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FRATURA, FADIGA E FLUÊNCIA Aula 7 - 08/11/2017 MATÉRIA: CIÊNCIA E TECNOLOGIA DOS MATERIAIS PROFESSOR: LUIS VENANCIO UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO – UFMA CURSO DE BACHARELADO INTERDISCIPLINAR EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA PROGRAMA DA DISCIPLINA 1. Introdução a Ciência e Tecnologia dos Materiais. 2. Estrutura dos materiais: arranjos atômicos e iônicos. 3. Fundamentos de cristalografia. 4. Imperfeições em sólidos cristalinos. 5. Diagrama de fases 6. Polímeros, materiais compósitos e nano estruturados. 7. Propriedades dos materiais. 8. Seleção de materiais. DATA DESCRIÇÃO 06-Sep Introdução a Ciência e Tecnologia dos Materiais 13-Sep Estrutura dos Materiais: Arranjos atômicos e Iônicos 15-Sep Estrutura dos Materiais: Arranjos atômicos e Iônicos 20-Sep Fundamentos de Cristalografia 22-Sep Exercícios 27-Sep Exercícios 29-Sep Avaliação 1 04-Oct Cancelada 06-Oct Imperfeições em Sólidos Cristalinos 11-Oct Diagramas de Fases 13-Oct Ponto facultativo 18-Oct Polímeros, Materiais Compósitos e Nanoestruturados 25-Oct Exercícios 27-Oct Exercícios 01-Nov Avaliação 2 03-Nov Propriedades dos Materiais 08-Nov Fratura, Fadiga e Fluência 10-Nov Cerâmicas 17-Nov Seleção de Materiais 22-Nov Seleção de Materiais 24-Nov Seleção de Materiais 29-Nov Seleção de Materiais 01-Dec Avaliação 3 06-Dec Revisão 13-Dec Reposição 15-Dec Revisão 20-Dec Final 22-Dec Revisão Fratura – Fadiga - Fluência Por que alguns metais fragilizam-se em baixas temperatura? Pode um material fraturar com tensão inferior ao limite de escoamento? Por que os aviões têm uma vida útil finita? Em alguma situações a possibilidade de falha é parte do projeto de um componente..... Fratura Um material quando submetido à alguma forma de tensão pode: - Deformar (elástica ou plasticamente) - Fraturar Fratura – separação de um corpo em duas ou mais partes, em resposta a imposição de uma tensão de natureza estática e em temperaturas que sejam baixas relativamente à temperatura de fusão do material. (Callister, 2008) A fratura pode ser caracterizada como dúctil ou frágil. Ductilidade – função: -Temperatura - Taxa de deformação - Estado de tensão Representação esquemática do comportamento tensão- deformação para materiais frágeis e dúcteis carregados até a fratura Fratura Formação de trincas Propagação de trincas Modo da fratura Fratura Fratura dúctil – extensa deformação plástica na vizinhança de uma trinca . O processo continua na medida em que o comprimento da trinca aumenta. Fratura frágil – trincas se propagam de forma rápida, com pouca deformação plástica. Trinca instável: propagação continua espontaneamente, sem aumento da tensão aplicada. altamente dúctil moderadamente dúctil Frágil Fratura dúctil mais desejável Deformação plástica – aviso Maior energia para deformação Representação esquemática para perfis de fratura Fratura Fratura Dúctil -Em metais com boa ductilidade e tenacidade, ocorre normalmente de forma transgranular, isto é, propaga-se através dos grãos. - Ocorre com muita deformação plástica. - Geralmente são ocasionadas por sobrecargas, que são aplicações de tensões muito elevadas. Estágios da fratura dúctil (a) - Empescoçamento inicial (b) - formação de cavidades (microvazios) (c) - coalescência das cavidades – trinca (d) - propagação da trinca (e) - fratura Fibroso cisalhamento Fratura Fratura Dúctil Fratura taça e cone – devido a característica do contorno da superfície após a fratura. Centro da superfície de fratura apresenta uma região irregular e fibrosa. Microvazios nuclearam e coalesceram. Borda produzida pelo cisalhamento a 450 em relação a tensão aplicada Fratura Fratura Dúctil Imagens por MEV (estudos fractográficos) após fratura Fratura Fratura Frágil -Ocorre sem deformação apreciável e pela rápida propagação de uma trinca. - propagação da trinca é aproximadamente perpendicular a direção da tensão de tração aplicada. - superfície de fratura é praticamente plana. -Pouca ou nenhuma deformação plástica existe na fratura frágil. - Início da trinca ocorre em pequenas descontinuidades