preso conserva todos os direitos não atingidos pela perda da liberdade, impondo-se a todas as autoridades o respeito à sua integridade física e moral.”
Art 40 da LEP: “Impõe-se a todas as autoridades o respeito à integridade física e moral dos condenados e dos presos provisórios”
PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DA INOCÊNCIA OU DA NÃO CULPABILIDADE:
O princípio está previsto no inciso LVII do art. 5º da Constituição Federal: 
“Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória.”
Esse princípio deriva também da Convenção Americana sobre Direitos Humanos em seu art. 8º, nº 1: 
‘Toda pessoa acusada de delito tem direito a que se presuma sua inocência enquanto não se comprove legalmente sua culpa.’
PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE:
Considerado princípio constitucional implícito, postula que a intervenção penal somente é admissível, quando os demais ramos do direito não conseguem resolver os conflitos sociais. O direito penal é considerado a “última ratio”. O direito penal deve ser necessário para proteger o bem jurídico, somente quando outro método de controle social (menos lesivo) for ineficaz. Alguns autores entendem que o princípio da subsidiariedadepode ser chamado de princípio da intervenção mínima.
2. A LEI PENAL NO TEMPO
A importância desse tema diz respeito à aplicação da lei no momento da ação ou resultado. Existem várias teorias para determinar em qual momento o crime pode considerar como praticado e qual a lei que deve ser aplicada. 
A teoria da Atividade preceitua que o crime é considerado praticado no momento da ação ou omissão.
A teoria do resultado considera praticado o crime no momento em que ocorreu o resultado.
A teoria mista ou da Ubiquidade prevê que o momento do crime pode ser tanto o momento da ação/omissão quanto no momento da ocorrência do resultado.
O Brasil adotou a teoria da ATIVIDADE, conforme percebe-se no art. 4º do CP:
CP art. 4º- “Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.”
Ex: Um menor de idade, com 17 anos, 11 meses e 29 dias pratica a conduta de matar alguém, e a vítima só morre 5 dias depois, quando o menor já teria completado 18 anos. Pela teoria do resultado o agente teria praticado o crime de homicídio (art. 121 do CP). Entretanto, pela teoria da Atividade o agente era menor de idade e portanto inimputável, teria praticado apenas ato infracional e estaria sujeito às medidas sócio-educativas. Pela teoria da ubiquidade, chegaria ao absurdo de deixar para a interpretação do juiz, do convencimento da defesa ou do MP decidir se foi ato infracional ou crime. 
Dentro do tema “lei penal no tempo” discute-se a questão da sucessão da lei no tempo. A regra geral é que o tempo rege o ato (tempus regit actum), ou seja, se o cidadão comete o crime na vigência da lei XXX esta será aplicada. Todavia, existem princípios constitucionais e penais que incidem sobre a lei penal no tempo. O princípio da irretroatividade da lei penal mais grave ou princípio da extra-atividade da lei penal, que retroage se a lei penal for mais favorável. 
Lei mais grave, ou lei gravosa (LEX GRAVIOR). A lei posterior mais severa em comparação com a lei anterior possui IRRETROATIVIDADE ABSOLUTA. Também chamado de “novatio legis in pejus”- nova lei em prejuízo. Somente serão aplicadas aos fatos ocorridos após sua vigência. 
Lei mais favorável, lei melhor (LEX MITIOR). Aplica-se a lei mais favorável ao agente. A leia mais benigna prevalecerá sempre em favor do agente quer seja a anterior (ULTRATIVIDADE), quer seja a posterior (RETROATIVIDADE) Francisco de Assis Toledo, pág. 35
“Novatio legis in mellius” existe quando a lei nova é melhor para o réu, esse princípio está previsto no art. 2º do CP:
“A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.”
Abolição do crime, ABOLITIO CRIMINIS . A lei posterior aboliu o crime, tornando o fato impunível produz a extinção da punibilidade prevista no art. 107, III do CP (item 9 do programa de matérias):
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:
III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso;
A questão na jurisprudência já foi pacificada conforme Súmula 611 do STF:
“Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao juízo das execuções a aplicação de lei mais benigna.”
Terceira lei ou LEX TERTIA, é a combinação dos preceitos e critérios mais favoráreis da lei anterior e ao mesmo tempo alguns preceitos da lei posterior. No ordenamento brasileiro é proibida, pois é vedado ao juiz legislar e inovar na ordem jurídica. Contra a Lex tertia: Nelson Hungria, Heleno Fragos, Anibal Bruno. A favor: BAsileru Garcia, Celso Delmanto, Frederico Marques e Assis Toledo. O STF é contra, conforme posicionamento nos RCrim 1381 e RCrim 1412.
NORMAS PROCESSUAIS E DE EXECUÇÃO:
Aplicam-se desde logo, não sofrem influência de “lex gravior” ou “lex mitior”, exceto quando forme de direito material ou seja, qfue tenham natureza de norma penal.
DIREITO TEMPORAL NA MEDIDA DE SEGURANÇA
A medida de segurança possui caráter curativo e não se confunde com pena. Regem-se pela lei vigente ao tempo da sentença ou pela lei que se suceder durante a execução, ou seja, a lei tem aplicação imediata. 
Para Toledo, “ainda que possam apresentar-se mais gravosas, pois os remédios reputados mais eficientes, não podem deixar de ser ministrados aos pacientes, deles carecedores, só pelo fato de serem mais amargos ou dolorosos (TOLEDO, p. 41)
NORMAS PENAIS EM BRANCO.
São aquelas que estabelecem a cominação penal, ou seja a sanção penal, mas remetem a complementação da descrição da conduta  proibida a para outras normas penais, regulamentares ou administrativas. Ex. o Art,. 269 do CP pervê com crime : “Deixar o médico de denunciar à autoridade pública doença cuja notificação é compulsória.” Se a norma que complementa a Norma penal em branco for revogada ou alterada, deixando de configurar crime, a conduta passa a ser lícita havendo retroatividade da norma extra-penal.
LEI EXCEPCIONAL OU TEMPORÁRIA
Esta prevista no art. 3º do CP:
Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.
Ex. A lei que proíbe a venda de bebida alcoólica no período das eleições é temporária. Passado o período eleitoral, aquele agente que cometeu a conduta, continuará a responder pelo crime.
3.  LEI PENAL NO ESPAÇO
Regula a aplicação  da lei penal no território nacional e especifica quando é aplicável a lei estrangeira. O primeiro princípio é o da TERRITORIALIDADE Mitigada. A regra é de que se aplica a lei brasileira aos crimes praticados no território nacional. O princípio da territorialidade está previsto no art. 5º do CP:
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional.
A exceção é a aplicação das convenções, tratados e regras de direito internacional. Tem-se por exemplo, um membro do quadro diplomático de um outro país que comete o crime no Brasil, estará sujeito à lei do país de origem por força de tratado que confere imunidade diplomática. (princípio da INTRATERRITORIALIDADE)
O território brasileiro tem dois conceitos: sentido jurídico que é o espaço sujeito à soberania do Estado brasileiro; e o sentido material/efetivo/ físico que é o espaço territorial abrangido pelas fronteiras do país, solo, subsolo, rios, lagos, mar territorial, espaço aéreo. O mar territorial compreende o espaço de 12 milhas marítimas a partir da costa brasileira, conforme previsão da lei 8617/93 art. 1º:
Art. 1º O mar territorial brasileiro compreende uma faixa de doze milhas marítima de largura, medidas a partir da linha de baixa-mar do litoral continental e insular brasileiro, tal como indicada nas cartas náuticas de grande escala, reconhecidas oficialmente no Brasil.
