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Apostila de Bovinocultura de Leite

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BOVINOCULTURA DE LEITE 
 
1. Introdução 
 
Em condições naturais, os mamíferos selvagens produziam o leite 
indispensável para sua cria. Muito antes da existência de registros 
históricos, o homem comprovou o valor nutritivo do leite e assim, 
domesticou os animais que produziam, começando a seleção para 
maior produção destinada ao consumo de sua família. 
Entre as espécies mais exploradas podemos citar: bovina, 
bubalina e caprina, no entanto existem registros da utilização do leite de 
ovinos, eqüinos, suínos e outras espécies, com a finalidade de se obter o 
leite para a alimentação em diferentes partes do mundo. 
A importância da vaca leiteira radica no fato de produzir 
alimento para o homem e, principalmente para as crianças. 
Há antecedentes que relatam à ordenha de vacas no ano 900 
(A.C.) e relatos anteriores da utilização do leite como alimento essencial. 
Séculos (A.C.), Hipócrates recomendava o leite como fim 
medicamentoso. Antes do descobrimento da América, não havia vacas 
no continente. Elas foram trazidas para o Ocidente por Colombo em sua 
2ª viagem no ano de 1.493. 
2. Preços de mercado de produtos de origem animal e vegetal 
No (Quadro-1) observamos que as explorações de bovinos de 
corte, suíno, frango vivo, milho e soja, apresentam valores comerciais 
superiores, com taxa de retorno superior à produção de leite. Isto orienta 
no sentido da grande necessidade de sermos mais eficientes na 
exploração leiteira, o que resultará na melhora do rebanho e cuidados 
de manejo e alimentação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. População de gado leite 
3.1. População de bovinos de leite no mundo 
Os dados apresentados no (Quadro-2), podemos observar que os 
índices de aumento da produção nos anos estudados são lentos. Ante tal 
situação, há necessidade de utilização de novas tecnologias, incluindo 
programas de melhoramento genético dos rebanhos, bem melhoria da 
condição de manejo reprodutivo e alimentar, com também a adoção de 
políticas que estimulem aos produtores. No nosso país o que se observa 
com freqüência é a mudança de linha de produção, de leite para carne, 
em função dos preços. Desta forma os esforços do melhoramento 
genético alcançados, ficam prejudicados quando o produtor muda a 
linha de produção. 
Quadro-2. Produção de gado de leite em miles de toneladas em 13 países 
selecionados. 
Países 2003 2004 (p) 
2005 
(p1) 
2006 
(p) 
2007 
(p1) 
2008 
Canadá 7.734 7.905 7.806 8.041 8.145 8.140 
México 9.784 9.874 9.855 10.051 10.100 10.185 
U.S.A. 77.289 77.535 80.254 80.462 84.095 86.410 
Argentina 7.950 9.250 9.500 10.200 9.400 10.000 
Brasil 22.860 23.317 24.025 25.230 26.750 28.890 
União 
Européia 
(27) (1) 
135.059 133.969 134.672 132.206 132.600 133.400 
Rússia 33.000 32.000 32.000 31.100 32.000 32.725 
Ucrânia 13.400 13.787 13.423 13.017 13.100 13.150 
Índia 36.500 37.500 37.520 41.000 42.140 42.890 
China 17.463 22.606 27.534 31.934 35.000 38.000 
Japão 10.636 10.377 10.429 10.395 9.870 9.400 
Austrália (2) 10.636 10.377 10.429 10.395 9.870 9.400 
Nova 
Zelândia (3) 
14.346 15.000 14.500 15.200 15.595 15.850 
Total de 
países sele-
cionados 
394.341 401.449 409.803 418.974 426.785 437.050 
Fonte: USDA (United States Department of Agriculture) - Dairy: World 
Markets and Trad/ July 2006 
Descrição Outubro - 
2006 
Outubro - 2007 
Boi gordo @ R$ 62,88 R$ 62,62 
Suíno @ R$ 37,00 R$ 47,00 
Frango vivo (Kg) R$ 1,50 R$ 1,60 
Ovos Bco Ext. (30 
dz.) 
R$ 30,70 R$ 40,70 
Leite B (litro) R$ 0,56 R$ 0,81 
Leite C (litro) R$ 0,55 R$ 0,79 
Milho (saca) R$ 18,00 R$ 23,50 
Soja (saca) R$ 29,10 R$ 39,00 
Quadro-1. Preços de mercado de produtos pecuários nos anos: 
 2006-2007 
 2 
3.2. População bovina de leite no Brasil 
 
 No (Quadro-3) se reporta o rebanho efetivo de cabeças de 
bovinos no Brasil. O Estado do Acre participa da atividade pecuária com 
percentual de 1,2% em que. Já o Estado de Rondônia, está 
representado com 5,6% do total de cabeças bovinas no país. Esta 
diferença pode estar relacionada a uma série de fatores, tais como: 
econômicos, políticos e de infra-estrutura, que facilitam o escoamento 
da produção. 
 
Quadro-3. Efetivo do rebanho (cabeças) no Brasil, Região Geográfica, 
Unidade da Federação, Mesorregião Geográfica, Microrregião 
Geográfica e Municípios (2006). 
Brasil, Região Geográfica, Unidade da Federação, 
Mesorregião Geográfica, Microrregião Geográfica e 
Município. 
 
Brasil 205.886.244 
Norte 41.060.384 
Nordeste 27.881.219 
Sudeste 39.208.512 
Sul 27.200.207 
Centro-Oeste 70.535.922 
Rondônia 11.484.162 
Acre 2.452.915 
Amazonas 1.243.358 
Roraima 508.600 
Pará 17.501.678 
Amapá 109.081 
Tocantins 7.760.590 
Maranhão 6.613.270 
Piauí 1.838.378 
Ceará 2.352.589 
Rio Grande do Norte 1.027.289 
Paraíba 1.092.792 
Pernambuco 2.095.184 
Alagoas 1.029.352 
Sergipe 1.067.508 
Bahia 10.764.857 
Minas Gerais 22.203.154 
Espírito Santo 2.119.309 
Rio de Janeiro 2.095.666 
São Paulo 12.790.383 
Paraná 9.764.545 
Santa Catarina 3.460.835 
Rio Grande do Sul 13.974.827 
Mato Grosso do Sul 23.726.290 
Mato Grosso 26.064.332 
Goiás 20.646.560 
Distrito Federal 98.740 
Vale do Juruá – AC 242.031 
Vale do Acre – AC 2.210.884 
Cruzeiro do Sul – AC 79.370 
Tarauacá – AC 162.661 
Sena Madureira – AC 211.670 
Rio Branco – AC 1.525.465 
Brasiléia – AC 473.749 
Acrelândia – AC 178.905 
Assis Brasil – AC 26.398 
Brasiléia – AC 171.864 
Bujari – AC 208.766 
Capixaba – AC 118.943 
Cruzeiro do Sul – AC 42.394 
Epitaciolândia – AC 71.324 
Feijó – AC 60.600 
Jordão – AC 4.509 
Mâncio Lima – AC 16.035 
 3 
Manoel Urbano – AC 22.839 
Marechal Thaumaturgo - AC 4.957 
Plácido de Castro – AC 163.166 
Porto Walter – AC 4.431 
Rio Branco – AC 454.728 
Rodrigues Alves – AC 11.553 
Santa Rosa do Purus - AC 2.189 
Senador Guiomard - AC 257.518 
Sena Madureira – AC 186.642 
Tarauacá – AC 97.552 
Xapuri – AC 204.163 
Porto Acre – AC 143.439 
Censo Agropecuário-2006 
 
3.3. População de bovinos de leite no Estado do Acre. 
 No (Quadro-4) estão indicados os números de estabelecimentos 
produtores de leite de vaca. Corresponde ao município do Acre a 
primeira colocação, situando-se ao Vale do Acre a segunda colocação, 
e observa-se a menor participação, no município de Mâncio Lima, onde 
deverão ser realizado maiores esforços na tentativa de uma maior 
produção para o consumo da população. 
Quadro-4. Estabelecimentos produtores de leite de vaca por unidades 
da Federação. 
Variável = Número de estabelecimentos agropecuários (Unidade) 
Tipo de produção animal = Leite de vaca 
Ano = 2006 
Brasil, Região Geográfica, Unidade da Federação, 
Mesorregião Geográfica, Microrregião Geográfica e 
Município 
 
Brasil 1.340.897 
Norte 86.992 
Acre 6.413 
Vale do Juruá – AC 2.488 
Vale do Acre – AC 3.925 
Cruzeiro do Sul – AC 572 
Tarauacá – AC 1.916 
Sena Madureira – AC 924 
Rio Branco – AC 2.280 
Brasiléia – AC 721 
Acrelândia – AC 249 
Assis Brasil – AC 123 
Brasiléia – AC 222 
Bujari – AC 130 
Capixaba – AC 269 
Cruzeiro do Sul – AC 107 
Epitaciolândia – AC 228 
Feijó – AC 1.099 
Jordão – AC 19 
Mâncio Lima – AC 3 
Manoel Urbano – AC 72 
Marechal Thaumaturgo - AC 285 
Plácido de Castro – AC 373 
Porto Walter – AC 167 
Rio Branco – AC 495 
Rodrigues Alves – AC 10 
Santa Rosa do Purus - AC 25 
Senador Guiomard - AC 388 
Sena Madureira – AC 827 
Tarauacá – AC 798 
Xapuri – AC 148Porto Acre – AC 376 
FONTE: IBGE - Produção de Leite por Município-Censo-2006 
 
4. Preços de mercado. 
No (Quadro-5) estão representados os valores em reais, de produtos 
de origem animal e vegetal. Observa-se assim, os maiores valores para a 
 4 
arroba do boi gordo no período, correspondendo o menor valor para 
leite tipo C. Cabe lembrar que o preço do frango vivo por ser uma 
atividade que demanda menos horas lavoráveis, e menor tempo para 
concluir o ciclo de saída ao mercado, também supera, os preços do 
leite 
Quadro-5. Preços de produtos de origem animal e vegetal nos anos de 
2006 e 2007. 
 Descrição Outubro 2.006 Outubro 2007 
Boi Gordo (@) R$ 62,88 R$ 62,62 
Suíno (@) R$ 37,00 R$ 47,00 
Frango vivo (Kg) R$ 1,50 R$ 1,60 
Ovos Bco Ext. (30 dz.) R$ 30,70 R$ 40,70 
Leite B (litro) R$ 0,56 R$ 0,81 
Leite C (litro) R$ 0,55 R$ 0,79 
Milho (saca) R$ 18,00 R$ 23,50 
Soja (saca) R$ 29,10 R$ 39,00 
FONTE: Canal Tortuga - Preços ao produtor base São Paulo 1U$= R$ 1,84 
5. O Leite 
5.1. Conceito 
 
