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BOVINOCULTURA DE LEITE 1. Introdução Em condições naturais, os mamíferos selvagens produziam o leite indispensável para sua cria. Muito antes da existência de registros históricos, o homem comprovou o valor nutritivo do leite e assim, domesticou os animais que produziam, começando a seleção para maior produção destinada ao consumo de sua família. Entre as espécies mais exploradas podemos citar: bovina, bubalina e caprina, no entanto existem registros da utilização do leite de ovinos, eqüinos, suínos e outras espécies, com a finalidade de se obter o leite para a alimentação em diferentes partes do mundo. A importância da vaca leiteira radica no fato de produzir alimento para o homem e, principalmente para as crianças. Há antecedentes que relatam à ordenha de vacas no ano 900 (A.C.) e relatos anteriores da utilização do leite como alimento essencial. Séculos (A.C.), Hipócrates recomendava o leite como fim medicamentoso. Antes do descobrimento da América, não havia vacas no continente. Elas foram trazidas para o Ocidente por Colombo em sua 2ª viagem no ano de 1.493. 2. Preços de mercado de produtos de origem animal e vegetal No (Quadro-1) observamos que as explorações de bovinos de corte, suíno, frango vivo, milho e soja, apresentam valores comerciais superiores, com taxa de retorno superior à produção de leite. Isto orienta no sentido da grande necessidade de sermos mais eficientes na exploração leiteira, o que resultará na melhora do rebanho e cuidados de manejo e alimentação. 3. População de gado leite 3.1. População de bovinos de leite no mundo Os dados apresentados no (Quadro-2), podemos observar que os índices de aumento da produção nos anos estudados são lentos. Ante tal situação, há necessidade de utilização de novas tecnologias, incluindo programas de melhoramento genético dos rebanhos, bem melhoria da condição de manejo reprodutivo e alimentar, com também a adoção de políticas que estimulem aos produtores. No nosso país o que se observa com freqüência é a mudança de linha de produção, de leite para carne, em função dos preços. Desta forma os esforços do melhoramento genético alcançados, ficam prejudicados quando o produtor muda a linha de produção. Quadro-2. Produção de gado de leite em miles de toneladas em 13 países selecionados. Países 2003 2004 (p) 2005 (p1) 2006 (p) 2007 (p1) 2008 Canadá 7.734 7.905 7.806 8.041 8.145 8.140 México 9.784 9.874 9.855 10.051 10.100 10.185 U.S.A. 77.289 77.535 80.254 80.462 84.095 86.410 Argentina 7.950 9.250 9.500 10.200 9.400 10.000 Brasil 22.860 23.317 24.025 25.230 26.750 28.890 União Européia (27) (1) 135.059 133.969 134.672 132.206 132.600 133.400 Rússia 33.000 32.000 32.000 31.100 32.000 32.725 Ucrânia 13.400 13.787 13.423 13.017 13.100 13.150 Índia 36.500 37.500 37.520 41.000 42.140 42.890 China 17.463 22.606 27.534 31.934 35.000 38.000 Japão 10.636 10.377 10.429 10.395 9.870 9.400 Austrália (2) 10.636 10.377 10.429 10.395 9.870 9.400 Nova Zelândia (3) 14.346 15.000 14.500 15.200 15.595 15.850 Total de países sele- cionados 394.341 401.449 409.803 418.974 426.785 437.050 Fonte: USDA (United States Department of Agriculture) - Dairy: World Markets and Trad/ July 2006 Descrição Outubro - 2006 Outubro - 2007 Boi gordo @ R$ 62,88 R$ 62,62 Suíno @ R$ 37,00 R$ 47,00 Frango vivo (Kg) R$ 1,50 R$ 1,60 Ovos Bco Ext. (30 dz.) R$ 30,70 R$ 40,70 Leite B (litro) R$ 0,56 R$ 0,81 Leite C (litro) R$ 0,55 R$ 0,79 Milho (saca) R$ 18,00 R$ 23,50 Soja (saca) R$ 29,10 R$ 39,00 Quadro-1. Preços de mercado de produtos pecuários nos anos: 2006-2007 2 3.2. População bovina de leite no Brasil No (Quadro-3) se reporta o rebanho efetivo de cabeças de bovinos no Brasil. O Estado do Acre participa da atividade pecuária com percentual de 1,2% em que. Já o Estado de Rondônia, está representado com 5,6% do total de cabeças bovinas no país. Esta diferença pode estar relacionada a uma série de fatores, tais como: econômicos, políticos e de infra-estrutura, que facilitam o escoamento da produção. Quadro-3. Efetivo do rebanho (cabeças) no Brasil, Região Geográfica, Unidade da Federação, Mesorregião Geográfica, Microrregião Geográfica e Municípios (2006). Brasil, Região Geográfica, Unidade da Federação, Mesorregião Geográfica, Microrregião Geográfica e Município. Brasil 205.886.244 Norte 41.060.384 Nordeste 27.881.219 Sudeste 39.208.512 Sul 27.200.207 Centro-Oeste 70.535.922 Rondônia 11.484.162 Acre 2.452.915 Amazonas 1.243.358 Roraima 508.600 Pará 17.501.678 Amapá 109.081 Tocantins 7.760.590 Maranhão 6.613.270 Piauí 1.838.378 Ceará 2.352.589 Rio Grande do Norte 1.027.289 Paraíba 1.092.792 Pernambuco 2.095.184 Alagoas 1.029.352 Sergipe 1.067.508 Bahia 10.764.857 Minas Gerais 22.203.154 Espírito Santo 2.119.309 Rio de Janeiro 2.095.666 São Paulo 12.790.383 Paraná 9.764.545 Santa Catarina 3.460.835 Rio Grande do Sul 13.974.827 Mato Grosso do Sul 23.726.290 Mato Grosso 26.064.332 Goiás 20.646.560 Distrito Federal 98.740 Vale do Juruá – AC 242.031 Vale do Acre – AC 2.210.884 Cruzeiro do Sul – AC 79.370 Tarauacá – AC 162.661 Sena Madureira – AC 211.670 Rio Branco – AC 1.525.465 Brasiléia – AC 473.749 Acrelândia – AC 178.905 Assis Brasil – AC 26.398 Brasiléia – AC 171.864 Bujari – AC 208.766 Capixaba – AC 118.943 Cruzeiro do Sul – AC 42.394 Epitaciolândia – AC 71.324 Feijó – AC 60.600 Jordão – AC 4.509 Mâncio Lima – AC 16.035 3 Manoel Urbano – AC 22.839 Marechal Thaumaturgo - AC 4.957 Plácido de Castro – AC 163.166 Porto Walter – AC 4.431 Rio Branco – AC 454.728 Rodrigues Alves – AC 11.553 Santa Rosa do Purus - AC 2.189 Senador Guiomard - AC 257.518 Sena Madureira – AC 186.642 Tarauacá – AC 97.552 Xapuri – AC 204.163 Porto Acre – AC 143.439 Censo Agropecuário-2006 3.3. População de bovinos de leite no Estado do Acre. No (Quadro-4) estão indicados os números de estabelecimentos produtores de leite de vaca. Corresponde ao município do Acre a primeira colocação, situando-se ao Vale do Acre a segunda colocação, e observa-se a menor participação, no município de Mâncio Lima, onde deverão ser realizado maiores esforços na tentativa de uma maior produção para o consumo da população. Quadro-4. Estabelecimentos produtores de leite de vaca por unidades da Federação. Variável = Número de estabelecimentos agropecuários (Unidade) Tipo de produção animal = Leite de vaca Ano = 2006 Brasil, Região Geográfica, Unidade da Federação, Mesorregião Geográfica, Microrregião Geográfica e Município Brasil 1.340.897 Norte 86.992 Acre 6.413 Vale do Juruá – AC 2.488 Vale do Acre – AC 3.925 Cruzeiro do Sul – AC 572 Tarauacá – AC 1.916 Sena Madureira – AC 924 Rio Branco – AC 2.280 Brasiléia – AC 721 Acrelândia – AC 249 Assis Brasil – AC 123 Brasiléia – AC 222 Bujari – AC 130 Capixaba – AC 269 Cruzeiro do Sul – AC 107 Epitaciolândia – AC 228 Feijó – AC 1.099 Jordão – AC 19 Mâncio Lima – AC 3 Manoel Urbano – AC 72 Marechal Thaumaturgo - AC 285 Plácido de Castro – AC 373 Porto Walter – AC 167 Rio Branco – AC 495 Rodrigues Alves – AC 10 Santa Rosa do Purus - AC 25 Senador Guiomard - AC 388 Sena Madureira – AC 827 Tarauacá – AC 798 Xapuri – AC 148Porto Acre – AC 376 FONTE: IBGE - Produção de Leite por Município-Censo-2006 4. Preços de mercado. No (Quadro-5) estão representados os valores em reais, de produtos de origem animal e vegetal. Observa-se assim, os maiores valores para a 4 arroba do boi gordo no período, correspondendo o menor valor para leite tipo C. Cabe lembrar que o preço do frango vivo por ser uma atividade que demanda menos horas lavoráveis, e menor tempo para concluir o ciclo de saída ao mercado, também supera, os preços do leite Quadro-5. Preços de produtos de origem animal e vegetal nos anos de 2006 e 2007. Descrição Outubro 2.006 Outubro 2007 Boi Gordo (@) R$ 62,88 R$ 62,62 Suíno (@) R$ 37,00 R$ 47,00 Frango vivo (Kg) R$ 1,50 R$ 1,60 Ovos Bco Ext. (30 dz.) R$ 30,70 R$ 40,70 Leite B (litro) R$ 0,56 R$ 0,81 Leite C (litro) R$ 0,55 R$ 0,79 Milho (saca) R$ 18,00 R$ 23,50 Soja (saca) R$ 29,10 R$ 39,00 FONTE: Canal Tortuga - Preços ao produtor base São Paulo 1U$= R$ 1,84 5. O Leite 5.1. Conceito Leite pode ser definido como o produto ininterrupto da ordenha de vacas sadias. É o alimento natural que se assemelha ao alimento mais completo. O leite é uma emulsão de glóbulos graxos, estabilizada por substâncias albuminóides num soro que contém em solução: um açúcar (lactose), matérias protéicas, sais minerais, sais orgânicos e pequenas quantidades de vários produtos como: lecitina, uréia, aminoácidos, ácido cítrico, ácido láctico, ácido acético, álcool, lacto-cromo, vitaminas, enzimas, etc. O componente principal do leite é a água, mas dependendo da espécie, o leite contém quantidades variadas de lipídios, proteínas e carboidrato que são sintetizados dentro da glândula mamária. Há também quantidades menores de minerais e outros componentes lipossolúveis e hidrossolúveis derivados diretamente do plasma sangüíneo, de proteínas específicas do sangue e intermediários da síntese mamária. 