superficiais, que causam uma concentração de tensão. Fratura Fratura Frágil Características de superfície da fratura frágil Padrão em V – frentes separadas de trincas que se propagam no material. Padrão em V que se forma – trinca se propaga em diferentes planos Fratura Fratura Frágil Características de superfície da fratura frágil Clivagem (ruptura sucessiva e repetida de ligações atômicas ao longo dos planos cristalográficos específicos) Cada superfície de grão fraturado é lisa e orientada de modo distinto. Aparência de cristal à superfície. Fratura Grãos Trajetória da propagação Ferro fundido dúctil – fratura transgranular Transgranular Fratura Grãos Trajetória da propagação Intergranular – normalmente ocorrem após processos de enfraquecimento ou fragilização das regiões dos contornos de grão. Fratura Frágil Fratura A fratura de um material pode ocorrer de muitas maneiras, sendo listadas algumas principais: - Aplicação de carregamento externo lento - Aplicação de carregamento externo rápido (impacto) - Carregamento cíclico ou repetitivo - Tensões internas, como as causadas por diferenças de temperatura no material - Efeitos do ambiente, como corrosão sob tensão, fragilização por hidrogênio entre outros. Fratura -Existem situações em que falha de componentes ocorrem a partir de trincas com tensões aplicadas abaixo da tensão de projeto. - Em termos de engenharia este é um tipo de fratura frágil incentivada por concentradores de tensões que agem, normalmente, no sentido de restringir a deformação plástica. Material normalmente dúctil, sofrendo fratura frágil MECÂNICA DA FRATURA Fratura Permite quantificar as relações entre as propriedades dos materiais, o nível de tensão, a presença de defeitos geradores trincas e os mecanismos de propagação de trincas. MECÂNICA DA FRATURA Resistência à fratura medida (materiais frágeis) X Resistência à fratura medida baseadas em energias de ligação Presença de defeitos ou trincas microscópicas na superfície ou no interior de um material. Amplificam a tensão aplicada – São concentradores de tensão. Fratura FraturaMECÂNICA DA FRATURA T e n s ã o ρe = raio de curvatura da extremidade da trinca a = comprimento de trinca superficial ou metade de uma trinca interna σ0 = tensão de tração nominal aplicada Tensão máxima na extremidade da trinca Fator de concentração de tensão Tensão crítica para propagação de uma trinca Energia de superfície Em serviço é comum a ocorrência de trincas junto a regiões de altas tensões como em reduções bruscas de seção e outras descontinuidades. Os defeitos tipo trinca mais comuns são: - trincas de solidificação, -trincas de hidrogênio em soldas, - trincas nucleadas em serviço por fadiga ou corrosão sob tensão. O objetivo da Mecânica da Fratura é determinar se um defeito tipo trinca irá ou não levar o componente a fratura catastrófica para tensões normais de serviço permitindo, ainda, determinar o grau de segurança efetivo de um componente trincado. MECÂNICA DA FRATURA Fratura Como saber a máxima tensão que um material pode suportar, caso ele contenha descontinuidades de tamanho e geometrias conhecidas? TENACIDADE À FRATURA Propriedade que mede a resistência de um material com trinca suportar uma tensão aplicada sem ocorrer fratura frágil. MECÂNICA DA FRATURAFratura Através da aplicação de uma tensão de tração a um corpo-de- prova contendo uma trinca com de tamanho e geometria conhecidos obtém-se o fator de intensidade de tensão (k). Fator geométrico Tensão aplicada Tamanho da trinca FraturaTENACIDADE À FRATURA Fator de intensidade de tensão crítico - Kc TENACIDADE À FRATURA = 1 1,1 Dependência da espessura – tenacidade à fratura no estado de deformação plana - Kc *Influência da espessura em Kc de um aço com limite de escoamento de 300000 psi *Askeland, 2008 Fratura Fatores que influenciam na tenacidade à fratura plana – Kc Tamanho de grão - menor tamanho de grão Kc Defeitos localizados e discordâncias Kc Todos os fatores que influenciam a habilidade do material de escoar localmente, também influenciam a tenacidade à fratura. Assim, todos os mecanismos de endurecimento (metalúrgicos) que