Parágrafo único. Nos locais em que a costa apresente recortes profundos e reentrâncias ou em que exista uma franja de ilhas ao longo  da costa na sua proximidade imediata, será adotado o método das linhas de base retas, ligando pontos apropriados, para o  traçado da linha de base, a partir da qual será medida a extensão do mar territorial.
O espaço aéreo corresponde ao espaço do céu que encobre o mar territorial, solo e o leito dos cursos d’água. 
TERRITÓRIO POR EXTENSÃO:
É uma ficção que se apoia no sentido jurídico de território, está previsto no art. 5º § 1º:
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.
Assim, uma aeronave de bandeira brasileira no espaço aéreo estrangeiro ou em alto mar é considerada território brasileiro. Todavia, embora tenha previsão no art. 7º I -a) do CP, mesmo sendo um crime praticado no estrangeiro,dentro de um navio da Marinha do Brasil ou em um avião da Aeronáutica, contra a vida do Presidente da República, considera-se que o crime foi cometido no território brasileiro.
PASSAGEM INOCENTE
É o trânsito de aeronave ou embarcação estrangeira pelo território brasileiro com o objetivo de chegar a outro destino. A previsão está no art. 3º da lei 8617/93:
Art. 3º É reconhecido aos navios de todas as nacionalidades o direito de passagem inocente no mar territorial brasileiro.
§ 1º A passagem será considerada inocente desde que não seja prejudicial à paz, à boa ordem ou à segurança do Brasil, devendo ser contínua e rápida.
§ 2º A passagem inocente poderá compreender o parar e o fundear, mas apenas na medida em que tais procedimentos constituam incidentes comuns de navegação ou sejam impostos por motivos de força maior ou por dificuldade grave, ou tenham por fim prestar auxílio a pessoas a navios ou aeronaves em perigo ou em dificuldade grave.
DESTROÇOS DE EMBARCAÇÕES EM ALTO-MAR.
É considerado parte do território da embarcação cuja bandeira está registrado.
EMBAIXADA
É considerado território brasileiro, todavia não se aplica a lei brasileira em respeito às convenções internacionais. É a exceção prevista no caput do art. 5º do CP.
LUGAR DO CRIME
A definição do lugar do crime é de suma importância para saber qual o ordenamento jurídico aplicável, se houver conflito entre jurisdições de países diversos, no que tange ao momento da ação e  do resultado do crime. O Código Penal tratou de sanar as divergências quando previu o art. 6º, todavia para chegar até a previsão legal houve discussões em torno de três teorias, que dizem respeito ao momento da ação/ omissão e no que diz respeito ao resultado. Observe o art. 6 º: 
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
Nota-se que tanto faz o lugar da ação/ omissão, quanto o lugar do resultado, ou onde deveria produzir-se o resultado (abrange assim o crime tentado), tudo é o lugar do crime para efeitos penais.
Para Teles: “Três teorias buscam explicar o lugar do crime: a da atividade, que o considera praticado no lugar do comportamento, a do resultado, que leva em conta o lugar onde ocorre a consequência do comportamento, e a mista, ou da ubiquidade, que considera praticado o crime num como noutro lugar, tanto lá, quanto cá.
O direito penal brasileiro adota a teoria da ubiquidade para abranger tanto a omissão ou ação quanto o resultado.
Para memorizar o Lugar do crime e a teoria da Ubiguidade e o Tempo com a teoria da Atividade é bom utilizar o acróstico LUTA:
L U  T  A
U B  E  T
G I   M  I
A G  P  V
R U O   I
   I        D
D       A
A       D
D       E
E
Classificação do Crime quanto ao lugar do crime
Crime a distância ou crime de espaço máximo, é quando ocorre a conduta no país 1 e o resultado acontece no país 2. Ex. Uma pessoa desfere um tiro no Uruguai e atinge uma pessoa na cidade brasileira fronteiriça de Uruguaiana.
Crime plurilocal - crime realizado na comarca 1 e o resultado na comarca 2. Ex: Pessoa desfere um disparo numa pessoa em Contagem/MG e a vítima vem a falecer em Belo Horizonte/MG.
Crime em trânsito - envolve mais de 2 países. Crime iniciou no país 1, passou pelo país 2 e teve resultado no país 3. Ex. Droga que sai da Colômbia, passa pela Guiana Francesa e é vendida na Europa. Exceto se for vendida na França, pois a Guiana Francesa é território ultramarino da França, logo seria uma crime a distância.
Crime de Trânsito- ou de circulação são aqueles realizados na direção de veículo automotor ou os outros previstos no Código de Trânsito Brasileito (CTB). Bizú:cuidado, o examinador pode induzir a resposta e confundir com crime em trânsito ou crime no trânsito.
Crime no trânsito-  São crimes que não tenham previsão no CTB, mas são realizados na direção de veículo automotor. Ex. Pessoa quer matar alguém e utiliza o carro para praticar o homicídio. Bizú: só há previsão no CTB de homicídio Culposo (art. 302 - CTB). Se o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo será considerado Homicídio doloso previsto no art. 121 do CP.
CTB Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor:
Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
CP Art 121. Matar alguem:
Pena - reclusão, de seis a vinte anos
Princípio da nacionalidade ativa: aplica-se a lei penal da nacionalidade do agente, não importando a nacionalidade da vítima ou o lugar do crime.
Princípio da nacionalidade passiva: não significa que se aplica a nacionalidade da vítima. Só se aplica a lei penal da nacionalidade do agente, se atingir vítima da mesma nacionalidade (pegadinha) não importa o lugar do crime. Para Teles: “a nacionalidade passiva exige que, além de ser nacional o sujeito ativo do crime, seja nacional também o titular do bem jurídico atacado ou ameaçado de lesão. Ex. Crime de brasileiro contra brasileiro, em local diverso do território nacional, seja em alto-mar, seja em espaço aéreo de outro país, desde que não sejam julgados em outro país.
Princípio da defesa ou real: aplica-se a lei penal da nacionalidade da vítima ou do bem jurídico, nesse caso o ordenamento jurídico elegeu determinados bens jurídicos mais importantes para proteger. Não importa a nacionalidade do agente ou o lugar do crime.
Principio da justiça penal universal (ou cosmopolita): o agente fica sujeito à lei do país em que for encontrado, não importando a sua nacionalidade, a do bem jurídico lesado ou do lugar do crime. (crimes que o Brasil se obriga a reprimir em virtude de tratados)
Princípio da representação, subsidiário ou da bandeira: a lei penal nacional se aplica aos crimes praticados em aeronaves e embarcações privadas quando no estrangeiro e aí não sejam julgados.
EXTRATERRITORIALIDADE
São hipóteses que autorizam a aplicação da lei penal brasileira aos crimes que não foram cometidos no território nacional, mesmo que cometidos no estrangeiro.
Essa extraterritorialidade se divide em incondicionada (art. 7º inc I do CP) e condicionada (art. 7º inc II e § 3º).