5.2. Principais componentes do Leite Na Tabela-1 está indicada a composição do leite, em que a água representa o maior percentual desta emulsão, com teor de açúcar da ordem de 4,6% e matéria gordurosa que varia de acordo a raça do animal. Matéria Seca total compreende todos os elementos do leite, menos a água e tem em média 12,5%. Matéria Seca desengordurada compreendem todos os elementos do leite, menos a água, e Matéria Azotada - Compreende a caseína e a albumina e tem em média, 3,6%. Tabela – 1 Componentes do leite (%) Água 87,5% Matéria gorda 3,6% Caseína 3,0% Albumina 0,6% Lactose (açúcar) 4,6% Sais minerais (cinzas) 0,7% TOTAL 100% Na Tabela-2 são indicados os valores em percentuais dos componentes do leite por espécie. A água participa como o maior componente em todas as espécies. Tabela-2. Composição do leite (g/100g) de diferentes espécies. Espécies Água % Gordura % Caseína % Proteína do soro % Lactose % Resíduo % Bovinos 87.0 4.4 2.8 0.6 4.6 0.7 Búfalos 82.2 7.8 3.2 0.6 4.9 0.8 Cabra 86.7 4.5 2.6 0.6 4.4 0.8 Cães 76.4 10.7 51.0 2.3 3.3 1.2 Camelo 86.5 4.0 2.7 0.9 5.4 0.7 Cavalo 88.8 1.6 1.3 1.2 6.2 0.4 Golfinhos 58.3 33.0 3.9 2.9 1.1 0.7 Humana 87.1 4.6 0.4 0.7 6.8 0.2 Jumento 88.3 1.5 1.0 1.0 7.4 0.5 Ovelha 82.0 7.6 3.9 0.7 4.8 0.9 Ratos 79.0 10.3 6.4 2.0 2.6 1.3 Renas 66.7 18.0 8.6 1.5 2.8 1.5 FONTE: DeLaval. 5 0 10 20 30 40 50 L. líquido Manteiga Queijo Sorvete L.Conden. Vários Alim bez. L. em Pó Na Figura-1 estão representados os valores dos componentes do leite cru, em que também pode ser observado a água com o maior percentual, seguida pelo teor de caseína e gordura. Figura -1. Composição do leite cru. FONTE: DeLaval. A Figura-2. Na figura, estão indicadas as formas de usos do leite, como alimento, na que pode ser observado que a forma de uso do, corresponde ao leite na forma líquida. 5.3. Importância do Leite O leite é um componente importante da dieta e constitui uma valiosa fonte de princípios nutritivos indispensáveis na alimentação. Além de seu uso diretamente na alimentação, se usa para a fabricação de manteiga, queijo, leite evaporado, leite condensado, sorvete, iogurte, alimentação de animais e leite em pó. 6. Importância da Bovinocultura de Leite A produção leiteira assume o papel importante de produzir alimento para atender a nutrição das crescentes populações humanas no orbe, bem como para alimentação de animais. Além da produção leiteira, com o descarte dos animais, também oferece proteína animal para atender as necessidades nutricionais de proteína de origem animal pelo homem. Com o crescimento da população humana, se torna necessário o aumento do rebanho produtor de leite; desta forma há necessidade de fornecer matrizes e reprodutores para os criadores que exploram a produção leiteira. 6.1. Fatores Favoráveis à Bovinocultura de Leite Entre os fatores de vantagens da produção leiteira, comparados com outros tipos de produção temos: A - A produção de Leite é uma atividade Estável A produção de leite não apresenta grandes variações de um ano para outro, como todos os outros produtos agropecuários. Pelo geral, difere em menos de 1%, entre as diversas espécies. O consumo de leite, pela população, não varia significativamente. Em conseqüência, o leite e os demais produtos lácteos, não sofrem grandes flutuações de preços diários, estacionais ou anuais, tão acentuados como sofrem outros produtos agropecuários. B - A Vaca de Leite é Inigualável como Produtora Eficiente de Alimento para o Homem A vaca leiteira que produz 4.536 litros de leite por ano, produz tantos princípios nutritivos como os que produzem dois novilhos de 566 Kg. Por outro lado, seguem em produção por um período maior que o período de vida dos novilhos. C - Segurança de Rendimento Estável Um agricultor ou produtor hortícola recebe rendimentos só quando os produtos são vendidos, geralmente uma vez por ano ou no final da colheita. De igual maneira o criador de vacas que produzem bezerros para produção de carne, obtém a maior parte de seus rendimentos quando comercializa os bezerros, após a desmama, que ocorre também uma vez por ano. A produção leiteira, pelo contrário, gera rendimentos diários (semanalmente). FFIIGGUURRAA--22.. UUSSOOSS DDOO LLEEIITTEE 6 D - Fonte Permanente de Emprego Muitos tipos de atividades agrícolas são temporárias, aumenta-se ou se diminui a quantidade de trabalhadores conforme as necessidades. Na produção de leite a necessidade de mão de obra é uniforme durante o ano todo, o que permite a seleção de trabalhadores. E - Alimentação da Vaca Leiteira A vaca leiteira alimenta-se de material fibroso de difícil comercialização. Em muitas granjas são produzidas consideráveis quantidades de alimento fibroso que, se não fossem consumidos pelos bovinos leiteiros e outros ruminantes, teriam muito pouco valor. Por outro lado, o projeto pode ser implantado em áreas de produção inadequadas para a produção de cereais e outros cultivos. G - Mantêm a Fertilidade do Solo A fertilidade do solo e as propriedades físicas do solo são conservadas mediante a devolução, à terra, dos elementos minerais, através do esterco. 6.2. Fatores Desfavoráveis à Bovinocultura de Leite Em certas condições alguns fatores podem ser desfavoráveis à produção leiteira e, os mais importantes, são os seguintes:A - Capital Considerável A inversão em terras, instalações e equipamentos são consideráveis e, por mais que as políticas bancárias sejam elásticas ou flexíveis, a taxa de juros é alta. B - Administração da Empresa Leiteira A administração da empresa leiteira exige certo grau de capacitação. Quanto maior for a empresa, e com maior grau de especialização, maior importância adquire este aspecto. O administrador deve ter conhecimento sobre ciências básicas, administração de empresas, fisiologia animal e nutrição, com personalidade e capacidade para reunir tais conhecimentos e formar uma unidade de funcionamento harmônica e eficiente. C - Qualidade e Diversidade de Programas Estabelecidos Enquadramento dentro das políticas de produção, de acordo com os programas preestabelecidos (federais, estaduais e locais), obrigando o produtor a estar familiarizado a eles e ao seu cumprimento. Esta familiarização leva tempo. D - A Produção Leiteira é uma Atividade Absorvente As tarefas próprias devem ser realizadas regularmente, sobretudo quando é uma empresa que comercializa o leite, pois existem horários de: ordenha, separação dos bezerros, alimentação, entrega do produto, etc. E - Horários de Trabalho Em comparação com outros trabalhos ou outras atividades de produção, os cuidados com os bovinos de leite, requerem maior carga horária. F - Ameaça de Imitação O leite é considerado como um dos alimentos mais completos que existem e por isso, sofrem ameaças de imitação. Um exemplo é o leite de soja. 7. Sistemas de Criação de Bovinos de Leite Existem três tipos de sistemas de criação de bovinos de leite tradicionalmente usados no Brasil e em todo o mundo. São eles: A - Criação extensiva ou sistema de retiros. B - Criação semi-extensiva ou estabulação livre. C - Sistema intensivo ou estabulação completa. 7.1. Criação Extensiva ou Sistema de Retiros A maioria das fazendas destinadas à produção de leite, adota este sistema de criação, ou seja, os animais são criados completamente à solta. Neste Sistema, também chamado de retiros, observamos as seguintes características: A - O gado é mantido o ano inteiro nos pastos, sem cuidados na alimentação, quer na época das águas, quer na época seca. B - A ordenha é única. C - As vacas vêm ao curral duas vezes ao dia: 1ª Pela manhã para a retirada do leite; 2ª Á tarde para a apartação do bezerro. Os mesmos ficam presos no curral sem nenhum cuidado com a alimentação. D - Os touros são mantidos nos pastos junto com as vacas, durante todo o ano; E - As instalações são precárias; F – Má ou nenhuma divisão das pastagens; G - Falta de escrituração zootécnica; H - Aleitamento e desmama naturais; I – Não há fornecimento de ração suplementar e sal mineral, nem cuidados para atender a entre-safra; J - Não se faz controle sanitário do rebanho. 7 O que se observa neste Sistema, é a estreita relação psicológica entre mãe e filho. O criador tenta, ao máximo, se aproveitar das condições naturais. Assim, ele extrai o leite da vaca e, em caso de morte do bezerro, há certa dificuldade para se ordenhar a vaca que, nesta circunstância, “seca” (deixa de produzir leite). Os animais assim manejados são nervosos, o que é natural, devido ao instinto de defesa, para proteção da cria. Este Sistema é recomendado para nossas condições, desde que sejam feitas algumas correções ou modificações, de acordo com o manejo descrito anteriormente. 7.1.1. Correções do Sistema de Retiros ou Criação Extensiva No sistema clássico de exploração leiteira (Sistema de Retiros ou Criação Extensiva) se observa uma conduta que incide de forma não satisfatória no programa de produção, porém com a melhora deste sistema, se podem alcançar melhores resultados. Na Tabela-3 estão indicadas as correções para o sistema. Tabela -3. Correções aplicadas ao sistema de Criação Extensiva ou de Retiros. Na tabela 5 são apresentadas modificações para melhoria do Sistema de Criação. 