aumentam o limite de escoamento tendem a diminuir a tenacidade à fratura levando à clássica relação inversa entre resistência mecânica e tenacidade à fratura. Temperatura Kc Fratura Importância da Mecânica da Fratura Tenacidade à fratura (Kc – Kc) Tensão imposta () Tamanho da trinca (a) Fratura Importância da Mecânica da Fratura Seleção do material: Conhecido o tamanho mínimo de uma trinca na estrutura (ac), que possa ser seguramente detectada por inspeção não-destrutiva, e a magnitude da tensão de serviço (σc), podemos selecionar um material que tenha uma tenacidade à fratura (KIc) suficientemente elevada que permita sua utilização sem o risco da propagação da trinca pré-existente. Integridade estrutural: Se o tamanho máximo da trinca e a tenacidade à fratura são especificados por restrições da aplicação, a tensão de projeto (crítica) é obtida: Fratura Importância da Mecânica da Fratura Fabricação ou Inspeção: Se o material foi selecionado, a tensão aplicada é conhecida e o tamanho do componente foi determinado, pode-se calcular o tamanho máximo admissível para uma trinca. Fratura Exemplo O aço de uma grande chapa utilizada em um reator nuclear tem uma tenacidade à fratura no estado plano de deformação equivalente a 87,9 e opera com a uma tensão de 310 Mpa. Determine o tamanho de trinca máximo e um ensaio de inspeção capaz de detectá-la na superfície da chapa utilizando a tabela abaixo. Fratura Ensaios de impacto Representa condições potencialmente severas em relação à possibilidade de ocorrer fratura: -Deformação a temperatura extremamente baixa, - taxa de deformação elevada, - presença de entalhe. O teste de impacto avalia a fragilidade de um material sob condições de alta taxa de deformação. (133 s-1) -Os resultados dos ensaios de impacto são qualitativos – pouco úteis para projeto. - energias de impacto (tenacidade ao entalhe) interessantes para fins comparativos. Tipos de ensaios: Charpy e Izod Fratura Fratura Ensaios de impacto Leitura direta da energia absorvida Corpo-de-prova Corpo-de-prova Entalhe a 450 com 2 mm de profundidade Capacidade de resistir a um impacto - Tenacidade Fratura Transição dúctil-frágil Ensaios Charpy e Izod Transição dúctil-frágil em materiais com a diminuição da temperatura. Temperatura de Transição dúctil-frágil Mudança de fratura dúctil para frágil. Dependência da energia de impacto (entalhe V) em relação à temperatura, aço A283. Fratura E n e rg ia a b s o rv id a ( J ) Resultado ensaio Charpy com entalhe V. Transição dúctil-frágil Diferença entre o aço inoxidável e o aço carbono em termos de energia absorvida. Em geral, a estrutura CFC dá origem a energias absorvidas mais altas e sem temperatura de transição Fratura Fotografia das superfícies de fratura de corpos-de-prova Charpy com entalhe em “V” do aço A36, testado em diferentes temperaturas indicadas nas imagens. Transição dúctil-frágil Fratura dúctilFratura frágil Transição dúctil-frágil Fratura Ensaios não-destrutivos Avaliação dos materiais sem prejudicar a utilidade. Principal foco – identificar os defeitos potencialmente críticos , como trincas superficiais e internas. Pode ser útil para analisar um defeito existente ou ser usado para impedir falhas futuras. Principais técnicas: - Radiografia - ensaios ultra-sônicos. Fratura Radiografia Industrial “A radiologia industrial desempenha um papel importante e de certa forma insuperável na documentação da qualidade do produto inspecionado, pois a imagem projetada do filme radiográfico representa a "fotografia" interna da peça, o que nenhum outro ensaio não destrutivo é capaz de mostrar na área industrial [1]”. [1] – Andreucci R., Radiologia Industrial - http://www.cetre.com.br/pdfs/apostila_er.pdf - O método baseia-se na absorção diferenciada da radiação pela peça que está sendo inspecionada. - Diferenças na densidade e variações na espessura do material, ou variações na composição, farão com que diferentes regiões de uma peça absorva quantidades diferentes da radiação. - Essa absorção diferenciada da radiação poderá ser detectada através de um filme, ou através de um tubo de imagem ou mesmo