Extraterritorialidade incondicionada, crimes contra a vida ou liberdade do Presidente da República, aplica-se a lei penal brasileira em conformidade com o princípio da Defesa Real ou da Proteção, ou seja, o ordenamento jurídico brasileiro conferiu a esses bens jurídicos. Assim como os crimes contra o patrimônio ou a fé pública da União, DF, Estados, Territórios e Municípios. Contra a administração pública, por quem está a seu serviço (pode ser estrangeiro). O crime de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil, parte da doutrina acha que aplica o princípio da Defesa Real, parte da doutrina entende que se aplica o princípio da Justiça Universal ou da Universalidade. 
Na extraterritorialidade incondicionada o agente é punido ainda que absolvido ou condenando no estrangeiro. Art. 8, nº 4 do Pacto de São José da Costa Rica, determina que ninguém pode ser julgado 2 vezes pelo mesmo fato. 
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: 
I - os crimes:
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; 
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público;
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; 
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;
Extraterritorialidade condicionada são crimes que embora praticados no estrangeiro se preenchidas determinadas condições, podem ser punidos pela lei penal brasileira. estão previstos no art. 7º II, na alínea a) vigora o princípio da justiça universal; na alínea b) foi considerado o princípio da personalidade ativa, ou seja, quandoo crime for praticado por brasileiro; e na alínea c) considerou-se o princípio da representação (pavilhão ou bandeira) quando o crime é praticado em aeronaves ou embarcações brasileiras em território estrangeiro. 
art 7º II - os crimes:  
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; 
b) praticados por brasileiro; 
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados
O art. 7º § 3º também é um caso de extraterritorialidade condicionada, pois se aplica a lei brasileira por crime cometido no estrangeiro contra brasileiro.
Art. 7º § 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior:
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; 
b) houve requisição do Ministro da Justiça.
OBS: O princípio da personalidade passiva refere-se a crime praticado por nacional contra outro nacional. De sorte que o § 3º do art. 7º não seria hipótese desse princípio, pois o sujeito ativo não seria brasileiro.
Por ser tratada como extraterritorialidade condicionada, as condições encontram-se previstas no art. 7º § 2º:
Art. 7º § 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: 
a) entrar o agente no território nacional; 
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado;
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; 
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; 
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável.
A alínea b) é caso de dupla tipicidade, pois o fato tem que ser crime nos dois países. Ex de crime impunível: Aborto praticado em outro país que não pune o aborto, ou em auto-mar. 
“Existe uma ONG no mundo, chamada Women on Waves, que viaja em um navio fazendo aborto em alto mar, atendendo mulheres de países onde a prática é proibida. Em alto mar, fora das fronteiras do país, terra de ninguém, a equipe médica pode fazer aborto e não ser condenada por crime, nem a mulher que está interrompendo a gravidez” http://sodapopcola.wordpress.com/2009/01/31/engravidei-e-agora/ 
http://www.womenonwaves.org/set-274-pt.html 
3. INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL
Diz respeito à forma que se deve extrair o significado e a extensão da lei penal em relação aos fatos da realidade.
4.1 Interpretação quanto ao sujeito que faz. 
Interpretação autêntica é aquela que é feita pelo próprio órgão que fez a norma. Ex de interpretação autêntica contextual é interpretação feita pelo legislador no próprio texto da lei penal. como é o caso da definição de crimes de funcionário público em que o próprio código Penal art. 327 prevê a definição do termo funcionário público.
Existe também a interpretação autêntica posterior que é a realizada pelo sujeito da regra que se interpreta depois de ditada a lei, com o fim de acabar com as incertezas ou obscuridade.
Interpretação doutrinária é a realizada pelos escritores (doutrinadores) de direito, em seus comentários às leis. 
Interpretação judicial é a que advém dos órgãos jurisdicionais no corpo de alguma decisão ou acórdão. A publicação de artigos e opiniões de juízes de ministros do STF e STJ, mesmo que em sites do judiciário são interpretações doutrinárias e não judiciais.
4.2 Quanto aos meios empregados a interpretação pode ser:
Gramatical, literal, sintática, semântica, linguística, verbal ou filológica. é a regra de interpretação que utiliza o uso comum da linguagem ou a linguagem técnica desvendando seu significado semântico.
Interpretação lógica, teleológica ou racional é a interpretação que busca decifrar a vontade ou intenção objetivada na lei. Busca descobrir o significado dos preceitos na verdadeira vontade da lei.
4.3 Interpretação quanto aos resultado obtido.
A Interpretação declarativa ocorre quando a eventual dúvida se resolve pela correspondência entre a letra e a vontade da lei, sem conferir ao entendimento um sentido mais amplo ou mais restrito. A lei diz aquilo que deveria dizer.
A interpretação  restritiva ocorre quando a lei diz mais do que pretendia. Ex. art. 28, I CP
Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: 
I - a emoção ou a paixão;
O conceito de emoção e paixão é muito amplo e plurissignificativo. 
A interpretação extensiva ocorre quando a lei diz menos do que deveria esclarecer. Ex. Art. 235 do CP.
Art. 235 - Contrair alguém, sendo casado, novo casamento:
O conceito de casamento deve ser complementado por conceitos de direito civil no ramo de direito de família. Da mesma forma o art. 237 cujos termos impedimento e nulidade devem ser complementados pelo direito civil:
Art. 237 - Contrair casamento, conhecendo a existência de impedimento que lhe cause a nulidade absoluta:
Interpretação Analógica ou analogia intra legem
Analogia é um tipo de interpretação em que diante de um caso concreto para qual não haja previsão legal, utiliza-se outra norma que resolva caso parecido. 
A interpretação analógica é um espécie da interpretação extensiva em que o intérprete vai alargar o entendimento ou conceito jurídico de outra lei (ou outra parte da mesma lei) para aquele caso concreto. A lei existe e é sua vontade a extensão de seu conteúdo aos casos análogos. Existe uma previsão legal que autoriza alargar o entendimento de outras hipóteses que serão abrangidas pelo tipo penal. É o exemplo do crime de homicídio em que o legislador não previu todas as formas que se poderia matar, então ao prever o homicídio qualificado, utilizou de uma fórmula geral que abrangesse outras formas de matar. Ex:
Art 121. Matar alguem:
Homicídio qualificado
§ 2° Se o homicídio é cometido:
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
II - por motivo futil;
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
Esse é um mecanismo que possibilita a interpretação analógica. Como por ex. uma pessoa que é amarrada e para ser morta é deixada sem alimentos e imunda até adoecer e morrer lentamente de inanição, configurando assim “outro meio insidioso ou cruel”
ANALOGIA
Como já diferenciado, analogia consiste na aplicação a uma hipótese não prevista em lei, ou disposição legal ou princípio legal ou princípio jurídico aplicáveis a um caso concreto semelhante.
Analogia legal (legis) quando o caso não previsto na lei é regulado por um preceito legal que rege um caso semelhante.
Analogia Jurídica (IURIS ou JURIS). quando o princípio para o caso se deduz do espírito e do sistema do ordenamento jurídico considerado em seu conjunto, se confunde com a aplicação dos princípios gerais do direito que são uma forma de integração da norma.
Analogia in Bonam Partem é o tipo de analogia que ao ser aplicada beneficia ao réu. Como por exemplo a previsão de autorização do aborto de que fosse resultado de estupro, porém não estava prevista na norma a gestação resultante de atentado violento ao pudor: 
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico:
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal.