7.2. Características da Estabulação Livre ou Semi-Confinamento Este sistema é empregado nos melhores rebanhos destinados à produção leiteira e, principalmente, para a produção de matrizes e reprodutores. O volumoso é deixado à vontade no cocho, com acesso livre para os animais. Contudo, não se pode dizer que existe um sistema de estabulação livre caracterizado, pois nos períodos de grande produção de pasto (chuvas), deixa de existir. Há uma variação já que no período chuvoso o sistema deixa de existir e os animais são soltos no pasto. Melhor seria dizer que temos semi- estabulação e não estabulação livre. O Sistema de Semi-Estabulação é bastante semelhante ao Sistema de Retiros, no entanto, se observam diferenças entre os dois sistemas: A - As vacas são mantidas dentro do curral ou estábulo durante certo período do dia. Isto ocorre nas horas mais quentes, quando os animais ficam protegidos das radiações solares mais intensas. B - As instalações são bem organizadas, existindo, pelo menos, um bom estábulo ou sala de ordenha. C - O aleitamento e desmama são artificiais. Vantagens do Sistema Semi-Intensivo sobre o anterior, tais como: A - Facilita o controle da produção e distribuição dos alimentos, principalmente na seca; B - Permite a obtenção de leite mais higiênico, por ser conseguido dentro de melhores condições. C - Possibilita um bom controle da reprodução já que o criador observa o cio mais facilmente pelo contato diário com os animais. D - Melhores condições sanitárias do rebanho. E - Há maior aproveitamento do esterco acumulado no curral. F - Proteção dos animais nas horas mais quentes do dia. G - Possibilita criar animais mais dóceis e de fácil manejo. H - Impressiona melhor os visitantes. 7.3. Sistema de Estabulação Completa É um Sistema próprio das áreas de clima frio, o que exige a estabulação dos animais em um período do ano. A preocupação no Estado do Acre, e na região Amazônica é exatamente o oposto isto é, a proteção contra as altas temperaturas e radiação solar o que pode ser conseguido com o sombreamento das pastagens e locais onde os animais permaneçam nas horas mais quentes do dia. Alguns criadores empregam a estabulação completa ou quase que completa, por falta de área disponível para a criação e para a formação de pastagens. A - Formação e conservação de pastagens B - Melhor divisão dos pastos, com boa distribuição das aguadas C - Formação de capineiras, construção de silo e fenação D - Sombreamento dos pastos E - Realização de duas ordenhas diárias com controle da produção F - Separação de bezerros e vacas fora do horário da ordenha G - Separação dos touros das vacas para controle da reprodução evitando desgaste do touro H - Melhores instalações I - Proporcionar concentrados para vacas de alta produção J - Ministrar sal mineral para todo o rebanho durante todo o ano J - Controle sanitário do rebanho 8 8. Manejo em Bovinocultura Entende-se por manejo, todas as atividades realizadas na fazenda e abrangem os cuidados com: nascimento de bezerros, alimentação do rebanho, rotação de pastagens, acasalamento ou reprodução, cuidados sanitários, tratamentos, ordenha e cuidados com as vacas paridas, vacas gestantes, crias e reprodutores. 8.1. Manejo da Fêmea Parida É necessária a separação dos animais por grupos, ou seja: - Vacas que vão parir; - Vacas gestantes; - Vacas vazias. A criação destes animais juntos pode trazer problemas para as vacas gestantes (traumatismos e doenças). Assim,a vaca gestante deve ser separada do grupo, pelo menos, 15 a 20 dias antes do parto, ficando em lugar plano e de fácil visualização, com a finalidade de prestar-lhe auxílio, caso seja necessário. De preferência, uma semana antes do parto, deve ser conduzida ao piquete de parição. Depois do parto com posterior expulsão da placenta, é retirada do piquete de parição e colocada com outras vacas paridas para receber igual assistência. Devemos dar bastante atenção ao esgotamento das glândulas mamarias e ao bezerro, pois é obrigatório que a cria mame o colostro que é secretado pela glândula mamaria nas primeiras 72 horas após o parto. É muito importante a higiene da mão do ordenhador, bem como da glândula mamaria e, para isso, usamos uma solução de hipoclorito de sódio a 10% (10 g de hipoclorito e 100 ml de água). Medir 15 ml dessa solução e diluir em 10 litros de água. Uma semana após o parto pode-se iniciar a ordenha para o consumo humano. Semanalmente, devemos realizar o controle da mamite ou mastite (caneca telada com fundo escuro). As vacas doentes devem ser ordenhadas por último, realizando-se a ordenha primeiro nos tetos sadios e depois nos tetos afetados pela mastite. Também devemos ter cuidado para que o bezerro não mame os tetos doentes e depois os sadios já que, desta forma, estará transmitindo a doença. Por outro lado, o leite dos peitos doentes trará doenças do trato gastrintestinal do animal jovem. Para o caso de mamites sub-clínicas, usamos a Prova do C.M.T., cujo reagente, em contato com o leite do peito doente, muda de cor. Aos primeiros sessenta dias de lactação, a vaca leiteira alcança seu máximo nível de produção de leite, pico lactação. Quando não se têm cuidado com a alimentação no período inicial de lactação (4 a 6 semanas), a vaca mobiliza suas reservas corporais na necessidade de atender o seu potencial genético de produção de leite. Todavia a energia e proteína provenientes de sua reserva orgânica suprirão apenas uma parte de suas exigências nutricionais, resultando em perdas de peso em maior ou menor grau. Nesta condição a vaca se encontrará em balanço negativo de carbono. A perda de peso correlaciona-se com sua capacidade de produção. Deve-se salientar que uma vaca ao sair do período seco e atingir uma produção leiteira máxima, 30-50 Kg./leite/dia, sua exigência em nutrientes aumenta de 300 a 700% respectivamente, com resultado das necessidades da glândula mamaria a atender a produção leiteira (KADOSTITS-1986). Segundo este autor, em fazendas no Sul do Estado de Minas Gerais, em rebanho. Holandês preto, P.O., constatou em vacas de alta produção, 48 Kg./leite/dia, perda de até 80 Kg. durante um período de 60 dias. O controle de endo e ectoparasitas é obrigatório a cada 15 ou 21 dias, respectivamente. Para o controle dos ectoparasitas, é recomendável sempre a mudança de medicamento. Assim devemos mudar de medicamento para controlar a ectoparasitose (carrapato). Se recomenda o primeiro banho com: Produto clorado, o segundo com piretróide, o terceiro com fosforado, e assim sucessivamente. Para o controle da parasitose interna, da mesma forma, é recomendável a rotação de medicamento como a seguir: Ripercol (Levamisol), Ivomec (Ivercmectina), produtos a base de Mebendazol e Tiabendazol, etc. 8.2. ÚBERE DA VACA 8.2.1. Apresenta quatro glândulas mamárias individuais chamadas de quartos mamários. 8.2.2. Os quartos mamários são unidades glandulares completamente independentes 8.2.3. O úbere tem revestimento piloso e o teto é completamente sem pelo. 8.2.4. O peso do úbere é variável, e no caso da vaca em lactação, é de 14 a 32 Kg. 8.2.5. A capacidade de produção não está totalmente relacionada com o tamanho, já que a relação entre tecido secretor e tecido conjuntivo, varia amplamente. Os úberes que se apresentam pregueados após ordenha (tipo sanfona) é um 9 indicativo de um úbere de alta produção. A anatomia da glândula mamária da vaca se encontra representada na (Figura-3). Normalmente, os bovinos têm quatro glândulas mamárias funcionais e quatro tetas, em quanto que os ovinos e caprinos têm duas; cada teta tem um canal estreito que drena cada glândula em separado. As porcas e as éguas normalmente têm dois canais por teta, com cada canal servindo a uma área secretora separada. As glândulas e tetas dos animais domésticos são conhecidas como úbere. O úbere de caprinos, ovinos e eqüinos é composto de duas metades, cada uma das quais tem duas tetas, e cada teta drena uma glândula mamária separada (um quarto). Os quartos são separados por septos de tecido conjuntivo e cada um tem sistema coletor de leite em separado (Figura- 4). Na figura também podem ser observados os ligamentos que sustentam a glândula mamária úbere (Adaptado do The Bovine Udder and Mastitis, ed Sandholm et al. 1995). 