medida por detectores eletrônicos de radiação. - A variação na quantidade de radiação absorvida, detectada através de um meio, irá indicar, entre outras coisas, a existência de uma falha interna ou defeito no material. Fratura Radiografia Industrial Ilustração esquemática da técnica radiográfica Fratura Fratura Radiografia Industrial Inspeção radiográfica de soldas em tubos (CONFAB)* * Andreucci R., Radiologia Industrial - http://www.cetre.com.br/pdfs/apostila_er.pdf Radiografia Processada Digitalmente ( Imagens cedidas pela GE )* Radiografia digitalizada de uma peça fundida*. Ensaios ultra-sônicos - Baseado na reflexão de ondas acústicas quando encontram obstáculos à sua propagação dentro do material. - Os ultra-sons são ondas acústicas com frequências na faixa de 1 a 25 MHz, acima do limite audível que está entre 20 e 20000 Hz. São ondas mecânicas – precisam de um meio de transmissão. - Um pulso ultra-sônico é gerado e transmitido através de um transdutor especial, encostado ou acoplado ao material. Os pulsos ultra-sônicos refletidos por uma descontinuidade, ou pela superfície oposta da peça, são captados pelo transdutor, convertidos em sinais eletrônicos e mostrados na tela LCD ou em um tubo de raios catódicos (TRC) do aparelho. Fratura Ensaios ultra-sônicos Esquema de um ensaio ultra-sônico Aplicações -Inspeção de solda - detecção de defeitos - avaliação do efeito da corrosão etc Setores de uso: -Indústria petroquímica - siderúrgica - naval - aeronáutica etc Fratura Ensaios ultra-sônicos Fratura Ensaio por partículas magnéticas Utilizado na localização de descontinuidades superficiais ou próximas a superfície em materiais ferromagnéticos. A peça é submetida a um campo magnético e a presença das descontinuidades criará um campo de fuga do fluxo magnético. Partículas magnéticas em forma de pó (Fe ou Fe3O4) são aplicadas na peça, e se aglomeram nesses campos de fuga (pólos magnéticos). A aglomeração indicará o contorno do campo de fuga, fornecendo a visualização do formato e da extensão da descontinuidade. Fratura Ensaio por partículas magnéticas Peça antes da inspeção Peça depois da inspeção por partículas magnéticas – trinca originada no furo. Fratura Ensaio por partículas magnéticas Trinca entre dois furo detectada por partículas magnéticas Trinca sobre solda detectada por partículas magnéticas Fratura Ensaio por líquido penetrante O processo de ensaiose caracteriza pela utilização básica de três produtos: •Líquido Removedor, para a pré-limpeza da superfície de ensaio. •Líquido Penetrante, para penetrar nas descontinuidades abertas à superfície e formar as indicações. •Revelador, que irá evidenciar e revelar a descontinuidade. - Detecção de descontinuidades superficiais de materiais isentos de porosidade tais como: metais ferrosos e não ferrosos, alumínio, ligas metálicas, cerâmicas, vidros, certos tipos de plásticos. Líquidos penetrantes também são utilizados para a detecção de vazamentos em tubos, tanques, soldas e componentes. Fratura O líquido penetrante é aplicado com pincel, pistola, ou com lata de aerossol ou mesmo imersão sobre a superfície a ser ensaiada , que então age por um tempo de penetração. Efetua-se a remoção deste penetrante da superfície por meio de lavagem com água ou remoção com solventes. A aplicação de um revelador (talco) irá mostrar a localização das descontinuidades superficiais com precisão e grande simplicidade embora suas dimensões sejam ligeiramente ampliadas. Fratura Ensaio por líquido penetrante (1) (2) (3) (4) Ensaio por líquido penetrante Fratura Fadiga é uma falha que ocorre em estruturas que estão sujeitas a tensões dinâmicas e oscilantes, tais como pontes, aeronaves e componentes de máquinas. A fadiga é o fenômeno geral de falha de material após vários ciclos de carregamento a um nível de tensão abaixo do limite de resistência à tração. Limite de resistência à tração (LRT) Tensão Tempo Fratura Fadiga T e n s ã o a p lic a d a ( M p a ) Número de ciclos para falha, N Limite de resistência à fadiga LRT Curva σ-N Quanto maior a magnitude de tensão, menor será o número de ciclos que o material será