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CASOS Transtornos de ansiedade e estresse.

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Exercícios de Psicopatologia: Estabeleça uma hipótese diagnóstica para cada extrato de caso clínico abaixo, a partir das categorias de transtornos fóbico-ansiosos e de estresse do CID-10. 
CASO 1 - “Estava na aula de filosofia, de manhã, quando minha mão começou a tremer e foi ficando difícil escrever. Me senti atordoada. Isso nunca havia acontecido comigo e não sabia o que fazer. Pensei em sair da sala, mas fiquei com medo de não conseguir chegar até a porta, pois estava muito tonta. Tentei me livrar da tontura baixando a cabeça, mas ela piorou. Tremia muito, suava e não conseguia escrever. Tentei focalizar a atenção no professor para ver se melhorava, mas mal conseguia vê-lo, a sala parecia meio escura e sua voz distante. Fiquei muito assustada, achando que perderia os sentidos. Uma colega ao meu lado percebeu o meu estado me ajudou a sair da sala, estava cambaleando, ainda assim consegui chegar até o corredor. Sentei numa cadeira e ele ficou ali comigo por uns minutos até que aquilo passasse. Desde aquele primeiro “ataque”, já tive 3 outros parecidos. Todos aconteceram de repente, acho que pode ser em qualquer lugar! Um foi na casa de um amigo, outro chegando na faculdade, mas também aconteceu no trabalho. É horrível, na hora penso que vou morrer. Não dura mais que dez minutos, eu acho, mas parece uma eternidade”.
CASO 2 - Um paciente chega ao consultório do psicólogo queixando-se de episódios de temor intenso, acompanhado de palpitações, suor, sensação de falta de ar e dor de barriga. A coisa acontece sempre que precisa apresentar-se ou exercer alguma atividade onde é o centro das atenções de um grupo. No começo achou que fosse uma insegurança apenas nas reuniões de trabalho e que planejar-se melhor para elas poderia resolver seu problema, mas outro dia fugiu do casamento de seu melhor amigo, quando lhe disseram que seria chamado a dizer algumas palavras ao casal. 
CASO 3 - Um paciente do sexo masculino, de trinta e dois anos, procura um psiquiatra reclamando de um sério problema que vem afetando sua vida nos últimos tempos. Está muito ansioso. O médico pede para descrever este estado, ao que ele prontamente enumera vários sintomas: um sentimento difuso de desconforto que não consegue definir muito bem, e que vem acompanhado de palpitações, suor intenso, sensação de falta de ar. Quando o médico lhe pergunta se isso acontece em situações específicas, ele prontamente responde que sim. Todas as vezes que é obrigado a sair de casa deixando as coisas fora do lugar. Sempre foi muito organizado, e não suporta deixar nada fora do lugar. Tem a impressão de que, quando faz isso, algo de terrível pode acontecer a alguém que ama. Isso nunca foi problema, pois morava sozinho e acordava sempre duas horas antes para poder fazer as coisas com tempo e não deixar nada fora do lugar ao sair. Mas, desde que se casou, há alguns meses, sua esposa cisma em acordar em cima da hora, espalhar roupas, sujar louças e sair de casa deixando as coisas para a empregada arrumar depois. Não sabe mais o que fazer, já brigaram muito por isso. Alguns dias ele chega a dar meia volta para arrumar as bagunças dela antes de sair, sabendo que vai chegar atrasado ao trabalho. Porém, quando isso não é possível, e sai deixando a bagunça prá trás, entra nesse estado de ansiedade fortíssima e passa o dia com a sensação de que algo terrível pode acontecer. A esposa não acredita na gravidade do seu estado, tem medo de que o ache louco. Ele sabe que isso é muito estranho, mas não consegue evitar essa ansiedade. 
CASO 4 - “Meu casamento não vai nada bem. Passo a maior parte do tempo em casa, sozinho, no porão onde tenho minhas ferramentas. Às vezes não saio de lá nem para comer. Tenho um velho trinta e oito comigo desde dos tempos da ativa na PM, umas duas vezes já sentei com ele carregado apontado para minha boca, mas não consegui disparar. Vejo o Neto lá no morro com seu cérebro labuzando todo o muro. Não posso continuar ligado nisso. As vezes minha cabeça começa a repetir as coisas lá daquele dia sem eu querer, elas vem rastejando, é muito difícil controlar. São rostos dos bandidos, O Neto, os gritos, a emboscada.
	Cada vez que ouço tiros na TV fico suando frio. À noite é o pior para mim, demoro muito pra dormir e acordo muito, às vezes gritando, suado, tenso. No começo minha mulher acordava sobressaltada ao meu lado, tentava me abraçar, falar comigo; mas acabei achando melhor dormir separado para não atrapalhar o sono dela, que acorda às 4:30 todo dia... Já faz quase um ano que rolou essa merda doutor, será que estou doente?
CASO 5 – Jonas está com 17 anos, estuda num colégio próximo a sua casa mas vem enfrentando um sério problema. Não tem mais coragem de pegar ônibus, não sabe direito informar quando isso começou, mas só de chegar perto da porta, começa a tremer, suar frio e fica paralisado, com o coração saindo pela boca. Sempre achou os motoristas muito imprudentes e preferia andar de bicicleta, a pé, ou de taxi. Os pais não perceberam o problema de imediato, mas a verdade é que Jonas vinha saindo pouco de casa nos últimos tempos, evitando programas onde precisava se deslocar para longe de casa e gastando muito dinheiro com taxis. O rapaz resolveu pedir ajuda pois está prestando vestibular para engenharia e seu sonho é estudar na UFRJ, UERJ ou UFF. Sua família mora em Jacarepaguá e Jonas sabe que não terá condição de cursar a faculdade se não conseguir superar esse problema.

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