8.3. Mecanismo da Descida do Leite A Decida do leite parece guarda relação com um mecanismo de reflexo neuro-endôcrino. Com o estímulo do peito (teto) pela boca do bezerro, sinais neurais são enviados ao hipotálamo (cérebro), estimulando a adenohipófise, com conseqüente liberação de ocitocina. Este hormônio estimula por sua vez as células mioepiteliais para contrair os alvéolos, resultando na secreção do leite. A estimulação mecânica das tetas, como a ordenha e a sucção, inicia o reflexo neural, que se propaga das tetas à medula espinhal até o cérebro (hipófise posterior) de onde a acitocina é descarregada para o sangue. Parece ser que a liberação de ocitocina pode ser induzida por centros nervosos superiores através de respostas condicionadas (saída do leite da mãe em resposta ao choro do bezerro). Estímulos externos (audiovisuais e olfativos) também podem ser responsáveis por este fenômeno. A ocitocina se liga a receptores e através deles promove a contração das células mioepiteliais, e completando o circuito, inicia-se a ejeção do leite. O reflexo de ejeção do leite pode ser inibido por estímulos estressantes (dor, medo, barulho e distúrbios emocionais). O estresse aumenta a descarga de epinefrina ou noradrenalina que seu feedback negativo, leva à contração da musculatura lisa ocluindo desta forma os ductos mamários e vasos sanguíneos, evitando que ocitocina atinja as células mioepiteliais. Como o Tecido conjuntivo Alvéolo 1 2 1. Ligamento suspensório mediano 2. Ligamentos suspensórios laterais Ducto e sistemas lobulo- alveo-lares da glândula mamária bovi-na Prega cricóide Secção vertical de um dos quatro quartos do úbere bovino que compõem a glândula mamária da vaca Figura – 4. Secção transversal de um dos quartos mamários e ligamentos da glândula mamária. 10 efeito da ocitocina é curto no momento da ordenha com duração variável de até cinco minutos, a ordenha dever realizado em tempo não superior ao indicado. No caso de secreção de epinefrina (adrenalina), o efeito deste hormônio é responsável pela retida do leite. Neste caso o produtor diz: “a vaca escondeu o leite”. Depois de liberada com a cria para o pasto, já sem o efeito estressante que ocasionou a liberação de adrenalina se suspende e com a nova mamada da cria, novamente é secretada a ocitocina, liberando novamente o leite. Então nestes casos é comum que apresentem quadros diarréicos pelo leite retido na ocasião anterior (ordenha inicial). Mecanismo da descida do leite8.4. Ordenha mecânica É importante a higienização do úbere, mãos do ordenhador e peçoneiras, para evitar aparecimento de doenças, principalmente, as mamites. Os ajustes recomendados para o equipamento de ordenha mecânica devem estar na freqüência de pulsação de 50 a 80 ciclos por minuto. O banho das tetas com um produto desinfetante apropriado após ordenha, deve ser rotina quando se utiliza este tipo de ordenha. Muito importante é a higiene da glândula mamaria e das mãos do ordenhador. 8.5. Ordenha Completa A ordenha deve ser realizada procurando-se não deixar leite residual em excesso para não prejudicar em menor ou maior grau a produção de leite da ordenha subseqüente. O tempo de ordenha ideal deve ser de quatro a cinco minutos, tempo necessário para que a própria vaca favoreça a descida do leite. Ao término da ordenha, todo o leite obtido, deverá ser pesado, filtrado e registrado em fichas zootécnicas específicas para controle da produção leiteira. O intervalo entre ordenhas influencia a secreção Láctea. Preconizou-se, que as vacas devem ser ordenhadas em intervalos de 12 em 12 horas, pois quando submetidas a duas ordenhas diárias, produzem maiores quantidades de leite, quando comparadas as ordenhas em intervalos desiguais (Neiva, R.S, 1997). Constatou-se que a taxa de secreção do leite foi aproximadamente constante a intervalos entre ordenhas de até 18 horas e declina a intervalos maiores. O leite quando deixa o úbere está com aproximadamente 35°C e esta temperatura deve ser abaixada rapidamente. O leite tem uma resistência natural a bactérias imediatamente após a ordenha, mas somente um rápido resfriamento para 4°C a 6°C, pode prevenir ou minimizar o crescimento bacteriano. O ato da ordenha deve ser realizado em um período de três a cinco minutos, período de atuação da ocitocina. 9. Manejo do rebanho. Entende-se por manejo, o conjunto de atividades realizadas na rotina dos rebanhos. 9.1. Manejo da Fêmea Gestante Devemos ter bastante cuidado na criação destes animais e no seu manejo, isto por que: - Devem-se recuperar do grande esforço da lactação anterior. - A glândula mamaria deve ter um repouso. - O desenvolvimento do feto gestado (maior crescimento) ocorre no terço final da gestação. - Deve acumular reservas para o próximo período de lactação. 11 Algumas práticas para o manejo da vaca gestante A - Secar a vaca que se encontra no segundo período de lactação, 60 a 65 dias antes do parto. B - Suspender subitamente a alimentação quando se estiver fornecendo concentrados e a ordenha para forçar a parada na produção de leite. É recomendado o exame do úbere para se detectar inflamações ou focos de mamite. Friccionar o úbere com óleo canforado. Depois de cinco a sete dias, quando os tecidos estão flácidos, ordenhar a pouca secreção restante. Alguns autores recomendam a inoculação intra-mamária de antibióticos para prevenir focos de mamite. C - Ministrar capim de ótima qualidade nas primeiras duas a três semanas do período seco. Em áreas em que os concentrados têm baixos custos, faltando cinco a seis semanas para o parto, inicia-se a administração, duas vezes por dia. A quantidade de concentrado e capim é determinada pelo estado da vaca. D - Ministrar uma mistura de concentrado especial para estes animais no período seco. A mistura pode conter 2 a 4 % menos proteína do que é habitualmente usado para o rebanho em produção. Esta técnica visa manter o animal sem produção de leite já que se pretende secá-lo. Os fazendeiros mais eficientes costumam proporcionar entre 500 e 700g de grãos para cada 50 Kg. de peso vivo, uma semana antes do parto, até a sua ocorrência. A finalidade desta prática é preparar o rume para a ingestão abundante de alimento antes do parto, o que leva o animal a alcançar boas condições físicas antes da parição. O animal deve ter acesso a sal mineralizado e este deve ser fornecido à vontade. 9.2. Manejo das Crias O primeiro passo obrigatório é a cura do umbigo do recém- nascido. A operação consiste na ligadura do umbigo a 2 cm da pele, o que se realiza com linha de algodão embebida em iodo. O passo a seguir é esterilizar a tesoura com álcool iodado, fogo, e cortar o umbigo, embebendo-se, de imediato, o restante do umbigo em tintura de iodo a 7% contido em um vidro de boca larga. Com esta técnica, evitam-se infecções através do cordão umbilical e este cai por volta do 5º a 7º dia. Uma das mais importantes fases na produção de leite é a alimentação do bezerro, principalmente, quando são selecionados para a reposição e como futuros reprodutores. É indispensável que o bezerro mame o colostro, rico em proteínas e anticorpos, assim como vitaminas e carboidratos. Os anticorpos são responsáveis pela imunidade da cria nos primeiros estágios de vida, e proteção contra doenças. A cria deverá ingerir o colostro obrigatoriamente até as 72 horas de nascida. Em período acima, não ocorre proteção (imunidade passiva). Assim, em períodos superiores, passa a funcionar como laxante. Outra função do colostro é auxiliar, através do seu poder laxativo, na eliminação do mecônio (primeiras fezes do feto no útero da mãe). Quando existe excesso de colostro, ele pode ser congelado e preservado assim, pode ser usado posteriormente. Recomenda-se ministrá-lo (3,5Kg/dia), a uma temperatura de 37º C. Nos sistemas de alimentação utiliza-se o colostro durante os dois a três primeiros dias que se seguem ao parto. Nesta fase a higiene e sanidade são importantes. Em condições de manejo na criação extensiva, o desmame ocorre de forma natural, quando o bezerro substitui a alimentação à base de leite, pelas forrageiras. Já em condições de aleitamento artificial, própria de rebanhos de alta produção, os cuidados com a alimentação são os seguintes: 9.2.1. Manejo alimentar inicial Tabela – 6. Procedimentos utilizados no aleitamento artificial. A – Ministrar três kg de colostro por dia por 3,5Kg/dia por três dias seguidos (recém nascido). B – Depois do terceiro dia, ministrar 2 kg de leite integral pela manhã e igual quantidade a tarde, até o 10º dia de vida. É recomendável utilizar baldes para o fornecimento do leite aos bezerros, do que deixar o bezerro mamar. A suspensão do fornecimento do leite poderá ser orientada pelo desinteresse do bezerro pelos leite. C – A partir do 8º dia ministrar ração com 16% de PB (regiões onde o concentrado é barato). Em áreas em que os preços do concentrado são muito altos, apoiar-se na utilização de feno de boa qualidade. D – Do 11º dia de vida em diante, fornecer três Kg de leite integral a tarde até os 42 dias de vida (DESMAME). E – Quando se utilize ração ou concentrado, ministrar 1 Kg por dia até os 180 dias de idade. Deverá ser realizada a pesagem dos animais logo após do nascimento, peso registrado em fichas, seguido de pesagens semanais. A partir do 10º dia de vida, realizar a tatuagem e marcação dos 12 animais. Quando a vaca venha a morrer de parto e/ou complicações, é necessário fornecer colostro à cria, de outras vacas que estejam produzindo colostro. Assim quando houver excesso de produção de colostro, o mesmo poderá ser armazenado sob congelamento. Parta fornecer o colostro congelado, embasado em vasilhame de ± 1,0 litro, para preservar o mesmo de repetidos descongelamentos. Assim, se devera proceder da seguinte maneira: 1. Descongelar o colostro e proporcionar