Leite pode ser definido como o produto ininterrupto da ordenha de 
vacas sadias. É o alimento natural que se assemelha ao alimento mais 
completo. 
O leite é uma emulsão de glóbulos graxos, estabilizada por 
substâncias albuminóides num soro que contém em solução: um açúcar 
(lactose), matérias protéicas, sais minerais, sais orgânicos e pequenas 
quantidades de vários produtos como: lecitina, uréia, aminoácidos, 
ácido cítrico, ácido láctico, ácido acético, álcool, lacto-cromo, 
vitaminas, enzimas, etc. 
O componente principal do leite é a água, mas dependendo da 
espécie, o leite contém quantidades variadas de lipídios, proteínas e 
carboidrato que são sintetizados dentro da glândula mamária. Há 
também quantidades menores de minerais e outros componentes 
lipossolúveis e hidrossolúveis derivados diretamente do plasma 
sangüíneo, de proteínas específicas do sangue e intermediários da síntese 
mamária. 
5.2. Principais componentes do Leite 
 
Na Tabela-1 está indicada a composição do leite, em que a água 
representa o maior percentual desta emulsão, com teor de açúcar da 
ordem de 4,6% e matéria gordurosa que varia de acordo a raça do 
animal. Matéria Seca total compreende todos os elementos do leite, 
menos a água e tem em média 12,5%. Matéria Seca desengordurada 
compreendem todos os elementos do leite, menos a água, e Matéria 
Azotada - Compreende a caseína e a albumina e tem em média, 3,6%. 
 Tabela – 1 Componentes do leite (%) 
Água 87,5% 
Matéria gorda 3,6% 
Caseína 3,0% 
Albumina 0,6% 
Lactose (açúcar) 4,6% 
Sais minerais (cinzas) 0,7% 
TOTAL 100% 
 
 Na Tabela-2 são indicados os valores em percentuais dos componentes 
do leite por espécie. A água participa como o maior componente em 
todas as espécies. 
 
Tabela-2. Composição do leite (g/100g) de diferentes espécies. 
Espécies Água 
% 
Gordura 
% 
Caseína 
% 
Proteína 
do soro % 
Lactose 
% 
Resíduo 
% 
Bovinos 87.0 4.4 2.8 0.6 4.6 0.7 
Búfalos 82.2 7.8 3.2 0.6 4.9 0.8 
Cabra 86.7 4.5 2.6 0.6 4.4 0.8 
Cães 76.4 10.7 51.0 2.3 3.3 1.2 
Camelo 86.5 4.0 2.7 0.9 5.4 0.7 
Cavalo 88.8 1.6 1.3 1.2 6.2 0.4 
Golfinhos 58.3 33.0 3.9 2.9 1.1 0.7 
Humana 87.1 4.6 0.4 0.7 6.8 0.2 
Jumento 88.3 1.5 1.0 1.0 7.4 0.5 
Ovelha 82.0 7.6 3.9 0.7 4.8 0.9 
Ratos 79.0 10.3 6.4 2.0 2.6 1.3 
Renas 66.7 18.0 8.6 1.5 2.8 1.5 
FONTE: DeLaval. 
 5 
0
10
20
30
40
50 L. líquido
Manteiga
Queijo
Sorvete
L.Conden.
Vários
Alim bez.
L. em Pó
 Na Figura-1 estão representados os valores dos componentes do 
leite cru, em que também pode ser observado a água com o maior 
percentual, seguida pelo teor de caseína e gordura. 
Figura -1. Composição do leite cru. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 FONTE: DeLaval. 
 
 
 A Figura-2. Na figura, estão indicadas as formas de usos do leite, 
como alimento, na que pode ser observado que a forma de uso do, 
corresponde ao leite na forma líquida. 
 
 
5.3. Importância do Leite 
 
O leite é um componente importante da dieta e constitui uma 
valiosa fonte de princípios nutritivos indispensáveis na alimentação. Além 
de seu uso diretamente na alimentação, se usa para a fabricação de 
manteiga, queijo, leite evaporado, leite condensado, sorvete, iogurte, 
alimentação de animais e leite em pó. 
6. Importância da Bovinocultura de Leite 
 A produção leiteira assume o papel importante de produzir 
alimento para atender a nutrição das crescentes populações humanas no 
orbe, bem como para alimentação de animais. Além da produção leiteira, 
com o descarte dos animais, também oferece proteína animal para 
atender as necessidades nutricionais de proteína de origem animal pelo 
homem. Com o crescimento da população humana, se torna necessário o 
aumento do rebanho produtor de leite; desta forma há necessidade de 
fornecer matrizes e reprodutores para os criadores que exploram a 
produção leiteira. 
 
6.1. Fatores Favoráveis à Bovinocultura de Leite 
 
Entre os fatores de vantagens da produção leiteira, comparados 
com outros tipos de produção temos: 
A - A produção de Leite é uma atividade Estável 
A produção de leite não apresenta grandes variações de um ano 
para outro, como todos os outros produtos agropecuários. Pelo geral, 
difere em menos de 1%, entre as diversas espécies. O consumo de leite, 
pela população, não varia significativamente. Em conseqüência, o leite e 
os demais produtos lácteos, não sofrem grandes flutuações de preços 
diários, estacionais ou anuais, tão acentuados como sofrem outros 
produtos agropecuários. 
B - A Vaca de Leite é Inigualável como Produtora Eficiente de Alimento 
para o Homem 
A vaca leiteira que produz 4.536 litros de leite por ano, produz 
tantos princípios nutritivos como os que produzem dois novilhos de 566 Kg. 
Por outro lado, seguem em produção por um período maior que o período 
de vida dos novilhos. 
C - Segurança de Rendimento Estável 
Um agricultor ou produtor hortícola recebe rendimentos só quando 
os produtos são vendidos, geralmente uma vez por ano ou no final da 
colheita. De igual maneira o criador de vacas que produzem bezerros para 
produção de carne, obtém a maior parte de seus rendimentos quando 
comercializa os bezerros, após a desmama, que ocorre também uma vez 
por ano. A produção leiteira, pelo contrário, gera rendimentos diários 
(semanalmente). 
 
 FFIIGGUURRAA--22.. UUSSOOSS DDOO LLEEIITTEE 
 6 
D - Fonte Permanente de Emprego 
Muitos tipos de atividades agrícolas são temporárias, aumenta-se ou se 
diminui a quantidade de trabalhadores conforme as necessidades. Na 
produção de leite a necessidade de mão de obra é uniforme durante o 
ano todo, o que permite a seleção de trabalhadores. 
E - Alimentação da Vaca Leiteira 
A vaca leiteira alimenta-se de material fibroso de difícil 
comercialização. Em muitas granjas são produzidas consideráveis 
quantidades de alimento fibroso que, se não fossem consumidos pelos 
bovinos leiteiros e outros ruminantes, teriam muito pouco valor. Por outro 
lado, o projeto pode ser implantado em áreas de produção 
inadequadas para a produção de cereais e outros cultivos. 
G - Mantêm a Fertilidade do Solo 
A fertilidade do solo e as propriedades físicas do solo são 
conservadas mediante a devolução, à terra, dos elementos minerais, 
através do esterco. 
6.2. Fatores Desfavoráveis à Bovinocultura de Leite 
 
Em certas condições alguns fatores podem ser desfavoráveis à 
produção leiteira e, os mais importantes, são os seguintes:A - Capital Considerável 
A inversão em terras, instalações e equipamentos são 
consideráveis e, por mais que as políticas bancárias sejam elásticas ou 
flexíveis, a taxa de juros é alta. 
B - Administração da Empresa Leiteira 
A administração da empresa leiteira exige certo grau de 
capacitação. Quanto maior for a empresa, e com maior grau de 
especialização, maior importância adquire este aspecto. O 
administrador deve ter conhecimento sobre ciências básicas, 
administração de empresas, fisiologia animal e nutrição, com 
personalidade e capacidade para reunir tais conhecimentos e formar 
uma unidade de funcionamento harmônica e eficiente. 
C - Qualidade e Diversidade de Programas Estabelecidos 
Enquadramento dentro das políticas de produção, de acordo com os 
programas preestabelecidos (federais, estaduais e locais), obrigando o 
produtor a estar familiarizado a eles e ao seu cumprimento. Esta 
familiarização leva tempo. 
D - A Produção Leiteira é uma Atividade Absorvente 
As tarefas próprias devem ser realizadas regularmente, sobretudo 
quando é uma empresa que comercializa o leite, pois existem horários 
de: ordenha, separação dos bezerros, alimentação, entrega do produto, 
etc. 
E - Horários de Trabalho 
Em comparação com outros trabalhos ou outras atividades de 
produção, os cuidados com os bovinos de leite, requerem maior carga 
horária. 
F - Ameaça de Imitação 
O leite é considerado como um dos alimentos mais completos que 
existem e por isso, sofrem ameaças de imitação. Um exemplo é o leite de 
soja. 
7. Sistemas de Criação de Bovinos de Leite 
 
Existem três tipos de sistemas de criação de bovinos de leite 
tradicionalmente usados no Brasil e em todo o mundo. São eles: 
A - Criação extensiva ou sistema de retiros. 
B - Criação semi-extensiva ou estabulação livre. 
C - Sistema intensivo ou estabulação completa. 
 
