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nìim, você sabe como eles fazem, bottt , cntão, eu dialoguei , isso durou nrais dc uma hora. Bem! De vez em quando, hrí um que fica nervoso: 1'mas o que estaÍÌìos discut indo, o que estamos discut indo?" O outro c rcalme. Pois eles t inhrrn vcrda- deiramente vontade de dialogar, eles gos- tam de discutir . Mesmo se isso não resulta em nada assim, na verdade.. . que haja pessoas que os ouçam, que os ouçam e de- pors. . . Thierry - Isto é realmente duro. Sylvie - De qualquer modo, cretinos ha- verá sempre, enFrm... Thierry - Sim, mas em Vil leneuve há um monte deles. Sylvie - Porque estão concentrados, por isso parecem ser muitos [risos], isso faz imediatamente mais... Christ ian - . . . cret inos... Sylvie - Afinal, é preciso se ocupar com os menores, é preciso se ocupar com os sérios; pessoas que são sérias, muitos jo- vens, jovens que estão bem e tudo. Bom, èles são cretinos, é preciso deixá-los e é tudo. Bom, eles serão presos pelos poli- ciais, não se sabe o que vai acontecer... t . . 1 Thierry - Eu tenho um irmão que é racis- ta, ele jamais moraria em Villeneuve. Sylvie - Ele é racista por natureza. Assim sem saber direito porque... Thierry.- E depois, ele é racista para com todos. No acampamento são os ingleses, os alemães... Bom, mas então os árabes, é o cúmulo. Bern, ele jamais moraria em Villeneuve Sylvie - Não, eu estou contente em um sentido, porque meus filhos convivem com, bem, todas as raças, todos os... Que- ro dizer, não há... é simples. Thierry - Quer dizer, não são educados no racismo, como faz meu irmão com os filhos dele. Na casa dele, a mais nova, que tem cinco, quatro anos, ela.estií no matèr- nal, ele não pára de lhe dizer: "os árabes são bosta". 51' lvic - Ela vai ter problemas Inesnìo. I)t l ru1uc ainda está no maternal, mas quan- clo cst iver em escola! fìu não ne identífco nnis com nada.... nada, nada, nada - Você participa de associações? Sylvie - Oh! Faz muito tempo, eu mil i tei na Juventude Operária Catól ica. Eu era até... eu chefiava até um pequeno grupo; e depois, isso passou anáo fazer mais par- te de meus... Não, de fato eu não me identi- fico mais com nada. Mesmo politicamente, mesmo, eu sou... eu estou um Pouco... - Desorientada? Sylvie - Eu estou desorientada. Depois, eu militei um pouco na Juventude Comu- nista. Bem, é igual! Eu freqüentei a escola do partido comunista. Eu não me identi- fico mais com nada... nada, nada, nada. Não há part ido algum que me atraia. Nada, eu não sei mais. Eu até me sur- preendo ao me dizer,mas eu vou votar em Le Pen, isto lhes causará medo e... Bom, não sou eu, também.. . eu quero. d izer lado... eu quero dizer, não sei rnais para onde ir, não sei mais... Todos me desagra- dam, eu, além do mais. Não, mas eu acho que isso não corresponde mais ao que se . espera de um partido político; há maracu- --- tãiâS erii-abuhdânciarc eles-querem dar..' ditar moral para os outros, los políticos não parant] de fazer maracutaias e tudo. E verdade. eles lidam com muito dinheiro e não se importam com o pequeno mili- tante. E depois, o Partido Comunista, eu jamais vi um partido tão fechado quanto esse. Enfim,talvez, agora com os novos fos renovadores) lá, mas... ninguém tem nada a dizer, "o Partido disse", isso é tudo. Bom, nas reuniões é assim e eu sem- pre dizia, "não é verdade, podemos discu- tir, isso serve para que, então? Pagamos nossa cota, e, depois é tudo o que vocês querem". Olhe as instalações que eles têm em Paris... não é possível! Março de l99l Píet' r e Jj o'L(,l" tli,e LL trfeitos cle , ' " - , - - t * . ,J \U* r ' \ i i i du lu$ar Falar hoje de "subúrbio com problemas" ou de "gueto" é evocar' quase