capaz de suportar antes da falha. Fadiga Tensões cíclicas As tensões podem ser de natureza axial (tração e compressão), de flexão ou de torção. Parâmetros que caracterizam os ciclos de tensões oscilantes Tensão média Intervalo de tensões Amplitude da tensão Razão de tensões alternadas repetidas aleatórias Fadiga Superfície do corpo-de-prova Deslizamento localizado intrusão Ilustração de como repetidas aplicações de tensão podem gerar deformação plástica localizada na superfície As deformações localizadas transformam-se em descontinuidades. Essas descontinuidades continuam crescendo formando trincas – concentradores de tensão. Mecânica da fratura Crescimento ocorre até valor crítico. Fadiga Fadiga A falha por fadiga ocorre em três estágios: -Uma pequena trinca surge na superfície, frequentemente após longo período de aplicação de carga. - Em seguida, a trinca propaga-se um pouco cada ciclo de carregamento. - Por fim ocorre a súbita fratura do material, quando a seção resistente é muito reduzida para suportar a carga aplicada. Mesmo que a tensão total aplicada permaneça abaixo do limite de escoamento/LRT, esse valor pode superar, de forma localizada, o limite de escoamento como consequência da concentração de tensão. Início Propagação da trinca de fadiga Fratura final Caracterização da superfície de fratura Dois tipos de marca (indicam a posição da extremidade da trinca) Marcas de praia Estrias Dimensões macroscópicas – observadas a olho nu. Interrupções durante o estágio de propagação da trinca. Cada banda representa um período de tempo ao longo do qual ocorreu o crescimento da trinca. Dimensões microscópicas – observadas em MEV. Interrupções durante o estágio de propagação da trinca. Fadiga Caracterização da superfície de fratura Superfície de fratura de um eixo rotativo de aço. (Fotografia) Fractografia eletrônica por transmissão mostrando estrias de fadiga no alumínio. Fadiga Ensaio de fadiga O ensaio de fadiga deve duplicar, tanto quanto possível, as condições de tensões durante o serviço. Indica quantos ciclos a um peça pode sobreviver com um carregamento tal antes de fraturar. Uma série de ensaios é feita, contando-se o número de ciclos necessários para levar a falha, sob determinado ciclo de tensões e com diferentes valores de amplitude de tensão máxima (σmáx). Fadiga Fadiga Ensaio de fadiga Dois tipos de comportamento podem ser observados A m p lit u d e d a t e n s ã o , σ A m p lit u d e d a t e n s ã o , σ Limite de resistência à fadiga Vida em fadiga para σ1 σ1 Resistência à fadiga em N1 ciclos Ciclos até a falha, N (escala logarítmica) Ciclos até a falha, N (escala logarítmica) Ligas a base de ferro e de titânio. Para muitos aços o limite de resistência à fadiga varia entre 35% e 60% do limite de resistência à tração Ligas não-ferrosas (alumínio, cobre e magnésio). A fadiga irá ocorrer independente da magnitude da tensão. Fatores que afetam a vida em fadiga Tensão média A m p lit u d e d a t e n s ã o , σ Ciclos até a falha, N (escala logarítmica) Aumento no nível médio de tensão leva a diminuição na vida em fadiga. Fadiga Fatores que afetam a vida em fadiga Efeito de superfície - Em muitas situações de aplicação de carga, a tensão máxima de um componente ocorre em sua superfície. - A maioria das trincas que levam à falha originam-se na superfície, em locais de amplificação das tensões. Variáveis de projeto: entalhes ou descontinuidades geométricas podem atuar como concentradores de tensão. Ex: sulcos, furos, rasgos, fios de roscas etc. adoçamento Redução da concentração de tensão. (a) canto vivo, (b) inserção de arredondamento Fadiga Fatores que afetam a vida em fadiga Efeito de superfície Tratamentos de superfícies: durante usinagem, pequenos riscos e sulcos são introduzidos na superfície. Essas marcas podem limitar a vida em fadiga. -Melhoria na superfície por polimento aumenta a vida em fadiga. - Introdução de tensões residuais na superfície de metais dúcteis: jateamento. - endurecimento da camada superficial: carbonetação ou nitretação jateado A m p lit u d e d a t e n s ã o , σ Ciclos até a falha, N (escala logarítmica) Curvas