7.1. Criação Extensiva ou Sistema de Retiros 
 
A maioria das fazendas destinadas à produção de leite, adota 
este sistema de criação, ou seja, os animais são criados 
completamente à solta. Neste Sistema, também chamado de retiros, 
observamos as seguintes características: 
A - O gado é mantido o ano inteiro nos pastos, sem cuidados na 
alimentação, quer na época das águas, quer na época seca. 
B - A ordenha é única. 
C - As vacas vêm ao curral duas vezes ao dia: 
1ª Pela manhã para a retirada do leite; 
2ª Á tarde para a apartação do bezerro. Os mesmos ficam presos no 
curral sem nenhum cuidado com a alimentação. 
D - Os touros são mantidos nos pastos junto com as vacas, durante todo o 
ano; 
E - As instalações são precárias; 
F – Má ou nenhuma divisão das pastagens; 
G - Falta de escrituração zootécnica; 
H - Aleitamento e desmama naturais; 
I – Não há fornecimento de ração suplementar e sal mineral, nem 
cuidados para atender a entre-safra; 
J - Não se faz controle sanitário do rebanho. 
 7 
O que se observa neste Sistema, é a estreita relação psicológica entre 
mãe e filho. O criador tenta, ao máximo, se aproveitar das condições 
naturais. Assim, ele extrai o leite da vaca e, em caso de morte do 
bezerro, há certa dificuldade para se ordenhar a vaca que, nesta 
circunstância, “seca” (deixa de produzir leite). Os animais assim 
manejados são nervosos, o que é natural, devido ao instinto de defesa, 
para proteção da cria. Este Sistema é recomendado para nossas 
condições, desde que sejam feitas algumas correções ou modificações, 
de acordo com o manejo descrito anteriormente. 
7.1.1. Correções do Sistema de Retiros ou Criação Extensiva 
 
 No sistema clássico de exploração leiteira (Sistema de Retiros ou 
Criação Extensiva) se observa uma conduta que incide de forma não 
satisfatória no programa de produção, porém com a melhora deste 
sistema, se podem alcançar melhores resultados. Na Tabela-3 estão 
indicadas as correções para o sistema. 
 
 Tabela -3. Correções aplicadas ao sistema de Criação Extensiva ou de 
Retiros. 
 
Na tabela 5 são apresentadas modificações para melhoria do 
Sistema de Criação. 
 
7.2. Características da Estabulação Livre ou Semi-Confinamento 
 
Este sistema é empregado nos melhores rebanhos destinados à 
produção leiteira e, principalmente, para a produção de matrizes e 
reprodutores. O volumoso é deixado à vontade no cocho, com acesso 
livre para os animais. Contudo, não se pode dizer que existe um sistema 
de estabulação livre caracterizado, pois nos períodos de grande 
produção de pasto (chuvas), deixa de existir. 
Há uma variação já que no período chuvoso o sistema deixa de 
existir e os animais são soltos no pasto. Melhor seria dizer que temos semi-
estabulação e não estabulação livre. 
O Sistema de Semi-Estabulação é bastante semelhante ao Sistema 
de Retiros, no entanto, se observam diferenças entre os dois sistemas: 
A - As vacas são mantidas dentro do curral ou estábulo durante certo 
período do dia. Isto ocorre nas horas mais quentes, quando os animais 
ficam protegidos das radiações solares mais intensas. 
B - As instalações são bem organizadas, existindo, pelo menos, um bom 
estábulo ou sala de ordenha. 
C - O aleitamento e desmama são artificiais. 
Vantagens do Sistema Semi-Intensivo sobre o anterior, tais como: 
A - Facilita o controle da produção e distribuição dos alimentos, 
principalmente na seca; 
B - Permite a obtenção de leite mais higiênico, por ser conseguido dentro 
de melhores condições. 
C - Possibilita um bom controle da reprodução já que o criador observa o 
cio mais facilmente pelo contato diário com os animais. 
D - Melhores condições sanitárias do rebanho. 
E - Há maior aproveitamento do esterco acumulado no curral. 
F - Proteção dos animais nas horas mais quentes do dia. 
G - Possibilita criar animais mais dóceis e de fácil manejo. 
H - Impressiona melhor os visitantes. 
 
7.3. Sistema de Estabulação Completa 
É um Sistema próprio das áreas de clima frio, o que exige a 
estabulação dos animais em um período do ano. A preocupação no 
Estado do Acre, e na região Amazônica é exatamente o oposto isto é, a 
proteção contra as altas temperaturas e radiação solar o que pode ser 
conseguido com o sombreamento das pastagens e locais onde os animais 
permaneçam nas horas mais quentes do dia. 
Alguns criadores empregam a estabulação completa ou quase 
que completa, por falta de área disponível para a criação e para a 
formação de pastagens. 
 
A - Formação e conservação de pastagens 
B - Melhor divisão dos pastos, com boa distribuição das aguadas 
C - Formação de capineiras, construção de silo e fenação 
D - Sombreamento dos pastos 
E - Realização de duas ordenhas diárias com controle da produção 
F - Separação de bezerros e vacas fora do horário da ordenha 
G - Separação dos touros das vacas para controle da reprodução 
evitando desgaste do touro 
H - Melhores instalações 
I - Proporcionar concentrados para vacas de alta produção 
J - Ministrar sal mineral para todo o rebanho durante todo o ano 
J - Controle sanitário do rebanho 
 8 
8. Manejo em Bovinocultura 
Entende-se por manejo, todas as atividades realizadas na 
fazenda e abrangem os cuidados com: nascimento de bezerros, 
alimentação do rebanho, rotação de pastagens, acasalamento ou 
reprodução, cuidados sanitários, tratamentos, ordenha e cuidados com 
as vacas paridas, vacas gestantes, crias e reprodutores. 
 
8.1. Manejo da Fêmea Parida 
 
É necessária a separação dos animais por grupos, ou seja: 
- Vacas que vão parir; 
- Vacas gestantes; 
- Vacas vazias. 
 
A criação destes animais juntos pode trazer problemas para as 
vacas gestantes (traumatismos e doenças). Assim,a vaca gestante deve 
ser separada do grupo, pelo menos, 15 a 20 dias antes do parto, ficando 
em lugar plano e de fácil visualização, com a finalidade de prestar-lhe 
auxílio, caso seja necessário. De preferência, uma semana antes do 
parto, deve ser conduzida ao piquete de parição. 
Depois do parto com posterior expulsão da placenta, é retirada do 
piquete de parição e colocada com outras vacas paridas para receber 
igual assistência. Devemos dar bastante atenção ao esgotamento das 
glândulas mamarias e ao bezerro, pois é obrigatório que a cria mame o 
colostro que é secretado pela glândula mamaria nas primeiras 72 horas 
após o parto. 
É muito importante a higiene da mão do ordenhador, bem 
como da glândula mamaria e, para isso, usamos uma solução de 
hipoclorito de sódio a 10% (10 g de hipoclorito e 100 ml de água). Medir 
15 ml dessa solução e diluir em 10 litros de água. 
Uma semana após o parto pode-se iniciar a ordenha para o 
consumo humano. Semanalmente, devemos realizar o controle da 
mamite ou mastite (caneca telada com fundo escuro). As vacas 
doentes devem ser ordenhadas por último, realizando-se a ordenha 
primeiro nos tetos sadios e depois nos tetos afetados pela mastite. 
Também devemos ter cuidado para que o bezerro não mame os tetos 
doentes e depois os sadios já que, desta forma, estará transmitindo a 
doença. Por outro lado, o leite dos peitos doentes trará doenças do trato 
gastrintestinal do animal jovem. Para o caso de mamites sub-clínicas, 
usamos a Prova do C.M.T., cujo reagente, em contato com o leite do 
peito doente, muda de cor. 
Aos primeiros sessenta dias de lactação, a vaca leiteira alcança 
seu máximo nível de produção de leite, pico lactação. Quando não se 
têm cuidado com a alimentação no período inicial de lactação (4 a 6 
semanas), a vaca mobiliza suas reservas corporais na necessidade de 
atender o seu potencial genético de produção de leite. Todavia a energia 
e proteína provenientes de sua reserva orgânica suprirão apenas uma 
parte de suas exigências nutricionais, resultando em perdas de peso em 
maior ou menor grau. Nesta condição a vaca se encontrará em balanço 
negativo de carbono. 
A perda de peso correlaciona-se com sua capacidade de 
produção. Deve-se salientar que uma vaca ao sair do período seco e 
atingir uma produção leiteira máxima, 30-50 Kg./leite/dia, sua exigência 
em nutrientes aumenta de 300 a 700% respectivamente, com resultado das 
necessidades da glândula mamaria a atender a produção leiteira 
(KADOSTITS-1986). Segundo este autor, em fazendas no Sul do Estado de 
Minas Gerais, em rebanho. Holandês preto, P.O., constatou em vacas de 
alta produção, 48 Kg./leite/dia, perda de até 80 Kg. durante um período 
de 60 dias. O controle de endo e ectoparasitas é obrigatório a cada 15 ou 
21 dias, respectivamente. Para o controle dos ectoparasitas, é 
recomendável sempre a mudança de medicamento. Assim devemos 
mudar de medicamento para controlar a ectoparasitose (carrapato). Se 
recomenda o primeiro banho com: Produto clorado, o segundo com 
piretróide, o terceiro com fosforado, e assim sucessivamente. Para o 
controle da parasitose interna, da mesma forma, é recomendável a 
rotação de medicamento como a seguir: Ripercol (Levamisol), Ivomec 
(Ivercmectina), produtos a base de Mebendazol e Tiabendazol, etc. 
 
8.2. ÚBERE DA VACA 
8.2.1. Apresenta quatro glândulas mamárias individuais chamadas de 
quartos mamários. 
8.2.2. Os quartos mamários são unidades glandulares completamente 
independentes 
8.2.3. O úbere tem revestimento piloso e o teto é completamente sem 
pelo. 
8.2.4. O peso do úbere é variável, e no caso da vaca em lactação, é 
de 14 a 32 Kg. 
8.2.5. A capacidade de produção não está totalmente relacionada 
com o tamanho, já que a relação entre tecido secretor e 
tecido conjuntivo, varia amplamente. Os úberes que se 
apresentam pregueados após ordenha (tipo sanfona) é um 
 9 
indicativo de um úbere de alta produção. A anatomia da 
glândula mamária da vaca se encontra representada na 
(Figura-3). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Normalmente, os bovinos têm quatro glândulas mamárias 
funcionais e quatro tetas, em quanto que os ovinos e caprinos têm duas; 
cada teta tem um canal estreito que drena cada glândula em 
separado. As porcas e as éguas normalmente têm dois canais por teta, 
com cada canal servindo a uma área secretora separada. As glândulas 
e tetas dos animais domésticos são conhecidas como úbere. O úbere de 
caprinos, ovinos e eqüinos é composto de duas metades, cada uma das 
quais tem duas tetas, e cada teta drena uma glândula mamária 
separada (um quarto). Os quartos são separados por septos de tecido 
conjuntivo e cada um tem sistema coletor de leite em separado (Figura-
4). Na figura também podem ser observados os ligamentos que 
sustentam a glândula mamária úbere (Adaptado do The Bovine Udder 
and Mastitis, ed Sandholm et al. 1995). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 8.3. Mecanismo da Descida do Leite 
 