Existia até a edição da lei  Lei nº 12.015, de 2009 duas figuras típicas diferentes: estupro (antigo art. 213) e o atentado violento ao pudor (antigo art. 214) tais tipos foram abrangidos pelo mesmo crime de estupro. Dessa forma, antes da citada lei fazia-se uma analogia in bonam partem para autorizar o aborto de gravidez resultante de Atentado violento ao pudor. Com a lei 12.015, de 2009 essa omissãoonissão legislativa fora sanada.
Analogia in Malam Partem ocorre quando o sujeito é prejudicado pela sua aplicação, sendo vedada no direito penal brasileiro em virtude do princípio da legalidade e taxatividade. Não se pode aplicarum entendimento não previsto taxativamente em lei para criar crime (tertia lege), aumentar penas ou agravar a situação do acusado.
5. INFRAÇÃO PENAL: ELEMENTOS E ESPÉCIES.
O termo Infração Penal no direito brasileiro deve ser entendido com gênero, e refere-se de forma ampla aos crimes/delitos e às contravenções penais, que são as espécies.
O Brasil adotou o critério bipartido para a definição de infrações penais, ou seja, de uma lado figura os crimes e os delitos (que são entendidos como sinônimos) e do outro as contravenções.
Existe uma definição legal para diferenciar os crimes das contravenções que foi descrito no art. 1º do Decreto-lei 3914 de 1941 (Lei de Introdução ao Código Penal.):
Art 1º Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; contravenção, a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas. alternativa ou cumulativamente.
Para Nelson Hungria, as contravenções penais são consideradas “delitos anões, devem, em geral, tocar as infrações consideradas menos graves, ou seja, aquelas que ofendam bens jurídicos não tão importantes como aqueles protegidos quando se cria a figura típica de um Delito” (Greco, 2008, p.38)
Cuidado deve se ter, com a definição sobre crime e contravenção, a partir do critério das penas, pois, com a edição da lei 11.343/2006, o tipo penal previsto no art. 28 não possui nenhuma das penas previstas no art. 1º da Lei de Introdução ao Código Penal.
Art. 28.  Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas:
I - advertência sobre os efeitos das drogas;
II - prestação de serviços à comunidade;
III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.
Para definir em qual espécie se situa o tipo penal de quem é usuário de drogas, deve-se fazer uma leitura sistêmica da lei Antidroga e situar o tipo no CAPÍTULO III “DOS CRIMES E DAS PENAS”, para inferir que o citado dispositivo trata de crime e não contravenção.
A definição de crime é mais complexa, pois envolve o ponto de vista do observador. Pode ser um conceito formal (previsto na lei), pode ser um conceito material (conduta que viola materialmente alguns bens jurídicos importantes) e pode também ser um conceito analítico ( que analisa a conduta sobre diferentes enfoques e por diferentes perspectivas). 
Para o conceito analítico de crime este é composto pela ação típica (previsão em um tipo penal), ilícita (contrária ao direito) e culpável (possibilidade de imputar a alguém a culpa).
Elementos da infração penal.
Quando se fala de elementos, trata-se requisitos necessários para a configuração do delito, de forma que se forem retirados quaisquer desses elementos, o crime já não mais existe.
Dentro do FATO TÍPICO existe uma Conduta que pode ser dolosa (vontade) ou culposa (sem a vontade mas que acontece por imprudência, negligência ou imperícia), omissiva (quando não age) ou comissiva (quando age). Essa conduta vai gerar um Resultado (naturalístico ou normativo) e entre a conduta e o resultado há que se ter obrigatoriamente um nexo de causalidade, ou seja, um liame/ligação. A tipicidade que existe no fato típico poder ser formal (a simples descrição do fato como crime na lei penal) como pode ser conglobante ( para ser crime a conduta tem que ofender todo o ordenamento jurídico e não somente o direito penal)
Dentro do elemento ANTIJURIDICIDADE (ou ILICITUDE), está a análise da relação de contrariedade, de antagonismo, que se estabelece entre a conduta do agente e o ordenamento jurídico, para essa análise o agente não pode ter atuado em: estado de Necessidade; legítima defesa; estrito cumprimento do dever legal; exercício regular de direito (art. 23 do CP); ou ainda, quando não houver o consentimento do ofendido como causa supralegal de exclusão da ilicitude. 
O último elemento da infração penal é a CULPABILIDADE, que é a análise do fato sobre o prisma do juízo de reprovação que aquela conduta merece no Direito. Integram a culpabilidade a imputabilidade; potencial consciência sobre a ilicitude do fato e a exigibilidade de conduta diversa.
6. SUJEITO ATIVO E PASSIVO DA INFRAÇÃO PENAL
O sujeito ativo é pessoa que pode praticar a conduta descrita no tipo penal. Via de regra somente o ser humano pode cometer crimes. Para a CF/88 em seu art. 225 § 3º e a lei 9605/1998 em seu art. 3º, a pessoa jurídica pode cometer crime:
CF/1988 Art. 225 § 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.
L. 9.605/1998 Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade.
O STJ decidiu no mesmo sentido, conferiu eficácia aos citados dispositivo ao prever a possibilidade do cometimento de Crime ambiental por pessoa jurídica, desde que tenha a “intervenção  de uma pessoa física e em benefício do ente moral”, filiou-se à corrente da imputação objetiva, conforme REsp 564960/SC 5ª Turma, Rel. Ministro Gilson Dipp, DJ de 13/06/2005. 
Todavia, Rogério Greco, René Ariel Dotti e Luiz Regis Prado entendem que a Pessoa Jurídica não poderia ser sujeito ativo de crime por lhe faltar o elemento da imputabilidade, visto que esta é inerente aos seres humanos. (GRECO, 2008: 177)
Lembre-se que animal não comete crime, portanto, não pode ser sujeito ativo, pode ser entretanto um meio para o cometimento de crime, ou pode resultar em crime por falta de cautela do proprietário. Ex: Agente, por alcunha “Pitt Boy”, determina ao seu cão da raça Pitt Bull para atacar seu desafeto. nesse caso, o sujeito ativo é “Pitt Boy”. 
Ex: Um cão da raça Pitt Bull escapa da casa de seu proprietário, que havia deixado o portão aberto, e lesiona o vizinho. Nesse caso, o sujeito ativo é o proprietário do animal que agiu com culpa e foi omisso na guarda do animal (que também é contravenção penal prevista no art. 31 da LCP)
Criança e adolescente não podem ser sujeitos ativos de crimes, visto que cometem ato infracional, conforme previsão do Estatuto da Criança e do Adolescente:
ECA Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou contravenção penal. 
ECA Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei.
Alguns crimes chamados crimes próprios são praticados apenas por determinados sujeitos ativos. A lei determina quem pode cometê-lo, ou seja, está condicionado a determinadas condições pessoais. Ex. O art. 312 só pode ter como sujeito ativo o funcionário público: 
Peculato
CP Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa
Nos crime comuns qualquer pessoa (imputável) poderá ser sujeito ativo.