ao bezerro diluído duas partes de colostro para uma de água. 2. Preocupar-se de que a temperaturanão seja superior a 37ºC Na ausência de colostro proceder da seguinte maneira: a- Diluir o leite em pó para aleitamento artificial conforme instrução do fabricante; b- Acrescentar à mistura (leite e água) dois ovos de galinha; c- Uma colher das de sopa de olho mineral; d- Bater em liquidificador para alcançar a homogeneização da mistura; e- Proporcionar à cria com mamadeira duas vezes ao dia. Aos 90 dias de vida, deve-se iniciar a vacinação contra: Carbúnculo sintomático, aftosa, e outras doenças que incidam na região. Contra brucelose, vacinar somente fêmeas a partir dos quatro meses de idade. Deve ser feito o controle de carrapatos com banhos ou pulverização a cada 15 dias. O controle dos parasitos internos deve ser realizado a cada três ou quatro meses. Devemos realizar uma modificação no princípio ativo do produto usado para eliminação dos parasitos, sob pena dos mesmos adquirirem resistência ao produto. É conveniente a separação dos animais por faixa etária a fim de que os bezerros menores não sejam prejudicados pelos animais maiores, principalmente, com relação à alimentação. Com a separação dos animais, evita-se também a implantação de doenças que se alastram rapidamente pelos animais jovens (Coccidiose). É importante lembrar que os bezerros, quando nascem, possuem o rume pouco desenvolvido, sendo o compartimento de menor tamanho. À medida que ele consome alimento fibroso, o rume se desenvolve e o animal se torna menos dependente do leite. 9.2.2. Manejo de tourinhos 9.2.2.1. Na fase de cria Tabela- 8. Procedimentos utilizados no manejo de tourinhos. A – Quando se utiliza aleitamento artificial, realizar desmame aos 42 dias de idade B – A partir do 8º dia iniciar o consumo de ração ou concentrado (1,5Kg/cabeça/dia) C – Até o 12º dia de vida ministrar 4Kg de leite por dia D – A partir do 13º dia reduzir o consumo de leite para 3Kg/dia E – Acesso a piquetes a partir dos 28 dias de idade F – Ministrar sal mineral durante todo o ano G – Fornecer água de boa qualidade/quantidade. 9.2.2.2. Na fase de recria: Esta fase ocorre entre os 6 a 12 meses de idade. Deve ser ministrado pasto de boa qualidade, associado a 1,5Kg de concentrado ou ração por cabeça por dia (regiões onde essa modalidade de arraçoamento é viável). O uso de volumoso/silagem é um boa medida para o bom desenvolvimento dos animais. Ministrar sal mineralizado durante todo o ano. 9.3. Manejo dos Reprodutores 9.1. Na Monta Natural: Quando se realiza a monta natural, o macho tem acesso à alimentação das fêmeas. 9.2. Na Monta Controlada: Tratando-se de monta controlada, os cuidados com o reprodutor compreendem: - Separação dos reprodutores em piquetes ou estábulos com alimentação de boa qualidade; - Banho do animal com água e sabão de pH. neutro; - Higiene dos cascos; - Controle de endo e ectoparasitas; - Os reprodutores devem-se manter saudáveis, vigorosos e não gordos (piquetes de exercícios); - Eles podem receber a mesma alimentação do gado leiteiro. De acordo com o feno e a silagem recomenda-se, concentrado: 0,5 Kg por 100 Kg de peso vivo. - Fornecer sal mineral à vontade. - Fornecer água abundante e de boa qualidade. - Ter acesso ao piquete de exercícios. 13 10. Aparelho reprodutor 10.1. Aparelho Reprodutor Feminino O Sistema Genital Feminino consta de diversas partes, cada uma com função específica, produzindo um conjunto de hormônios que possibilitam o desenvolvimento de um novo ser, após a fecundação. A afuncionalidade (não função) de qualquer uma das partes, resulta em infertilidade ou esterilidade do animal, consequentemente, impossibilitando ou reduzindo a função econômica do rebanho. O Sistema Genital da Vaca consta das seguintes partes: A - Vulva - Parte exterior do Sistema Genital. B - Vagina - É um conduto longo que vai da vagina até a cérvix, sendo essencial na cópula e passagem do feto, durante o parto. C – Cérvix ou cérvice - É o esfíncter musculoso que liga a vagina ao corpo do útero. D - Útero - É constituído de corpo e dois cornos. A função principal é alojar o embrião e permitir o seu desenvolvimento, até o nascimento do feto. E - Tubas Uterinas - São em número de duas e fazem a conexão entre os cornos uterinos e os ovários. F - Ovários - Também são em número de dois e possuem a função principal de produzir óvulos e secretar hormônios reguladores de todo o processo reprodutivo e desenvolvimento da glândula mamária. b = bexiga; m = glândula mamária; r = reto; t = trompa; u = útero; v = vagina; x = cérvix ou cérvice; y = ovário. 10.2. Aparelho Reprodutor Masculino O aparelho reprodutor masculino é composto de várias partes e apresentam as seguintes funções: A – Testículos Localizam-se fora da cavidade abdominal, são protegidos por uma bolsa denominada escroto. São em número de dois e, em seu interior, existem milhares de condutos enrolados, chamados túbulos seminíferos. Os espermatozóides que são as células sexuais masculinas são produzidos nestes túbulos, em um processo chamado espermatogênese. Os espermatozóides produzidos se dirigem ao conduto ou duto eferente e deste ao epidídimo, onde são armazenados. Do epidídimo, os espermatozóides se deslocam para o conduto ou duto deferente e daí para a uretra onde são auxiliados pela secreção das glândulas acessórias, cuja finalidade é servir de meio de suspensão e nutrição dos espermatozóides. Nos testículos, as células intersticiais de lydig, produzem o hormônio sexual masculino chamado testosterona que é responsável pelo comportamento do macho (libido) e pelos caracteres sexuais secundários do macho. O testículo esquerdo é ligeiramente maior que o direito e acredita-se que se deve a intensidade de irrigação. A retenção parcial do testículo (monorquidismo) ou total (criptorquidismo), na cavidade abdominal, constitui um fator altamente indesejável em animais destinados à reprodução, dada a sua condição hereditária. B - Glândulas Acessórias As glândulas acessórias são formadas por: Vesícula seminal, próstata, glândulas bulbo-uretrais de Cowper, produzem o plasma seminal ou sêmen, cuja função é servir de meio de suspensão dos espermatozóides, proporcionando-lhes material alimentício, além de facilitar seu caminho até a tuba uterina onde ocorre a fecundação. Os principais componentes do plasma seminal são: cloreto de potássio, cloreto de sódio, substâncias nitrogenadas, ácido cítrico, frutose, ácido ascórbico, inositol, fosfatos, ácido lático e componentes de colina. C - Vesículas Seminais São sacos alongados situados ao lado da ampola retal, com abertura unida aos condutos ejaculadores. Figura – 6. Anatomia funcional do Sistema Genital Feminino 14 D - Próstata É a mais importante das glândulas acessórias. A sua extirpação é suficiente para esterilização dos animais. E - Glândulas Bulbo-Uretrais ou de Cowper São duas pequenas estruturas situadas na parte posterior dos corpos cavernosos do pênis, responsáveis pela produção de 75% do sêmen ejaculado. F – Pênis Ele é constituído de uretra, corpos cavernosos, glande e prepúcio é o órgão copulador dos machos. Durante a excitação, os corpos cavernosos se enchem de sangue, ocasionando a ereção, que se deve à impossibilidade do sangue abandonar imediatamente estas estruturas cavernosas. a = Ampola retal; bu = glândulasbulbouretrais; cap. e = cabeça do epidídimo e cauda do epidídimo; cp = pedúnculo esquerdo do pênis; dd = duto deferente; fe = extremidade livre do pênis; pg = glândula prostática; r = reto; rp = músculo retrator do pênis; s = escroto; sf = flexura sigmóide; t = testículo; vg = glândula vesicular; (Adaptado de Popesco, 1968, Atlas der topographischen Anatomie der Haustiere, v. 3, Jena, Fisher). 11. Ciclo Estral Ciclo estral é o intervalo entre um cio e outro e, nas vacas, tem a duração de 20 a 22 dias, nos animais normais. O mesmo pode ser dividido em quatro fases: Proestro, Estro, Metaestro e Diestro. A - Proestro É a fase inicial do ciclo estral (cio), na qual há crescimento e maturação dos folículos produzidos pelos ovários. Os hormônios por eles produzidos induzem modificações no restante do sistema genital, entre elas: tumefação da vulva, secreção de muco, aumento da vascularização e tonicidade do útero. Esta fase tem a duração de 2 a 3 dias. B - Estro É a Segunda fase do ciclo estral, também conhecida como Cio ou Calor, ocorre logo após o Proestro. Esta fase tem duração variável e pode levar de 12 a 18 horas e se caracteriza por mudanças visíveis no comportamento do animal, entre outras: inquietação, mugidos constantes, micção freqüente, diminuição do apetite e encenação constante do ato sexual com os reprodutores e com as outras fêmeas. No final deste período, ocorre a ovulação, daí a grande importância da sua observação, quando se deve fazer a monta controlada ou a inseminação artificial. Da observação correta e meticulosa do cio, vai depender a eficiência do programa. C - Metaestro É a terceira fase do ciclo estral, segue-se ao cio, quando não há fecundação e gestação. Nesta fase o sistema genital retorna gradativamente seu estado de repouso. Duração: 6 a 8 dias. D - Diestro É a quarta e última fase do ciclo estral, Considerada como a fase de repouso do sistema genital, como duração em torno de nove dias. Como a anterior ocorre quando não fecundação nem gestação. Logo após o final do diestro, inicia-se o proestro e novamente, todas as fases do ciclo estral se repetem, até que ocorra a gestação. Duração: 9 dias. OBS: O aparecimento do ciclo estral ou puberdade e a sua manutenção durante toda a vida reprodutiva do animal, está na dependência de vários hormônios produzidos nos ovários, útero e hipófise. Para realizar a Figura – 7. Anatomia do Sistema Genital Masculino. 