A Decida do leite parece guarda relação com um mecanismo de 
reflexo neuro-endôcrino. Com o estímulo do peito (teto) pela boca do 
bezerro, sinais neurais são enviados ao hipotálamo (cérebro), estimulando 
a adenohipófise, com conseqüente liberação de ocitocina. Este hormônio 
estimula por sua vez as células mioepiteliais para contrair os alvéolos, 
resultando na secreção do leite. A estimulação mecânica das tetas, como 
a ordenha e a sucção, inicia o reflexo neural, que se propaga das tetas à 
medula espinhal até o cérebro (hipófise posterior) de onde a acitocina é 
descarregada para o sangue. Parece ser que a liberação de ocitocina 
pode ser induzida por centros nervosos superiores através de respostas 
condicionadas (saída do leite da mãe em resposta ao choro do bezerro). 
Estímulos externos (audiovisuais e olfativos) também podem ser 
responsáveis por este fenômeno. A ocitocina se liga a receptores e através 
deles promove a contração das células mioepiteliais, e completando o 
circuito, inicia-se a ejeção do leite. O reflexo de ejeção do leite pode ser 
inibido por estímulos estressantes (dor, medo, barulho e distúrbios 
emocionais). O estresse aumenta a descarga de epinefrina ou 
noradrenalina que seu feedback negativo, leva à contração da 
musculatura lisa ocluindo desta forma os ductos mamários e vasos 
sanguíneos, evitando que ocitocina atinja as células mioepiteliais. Como o 
Tecido 
conjuntivo 
Alvéolo 
1 
2 
1. Ligamento suspensório 
mediano 
2. Ligamentos suspensórios 
laterais 
Ducto e sistemas lobulo-
alveo-lares da glândula 
mamária bovi-na 
Prega cricóide 
Secção vertical de um dos quatro quartos do 
úbere bovino que compõem a glândula 
mamária da vaca 
 
Figura – 4. Secção transversal de um dos quartos mamários e 
ligamentos da glândula mamária. 
 
 10 
efeito da ocitocina é curto no momento da ordenha com duração 
variável de até cinco minutos, a ordenha dever realizado em tempo não 
superior ao indicado. No caso de secreção de epinefrina (adrenalina), o 
efeito deste hormônio é responsável pela retida do leite. Neste caso o 
produtor diz: “a vaca escondeu o leite”. Depois de liberada com a cria 
para o pasto, já sem o efeito estressante que ocasionou a liberação de 
adrenalina se suspende e com a nova mamada da cria, novamente é 
secretada a ocitocina, liberando novamente o leite. Então nestes casos 
é comum que apresentem quadros diarréicos pelo leite retido na 
ocasião anterior (ordenha inicial). 
 
Mecanismo da descida do leite8.4. Ordenha mecânica 
 
 É importante a higienização do úbere, mãos do ordenhador e 
peçoneiras, para evitar aparecimento de doenças, principalmente, as 
mamites. Os ajustes recomendados para o equipamento de ordenha 
mecânica devem estar na freqüência de pulsação de 50 a 80 ciclos por 
minuto. O banho das tetas com um produto desinfetante apropriado 
após ordenha, deve ser rotina quando se utiliza este tipo de ordenha. 
Muito importante é a higiene da glândula mamaria e das mãos do 
ordenhador. 
 
8.5. Ordenha Completa 
 
A ordenha deve ser realizada procurando-se não deixar leite residual 
em excesso para não prejudicar em menor ou maior grau a produção de 
leite da ordenha subseqüente. O tempo de ordenha ideal deve ser de 
quatro a cinco minutos, tempo necessário para que a própria vaca 
favoreça a descida do leite. Ao término da ordenha, todo o leite obtido, 
deverá ser pesado, filtrado e registrado em fichas zootécnicas específicas 
para controle da produção leiteira. 
O intervalo entre ordenhas influencia a secreção Láctea. Preconizou-se, 
que as vacas devem ser ordenhadas em intervalos de 12 em 12 horas, pois 
quando submetidas a duas ordenhas diárias, produzem maiores 
quantidades de leite, quando comparadas as ordenhas em intervalos 
desiguais (Neiva, R.S, 1997). Constatou-se que a taxa de secreção do leite 
foi aproximadamente constante a intervalos entre ordenhas de até 18 
horas e declina a intervalos maiores. O leite quando deixa o úbere está 
com aproximadamente 35°C e esta temperatura deve ser abaixada 
rapidamente. O leite tem uma resistência natural a bactérias 
imediatamente após a ordenha, mas somente um rápido resfriamento 
para 4°C a 6°C, pode prevenir ou minimizar o crescimento bacteriano. O 
ato da ordenha deve ser realizado em um período de três a cinco minutos, 
período de atuação da ocitocina. 
 
9. Manejo do rebanho. 
 
 Entende-se por manejo, o conjunto de atividades realizadas na 
rotina dos rebanhos. 
 
9.1. Manejo da Fêmea Gestante 
 
Devemos ter bastante cuidado na criação destes animais e no seu 
manejo, isto por que: 
- Devem-se recuperar do grande esforço da lactação anterior. 
- A glândula mamaria deve ter um repouso. 
- O desenvolvimento do feto gestado (maior crescimento) ocorre 
no terço final da gestação. 
 - Deve acumular reservas para o próximo período de lactação. 
 
 
 
 
 11 
Algumas práticas para o manejo da vaca gestante 
 
A - Secar a vaca que se encontra no segundo período de lactação, 60 a 
65 dias antes do parto. 
B - Suspender subitamente a alimentação quando se estiver fornecendo 
concentrados e a ordenha para forçar a parada na produção de 
leite. É recomendado o exame do úbere para se detectar 
inflamações ou focos de mamite. Friccionar o úbere com óleo 
canforado. Depois de cinco a sete dias, quando os tecidos estão 
flácidos, ordenhar a pouca secreção restante. Alguns autores 
recomendam a inoculação intra-mamária de antibióticos para 
prevenir focos de mamite. 
C - Ministrar capim de ótima qualidade nas primeiras duas a três 
semanas do período seco. Em áreas em que os concentrados têm 
baixos custos, faltando cinco a seis semanas para o parto, inicia-se a 
administração, duas vezes por dia. A quantidade de concentrado e 
capim é determinada pelo estado da vaca. 
D - Ministrar uma mistura de concentrado especial para estes animais no 
período seco. A mistura pode conter 2 a 4 % menos proteína do que é 
habitualmente usado para o rebanho em produção. Esta técnica visa 
manter o animal sem produção de leite já que se pretende secá-lo. 
Os fazendeiros mais eficientes costumam proporcionar entre 500 e 
700g de grãos para cada 50 Kg. de peso vivo, uma semana antes do 
parto, até a sua ocorrência. A finalidade desta prática é preparar o 
rume para a ingestão abundante de alimento antes do parto, o que 
leva o animal a alcançar boas condições físicas antes da parição. O 
animal deve ter acesso a sal mineralizado e este deve ser fornecido à 
vontade. 
9.2. Manejo das Crias 
 
O primeiro passo obrigatório é a cura do umbigo do recém-
nascido. A operação consiste na ligadura do umbigo a 2 cm da pele, 
o que se realiza com linha de algodão embebida em iodo. O passo a 
seguir é esterilizar a tesoura com álcool iodado, fogo, e cortar o 
umbigo, embebendo-se, de imediato, o restante do umbigo em 
tintura de iodo a 7% contido em um vidro de boca larga. Com esta 
técnica, evitam-se infecções através do cordão umbilical e este cai 
por volta do 5º a 7º dia. 
Uma das mais importantes fases na produção de leite é a 
alimentação do bezerro, principalmente, quando são selecionados 
para a reposição e como futuros reprodutores. É indispensável que o 
bezerro mame o colostro, rico em proteínas e anticorpos, assim como 
vitaminas e carboidratos. Os anticorpos são responsáveis pela 
imunidade da cria nos primeiros estágios de vida, e proteção contra 
doenças. A cria deverá ingerir o colostro obrigatoriamente até as 72 
horas de nascida. Em período acima, não ocorre proteção (imunidade 
passiva). Assim, em períodos superiores, passa a funcionar como 
laxante. Outra função do colostro é auxiliar, através do seu poder 
laxativo, na eliminação do mecônio (primeiras fezes do feto no útero da 
mãe). Quando existe excesso de colostro, ele pode ser congelado e 
preservado assim, pode ser usado posteriormente. Recomenda-se 
ministrá-lo (3,5Kg/dia), a uma temperatura de 37º C. Nos sistemas de 
alimentação utiliza-se o colostro durante os dois a três primeiros dias que 
se seguem ao parto. Nesta fase a higiene e sanidade são importantes. 
Em condições de manejo na criação extensiva, o desmame ocorre 
de forma natural, quando o bezerro substitui a alimentação à base de 
leite, pelas forrageiras. Já em condições de aleitamento artificial, 
própria de rebanhos de alta produção, os cuidados com a alimentação 
são os seguintes: 
 
9.2.1. Manejo alimentar inicial 
 
Tabela – 6. Procedimentos utilizados no aleitamento artificial. 
 
A – Ministrar três kg de colostro por dia por 3,5Kg/dia por três dias 
seguidos (recém nascido). 
B – Depois do terceiro dia, ministrar 2 kg de leite integral pela manhã 
e igual quantidade a tarde, até o 10º dia de vida. É recomendável 
utilizar baldes para o fornecimento do leite aos bezerros, do que 
deixar o bezerro mamar. A suspensão do fornecimento do leite 
poderá ser orientada pelo desinteresse do bezerro pelos leite. 
C – A partir do 8º dia ministrar ração com 16% de PB (regiões onde o 
concentrado é barato). Em áreas em que os preços do 
concentrado são muito altos, apoiar-se na utilização de feno de 
boa qualidade. 
D – Do 11º dia de vida em diante, fornecer três Kg de leite integral a 
tarde até os 42 dias de vida (DESMAME). 
E – Quando se utilize ração ou concentrado, ministrar 1 Kg por dia até 
os 180 dias de idade. 
 