O Sujeito passivo é a pessoa sobre a qual recai a conduta delitiva. O sujeito passivo formal é o Estado visto que é formalmente quem sofre a desobediência da norma penal. O sujeito material é a pessoa que é titular do Bem ou interesse tutelado. (GRECO, 2008: 179). Rogério Greco adverte que a pessoa jurídica pode ser vítima, ou sujeito passivo de alguns crimes dos quais pode ser titular de bens jurídicos. Todavia, a PJ não pode ser sujeito de crime de Injúria, visto que não possui a chamada honra subjetiva”:
Injúria
CP Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
Entretanto, a pessoa jurídica pode ser vítimade Difamação, visto que a honra é objetiva, ou seja, o conceito ou boa fama (reputação) que a pessoa jurídica goza na comunidade:
Difamação
CP Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:
7. CONCEITO DE CRIME, FATO TÍPICO, ILICITUDE, CULPABILIDADE E PUNIBILIDADE
Fato típico ou tipicidade é a relação de adequação perfeita, exata, total, entre o fato da vida e o tipo legal de crime. TELES, Direito Penal. http://www.neymourateles.com.br/direito-penal/wp-content/livros/pdf/volume01/9.pdf
Os elementos do fato típico são a  conduta humana, a consequência dessa conduta se ela a produzir (o resultado), a relação de causa e efeito entre aquela e esta (nexo causal) e, por fim, a tipicidade. 
A conduta ou ação é analisada sobre o prisma da Teoria Finalista, segundo a qual deve haver a vontade do agente com o fim de cometer o crime. Para Teles, a finalidade da ação engloba não somente o fim escolhido, mas também os meios utilizados e os efeitos desta utilização. WELZEL estruturou a Teoria Finalista da Ação ou Teoria da Ação Final, que diz ser toda ação uma atividade humana final, ou o exercício da atividade finalista. 
Para a Teoria jurídico-penal: 
“Ação é o comportamento humano, dominado ou dominável pela vontade, dirigido para a lesão ou para a exposição  a perigo de um bem jurídico, ou, ainda, para a causação de uma previsível lesão a um bem jurídico.” TOLEDO, apud TELES.
Para a Teoria social da ação:
“A teoria social da ação (...) vê na relevância social do fazer ou da omissão humanos o critério conceitual comum a todas as formas de comportamento. Engloba o agir como  fator sensível da realidade social, com todos os seus aspectos pessoais, finais, causais e normativos.” WESSELS, Johannes, apud, TELES.
A conduta é representada pela ação ou omissão que via de regra se manifesta pela vontade de fazer ou de não fazer. Porém, pode haver conduta sem vontade, como por exemplo a coação física absoluta ou força irresistível, movimentos reflexos, estados de inconsciência. 
Na coação física irresistível revela-se a inexistência de vontade, pela ação material externa imprimida contra o agente. Ali existe consciência do fato, mas não há vontade. No movimento reflexo, não há nem consciência acerca do fato e, de consequência, não pode haver vontade. Nos chamados estados de inconsciência, não existe, simplesmente,  a consciência. O agente encontra-se absolutamente privado da possibilidade de saber qualquer coisa. É como se ele estivesse cego, surdo, mudo e em sono profundo. Logo, não pode querer.
Prevê o art. 13 do CP que para haver resultado que é outro elemento do fato típico, deverá haver ação ou omissão:
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.
Do conceito de omissão resulta os conceitos de crimes omissivos próprios e impróprios. Teles prevê que crime omissivo próprio é a abstenção de um comportamento determinado por uma norma penal incriminadora. Para existir a omissão própria, é necessário que exista um tipo legal de crime descrevendo uma conduta omissiva, como, por exemplo, no art. 269 do Código Penal: “Deixar o médico de denunciar à autoridade pública  doença cuja notificação é compulsória.”
Os crimes omissivos impróprios ou omissão imprópria, também chamada comissão por omissão, e que dá lugar aos delitos omissivos impróprios ou comissivos por  omissão, ou, ainda, comissivos  omissivos, é a abstenção de um movimento corpóreo final que o sujeito devia e podia  realizar para impedir a produção de um resultado lesivo de um bem jurídico. (TELES, 2012). Assim, ocorre comissão por omissão quando em consequência da inação, o resultado acontece, o sujeito que devia e podia agir responde pelo fato, como se tivesse agido. 
Assim prevê o art. 13 § 2º:
“art. 13 § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: 
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; 
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; 
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.”
A Conduta dolosa quando o agente “quis o resultado”, e é também quando, mesmo sem querê-lo, o agente  “assume o risco” de sua produção, o que significa aceita o resultado se este vier ocorrer. 
8. EXCLUDENTES DE ILICITUDE
http://entendeudireito.blogspot.com.br/2014/11/excludentesnodireitopenalilicitude.html 
A Ilicitude representa tudo aquilo que é contrário ao direito, à lei. Assim, tudo aquilo que a lei proíbe é ilícito. Nesse mesmo sentido, podemos dizer que todo crime é ilícito, pois é contrário à forma como a lei nos instrui a se comportar. Entrementes, apesar de todo crime, a priori, ser considerado um ato ilícito, haverá situações em que mesmo cometendo um crime, isto é, praticando uma conduta expressamente proibida pela lei, a conduta do agente não será considerada ilícita. É o que denominamos de "excludentes da ilicitude". Essas causas são previstas expressamente em nosso ordenamento jurídico, no Código Penal em seu artigo 23, tendo o poder de isentar um indivíduo da ilicitude de um fato, quando o pratica sob determinadas circunstâncias.
São quatro as causas excludentes da ilicitude, a saber: estado de necessidade, legítima defesa, estrito cumprimento de dever legal ou exercício regular de direito.
O CONSENTIMENTO DO OFENDIDO É EXCLUDENTE DE ILICITUDE?
Estamos falando das causas legais (que estão descritas no código).
O CONSENTIMENTO DO OFENDIDO é uma CAUSA SUPRALEGAL, ou seja, leva em consideração as normas culturais para determinar se houve ou não crime. Sabemos que o direito escrito não esgota todas as possibilidades da conduta social, então para decidirmos se um fato é ilícito ou não devemos observar as normas culturais da sociedade.
Existe divergência doutrinária a respeito à possibilidade ou não de se admitir as causas supralegais excludentes de antijuridicidade em nosso Direito Penal, tendo como exemplo o “consentimento do ofendido”.
De acordo com parte dos doutrinadores, não existe a possibilidade das causas supralegais excludentes de antijuridicidade (Eugênio Raúl Zaffaronoi, Nélson Hungria e Assis Toledo, dentre outros), outra parte defende que existe essa possibilidade (CEZAR ROBERTO BITENCOURT, GUILHERME DE SOUZA NUCCI, ANÍBAL BRUNO, dentre outros.) De qualquer forma, não é causa LEGAL e sim SUPRALEGAL.
EXCLUDENTE DE TIPICIDADE
A tipicidade (primeiro substrato do crime) é subdividida em tipicidade formal e material. A tipicidade formal configura identificação entre a conduta e o descrito na lei.
Já a tipicidade material é o real insulto ao bem jurídico tutelado. É importante observar essa diferença, vez que a aplicação do Princípio da Insignificância vislumbra justamente a prática de um ato típico formal, mas materialmente atípico, ou seja, uma conduta tipificada na lei, mas na qual inexiste relevante e intolerável lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado. 
Excludentes da tipicidade
1) Coação física (vis corporalis) absoluta (ou irresistível);
2) Aplicação do princípio da insignificância.