15 cobertura, deve-se esperar que a novilha atinja um peso dêem torno de 300 Kg. Para as Raças européias, o peso para a primeira cobertura varia com a capacidade de desenvolvimento da raça e elas são mais precoces. Nas raças de grande porte podem ser cobertas pela primeira vez, ao atingir peso de 290 a 300 Kg. 12. Monta 12.1. Conceito: Se define como monta, ao processo fisiológico que consiste no acasalamento de machos e fêmeas no cio. 12.2. Tipos de monta: Existem dois de monta: Monta natural e monta controlada. 12.2.1. Monta Natural É o ato natural por meio do qual o reprodutor cobre a fêmea no cio para fecundá-la. No processo os touros são mantidos o ano inteiro junto as matrizes. A monta natural no processo de reprodução dos bovinos deve merecer grande atenção por parte do criador, pois para que os resultados sejam satisfatórios, deve ser realizada com critérios, observando-se principalmente, a relação macho/fêmea, idade e o estado de saúde do touro, já que este é exposto a um desgaste, especialmente quando a monta é feita a nível de campo (monta natural), sem nenhum controle. Com esta modalidade, no sistema de Criação Extensiva ou de Retiros, core-se o risco de cair na consangüinidade, com resultados indesejáveis. É importante em este modelo de criação a rotação ou mudança de touro quando as filha necessitam de reprodutor. Neste caso, recomenda-se a utilização de 1:20/1:30/1:40 ( estas proporções poderão ser crescentes, de acordo a idade do reprodutor, condição física do mesmo e libido). Para proceder ao aumento de vacas para a cobertura, como o enunciado, há necessidade de um manejo rigoroso da reprodução, caso contrário, manter a proporção menor. 12.2.2. Monta Controlada Como o próprio nome está dizendo, ela é controlada pelo homem. Recomenda-se o uso de 1:40 (1 touro para cada 40 vacas). Da mesma forma como indicado acima, esta proporção poderá ser aumentada desde que se tenha um acompanhamento rigoroso da reprodução Devemos ter muito cuidado na observação do cio das vacas e, para isso, o rebanho deve ser observado pelo menos duas vezes por dia, sendo uma pela manhã e outra à tarde, com a finalidade de detecção do cio. Alguns proprietários preferem a utilização de rufião ou vacas androgenizadas. O rufião, geralmente é um macho ½ sangue, que é operado e é realizado o desvio do pênis. No mesmo animal é colocado abaixo da mandíbula um burçal marcador que possui tinta. Quando o rufião salta sobre a fêmea, o burçal é comprimido sobre o dorso da mesma e a tinta derrama, havendo a marcação do animal em cio Mesmo com o uso dos rufiões, as vistorias devem ser periódicas, por causa do período de ovulação. 13. Inseminação Artificial Embora existam relatos legendários sobre o emprego da inseminação artificial, a utilização do procedimento só foi possível a partir da descoberta dos espermatozóides no Século XVII. Esta descoberta de 1.623 foi feita por Loui Gardin, um físico de Douai. Usualmente esta descoberta tem sido atribuída a Ludwig Han, estudante de medicina que comunicou as suas observações à Royal Sociate of London, em 1.677. A comunicação foi feita por intermédio de Antony V. Leenvenhock, que descreveu o espermatozóide como um pequeno animal que possuía uma cabeça e uma cauda. Ele afirmava que a cabeça era heterogênea em sua estrutura, e que a cauda tornava-se mais larga próximo à cabeça, afinando gradualmente, terminando em um ponto. Até o fim do Século XVII tiveram lugar os trabalhos de desenvolvimento da Inseminação Artificial (I.A.) e, somente, a partir do Século XX, é que a Inseminação Artificial passou para o terreno da experimentação para a aplicação prática. Na espécie bovina foi a que a Inseminação Artificial encontrou maior difusão. Na Rússia e nos Países balcânicos, a I.A. de ovelhas está muito desenvolvida. Para as cabras e éguas a I.A. tem demonstrado menor interesse. Na espécie suína, a I.A. se encontra em fase de pleno desenvolvimento. Em outros seres como: abelhas, peixes e aves podem ser realizadas, mais ainda é insipiente. 13.1.Conceito Consiste na deposição manual do sêmen nas vias genitais (útero) de uma fêmea no cio. 13.2. Vantagens da Inseminação Artificial - Melhor aproveitamento de um bom reprodutor; - Evitar a transmissão de doenças pelo coito; - Facilitar o controle de doenças existentes no rebanho e que se transmitem por relação sexual; - Possibilita menor tempo para se testar a qualidade dos filhos; - Permitir aos criadores de menores recursos financeiros, utilizarem sêmen de qualidade comprovada para obtenção de boas crias; - Possibilitar alternativas de cruzamentos nos rebanhos; 16 - Ao contrário da Monta Natural, com um ejaculado se pode inseminar um número muito maior de fêmeas. 13.3. Limitações da Inseminação Artificial - Exige pessoal qualificado; - É necessária a aplicação correta da técnica para evitar lesões das vias genitais da fêmea; - Exige nitrogênio líquido e vasilhame próprio para a conservação do sêmen; - É necessário tronco de contenção para inseminar a fêmea; - É necessária a observação rigorosa das matrizes para diagnósticodo cio. 14. Gestação O período que vai da fecundação até o nascimento do bezerro é chamado de gestação. Durante a gestação há o desenvolvimento e maturação do embrião e do feto. Nas fêmeas bovinas a sua duração média é de 286 a 292 dias ou 40 semanas e se caracteriza por muitas modificações no organismo do animal, entre elas: 1. Ausência do cio; 2. Diminuição na produção de leite; 3. Ganho de peso; 4. Aumento do volume do abdome; 5. Desenvolvimento da glândula mamaria, mais evidente próximo ao parto. 15. Efeito da deficiência de micro-nutrientes na reprodução dos bovinos. A deficiências marginais de micro-nutrientes na reprodução bovina é de difícil identificação, já que não se manifesta por sinais patológicos específicos. A carência dos mesmos reflete em índices zootécnicos expressado em baixa produtividade, com conseqüente baixo ganho de peso, altos índices de repetição de cios e abortos. Entre eles estão: manganês (Mn) cobre (Cu), iodo (I), zinco (Zn) e selênio (Se). Mn: Necessário do metabolismo das células ovarianas (da granulosa e foliculares). Se: Têm grande participação do Selênio, ocorre a ovulação e formação do corpo hemorrágico. Esse, em três dias, se torna o corpo lúteo, que é secretor da progesterona que manterá possível a gestação ou preparará o útero para um novo ciclo. Cu: Têm função como ativador e constituinte enzimático. É um componente chave do sistema imunológico, e tem um papel básico no metabolismo de ferro e na maturação dos eritrócitos. Rebanhos que sofrem de uma deficiência marginal de Cu apresentam taxas de crescimento e eficiência alimentar reduzidas. Dietas deficientes em Cu, ou com dietas contendo altos níveis de Molibdênio (Mo) e sulfatos, levam a taxas de fertilidade e de concepção reduzidas, e maior incidência de retenção de placenta, pois o Mo e S formam um complexo insolúvel com o cobre impedindo sua absorção. I: Essencial para a síntese dos hormônios da tireóide, que participam na regulação do metabolismo energético. deficiência de Iodo, leva hipotireoidismo ou bócio. Zn: Joga um papel fundamental na formação da genitália externa (circunferência escrotal) e interna, na espermatogênese e na multiplicação celular dos testículos, principalmente das células de Leydig, responsáveis pela produção de testosterona. Se: Têm influencia a capacidade dos leucócitos de destruir bactérias e age como antioxidantes a nível celular. 15. Escore O escore é um termo utilizado para conhecer o estado corporal da vaca (estado carne), para ver se a mesma apresenta condições de entrar no cio e/ou suportar a cobertura garantindo a gestação. Sua importância radica no fato de que esta ferramenta se constitui em um elemento de grande importância para o correto acasalamento de uma fêmea no cio, bem como para identificar possíveis causas de anestro ou infertilidade. Gráfico – 1. Escore da condição corporal ao parto e percentagem de prenhez 17 Como expressa o gráfico – 1, a melhor condição corporal é aquela que se encontra em 6. Esta qualificação garante a ocorrência do ciclo estral com ovulação fértil e fecundação. 