Deverá ser realizada a pesagem dos animais logo após do 
nascimento, peso registrado em fichas, seguido de pesagens semanais. 
A partir do 10º dia de vida, realizar a tatuagem e marcação dos 
 12 
animais. Quando a vaca venha a morrer de parto e/ou 
complicações, é necessário fornecer colostro à cria, de outras vacas 
que estejam produzindo colostro. Assim quando houver excesso de 
produção de colostro, o mesmo poderá ser armazenado sob 
congelamento. Parta fornecer o colostro congelado, embasado em 
vasilhame de ± 1,0 litro, para preservar o mesmo de repetidos 
descongelamentos. Assim, se devera proceder da seguinte maneira: 
1. Descongelar o colostro e proporcionar ao bezerro diluído 
duas partes de colostro para uma de água. 
2. Preocupar-se de que a temperaturanão seja superior a 37ºC 
 
Na ausência de colostro proceder da seguinte maneira: 
a- Diluir o leite em pó para aleitamento artificial conforme instrução 
do fabricante; 
b- Acrescentar à mistura (leite e água) dois ovos de galinha; 
c- Uma colher das de sopa de olho mineral; 
d- Bater em liquidificador para alcançar a homogeneização da 
mistura; 
e- Proporcionar à cria com mamadeira duas vezes ao dia. 
Aos 90 dias de vida, deve-se iniciar a vacinação contra: 
Carbúnculo sintomático, aftosa, e outras doenças que incidam na 
região. Contra brucelose, vacinar somente fêmeas a partir dos quatro 
meses de idade. Deve ser feito o controle de carrapatos com banhos 
ou pulverização a cada 15 dias. O controle dos parasitos internos 
deve ser realizado a cada três ou quatro meses. Devemos realizar 
uma modificação no princípio ativo do produto usado para 
eliminação dos parasitos, sob pena dos mesmos adquirirem resistência 
ao produto. 
É conveniente a separação dos animais por faixa etária a fim de 
que os bezerros menores não sejam prejudicados pelos animais 
maiores, principalmente, com relação à alimentação. Com a 
separação dos animais, evita-se também a implantação de doenças 
que se alastram rapidamente pelos animais jovens (Coccidiose). É 
importante lembrar que os bezerros, quando nascem, possuem o 
rume pouco desenvolvido, sendo o compartimento de menor 
tamanho. À medida que ele consome alimento fibroso, o rume se 
desenvolve e o animal se torna menos dependente do leite. 
9.2.2. Manejo de tourinhos 
9.2.2.1. Na fase de cria 
 
 Tabela- 8. Procedimentos utilizados no manejo de tourinhos. 
A – Quando se utiliza aleitamento artificial, realizar desmame aos 42 dias 
de idade 
B – A partir do 8º dia iniciar o consumo de ração ou concentrado 
(1,5Kg/cabeça/dia) 
C – Até o 12º dia de vida ministrar 4Kg de leite por dia 
D – A partir do 13º dia reduzir o consumo de leite para 3Kg/dia 
E – Acesso a piquetes a partir dos 28 dias de idade 
F – Ministrar sal mineral durante todo o ano 
G – Fornecer água de boa qualidade/quantidade. 
 
9.2.2.2. Na fase de recria: 
 
Esta fase ocorre entre os 6 a 12 meses de idade. Deve ser ministrado 
pasto de boa qualidade, associado a 1,5Kg de concentrado ou ração por 
cabeça por dia (regiões onde essa modalidade de arraçoamento é 
viável). O uso de volumoso/silagem é um boa medida para o bom 
desenvolvimento dos animais. Ministrar sal mineralizado durante todo o 
ano. 
 
9.3. Manejo dos Reprodutores 
 
9.1. Na Monta Natural: Quando se realiza a monta natural, o macho tem 
acesso à alimentação das fêmeas. 
9.2. Na Monta Controlada: Tratando-se de monta controlada, os 
cuidados com o reprodutor compreendem: 
- Separação dos reprodutores em piquetes ou estábulos com 
alimentação de boa qualidade; 
- Banho do animal com água e sabão de pH. neutro; 
- Higiene dos cascos; 
- Controle de endo e ectoparasitas; 
- Os reprodutores devem-se manter saudáveis, vigorosos e não gordos 
(piquetes de exercícios); 
- Eles podem receber a mesma alimentação do gado leiteiro. De 
acordo com o feno e a silagem recomenda-se, concentrado: 0,5 Kg 
por 100 Kg de peso vivo. 
- Fornecer sal mineral à vontade. 
- Fornecer água abundante e de boa qualidade. 
- Ter acesso ao piquete de exercícios. 
 13 
10. Aparelho reprodutor 
10.1. Aparelho Reprodutor Feminino 
O Sistema Genital Feminino consta de diversas partes, cada uma 
com função específica, produzindo um conjunto de hormônios que 
possibilitam o desenvolvimento de um novo ser, após a fecundação. A 
afuncionalidade (não função) de qualquer uma das partes, resulta em 
infertilidade ou esterilidade do animal, consequentemente, 
impossibilitando ou reduzindo a função econômica do rebanho. 
 O Sistema Genital da Vaca consta das seguintes partes: 
A - Vulva - Parte exterior do Sistema Genital. 
B - Vagina - É um conduto longo que vai da vagina até a cérvix, sendo 
essencial na cópula e passagem do feto, durante o parto. 
C – Cérvix ou cérvice - É o esfíncter musculoso que liga a vagina ao 
corpo do útero. 
D - Útero - É constituído de corpo e dois cornos. A função principal é 
alojar o embrião e permitir o seu desenvolvimento, até o nascimento 
do feto. 
E - Tubas Uterinas - São em número de duas e fazem a conexão entre os 
cornos uterinos e os ovários. 
F - Ovários - Também são em número de dois e possuem a função 
principal de produzir óvulos e secretar hormônios reguladores de todo 
o processo reprodutivo e desenvolvimento da glândula mamária. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
b = bexiga; m = glândula mamária; r = reto; t = trompa; u = útero; v = 
vagina; x = cérvix ou cérvice; y = ovário. 
 
10.2. Aparelho Reprodutor Masculino 
 
 O aparelho reprodutor masculino é composto de várias partes e 
apresentam as seguintes funções: 
 
A – Testículos 
 Localizam-se fora da cavidade abdominal, são protegidos por 
uma bolsa denominada escroto. São em número de dois e, em seu interior, 
existem milhares de condutos enrolados, chamados túbulos seminíferos. Os 
espermatozóides que são as células sexuais masculinas são produzidos 
nestes túbulos, em um processo chamado espermatogênese. Os 
espermatozóides produzidos se dirigem ao conduto ou duto eferente e 
deste ao epidídimo, onde são armazenados. Do epidídimo, os 
espermatozóides se deslocam para o conduto ou duto deferente e daí 
para a uretra onde são auxiliados pela secreção das glândulas acessórias, 
cuja finalidade é servir de meio de suspensão e nutrição dos 
espermatozóides. Nos testículos, as células intersticiais de lydig, produzem o 
hormônio sexual masculino chamado testosterona que é responsável pelo 
comportamento do macho (libido) e pelos caracteres sexuais secundários 
do macho. O testículo esquerdo é ligeiramente maior que o direito e 
acredita-se que se deve a intensidade de irrigação. A retenção parcial do 
testículo (monorquidismo) ou total (criptorquidismo), na cavidade 
abdominal, constitui um fator altamente indesejável em animais destinados 
à reprodução, dada a sua condição hereditária. 
B - Glândulas Acessórias 
As glândulas acessórias são formadas por: Vesícula seminal, 
próstata, glândulas bulbo-uretrais de Cowper, produzem o plasma 
seminal ou sêmen, cuja função é servir de meio de suspensão dos 
espermatozóides, proporcionando-lhes material alimentício, além de 
facilitar seu caminho até a tuba uterina onde ocorre a fecundação. Os 
principais componentes do plasma seminal são: cloreto de potássio, 
cloreto de sódio, substâncias nitrogenadas, ácido cítrico, frutose, ácido 
ascórbico, inositol, fosfatos, ácido lático e componentes de colina. 
C - Vesículas Seminais 
São sacos alongados situados ao lado da ampola retal, com 
abertura unida aos condutos ejaculadores. 
Figura – 6. Anatomia funcional do Sistema Genital 
Feminino 
 
 14 
D - Próstata 
É a mais importante das glândulas acessórias. A sua extirpação é 
suficiente para esterilização dos animais. 
E - Glândulas Bulbo-Uretrais ou de Cowper 
São duas pequenas estruturas situadas na parte posterior dos corpos 
cavernosos do pênis, responsáveis pela produção de 75% do sêmen 
ejaculado. 
F – Pênis 
Ele é constituído de uretra, corpos cavernosos, glande e prepúcio é 
o órgão copulador dos machos. Durante a excitação, os corpos 
cavernosos se enchem de sangue, ocasionando a ereção, que se deve 
à impossibilidade do sangue abandonar imediatamente estas estruturas 
cavernosas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
a = Ampola retal; bu = glândulasbulbouretrais; cap. e = cabeça do 
epidídimo e cauda do epidídimo; cp = pedúnculo esquerdo do pênis; 
dd = duto deferente; fe = extremidade livre do pênis; pg = glândula 
prostática; r = reto; rp = músculo retrator do pênis; s = escroto; sf = flexura 
sigmóide; t = testículo; vg = glândula vesicular; (Adaptado de Popesco, 
1968, Atlas der topographischen Anatomie der Haustiere, v. 3, Jena, 
Fisher). 
 
11. Ciclo Estral 
Ciclo estral é o intervalo entre um cio e outro e, nas vacas, tem a 
duração de 20 a 22 dias, nos animais normais. O mesmo pode ser dividido 
em quatro fases: Proestro, Estro, Metaestro e Diestro. 
A - Proestro 
É a fase inicial do ciclo estral (cio), na qual há crescimento e 
maturação dos folículos produzidos pelos ovários. Os hormônios por eles 
produzidos induzem modificações no restante do sistema genital, entre 
elas: tumefação da vulva, secreção de muco, aumento da vascularização 
e tonicidade do útero. Esta fase tem a duração de 2 a 3 dias. 
B - Estro 
É a Segunda fase do ciclo estral, também conhecida como Cio ou 
Calor, ocorre logo após o Proestro. Esta fase tem duração variável e pode 
levar de 12 a 18 horas e se caracteriza por mudanças visíveis no 
comportamento do animal, entre outras: inquietação, mugidos constantes, 
micção freqüente, diminuição do apetite e encenação constante do ato 
sexual com os reprodutores e com as outras fêmeas. No final deste 
período, ocorre a ovulação, daí a grande importância da sua observação, 
quando se deve fazer a monta controlada ou a inseminação artificial. Da 
observação correta e meticulosa do cio, vai depender a eficiência do 
programa. 
C - Metaestro 
É a terceira fase do ciclo estral, segue-se ao cio, quando não há 
fecundação e gestação. Nesta fase o sistema genital retorna 
gradativamente seu estado de repouso. Duração: 6 a 8 dias. 
D - Diestro 
É a quarta e última fase do ciclo estral, Considerada como a fase 
de repouso do sistema genital, como duração em torno de nove dias. 
Como a anterior ocorre quando não fecundação nem gestação. Logo 
após o final do diestro, inicia-se o proestro e novamente, todas as fases do 
ciclo estral se repetem, até que ocorra a gestação. Duração: 9 dias. 
OBS: O aparecimento do ciclo estral ou puberdade e a sua manutenção 
durante toda a vida reprodutiva do animal, está na dependência de 
vários hormônios produzidos nos ovários, útero e hipófise. Para realizar a 
Figura – 7. Anatomia do Sistema Genital Masculino. 
 15 
cobertura, deve-se esperar que a novilha atinja um peso dêem torno de 
300 Kg. Para as Raças européias, o peso para a primeira cobertura varia 
com a capacidade de desenvolvimento da raça e elas são mais 
precoces. Nas raças de grande porte podem ser cobertas pela primeira 
vez, ao atingir peso de 290 a 300 Kg. 
 