Adotada a teoria da tipicidade conglobante (ou seja, sendo a conduta tanto atípica formal como materialmente), o estrito cumprimento do dever legal e o exercício regular do direito passam a excluir a tipicidade e não a antijuridicidade ou ilicitude.
O direito prevê causas que excluem a ilicitude (causas excludentes, justificativas, eximentes ou descriminantes). São normas permissivas, que segundo o entendimento dado não excluem também a tipicidade. Mas tendo em vista a teoria dos elementos negativos do tipo, estas normas eliminam aquela. Não há que se falar fato típico sem a antijuridicidade. A lei penal brasileira em seu artigo 23 adota a expressão “não há crime” quando o agente pratica a conduta mediante o estado de necessidade, legítima defesa, estrito cumprimento dedever legal e exercício regular de direito. É importante salientar que as normas permissivas não estão somente instituídas na Parte Geral do CP, mas também na Parte Especial,
EXCLUDENTES DE ILICITUDE, CAUSAS DE JUSTIFICAÇÃO ou DESCRIMINANTES
São situações que fazem com que o fato, embora típico, ou seja, amoldado a um modelo legal de conduta previsto como crime – o tipo penal não
assuma um caráter de contrariedade ao direito.
Artigo 23/CP: excludentes genéricas:
ESTADO
DE NECESSIDADE;
LEGÍTIMA
DEFESA;
EXERCÍCIO
REGULAR DE DIREITO;
ESTRITO
CUMPRIMENTO DE DEVER LEGAL.
IMPORTANTE: que o agente aja com consciência de que está acobertado por uma causa de justificação.
ESTADO DE NECESSIDADE artigo 24/CP
Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.
§ 1º – Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo.
§ 2º – Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços.
É uma situação de perigo atual de interesses legítimos e protegidos pelo Direito, em que o agente, para afastá-la e salvar um bem jurídico próprio ou de terceiros, não tem outro meio senão o de lesar o interesse de outrem, igualmente legítimo.
Tratas-se de causa excludente da antijuridicidade. Assim, embora seja típico o fato, não há crime em face da ausência de ilicitude.
Estado de necessidade, com excludente de culpabilidade
Art. 39. Não é igualmente culpado quem, para proteger direito próprio ou de pessoa a quem está ligado por estreitas relações de parentesco ou afeição, contra perigo certo e atual, que não provocou, nem podia de outro modo evitar, sacrifica direito alheio, ainda quando superior ao direito protegido, desde que não lhe era razoavelmente exigível conduta diversa.
Estado de necessidade, como excludente do crime
Art. 43. Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para preservar direito seu ou alheio, de perigo certo e atual, que não provocou, nem podia de outro modo evitar, desde que o mal causado, por sua natureza e importância, é consideravelmente inferior ao mal evitado, e o agente não era legalmente obrigado a arrostar o perigo.
LEGÍTIMA DEFESA – artigo 25/CP:
Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
É a repulsa a injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem, usando moderadamente os meios necessários.
Trata-se de causa excludente da antijuridicidade. Assim, embora seja típico o fato, não há crime em face da ausência de ilicitude. O Estado, a partir do momento em que chamou a si a responsabilidade de distribuir justiça, aplicando a lei ao caso concreto, pretendeu terminar com a justiça privada, geradora de inúmeros excessos e incidentes incontroláveis. Entretanto, não podendo estar, através de seus agentes, em todos os lugares ao mesmo tempo, deve facultar à pessoa agredida a legítima defesa de seus direitos, pois, caso contrário, o direito deveria ceder ao injusto, o que é inadmissível.
ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL
Ensina o Professor Guilherme de Souza Nucci, que trata-se da ação praticada em cumprimento de um dever imposto por lei, penal ou extrapenal, mesmo que cause lesão a um bem juridicamente protegido de terceiros. Ocorre o estrito cumprimento do dever legal quando a lei, em determinados casos, impõe ao agente um comportamento. Nessas hipóteses, amparadas pelo artigo 23, III, do Código Penal, embora típica a conduta, não é ilícita. Exemplos de estrito cumprimento de dever legal, largamente difundidos na doutrina:
Policial que viola domicílio onde está sendo praticado um delito;
Emprego de força indispensável no caso de resistência ou tentativa de fuga;
Soldado de mata um inimigo no campo de batalha;
Oficial de justiça que viola domicílio para cumprir ordem de despejo, dentre outros.
EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO
Segundo ensina o Professor Guilherme de Souza Nucci, é o desempenho de uma atividade ou a prática de uma conduta autorizada por lei, que torna lícito um fato típico. Essa excludente da antijuridicidade vem amparada pelo art. 23, II do Código Penal, que emprega a expressão direto em sentido amplo. A conduta, nesses casos, embora antiética, não será antijurídica, ilícita.
Exemplos de exercício regular de direito largamente difundidos na doutrina:
Correção de filho pelo pai
Violência esportiva, praticada nos limites da competição
Prisão em flagrante por particular;
Direito de retenção por benfeitorias previsto no Novo Código Civil;
Desforço imediato no esbulho possessório.
Trote acadêmico ou militar;
NÃO EXISTE EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO NOS CASOS DE:
ESTUPRO PRATICADO PELO MARIDO CONTRA A ESPOSA.
CASTIGOS DOS PROFESSORES.
CULPABILIDADE
A culpabilidade é a reprovabilidade da conduta típica e antijurídica; é a possibilidade de se atribuir a alguém a responsabilidade por algum fato. Toda pena supõe culpabilidade, de modo que não pode ser castigado aquele que atua sem culpabilidade. A dosagem da pena será no limite da culpabilidade.
As excludentes de culpabilidade, também denominadas de dirimentes ou eximentes, são três:a) causas que excluem a imputabilidade;
b) causas que excluem a consciência da ilicitude e
c) causas que excluem a exigibilidade de conduta diversa.
São as seguintes as causas excludentes da culpabilidade: a) erro de proibição (artigo 21, caput);
b) coação moral irresistível (artigo 22, 1ª parte);
c) obediência hierárquica (artigo 22, 2ª parte);
d) inimputabilidade por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado (artigo 26, caput);
e) inimputabilidade por menoridade penal (artigo 27);
f) inimputabilidade por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior.
ELEMENTOS DA CULPABILIDADE
Só há culpabilidade se o sujeito, de acordo com suas condições psíquicas: a) podia estruturar sua consciência e vontade de acordo com o direito (imputabilidade); b) estava em condições de poder compreender a ilicitude de sua conduta (possibilidade de conhecimento da ilicitude), e; c) Se era possível exigir, nas circunstancias, conduta diferente daquela do agente (exigibilidade de conduta diversa).
EXCLUSÃO DA CULPABILIDADE
IMPUTABILIDADE:É a capacidade plena de distinguir a ação maligna da ação benigna. A imputabilidade consagra a aptidão para ser culpável, ocorre quando o sujeito é capaz de compreender a ilicitude de sua conduta e de agir de acordo com esse entendimento. Somente é reprovável a conduta se o agente tem certo grau de capacidade psíquica que lhe permita compreender a antijuridicidade do fato, se não à possui o sujeito é inimputável, eliminando-se a culpabilidade.