σ-N esquemáticas para fadiga de um aço normal e um aço jateado Fadiga Fatores que afetam a vida em fadiga Efeitos do ambiente Temperatura: fadiga térmica é induzida em altas temperaturas, por tensões térmicas variáveis. Origem: restrição à expansão e/ou à contração em elementos estruturais sujeitos a variações de temperatura. Magnitude de tensão térmica. αl – coeficiente de expansão térmica E – módulo de elasticidade Corrosão: fadiga associada à corrosão, ação simultânea de tensão cíclica e ataque químico. Formação de pites – pontos de concentração de tensão, local para nucleação de trincas. Fadiga Fadiga Exemplos 1- Uma barra cilíndrica em aço 1045 é submetida a um ciclo repetitivo de tensões de compressão e de tração ao longo do seu eixo. Se a amplitude da carga é de 66700 N, calcular o diâmetro mínimo permissível da barra necessário para assegurar que não irá ocorrer uma falha por fadiga. Considere que essa liga possui um limite de resistência à fadiga de 310 MPa. 2- Os dados de uma liga de latão são fornecidos na tabela a seguir: Amplitude Ciclos até a falha de tensão (MPa) 170 3,7 x 104 148 1,0 x 105 130 3,0 x 105 114 1,0 x 106 92 1,0 x 107 80 1,0 x 108 74 1,0 x 109 (a)Trace o gráfico σ-N (amplitude da tensão em função do logaritmo do número de ciclos até a falha). (b) Determine aresistência em fadiga para 4x106 ciclos. (c) Determine a vida em fadiga para 120 Mpa. Quando um material é colocado em serviço (sob ação de tensões mecânicas) em temperaturas elevadas, haverá uma deformação permanente, mesmo que a tensão aplicada seja inferior ao limite de escoamento nesta temperatura. Fluência – é essa deformação permanente e dependente do tempo que ocorre sob tensão constante e a temperaturas elevadas. (0,4Tf) Ensaio de fluência: uma tensão constante é aplicada a um corpo-de-prova em uma temperatura constante (elevada). A deformação é então medida e traçada em função do tempo decorrido. D e fo rm a ç ã o p o r fl u ê n c ia , ε Deformação instantânea Taxa de fluência = Δε/Δt Fluência Efeito da tensão e da temperatura D e fo rm a ç ã o p o r fl u ê n c ia , ε Deformação independente do tempo Observações: 1- aumento da deformação instantânea na aplicação de tensão. 2- aumento da taxa de fluência em regime estacionário. 3- diminuição do tempo de vida até a ruptura. Fluência Caracterização do comportamento de fluência Caracterização no estágio secundário Taxa de deformação Tempo de ruptura Efeito da tensão e da temperatura Relações empíricas para expressar taxa de fluência Taxa de deformação da fluência em função da tensão Constantes do material T e n s ã o ( M p a ) Taxa de fluência em regime estacionário (h-1) Liga níquel-carbono Taxa de deformação da fluência em função da tensão e da temperatura. Qf – energia de ativação para fluência. Fluência Extrapolação de dados Utilizado para se prever comportamento a longo prazo, cujo a aquisição em laboratório é impraticável. Execução de ensaios de fluência em temperaturas acima daquelas necessárias, durante período de tempos mais curtos e sob nível de tensão comparável, a partir desses resultados faz-se a extrapolação apropriada para a condição real de serviço. Parâmetro de Larson-Miller C – constante (ordem de 20) ; T em Kelvin e tr (tempo de vida até a ruptura) em horas. Fluência Extrapolação de dados T e n s ã o ( M p a ) Gráfico do log. Da tensão em função do parâmetro de Larson-Miller para um ferro S-590 Usando os dados de Larson-Miller para o ferro S-590, mostrado na figura ao lado, estime o tempo de vida até a ruptura para um componente que está submetido a uma tensão de 140 Mpa a 800 oC. Fluência Exercícios Abaixo são fornecidos os dados de taxa de fluência em regime estacionário para uma liga específica a uma temperatura de 200 0C. Se é sabido que a energia de ativação para a fluência é de 140000 J/mol.calcule a taxa de fluência em regime estacionário a uma temperatura de 250 0C e sob um nível de tensão de 48 MPa. 2,5 x 10-3 55 2,4 x 10-2 69 (h-1) σ [MPa] Material produzido pela Profa. Maria Eliziane Pires de Souza com modificações
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