12. Monta 
12.1. Conceito: Se define como monta, ao processo fisiológico que 
consiste no acasalamento de machos e fêmeas no cio. 
12.2. Tipos de monta: Existem dois de monta: Monta natural e monta 
controlada. 
12.2.1. Monta Natural 
É o ato natural por meio do qual o reprodutor cobre a fêmea no 
cio para fecundá-la. No processo os touros são mantidos o ano inteiro 
junto as matrizes. A monta natural no processo de reprodução dos 
bovinos deve merecer grande atenção por parte do criador, pois para 
que os resultados sejam satisfatórios, deve ser realizada com critérios, 
observando-se principalmente, a relação macho/fêmea, idade e o 
estado de saúde do touro, já que este é exposto a um desgaste, 
especialmente quando a monta é feita a nível de campo (monta 
natural), sem nenhum controle. Com esta modalidade, no sistema de 
Criação Extensiva ou de Retiros, core-se o risco de cair na 
consangüinidade, com resultados indesejáveis. É importante em este 
modelo de criação a rotação ou mudança de touro quando as filha 
necessitam de reprodutor. Neste caso, recomenda-se a utilização de 
1:20/1:30/1:40 ( estas proporções poderão ser crescentes, de acordo a 
idade do reprodutor, condição física do mesmo e libido). Para proceder 
ao aumento de vacas para a cobertura, como o enunciado, há 
necessidade de um manejo rigoroso da reprodução, caso contrário, 
manter a proporção menor. 
 
12.2.2. Monta Controlada 
Como o próprio nome está dizendo, ela é controlada pelo 
homem. Recomenda-se o uso de 1:40 (1 touro para cada 40 vacas). Da 
mesma forma como indicado acima, esta proporção poderá ser 
aumentada desde que se tenha um acompanhamento rigoroso da 
reprodução Devemos ter muito cuidado na observação do cio das 
vacas e, para isso, o rebanho deve ser observado pelo menos duas 
vezes por dia, sendo uma pela manhã e outra à tarde, com a finalidade 
de detecção do cio. Alguns proprietários preferem a utilização de rufião 
ou vacas androgenizadas. O rufião, geralmente é um macho ½ sangue, 
que é operado e é realizado o desvio do pênis. No mesmo animal é 
colocado abaixo da mandíbula um burçal marcador que possui tinta. 
Quando o rufião salta sobre a fêmea, o burçal é comprimido sobre o dorso 
da mesma e a tinta derrama, havendo a marcação do animal em cio 
Mesmo com o uso dos rufiões, as vistorias devem ser periódicas, por causa 
do período de ovulação. 
13. Inseminação Artificial 
Embora existam relatos legendários sobre o emprego da 
inseminação artificial, a utilização do procedimento só foi possível a partir 
da descoberta dos espermatozóides no Século XVII. Esta descoberta de 
1.623 foi feita por Loui Gardin, um físico de Douai. Usualmente esta 
descoberta tem sido atribuída a Ludwig Han, estudante de medicina que 
comunicou as suas observações à Royal Sociate of London, em 1.677. A 
comunicação foi feita por intermédio de Antony V. Leenvenhock, que 
descreveu o espermatozóide como um pequeno animal que possuía uma 
cabeça e uma cauda. Ele afirmava que a cabeça era heterogênea em 
sua estrutura, e que a cauda tornava-se mais larga próximo à cabeça, 
afinando gradualmente, terminando em um ponto. 
Até o fim do Século XVII tiveram lugar os trabalhos de 
desenvolvimento da Inseminação Artificial (I.A.) e, somente, a partir do 
Século XX, é que a Inseminação Artificial passou para o terreno da 
experimentação para a aplicação prática. Na espécie bovina foi a que a 
Inseminação Artificial encontrou maior difusão. Na Rússia e nos Países 
balcânicos, a I.A. de ovelhas está muito desenvolvida. Para as cabras e 
éguas a I.A. tem demonstrado menor interesse. Na espécie suína, a I.A. se 
encontra em fase de pleno desenvolvimento. Em outros seres como: 
abelhas, peixes e aves podem ser realizadas, mais ainda é insipiente. 
 
13.1.Conceito 
Consiste na deposição manual do sêmen nas vias genitais (útero) 
de uma fêmea no cio. 
13.2. Vantagens da Inseminação Artificial 
 
- Melhor aproveitamento de um bom reprodutor; 
- Evitar a transmissão de doenças pelo coito; 
- Facilitar o controle de doenças existentes no rebanho e que se 
transmitem por relação sexual; 
- Possibilita menor tempo para se testar a qualidade dos filhos; 
 - Permitir aos criadores de menores recursos financeiros, utilizarem sêmen 
de qualidade comprovada para obtenção de boas crias; 
- Possibilitar alternativas de cruzamentos nos rebanhos; 
 16 
- Ao contrário da Monta Natural, com um ejaculado se pode inseminar 
um número muito maior de fêmeas. 
 
13.3. Limitações da Inseminação Artificial 
- Exige pessoal qualificado; 
- É necessária a aplicação correta da técnica para evitar lesões 
das vias genitais da fêmea; 
- Exige nitrogênio líquido e vasilhame próprio para a conservação 
do sêmen; 
- É necessário tronco de contenção para inseminar a fêmea; 
- É necessária a observação rigorosa das matrizes para diagnósticodo cio. 
 
14. Gestação 
O período que vai da fecundação até o nascimento do bezerro 
é chamado de gestação. Durante a gestação há o desenvolvimento e 
maturação do embrião e do feto. Nas fêmeas bovinas a sua duração 
média é de 286 a 292 dias ou 40 semanas e se caracteriza por muitas 
modificações no organismo do animal, entre elas: 
1. Ausência do cio; 
2. Diminuição na produção de leite; 
3. Ganho de peso; 
4. Aumento do volume do abdome; 
5. Desenvolvimento da glândula mamaria, mais evidente próximo ao 
parto. 
 
15. Efeito da deficiência de micro-nutrientes na reprodução dos bovinos. 
 
 A deficiências marginais de micro-nutrientes na reprodução 
bovina é de difícil identificação, já que não se manifesta por sinais 
patológicos específicos. A carência dos mesmos reflete em índices 
zootécnicos expressado em baixa produtividade, com conseqüente 
baixo ganho de peso, altos índices de repetição de cios e abortos. Entre 
eles estão: manganês (Mn) cobre (Cu), iodo (I), zinco (Zn) e selênio (Se). 
Mn: Necessário do metabolismo das células ovarianas (da granulosa e 
foliculares). 
Se: Têm grande participação do Selênio, ocorre a ovulação e formação 
do corpo hemorrágico. Esse, em três dias, se torna o corpo lúteo, que é 
secretor da progesterona que manterá possível a gestação ou 
preparará o útero para um novo ciclo. 
Cu: Têm função como ativador e constituinte enzimático. É um 
componente chave do sistema imunológico, e tem um papel básico no 
metabolismo de ferro e na maturação dos eritrócitos. Rebanhos que 
sofrem de uma deficiência marginal de Cu apresentam taxas de 
crescimento e eficiência alimentar reduzidas. Dietas deficientes em Cu, ou 
com dietas contendo altos níveis de Molibdênio (Mo) e sulfatos, levam a 
taxas de fertilidade e de concepção reduzidas, e maior incidência de 
retenção de placenta, pois o Mo e S formam um complexo insolúvel com o 
cobre impedindo sua absorção. 
 
I: Essencial para a síntese dos hormônios da tireóide, que participam na 
regulação do metabolismo energético. deficiência de Iodo, leva 
hipotireoidismo ou bócio. 
 
Zn: Joga um papel fundamental na formação da genitália externa 
(circunferência escrotal) e interna, na espermatogênese e na 
multiplicação celular dos testículos, principalmente das células de Leydig, 
responsáveis pela produção de testosterona. 
 
Se: Têm influencia a capacidade dos leucócitos de destruir bactérias e 
age como antioxidantes a nível celular. 
 