INIMPUTABILIDADE :
É imputável aquele que, embora portador de doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, tem capacidade de entender a ilicitude de seu comportamento e de se autodeterminar. A inimputabilidade não se presume e para ser acolhida deve ser provada em condições de absoluta certeza fornecida pelo exame pericial.
A comprovada inimputabilidade do agente não dispensa o juiz de analisar na sentença a existência ou não do delito apontado na denúncia quanto à inexistência de tipicidade ou de antijuridicidade. Inexistindo tipicidade ou antijuridicidade, o réu, embora inimputável, deve ser absolvido pela excludente do dolo ou da ilicitude, não se impondo, portando, medida de segurança. 
Estão previstas no Código Penal:
Exclusão de ilicitude (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - em estado de necessidade; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
 II - em legítima defesa;(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
 III - em estrito cumprimentode dever legal ou no exercício regular de direito.(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
 Excesso punível (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
 Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo.(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Estado de necessidade
 Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        § 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        § 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Legítima defesa
        Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
9. EXCLUDENTES DE CULPABILIDE
EXCLUDENTE DE CULPABILIDADE
A culpabilidade é a reprovabilidade da conduta típica e antijurídica; é a possibilidade de se atribuir a alguém a responsabilidade por algum fato.
Toda pena supõe culpabilidade, de modo que não pode ser castigado aquele que atua sem culpabilidade. A dosagem da pena será no limite da culpabilidade
Só há culpabilidade se o sujeito, de acordo com suas condições psíquicas: a) podia estruturar sua consciência e vontade de acordo com o direito (imputabilidade); b) estava em condições de poder compreender a ilicitude de sua conduta (possibilidade de conhecimento da ilicitude), e; c) Se era possível exigir, nas circunstancias, conduta diferente daquela do agente (exigibilidade de conduta diversa).
10 IMPUTABILIDADE
Inimputáveis
  Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Redução de pena
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Menores de dezoito anos
Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Emoção e paixão
 Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - a emoção ou a paixão; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Embriaguez
 II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
 § 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
 § 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
DO CONCURSO DE PESSOAS
Regras comuns às penas privativas de liberdade
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Circunstâncias incomunicáveis
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Casos de impunibilidade
Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
O concurso de pessoas, também denominado de concurso de agentes, concurso de delinquentes (concursus delinquentium) ou co-delinqüência, implica na concorrência de duas ou mais pessoas para o cometimento de um ilícito penal.
Há quem denomine, ainda, o concurso de pessoas de co-autoria ou co-participação.
Ocorre, no entanto, que essas expressões não são propriamente sinônimos de concurso de pessoas, mas sim espécies deste último, que abrange tanto a autoria quanto a participação.
Aliás, esse foi o entendimento da própria comissão reformadora da parte geral do Código Penal, conforme pode se ver do item
25 da exposição de motivos: "Ao reformular o Título IV, adotou-se a denominação ‘Do Concurso de Pessoas’ decerto mais abrangente, já que a co-autoria não esgota as hipóteses de concursus delinquentium".
Não há que se confundir o concursus delinquentium (concurso de pessoas) com o concursus delictorum (concurso de crimes) nem tampouco com o concursus normarum (concurso de normas penais). São três institutos penais totalmente distintos, muito embora possam vir a se relacionar.
O Código Penal Brasileiro não traz exatamente uma definição de concurso de pessoas, afirmando apenas no caput do art. 29 que "quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade".
O diploma penal pátrio dispõe, ainda, que "se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço" (art. 29, § 1º), bem como que "se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave" (art. 29, § 2º).Em nível doutrinário, tem-se definido o concurso de agentes como a reunião de duas ou mais pessoas, de forma consciente e voluntária, concorrendo ou colaborando para o cometimento de certa infração penal.
http://jus.com.br/revista/texto/13528/concursodepessoasdefinicaoeelementos#ixzz22hIehEDz 
É POSSÍVEL HAVER CONCURSO DE AGENTES EM CRIME CULPOSO?
Antes de se apresentar aquilo que a doutrina tem entendido como sendo majoritário, é preciso dizer que o tema é por certo controvertido. No entanto, abordaremos apenas aquilo que tem se apresentado como de maior força na doutrina.
A saber, inicialmente, só existem duas maneiras de se praticar uma infração penal (crime ou contravenção), que é justamente por meio de uma conduta dolosa – quando o agente realmente deseja algo e molda sua conduta visando este fim, ou então quando por não prever um resultado que até então era previsível, seja por ter sido negligente, imprudente ou ainda por ter ele ignorado um dever objetivo de cuidado. Resumindo, a lei penal brasileira só admite a prática de uma infração penal, quando houver dolo ou culpa.
Partindo desse princípio, e considerando que duas ou mais pessoas podem perfeitamente por meio de união de desígnios assentirem para a prática de um ato, conclui-se, portanto, que havendo dolo não há problema, o concurso de agentes se dá tranquilamente na forma prevista no artigo 29 do CP. E o mesmo vale para a participação dolosa.
Agora, respondendo a perguntafeita, e relembrando que esse tema é por deveras discutido na doutrina, mas ressaltando a majoritária. É possível notar que o problema surge justamente quando se retira o dolo do agente e passa-se a analisar sua conduta apenas na modalidade culposa.
A resposta positiva não esta errada, mas também não esta completamente certa. Isso porque, é preciso que se faça uma diferenciação do concurso de agentes pautado na figura da coautoria, daquele visto na forma da participação, posto que em se tratando desta última para sua verificação no caso em concreto, deve-se dividi-la em dolosa e culposa.
Desta forma, considerando o concurso de agentes em crime culposo, na modalidade co-autoria,ele se faz perfeitamente possível vez que duas pessoas podem perfeitamente, por meio de condutas culposas, quebrando com o dever objetivo de cuidado, agredirem bem juridicamente tutelado. Neste caso, os envolvidos responderão conjuntamente pela infração.
Exemplificando tal questão, vale citar o que aconteceu com a menor Grazielly de 3 anos, que morreu após ter sido atingida por um Jet ski, neste caso em especial, o delegado verificou um concurso de culpa e por isso indiciou 4 pessoas.
Deixando de lado a figura da co-autoria, doravante, o problema sobre esse tema surge justamente quando se fala na participação em crime culposo, considerando que é preciso verificar a natureza dessa participação, ou seja, se foi culposa ou dolosa.
A participação dita culposa, embora haja resistência por parte da doutrina, é sim possível de ser verificada, pois se uma pessoa estimula, incita ou provoca outra a ter uma conduta imprudente, a partir desse momento fica certo que ambos quebraram um dever objetivo de cuidado. Embora tenha sido um quem efetivamente realizou o núcleo do tipo, aquele que o inspirou em sua conduta será tido como participe e deverá responder a título de culpa.
Como exemplo de tal situação, vale dizer o que foi dito pelo professor Rogério Greco (2012), descrevendo a situação onde num veículo aquele que esta como carona induz o motorista a imprimir alta velocidade, só para que assim cheguem mais rápido a determinado lugar, ocorre que no trajeto o carro atropela um pedestre. Nesse caso, ambos não faziam previsão daquilo que era perfeitamente previsível, o que impõe ao motorista a devida imputação por crime culposo, assim como também ao carona que instigou o motorista a praticar tal fato, de forma que igualmente responderá pela infração praticada na modalidade participação culposa.