automaticamente, não "realidades", aliás muito amplamente desconhecidas daqueles que falam disso de muito bom grado, mas fantasmas, alimentados de experiências emocionais suscitadas por palavras ou imagens mais ou menos não controladas, como aquelas.que a imprensa sensacionalista e a propaganda ouoboatopol í t icosveiculam.Mas,pararompercomasidéiasrecebidaseo discurso corriqueiro, não basta, como algumas vezes se quer acreditar' "ir ver" o que exisre. pr.tiuu.n"nte, a ilusãp .To.lrst-l #.ryit :: i*ryisem dúvida tanto como no caso em que, como'4quele;'ofçqnqonto direto com a realidade não ocorre sem algumas ãificutAaaes; e até al-g"ll^t:tos, portanto sem alguns mérit-os. E, não oõstante, tudo l'eva u p"nrã, Que o e.ssencial do que se -vive e g-eying-,camp-o*, ístoé,asevidênciasusmui ' impressionanteseasexper iências as mais dramáticâi-ènõonAá SeUs princípios eompletamente-em-ogtl-o lqgar' Nada mostra melhor que os guetos americanos, esses lugares abandonados' que se definem, fundamentalmente, por uma attsência - essencialmente a do Estado, e de tudo o que disso decorr": a polícia, a escola' as instituições de saúde, as associações, etc' É pieciio, po{tanto, m-ais do que nunca' praticar o pensam':::.!:*-doxal que, dlrigido ao mesmo tempo contra o bom senso e os bons sentimentgs'. s" expõe a aparecer. aos bem-pensantes dos dois lados, Seja como um preconcelto' inspirado pelo desejo de ..causar admiração ao burguês'', Seja como uma forma de indifer"nçu inruportável relativamenie à miséria dos mais carentes' Não se pode romper "o* À falsas evidências e com os elros inscritos n-o pensamento sub stanci al i sta d os t u s oru uSyy snya c on diç ã", i""njffiffiffi: ::ÍÏ: rigorosa das relações entre u$õí-ututas $o espaço soc rle \._ físico. Espaço físico e espaço social considerados como corpos (e indivíduos biológicos), os seres l t t t r t t r t r tos cs- tão, do mesmo modo q.,. oicoisirs, situados em um lugar (eles Iract sllt l clotaclos - ' da ubiqt i idade que lhes permit i r ia estarem em vár ios l t rgares ao Ì Ì lesr ' ì ì0 t t : r r rpo) e eles ocupam um espaço. o lugar pode ser definido absoltrtanlentc colììo t) polÌto do espaço físíco onde um agente ou uma coisa se encontri i sitttaclo' tcltt lugar' existe. Quer dízer,seju como localízação, seja, sob um ponto de vista rclacional' como posição,como graduação em uma ordem. o lugar ocupado poclc ser defi- nido como a extensão, a superfície e o volume que um indivícluo ou uma coisa ocupa no espaço físico, suas dimensões, ou melhor, seu entulhamento (como às vezes se diz de um veículo ou de um móvel)' Os agentes sociais que são constituídos como tais em e pela relação com um espaço sácial (ou melhor, com campos) e também as coisas na medida em que etâs sao apropriadas pelos agentes, portanto constituídas como propriecladcs' es- tão situadã, nu* lugar do espaço social que se pode caracterizar por stra posição relativa pela relação com os outros lugares (acima, abaixo, entrc, etc') e pela distânciaque o separa deles. Como o espaço físico é definido pela exterioriclade mútua das partes, t "rpuço social é definido pela exclusão rnútua (ou zr rl istinção) das posições que o qonrtitu.m, isto é, como estmtura de justapo'sição clc posiçõcs sociais. - : ''a Aestrutura rdo espaço social se manifesta, aSSim, nos contextos tttais clivcrsos, sob a forma de oposìçáes espaciais, o espaço habitado (ou afropriado) ftrncio- nando como uma'eso;cie deìimbolização espontânea do espaço social. Não há espaço, em uma sociedade hierarquizada, que não seja hierarquizado e que não "*pri-u as hierarquias e as distâniias sociais, sob uma forma (mais ou menos) deiormada e, sobrefudo, dissimulada pelo efeíto de naturalizaÇão que a inscrição durável das realidades sociais no mundo natural acarreta: diferenças produzidas pela lógica histórica podem. assim. paÍecer sur,sidas da natureza das coisas (basta p"nru, au idéia de "fionteira natural").