15. Escore 
 O escore é um termo utilizado para conhecer o estado corporal da 
vaca (estado carne), para ver se a mesma apresenta condições de entrar 
no cio e/ou suportar a cobertura garantindo a gestação. Sua importância 
radica no fato de que esta ferramenta se constitui em um elemento de 
grande importância para o correto acasalamento de uma fêmea no cio, 
bem como para identificar possíveis causas de anestro ou infertilidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gráfico – 1. Escore da condição corporal ao parto e percentagem de prenhez 
 17 
Como expressa o gráfico – 1, a melhor condição corporal é aquela que 
se encontra em 6. Esta qualificação garante a ocorrência do ciclo estral 
com ovulação fértil e fecundação. 
16. Manejo reprodutivo de bovinos leiteiros nos trópicos 
A presença de um meio ambiente faz sentir a inserção de indivíduos 
nesse meio. Assim, um dos fatores mais importantes do clima, é a 
temperatura, que pode ser considerada como, fator modelador de 
adaptação dos indivíduos. Desta forma, as regiões de climas tropicais e 
subtropicais encontram-se situadas em limites de 30º de latitude norte e 
sul (OART, 1970). Observa-se que em torno de 1/3 da superfície terrestre, 
corresponde a tal área. Os rebanhos destas áreas experimentam uma 
baixa produtividade. Reprodução e produção são fenômenos 
correlatos, e da adaptação dos animais domésticos ao clima, 
dependerá que tais indivíduos expressem sua função produtiva. 
Podemos considerar como exemplo, o baixo desempenho produtivo das 
raças leiteiras européias, quando importadas para regiões tropicais 
(Berbigier, 1989). 
 O meio ambiente então, pode ser considerado como um fator 
limitante no desempenho dos animais (ganho de peso, eficiência da 
utilização da energia, produção de leite, etc.), principalmente em 
sistemas intensivos de produção. Observa-se entre os autores 
consultados que o maior problema encontrado nos aspectos de 
reprodução e produção nos trópicos é o estresse calórico (BENYIE & 
BARRO, 2000). 
 Os efeitos do clima sobre a reprodução podem atuar de maneira 
indireta, no eixo hipotalâmico-hipofisiário, afetando a função gonadal 
via hormônios hipofisiários, ou podem ocorrer diretamente sobre os 
tecidos reprodutivos como no (útero), pela causa de danos ou morte do 
embrião por exposição a ambientes quentes, em que é reduzida a 
síntese de proteína pelo blastocisto, em que a proteína de choque (hsp), 
atua de várias maneiras, inibindo ou revertendo os efeitos prejudiciais de 
temperaturas elevadas nas funções celulares e conferindo maior 
resistência das células ao calor (Benyie & Barro, 2000). Por outro lado, o 
embrião sintetiza uma proteína interferon (proteína trofoblástica bovina-
1), entre o 15º e 17º dia pós-concepção, que auxilia no mecanismo de 
implantação embrionária, inibindo a secreção materna de PGF2  e, 
conseqüentemente, a luteólise, num processo conhecido como 
reconhecimento materno da gestação. 
 
17. Reconhecimento materno da prenhez 
 
 A implantação do embrião no endométrio uterino (interior do útero) 
leva à formação de estruturas intra-uterinas que permitem um contacto 
íntimo com a mãe, troca de nutrientes e comunicação endócrina. Assim o 
embrião produz hormônios esteróides e/ou proteínas para assinalar sua 
presença no sistema materno. Este sinal é necessário para a manutenção 
do corpo lúteo e a produção de progesterona (hormônio responsável pela 
gestação a termo) por este corpo lúteo. Por este mecanismo se assegura a 
gestação. Se houver outro mecanismo como a produção de PGF2α, o 
corpo lúteo sofre lise, e com a suspensão da produção de progesterona, a 
gestação é interrompida, com a ocorrência de aborto. 
 
18. Parto 
Parto é a expulsão do feto do útero, quando este já atingiu o seu 
desenvolvimento completo. Este mecanismo é sinalizado pelo feto, que 
lançando o hormônio cortisol na corrente sanguínea, estimula a produção 
de PGF2α pela mãe. Isto leva a lise do corpo lúteo (luteólise). Iniciam-se 
então na mãe a liberação principalmente dos hormônios (relaxina e 
ocitocina) dando-se início ao desencadeamento do parto. 
18.1. Intervalo Entre Partos 
Denomina-se intervalo entre partos o período que vai de um parto a 
outro. O período que vai de um parto até uma nova cobertura fértil é 
denominado Período de Serviço. Quanto maior for o período de serviço, 
logicamente, maior será o intervalo entre partos. 
 
Exemplo Nº 1 
A............................................B ........................................................C 
 1º Parto 90 dias Cobertura 285 dias de gestação 2º Parto 
 com fecundação 
 
No exemplo acima, a vaca teve o seu primeiro parto em A e, foi 
fecundada 90 dias depois em B. Isto mostra que o período de serviço deste 
animal foi de 90 dias. A gestação seguinte teve a duração de 285 dias. 
Somando-se os 285 dias de gestação com os 90 dias do período de 
serviço, temos 375 dias, que é o intervalo entre o 1º e o 2º parto ou seja, 
letras A e C. 
 
Exemplo Nº 2 
 A.......................................... B .................................................................C1º Parto 120 dias Cobertura 285 dias de gestação 2º Parto 
 com fecundação 
 18 
No exemplo, o intervalo entre partos foi de 405 dias, pois o 
período de serviço foi de 120 dias, mais o período de gestação média, 
de 285 dias. Temos então: 120 + 285 = 405 dias, que é o intervalo entre 
partos. 
 
19. Anormalidades do cio 
 
 As anormalidades do cio variam desde sua ausência, patologias, 
alterações genéticas e manejo (Quadro-8). 
 
Quadro – 8. Anormalidades que interferem na alteração do ciclo estral. 
 
Espécies Anormalidades Causas Mecanismos Fisiológicos 
 Piometra Manutenção do Corpo 
Lúteo 
 Mumificação Mecanismo da mamada 
inibe a liberação de de 
gonadotrofina 
 Lactação Deficiência de LH e/ou 
GnRH 
 Anestro Ovários 
císticos 
Deficiência de LH e/ou 
GnRH 
Bovina Hipoplasia 
ovariana 
Falha na produção de 
estrógenos ovarianos 
 Freemantim Falha na produção de 
estrógenos ovarianos 
 Deficiências 
nutri-cionais 
ou vitamí-
nicas 
 
Produção de 
gonadotrofinas Hipófise 
anterior 
 Subanestro ou cio 
si-
lencioso/ovulação 
silen-ciosa 
Alta 
lactação 
 
Desequilíbrio Endócrino 
 Ovários 
císticos 
Ninfomania 
O termo anestro se refere à ausência de cio. Reportam-se como 
causas: piometra (acúmulo de pus no útero, morte e mumificação fetal 
(aspecto de múmia) e a própria lactação (perda de peso)). Entre os 
mecanismos fisiológicos podemos citar: persistência do corpo lúteo com a 
produção de progesterona (hormônio que segura a gestação) com 
conseqüente baixa produção de estrógenos e os mecanismos inibitório da 
mamada do bezerro que inibe a liberação da gonadotrofina (Gen RH). 
Entre outras anormalidades do cio podemos indicar: ovário policístico leva 
a ninfomania (encenação sexual permanente) e como mecanismo 
fisiológico se reporta a deficiência de LH (hormônio Luteinisante) 
responsável pela maturação óvulo, observando-se também a deficiência 
de Gen RH. Também as modificações dos ovários (fibrose) e flacidez, são 
responsáveis pela falta de produção de óvulos férteis. 
A hipoplasía ovariana (ovários com tamanho reduzido) e o 
freemartim (presença dos dois sexos) anormalidade encontrada em partos 
gemelares, quando uma cria é fêmea e a outra macho, está presente tal 
aberração. Como mecanismo fisiológico, se cita a falha de produção de 
estrógenos ovarianos. 
As deficiências nutricionais e vitamínicas também são responsáveis 
pela anormalidade do ciclo estral pouco desenvolvimento das gônadas e 
alterações do endométrio (parte interna do útero). Como causa fisiológica 
se cita, a baixa produção de gonadotrofina pelo lóbulo anterior da 
Hipófise ou glândula Pineal. 
Cio silencioso (ovulação silenciosa) ocorre na perda de peso pela 
alta produção de leite (balanço negativo de carbono) até um período de 
até 60 dias pós-partum. Como causa fisiológica, podemos citar os 
desequilíbrios hormonais. 
Finalmente na ninfomania (cio permanente) podemos relacionar a 
presença de cistos ovarianos (estrogênicos) 
 
20. Balanço negativo de carbono em altas produtoras de leite 
 
 Os sistemas utilizados na produção de bovinos leiteiros, 
maximizando-se a produção, têm chamado a atenção com os cuidados 
da alimentação. No final da gestação se observa um aumento da 
demanda energética, o que predispõe à mobilização da gordura 
corpórea, com conseqüente diminuição da capacidade ingestiva nas 
semanas que antecedem o parto, o que predispõe aos indivíduos, a 
distúrbios metabólicos (Juchem et al., 2000). 
 19 
A principal predisposição para tal distúrbio, é devido a grande 
demanda de energia com conseqüente remoção de gordura corporal 
e à diminuição da capacidade de ingestão de matéria seca (M..S.), o 
que afeta a reprodução e produção leiteira (Duffiel et ell., 1999). 
 
20. Produção de Leite na Época da Seca 
 
No inverno (período frio e seco do ano), ausência de chuvas na 
região de clima tropical, quando há insuficiência de pasto em 
quantidade e qualidade, observa-se uma diminuição na produção de 
leite e crescimento das novilhas, decorrentes da má alimentação. 
No nosso país ainda é pouco usado o feno na alimentação animal, 
sendo mais difundido nos países da Europa. Assim, o feno deve ser um 
alimento complementar, ministrado conjuntamente com silagem, 
forragens de corte e suplementação de com concentrados ou farelos 
nas regiões de industrialização de soja, trigo, etc. 
Cardoso (1.978) utilizou feno de aveia forrageira, aveia picada e 
silagem de milho em vacas em lactação. As duas formas de aveia foram 
suplementadas com fubá de milho e a silagem com farelo de algodão, 
atendendo-se as exigências de mantença e produção de leite, sendo 
registrado uma produção da ordem de 10,9 Kg. de leite por vaca, com 
3% de matéria gorda. Nesta pesquisa, a utilização de aveia forrageira, 
na forma verde e ou fenada, não mostrou superioridade sobre a silagem 
de milho, quanto aos consumos de matéria seca e de nutrientes, o 
mesmo acontecendo com a produção e composição do leite. 
Observou ainda, que as vacas que receberam o feno tiveram um ganho 
de peso de 270g/dia, ainda produzindo um leite mais barato, devido a 
economia com concentrados. Esta prática auxilia na diminuição do 
intervalo entre partos. 
20.1. Suplementação na Época da Seca 
 
As exigências de alimento nos animais se mantêm mais ou menos 
uniformes ao longo do ano e, nas condições de clima do Brasil Central, 
as curvas de necessidade alimentar dos animais e produção de 
forragem não coincidem. Esta situação se faz sentir com maior 
intensidade no período crítico da produção de forragem, isto é durante 
o período seco. 
Trinta dias após o término do período chuvoso começa a diminuir o 
valor nutritivo das pastagens, isto porque as forrageiras tornam-se 
maduras e elevam o conteúdo de fibra e lignina, diminuindo sua 
digestibilidade. Quando isto ocorre, o valor nutritivo da forragem diminui 
e a pastagem passa, a partir então, a não dispor de condições para 
suprir as exigências nutricionais dos animais, momento em que começam 
a perder peso. Na medida em o período seco é mais intenso, mais se 
acentua o problema. 
 