16. Manejo reprodutivo de bovinos leiteiros nos trópicos A presença de um meio ambiente faz sentir a inserção de indivíduos nesse meio. Assim, um dos fatores mais importantes do clima, é a temperatura, que pode ser considerada como, fator modelador de adaptação dos indivíduos. Desta forma, as regiões de climas tropicais e subtropicais encontram-se situadas em limites de 30º de latitude norte e sul (OART, 1970). Observa-se que em torno de 1/3 da superfície terrestre, corresponde a tal área. Os rebanhos destas áreas experimentam uma baixa produtividade. Reprodução e produção são fenômenos correlatos, e da adaptação dos animais domésticos ao clima, dependerá que tais indivíduos expressem sua função produtiva. Podemos considerar como exemplo, o baixo desempenho produtivo das raças leiteiras européias, quando importadas para regiões tropicais (Berbigier, 1989). O meio ambiente então, pode ser considerado como um fator limitante no desempenho dos animais (ganho de peso, eficiência da utilização da energia, produção de leite, etc.), principalmente em sistemas intensivos de produção. Observa-se entre os autores consultados que o maior problema encontrado nos aspectos de reprodução e produção nos trópicos é o estresse calórico (BENYIE & BARRO, 2000). Os efeitos do clima sobre a reprodução podem atuar de maneira indireta, no eixo hipotalâmico-hipofisiário, afetando a função gonadal via hormônios hipofisiários, ou podem ocorrer diretamente sobre os tecidos reprodutivos como no (útero), pela causa de danos ou morte do embrião por exposição a ambientes quentes, em que é reduzida a síntese de proteína pelo blastocisto, em que a proteína de choque (hsp), atua de várias maneiras, inibindo ou revertendo os efeitos prejudiciais de temperaturas elevadas nas funções celulares e conferindo maior resistência das células ao calor (Benyie & Barro, 2000). Por outro lado, o embrião sintetiza uma proteína interferon (proteína trofoblástica bovina- 1), entre o 15º e 17º dia pós-concepção, que auxilia no mecanismo de implantação embrionária, inibindo a secreção materna de PGF2 e, conseqüentemente, a luteólise, num processo conhecido como reconhecimento materno da gestação. 17. Reconhecimento materno da prenhez A implantação do embrião no endométrio uterino (interior do útero) leva à formação de estruturas intra-uterinas que permitem um contacto íntimo com a mãe, troca de nutrientes e comunicação endócrina. Assim o embrião produz hormônios esteróides e/ou proteínas para assinalar sua presença no sistema materno. Este sinal é necessário para a manutenção do corpo lúteo e a produção de progesterona (hormônio responsável pela gestação a termo) por este corpo lúteo. Por este mecanismo se assegura a gestação. Se houver outro mecanismo como a produção de PGF2α, o corpo lúteo sofre lise, e com a suspensão da produção de progesterona, a gestação é interrompida, com a ocorrência de aborto. 18. Parto Parto é a expulsão do feto do útero, quando este já atingiu o seu desenvolvimento completo. Este mecanismo é sinalizado pelo feto, que lançando o hormônio cortisol na corrente sanguínea, estimula a produção de PGF2α pela mãe. Isto leva a lise do corpo lúteo (luteólise). Iniciam-se então na mãe a liberação principalmente dos hormônios (relaxina e ocitocina) dando-se início ao desencadeamento do parto. 18.1. Intervalo Entre Partos Denomina-se intervalo entre partos o período que vai de um parto a outro. O período que vai de um parto até uma nova cobertura fértil é denominado Período de Serviço. Quanto maior for o período de serviço, logicamente, maior será o intervalo entre partos. Exemplo Nº 1 A............................................B ........................................................C 1º Parto 90 dias Cobertura 285 dias de gestação 2º Parto com fecundação No exemplo acima, a vaca teve o seu primeiro parto em A e, foi fecundada 90 dias depois em B. Isto mostra que o período de serviço deste animal foi de 90 dias. A gestação seguinte teve a duração de 285 dias. Somando-se os 285 dias de gestação com os 90 dias do período de serviço, temos 375 dias, que é o intervalo entre o 1º e o 2º parto ou seja, letras A e C. Exemplo Nº 2 A.......................................... B .................................................................C1º Parto 120 dias Cobertura 285 dias de gestação 2º Parto com fecundação 18 No exemplo, o intervalo entre partos foi de 405 dias, pois o período de serviço foi de 120 dias, mais o período de gestação média, de 285 dias. Temos então: 120 + 285 = 405 dias, que é o intervalo entre partos. 19. Anormalidades do cio As anormalidades do cio variam desde sua ausência, patologias, alterações genéticas e manejo (Quadro-8). Quadro – 8. Anormalidades que interferem na alteração do ciclo estral. Espécies Anormalidades Causas Mecanismos Fisiológicos Piometra Manutenção do Corpo Lúteo Mumificação Mecanismo da mamada inibe a liberação de de gonadotrofina Lactação Deficiência de LH e/ou GnRH Anestro Ovários císticos Deficiência de LH e/ou GnRH Bovina Hipoplasia ovariana Falha na produção de estrógenos ovarianos Freemantim Falha na produção de estrógenos ovarianos Deficiências nutri-cionais ou vitamí- nicas Produção de gonadotrofinas Hipófise anterior Subanestro ou cio si- lencioso/ovulação silen-ciosa Alta lactação Desequilíbrio Endócrino Ovários císticos Ninfomania O termo anestro se refere à ausência de cio. Reportam-se como causas: piometra (acúmulo de pus no útero, morte e mumificação fetal (aspecto de múmia) e a própria lactação (perda de peso)). Entre os mecanismos fisiológicos podemos citar: persistência do corpo lúteo com a produção de progesterona (hormônio que segura a gestação) com conseqüente baixa produção de estrógenos e os mecanismos inibitório da mamada do bezerro que inibe a liberação da gonadotrofina (Gen RH). Entre outras anormalidades do cio podemos indicar: ovário policístico leva a ninfomania (encenação sexual permanente) e como mecanismo fisiológico se reporta a deficiência de LH (hormônio Luteinisante) responsável pela maturação óvulo, observando-se também a deficiência de Gen RH. Também as modificações dos ovários (fibrose) e flacidez, são responsáveis pela falta de produção de óvulos férteis. A hipoplasía ovariana (ovários com tamanho reduzido) e o freemartim (presença dos dois sexos) anormalidade encontrada em partos gemelares, quando uma cria é fêmea e a outra macho, está presente tal aberração. Como mecanismo fisiológico, se cita a falha de produção de estrógenos ovarianos. As deficiências nutricionais e vitamínicas também são responsáveis pela anormalidade do ciclo estral pouco desenvolvimento das gônadas e alterações do endométrio (parte interna do útero). Como causa fisiológica se cita, a baixa produção de gonadotrofina pelo lóbulo anterior da Hipófise ou glândula Pineal. Cio silencioso (ovulação silenciosa) ocorre na perda de peso pela alta produção de leite (balanço negativo de carbono) até um período de até 60 dias pós-partum. Como causa fisiológica, podemos citar os desequilíbrios hormonais. Finalmente na ninfomania (cio permanente) podemos relacionar a presença de cistos ovarianos (estrogênicos) 20. Balanço negativo de carbono em altas produtoras de leite Os sistemas utilizados na produção de bovinos leiteiros, maximizando-se a produção, têm chamado a atenção com os cuidados da alimentação. No final da gestação se observa um aumento da demanda energética, o que predispõe à mobilização da gordura corpórea, com conseqüente diminuição da capacidade ingestiva nas semanas que antecedem o parto, o que predispõe aos indivíduos, a distúrbios metabólicos (Juchem et al., 2000). 19 A principal predisposição para tal distúrbio, é devido a grande demanda de energia com conseqüente remoção de gordura corporal e à diminuição da capacidade de ingestão de matéria seca (M..S.), o que afeta a reprodução e produção leiteira (Duffiel et ell., 1999). 20. Produção de Leite na Época da Seca No inverno (período frio e seco do ano), ausência de chuvas na região de clima tropical, quando há insuficiência de pasto em quantidade e qualidade, observa-se uma diminuição na produção de leite e crescimento das novilhas, decorrentes da má alimentação. No nosso país ainda é pouco usado o feno na alimentação animal, sendo mais difundido nos países da Europa. Assim, o feno deve ser um alimento complementar, ministrado conjuntamente com silagem, forragens de corte e suplementação de com concentrados ou farelos nas regiões de industrialização de soja, trigo, etc. Cardoso (1.978) utilizou feno de aveia forrageira, aveia picada e silagem de milho em vacas em lactação. As duas formas de aveia foram suplementadas com fubá de milho e a silagem com farelo de algodão, atendendo-se as exigências de mantença e produção de leite, sendo registrado uma produção da ordem de 10,9 Kg. de leite por vaca, com 3% de matéria gorda. Nesta pesquisa, a utilização de aveia forrageira, na forma verde e ou fenada, não mostrou superioridade sobre a silagem de milho, quanto aos consumos de matéria seca e de nutrientes, o mesmo acontecendo com a produção e composição do leite. Observou ainda, que as vacas que receberam o feno tiveram um ganho de peso de 270g/dia, ainda produzindo um leite mais barato, devido a economia com concentrados. Esta prática auxilia na diminuição do intervalo entre partos. 