Até ai tudo bem, o problema surge quando se fala da participação dolosa em crime culposo. Sobre isso, realmente não se tem como aceitar a participação dolosa em crime culposo, posto que se alguém, DOLOSAMENTE, ínsita outra pessoa à adotar determinada conduta que sabidamente ensejará a prática de um ilícito penal, ainda que a pessoa instigada tenha realmente agido com culpa, aquele que o incitou, assim o fez já esperando a produção de um resultado, de forma que este deverá responder pelo mesmo crime, porém, na sua forma dolosa.
Exemplo: Mevelina sabendo que Tício deseja pregar uma peça (brincadeira) em Caio, seu inimigo mortal, entrega uma arma àquele dizendo que embora ela não funcione (não dispara!) serviria para assustar Caio. Acreditando nisso, Tício desejando assustar Caio e acreditando no que foi dito por Mevelina, imprudentemente aperta o gatilho que para sua surpresa dispara e mata Caio. Veja, embora Tício realmente tenha agido com culpa, o mesmo não pode ser dito sobre Mevelina que utilizou Tício com seu instrumento para a prática do crime, por isso que nesse caso, Tício responde por Homicídio culposo e Mevelina por homicídio doloso.
Resumindo, é sim possível a co-autoria em crime culposo, já no que tange a participação ela só será possível se for uma
participação culposa.
DAS PENAS
DAS ESPÉCIES DE PENA
        Art. 32 - As penas são: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        I - privativas de liberdade;
        II - restritivas de direitos;
        III - de multa.
SEÇÃO I
DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE
        Reclusão e detenção
        Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        § 1º - Considera-se: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média;
        b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar;
        c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado.
        § 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado;
        b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto;
        c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.
        § 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com observância dos critérios previstos no art. 59 deste Código.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        § 4o O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de regime do cumprimento da pena condicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais. (Incluído pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003)
        Regras do regime fechado
        Art. 34 - O condenado será submetido, no início do cumprimento da pena, a exame criminológico de classificação para individualização da execução. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        § 1º - O condenado fica sujeito a trabalho no período diurno e a isolamento durante o repouso noturno. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        § 2º - O trabalho será em comum dentro do estabelecimento, na conformidade das aptidões ou ocupações anteriores do condenado, desde que compatíveis com a execução da pena.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        § 3º - O trabalho externo é admissível, no regime fechado, em serviços ou obras públicas. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Regras do regime semi-aberto
        Art. 35 - Aplica-se a norma do art. 34 deste Código, caput, ao condenado que inicie o cumprimento da pena em regime semi-aberto. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        § 1º - O condenado fica sujeito a trabalho em comum durante o período diurno, em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        § 2º - O trabalho externo é admissível, bem como a freqüência a cursos supletivos profissionalizantes, de instrução de segundo grau ou superior. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Regras do regime aberto
        Art. 36 - O regime aberto baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade do condenado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        § 1º - O condenado deverá, fora do estabelecimento e sem vigilância, trabalhar, freqüentar curso ou exercer outra atividade autorizada, permanecendo recolhido durante o período noturno e nos dias de folga. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        § 2º - O condenado será transferido do regime aberto, se praticar fato definido como crime doloso, se frustrar os fins da execução ou se, podendo, não pagar a multa cumulativamente aplicada. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Regime especial
        Art. 37 - As mulheres cumprem pena em estabelecimentopróprio, observando-se os deveres e direitos inerentes à sua condição pessoal, bem como, no que couber, o disposto neste Capítulo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Direitos do preso
        Art. 38 - O preso conserva todos os direitos não atingidos pela perda da liberdade, impondo-se a todas as autoridades o respeito à sua integridade física e moral. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Trabalho do preso
        Art. 39 - O trabalho do preso será sempre remunerado, sendo-lhe garantidos os benefícios da Previdência Social. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Legislação especial
        Art. 40 - A legislação especial regulará a matéria prevista nos arts. 38 e 39 deste Código, bem como especificará os deveres e direitos do preso, os critérios para revogação e transferência dos regimes e estabelecerá as infrações disciplinares e correspondentes sanções. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Superveniência de doença mental
        Art. 41 - O condenado a quem sobrevém doença mental deve ser recolhido a hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, a outro estabelecimento adequado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Detração
        Art. 42 - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em qualquer dos estabelecimentos referidos no artigo anterior. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
SEÇÃO II
DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS
        Penas restritivas de direitos
          Art. 43. As penas restritivas de direitos são: (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
        I - prestação pecuniária; (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
        II - perda de bens e valores; (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
        III - limitação de fim de semana. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
        IV - prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas; (Incluído pela Lei nº 9.714, de 25.11.1998)
        V - interdição temporária de direitos; (Incluído pela Lei nº 9.714, de 25.11.1998)
        VI - limitação de fim de semana. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 25.11.1998)
        Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando: (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
        I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo;(Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
        II – o réu não for reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
        III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
        § 1o (VETADO)  (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
        § 2o Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos.  (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
        § 3o Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, em face de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
        § 4o A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando ocorrer o descumprimento injustificado da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade a executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão.  (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
        § 5o Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da execução penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-la se for possível ao condenado cumprir a pena substitutiva anterior. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
        Conversão das penas restritivas de direitos
        Art. 45. Na aplicação da substituição prevista no artigo anterior, proceder-se-á na forma deste e dos arts. 46, 47 e 48. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
        § 1o A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a seus dependentes ou a entidade pública ou privada com destinação social, de importância fixada pelo juiz, não inferior a 1 (um) salário mínimo nem superior a 360 (trezentos e sessenta) salários mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventual condenação em ação de reparação civil, se coincidentes os beneficiários. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
        § 2o No caso do parágrafo anterior, se houver aceitação do beneficiário, a prestação pecuniária pode consistir em prestação de outra natureza. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
        § 3o A perda de bens e valores pertencentes aos condenados dar-se-á, ressalvada a legislação especial, em favor do Fundo Penitenciário Nacional, e seu valor terá como teto – o que for maior – o montante do prejuízo causado ou do provento obtido pelo agente ou por terceiro, em conseqüência da prática do crime. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
        § 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
        Prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas
        Art. 46. A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é aplicável às condenações superiores a seis meses de privação da liberdade. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
        § 1o A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas consiste na atribuição de tarefas gratuitas ao condenado.  (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
        § 2o A prestação de serviço à comunidade dar-se-á em entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e outros estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou estatais. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
        § 3o As tarefas a que se refere o § 1o serão atribuídas conforme as aptidões do condenado, devendo ser cumpridas à razão de uma hora de tarefa por dia de condenação, fixadas de modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
        § 4o Se a pena substituída for superior a um ano, é facultado ao condenado cumprir a pena substitutiva em menor tempo (art. 55), nunca inferior à metade da pena privativa de liberdade fixada. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
        Interdição temporária de direitos (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Art. 47 - As penas de interdição temporária de direitos são:  (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato eletivo; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial, de licença ou autorização do poder público;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        III - suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        IV – proibição de freqüentar determinados lugares. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
        V - proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos.    (Incluído pela Lei nº 12.550, de 2011)
        Limitação de fim de semana
        Art. 48 - A limitação de fim de semana consiste na obrigação de permanecer, aos sábados e domingos, por 5 (cinco) horas diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado.  (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Parágrafo único - Durante a permanência poderão ser ministrados ao condenado

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