 
 FONTE: Informe Agropecuário. Belo-Horizonte, 6 , (64), 1.980 
 
22. Controle Leiteiro 
 
Chama-se controle leiteiro ao conjunto de atividades realizadas 
durante o período de lactação coma finalidade de registrar a produção 
das vacas paridas no período de lactação. Além de conhecer a produção 
doas fêmeas do rebanho, é de grande importância para a seleção e 
formação de rebanhos de alta produção. 
 
22.1. Conceito 
 
É o registro individual da produção de leite, o que possibilita ao 
produtor saber com segurança, no final da lactação, a capacidade de 
produção de cada vaca e identificar problemas das fêmeas durante o 
período da lactação. 
Muitos produtores acostumam fazer a avaliação da produção de 
leite de um animal, pela produção de um dia, uma semana ou mesmo 
pela quantidade produzida pela vaca no primeiro mês de produção. Estes 
métodos são falhos, não representativos da capacidade de produção 
total do animal, pois existem vacas que só apresentam boa produção nas 
primeiras semanas. 
Consumo Médio de Alimentos e Nutrientes 
Consumo Feno Concentrado Total 
Matéria Seca 
Kg./vaca/dia 
9,8 2,5 12,3 
Matéria Verde 
Kg./vaca/dia/dia 
14,0 - 14,0 
Proteína Bruta 
Kg./vaca/dia 
1,1 0,3 1,4 
Energia Digestível 
(Mcal) 
24,7 8,6 33,3 
Cálcio (g/vaca/dia) 46,0 13,0 59,9 
Fósforo (g/vaca/dia)27,4 15,0 42,4 
Tabela- 10. Consumo médio de alimentos e nutrientes para animais leiteiros na entrte-
safra. 
 
 20 
A boa vaca leiteira é aquela que apresenta alto índice de 
rendimento durante toda a lactação e em todas as lactações de sua 
vida reprodutiva, daí que somente o controle leiteiro permite identificar e 
selecionar tais animais. 
22.2. Tipos de controle leiteiro 
 
 Em fichas próprias, registram-se em quilogramas, as produções de 
cada vaca. O registro pode ser diário, semanal, quinzenal ou mensal. A 
pesagem diária é mais trabalhosa, porém mais eficiente. No final da 
lactação faz-se o cálculo da produção total. Na (Tabela-11) é 
abordado procedimento do registro diário. O peso líquido é 
determinado descontando do peso total, o peso do balde e no final da 
lactação tem-se o registro das produções diárias dos animais. Com a 
soma dos registros, se obtém a produção total da lactação. A (Tabelas-
12) representa o exemplo de controle leiteiro mensal, respectivamente. 
Como abordado na (Tabela-11), no final e obtém a produção média de 
cada mês. Desses dados mensais tira-se a média e multiplica-se pelo 
número de dias de lactação, como explicado na (Tabela13). 
 
 
 
 Tabela – 11. Controle leiteiro com registro de produção diária 
 
Nome e/ou Nº 
da vaca 
 
Peso 
Manhã 
Kg. 
Peso 
Tarde 
Kg. 
Peso 
Líquido 
Kg. 
Peso 
Manhã 
Kg. 
Peso 
Tarde 
Kg. 
Peso 
Líquido 
Kg. 
Mariquinha 
(108) 
5,0 3,0 6,0 6,0 3,5 7,5 
Borboleta (134) 7,0 3,5 8,5 7,0 4,0 9,0 
Fantasia 
(125) 
8,0 4,5 10,5 7,5 5,0 10,5 
Mimosa (93) 4,0 2,5 4,5 4,5 3,0 5,5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tabela – 12. Controle leiteiro com registro de produção mensal: 
 Dia 16-01-2.000 Dia 15-02-2.000 Dia 15-03-2.00 
Nº/Nome 
da 
Vaca 
Peso 
Manh
ã 
(Kg.) 
Peso 
Tard
e 
(Kg.) 
Peso 
Líquid
o 
(Kg.) 
Peso 
Manh
ã 
(Kg.) 
Peso 
Tard
e 
(Kg.) 
Peso 
Líquid
o 
(Kg.) 
Peso 
Manh
ã 
(Kg.) 
Peso 
Tard
e 
(Kg.) 
Peso 
Líquid
o 
(Kg) 
 
Esperanç
a (12) 
 
8,0 
 
5,5 
 
11,5 
 
7,0 
 
5,0 
 
10,0 
 
7,5 
 
4,0 
 
9,5 
 
Tangerin
a (75) 
 
9,0 
 
5,5 
 
12,5 
 
8,0 
 
6,0 
 
12,0 
 
7,5 
 
4,5 
 
10,0 
 
Amendoi
m (82) 
 
6,0 
 
4,4 
 
8,0 
 
6,0 
 
3,0 
 
7,0 
 
5,5 
 
3,0 
 
6,5 
 
 Tabela – 13 Cálculos do registro de controle leiteiro. 
 
 Na (Tabela-13 ) é apresentado o procedimento de cálculo do controle 
leiteiro mensal. 
 
 Cálculo: 16,1 + 13,5 + 9,9 + 10,5 +10,0 + 9,4 + 8,0 + 6,5 + 4,9 +6,7= 95,5 : 10 
= 9,55 Kg. 
 
Esta média multiplica-se pelo período de lactação como no seguinte 
exemplo: 
Média = 9,55 e Período de lactação = 300 dias → 9,55 x 300 = 2.865 Kg. 
Lembramos ainda que o controle leiteiro pode ser oficial e particular. 
Neste caso o controle oficial fica a cargo dos órgãos estaduais e o 
particular, por conta do produtor. 
22.3. Vantagens do Controle Leiteiro 
- Permitem ao criador excluir do rebanho as vacas de baixa 
produção, por serem anti-econômicas. 
- Permite identificar e conservar as boas produtoras, em que suas 
filhas são usadas para substituição das matrizes que compõem o 
rebanho. 
- Estimula ao criador a melhorar permanentemente seu rebanho. 
- Pode ser executado sem gastos elevados. 
Registro 
da 
Produção 
(Kg) 
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 
16,1 13,5 9,9 10,5 10,0 9,4 8,0 6,5 4,9 6,7 
 21 
23. Instalações em Bovinocultura de Leite. 
Em instalações leiteiras, temos a considerar dois grupos de 
instalações: 
A - Instalações Gerais: Cercas, estradas, aguadas, porteiras, etc. 
B - Instalações Centrais: Estábulo, sala de ordenha, abrigo para touro, 
creche, bezerreiro, etc. 
As instalações centrais são mais importantes e iremos, nesta apostila, 
nos reportar, somente a elas. 
 
23.1.Estábulo 
É a mais importante instalação de uma propriedade produtora de 
leite. A ela é reservada a principal atividade da fazenda, ou seja, a 
ordenha. A sua localização e organização deve oferecer conveniência 
de modo que favoreça o rendimento de todo o trabalho com o gado. 
Para tal, deve-se considerar a topografia do terreno, drenagem, 
facilidade de acesso de transporte e a movimentação do gado entre a 
área construída e os piquetes ou pastos (considerar facilidade e 
distância a ser percorrida). 
O dimensionamento e a distância do estábulo permitem, além da 
ordenha, outras atividades como: 
- Alimentar as vacas em lactação (operação que é realizada junto com 
a ordenha); 
- Alojar reprodutores; 
- Abrigar e permitir o aleitamento de bezerros; 
- Receber o leite e acondicioná-lo até a chegada do veículo 
transportador; 
- Guardar rações concentradas. 
- Conter uma pequena farmácia, etc. 
 
Construções abertas, compridas e estreitas, são as recomendadas para 
áreas de Clima Tropical. As paredes externas onde as vacas são 
ordenhadas devem ter de 1,50 a 1,80 m de altura, podendo ser 
construídas de réguas. Estas, entretanto, fornecem menor proteção 
contra a umidade e correntes de ar na hora da ordenha, diminuindo a 
eficiência na obtenção de leite mais higiênico. 
As divisões obedecem a vários sistemas, conforme a disposição das 
plataformas, onde ficam as vacas. Os estábulos mais comuns são os de 
fila simples ou dupla. Os animais podem estar dispostos face a face ou 
costa a costa. 
No sistema face a face observamos as seguintes vantagens: 
distribuição do alimento é facilitada, pois existe somente um corredor 
central de alimentação, maior insolação, mas sarjetas e melhor 
iluminação para a realização da ordenha além da facilidade na 
entrada das vacas. 
Já no sistema costa a costa encontramos mais rapidez na limpeza das 
instalações e a facilidade de ordenha. A higiene, por ser uma operação 
trabalhosa, torna-se mais fácil, pois só existe um corredor central. No caso 
da ordenha os animais estão menos agrupados, facilitando o controle de 
doenças transmitidas por secreções (Tuberculose) e impressionando melhor 
aos visitantes, eventuais compradores, pois facilita a visualização da 
glândula mamária. 
 As medidas recomendadas para a construção do estábulo são as 
seguintes: 
 
A - Comprimento da Plataforma (Espaço destinado a cada vaca) 
- Animais Grandes = 1,70 a 1,80 m 
- Animais Menores = 1,50 a 1,60 m 
 
B - Largura da Plataforma 
- Com ordenha no local = 1,30 m 
- Sem ordenha no local = 1,00 m 
 
C - Largura da Sarjeta 
 - 0,30 a 0,40 m 
D - Declividade da Plataforma em Direção à Sarjeta: 
 - Declive de 2% 
E - Corredores de Alimentação 
 - Central = 1,50 m 
 - Laterais = 1,00 m (de cada lado) 
 
F - Corredores de Limpeza 
 - Central = 2,0 m 
 - Lateral = 1,50 m 
 
O Cocho do estábulo para a distribuição de concentrados e, 
ocasionalmente, forragens e ensilagem, deve ter as seguintes dimensões: 
- Altura menor = 0,30 a 0,40 m. 
- Altura maior = 0,60 a 0,80 m. 
- Largura = 0,60 m. 
- Altura acima do piso = 0,10 a 0,15 m. 
 
O bebedouro representa um problema não muito fácil de resolver. 
Podem-se recomendar bebedouros automáticos metálicos, facilmente 
 22 
encontrados no mercado, colocados entre cada dois animais, de 
maneira a servir a ambos. A pressão exercida pelo focinho do animal 
sobre a bóia, provoca a saída da água. 
A separação das vacas se faz por tubos cilíndricos, curvados ou 
pedaços de madeira, geralmente

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