20.1. Suplementação na Época da Seca As exigências de alimento nos animais se mantêm mais ou menos uniformes ao longo do ano e, nas condições de clima do Brasil Central, as curvas de necessidade alimentar dos animais e produção de forragem não coincidem. Esta situação se faz sentir com maior intensidade no período crítico da produção de forragem, isto é durante o período seco. Trinta dias após o término do período chuvoso começa a diminuir o valor nutritivo das pastagens, isto porque as forrageiras tornam-se maduras e elevam o conteúdo de fibra e lignina, diminuindo sua digestibilidade. Quando isto ocorre, o valor nutritivo da forragem diminui e a pastagem passa, a partir então, a não dispor de condições para suprir as exigências nutricionais dos animais, momento em que começam a perder peso. Na medida em o período seco é mais intenso, mais se acentua o problema. FONTE: Informe Agropecuário. Belo-Horizonte, 6 , (64), 1.980 22. Controle Leiteiro Chama-se controle leiteiro ao conjunto de atividades realizadas durante o período de lactação coma finalidade de registrar a produção das vacas paridas no período de lactação. Além de conhecer a produção doas fêmeas do rebanho, é de grande importância para a seleção e formação de rebanhos de alta produção. 22.1. Conceito É o registro individual da produção de leite, o que possibilita ao produtor saber com segurança, no final da lactação, a capacidade de produção de cada vaca e identificar problemas das fêmeas durante o período da lactação. Muitos produtores acostumam fazer a avaliação da produção de leite de um animal, pela produção de um dia, uma semana ou mesmo pela quantidade produzida pela vaca no primeiro mês de produção. Estes métodos são falhos, não representativos da capacidade de produção total do animal, pois existem vacas que só apresentam boa produção nas primeiras semanas. Consumo Médio de Alimentos e Nutrientes Consumo Feno Concentrado Total Matéria Seca Kg./vaca/dia 9,8 2,5 12,3 Matéria Verde Kg./vaca/dia/dia 14,0 - 14,0 Proteína Bruta Kg./vaca/dia 1,1 0,3 1,4 Energia Digestível (Mcal) 24,7 8,6 33,3 Cálcio (g/vaca/dia) 46,0 13,0 59,9 Fósforo (g/vaca/dia)27,4 15,0 42,4 Tabela- 10. Consumo médio de alimentos e nutrientes para animais leiteiros na entrte- safra. 20 A boa vaca leiteira é aquela que apresenta alto índice de rendimento durante toda a lactação e em todas as lactações de sua vida reprodutiva, daí que somente o controle leiteiro permite identificar e selecionar tais animais. 22.2. Tipos de controle leiteiro Em fichas próprias, registram-se em quilogramas, as produções de cada vaca. O registro pode ser diário, semanal, quinzenal ou mensal. A pesagem diária é mais trabalhosa, porém mais eficiente. No final da lactação faz-se o cálculo da produção total. Na (Tabela-11) é abordado procedimento do registro diário. O peso líquido é determinado descontando do peso total, o peso do balde e no final da lactação tem-se o registro das produções diárias dos animais. Com a soma dos registros, se obtém a produção total da lactação. A (Tabelas- 12) representa o exemplo de controle leiteiro mensal, respectivamente. Como abordado na (Tabela-11), no final e obtém a produção média de cada mês. Desses dados mensais tira-se a média e multiplica-se pelo número de dias de lactação, como explicado na (Tabela13). Tabela – 11. Controle leiteiro com registro de produção diária Nome e/ou Nº da vaca Peso Manhã Kg. Peso Tarde Kg. Peso Líquido Kg. Peso Manhã Kg. Peso Tarde Kg. Peso Líquido Kg. Mariquinha (108) 5,0 3,0 6,0 6,0 3,5 7,5 Borboleta (134) 7,0 3,5 8,5 7,0 4,0 9,0 Fantasia (125) 8,0 4,5 10,5 7,5 5,0 10,5 Mimosa (93) 4,0 2,5 4,5 4,5 3,0 5,5 Tabela – 12. Controle leiteiro com registro de produção mensal: Dia 16-01-2.000 Dia 15-02-2.000 Dia 15-03-2.00 Nº/Nome da Vaca Peso Manh ã (Kg.) Peso Tard e (Kg.) Peso Líquid o (Kg.) Peso Manh ã (Kg.) Peso Tard e (Kg.) Peso Líquid o (Kg.) Peso Manh ã (Kg.) Peso Tard e (Kg.) Peso Líquid o (Kg) Esperanç a (12) 8,0 5,5 11,5 7,0 5,0 10,0 7,5 4,0 9,5 Tangerin a (75) 9,0 5,5 12,5 8,0 6,0 12,0 7,5 4,5 10,0 Amendoi m (82) 6,0 4,4 8,0 6,0 3,0 7,0 5,5 3,0 6,5 Tabela – 13 Cálculos do registro de controle leiteiro. Na (Tabela-13 ) é apresentado o procedimento de cálculo do controle leiteiro mensal. Cálculo: 16,1 + 13,5 + 9,9 + 10,5 +10,0 + 9,4 + 8,0 + 6,5 + 4,9 +6,7= 95,5 : 10 = 9,55 Kg. Esta média multiplica-se pelo período de lactação como no seguinte exemplo: Média = 9,55 e Período de lactação = 300 dias → 9,55 x 300 = 2.865 Kg. Lembramos ainda que o controle leiteiro pode ser oficial e particular. Neste caso o controle oficial fica a cargo dos órgãos estaduais e o particular, por conta do produtor. 22.3. Vantagens do Controle Leiteiro - Permitem ao criador excluir do rebanho as vacas de baixa produção, por serem anti-econômicas. - Permite identificar e conservar as boas produtoras, em que suas filhas são usadas para substituição das matrizes que compõem o rebanho. - Estimula ao criador a melhorar permanentemente seu rebanho. - Pode ser executado sem gastos elevados. Registro da Produção (Kg) 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 16,1 13,5 9,9 10,5 10,0 9,4 8,0 6,5 4,9 6,7 21 23. Instalações em Bovinocultura de Leite. Em instalações leiteiras, temos a considerar dois grupos de instalações: A - Instalações Gerais: Cercas, estradas, aguadas, porteiras, etc. B - Instalações Centrais: Estábulo, sala de ordenha, abrigo para touro, creche, bezerreiro, etc. As instalações centrais são mais importantes e iremos, nesta apostila, nos reportar, somente a elas. 23.1.Estábulo É a mais importante instalação de uma propriedade produtora de leite. A ela é reservada a principal atividade da fazenda, ou seja, a ordenha. A sua localização e organização deve oferecer conveniência de modo que favoreça o rendimento de todo o trabalho com o gado. Para tal, deve-se considerar a topografia do terreno, drenagem, facilidade de acesso de transporte e a movimentação do gado entre a área construída e os piquetes ou pastos (considerar facilidade e distância a ser percorrida). O dimensionamento e a distância do estábulo permitem, além da ordenha, outras atividades como: - Alimentar as vacas em lactação (operação que é realizada junto com a ordenha); - Alojar reprodutores; - Abrigar e permitir o aleitamento de bezerros; - Receber o leite e acondicioná-lo até a chegada do veículo transportador; - Guardar rações concentradas. - Conter uma pequena farmácia, etc. Construções abertas, compridas e estreitas, são as recomendadas para áreas de Clima Tropical. As paredes externas onde as vacas são ordenhadas devem ter de 1,50 a 1,80 m de altura, podendo ser construídas de réguas. Estas, entretanto, fornecem menor proteção contra a umidade e correntes de ar na hora da ordenha, diminuindo a eficiência na obtenção de leite mais higiênico. As divisões obedecem a vários sistemas, conforme a disposição das plataformas, onde ficam as vacas. Os estábulos mais comuns são os de fila simples ou dupla. Os animais podem estar dispostos face a face ou costa a costa. No sistema face a face observamos as seguintes vantagens: distribuição do alimento é facilitada, pois existe somente um corredor central de alimentação, maior insolação, mas sarjetas e melhor iluminação para a realização da ordenha além da facilidade na entrada das vacas. Já no sistema costa a costa encontramos mais rapidez na limpeza das instalações e a facilidade de ordenha. A higiene, por ser uma operação trabalhosa, torna-se mais fácil, pois só existe um corredor central. No caso da ordenha os animais estão menos agrupados, facilitando o controle de doenças transmitidas por secreções (Tuberculose) e impressionando melhor aos visitantes, eventuais compradores, pois facilita a visualização da glândula mamária. As medidas recomendadas para a construção do estábulo são as seguintes: A - Comprimento da Plataforma (Espaço destinado a cada vaca) - Animais Grandes = 1,70 a 1,80 m - Animais Menores = 1,50 a 1,60 m B - Largura da Plataforma - Com ordenha no local = 1,30 m - Sem ordenha no local = 1,00 m C - Largura da Sarjeta - 0,30 a 0,40 m D - Declividade da Plataforma em Direção à Sarjeta: - Declive de 2% E - Corredores de Alimentação - Central = 1,50 m - Laterais = 1,00 m (de cada lado) F - Corredores de Limpeza - Central = 2,0 m - Lateral = 1,50 m O Cocho do estábulo para a distribuição de concentrados e, ocasionalmente, forragens e ensilagem, deve ter as seguintes dimensões: - Altura menor = 0,30 a 0,40 m. - Altura maior = 0,60 a 0,80 m. - Largura = 0,60 m. - Altura acima do piso = 0,10 a 0,15 m. O bebedouro representa um problema não muito fácil de resolver. Podem-se recomendar bebedouros automáticos metálicos, facilmente 22 encontrados no mercado, colocados entre cada dois animais, de maneira a servir a ambos. A pressão exercida pelo focinho do animal sobre a bóia, provoca a saída da água. A separação das vacas se faz por tubos cilíndricos, curvados ou pedaços de madeira, geralmente
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