É o caso, por exemplo, de todas as proje- çõ., "rpu.iais da diferença social entre os sexos (na igreja, na escola, nos lugares Efetivamente, o espaco social se. re,tr:acltì7. no espaço físico, mas sempre de maneira mais ou *.no, confttsa: o poder sobre o espaço que a possc do capital proporciona, sob suas diferentes espécies, se manifest4 40 espaço ffsic.g apropria- do sob a forma de uma certa relação entre a estnrtura eipacial da distribuição dos agentes e a estmtura espacial da distribuição dos bens ou dos serviços, privados ou públicos. A posiçao ae um agente no espaço soeial se exprime no lugar do .rpãço físico .* quá está situado laquele do qual se diz que está "ttT eira nem beira" ou "sem residência fiXa", que não tem - quase - existência social)' e pela 1rosiç i ro r t . l l r t iv i Ì ( l Ì . Ìc stras Joõal izzrçõeS temporái i . rs (por cxct t rp lo os lu-gares c Irorrr ; r , os l r r1, , r t t .cs ì 'cgulados pelo protocolo) e sobretudo peÍTnanentes (endereço 1rr r r , ;uto t . t . r r r t r : rcçolrof issional) ocupam êm relação { tgca] izaeOl l de outros 1rÌ( . r r t ( ìs; r . l l r sc cxpr ime também no lugar que ocupa (no direi to) no es-paço atrar 'és tlt. srurs l lt()l)t it:t l i tclcs (casaS, oponornãntoi ou Salas, terras para cultívar' para eX- 1r l . r ; r r ( )1 I ) l ì t i r colst tu i r , etc.) que São mais OLI menOS embaraçOSos OU' Corno Se tlrz ìrs v('r(:s' "space consummiltg" (q cotlsumo mais ort menos e$94g!qil9-do t'sp:rç.-ó uuur-,ta-s font'a-s por. ç:rqçlôic.l1.çlç-o-rtç!9E4q-d9 Pod,-:t-Uma parte. da i t t t ; r t ' i t t t l r ts cstr t t turas c lo cspaço tu.* , f iõ l ta do fato c le que i ihíestão inscr i tas n() ( 'sl)irç() físic:o c (lt lo n"o pàA.tia.strr Irloclif icadas senão ao prcço dc utn traballto tlr, l ttttrslt ltrttfrtçíto,clc ttt-tt i t l ttttcl ltttça clas COiSaS e Cle Um deSenraiZamentO OU de rrrrr;r rlt:port;rçlio clc pcssoas, zrs clttais suporiam transformações sOciaiS extrema- rrrcr t t t : c l i l ' íc ;c i .s t : ct tstosas ( ) t:str^Ç6 social reif icado (isto é, f isicamente realizado ou objetivado) se iìprcst:rìtÍÌ, i tssitÌt, como adistribuição no espaço físico de diferentes espécies de ltcps grr <lc scrviços e também ds agentes indivrduars e de gruDoS fisicamente localiz.aclc,s l"nquanto corpos ligadora um lugar perrnanente) e dotados de opor- rrrrrir l;rrlt:s rlc aorooriagão à"ttat bens e clesses Serviços mais ou menos importan- tcs (r:rrr Íìrrrçãcl , i*."u capital e..tarnbóm cla cÌistância física clesses bens' que rlt:pt:rrrtt: t l lrrbórp clc sct-t capital;. É na rclação entre a clistribuição dos agentes e a rl istriSLriçlÍo cl.s 6r: 's.n. osl)iÌço qUç $Ì_dq{}cü",v,4lgr'dê,s diferentes regiões do espi ìço social r t : i Í ' i t : l t t lo ' : ' l : ' ; . ' ' - : " Os clifcrcptcs cÍÌIlìpos oll, se se prefere, os diferentes espaços sociais fisica- m'ente objctivirclos, tenãem a se sobrepor, aos menos grosseiramente: disso resul- tam corìcc.trações dos bens mais rarõs e de seus proprietários em certos lugares clo csplço físico (5r Avenidâ, rua do Faubourg Saint-Honoré) que se opõem assim' er1 tclcl-rs os aspectos, aos lugares que agrupám principalmente e por vezes exclu- sivanrerte os mais carentes (suUriiUios pobres, guetos). Esses lugares de densa corìccntração de propriedade,s positivas ou r.Ieg3!]yas (estigmas) constituem arma- clilhas para o onuìirru qu", ué"itando-os coúO tdí, condena-se a deixar êscapar o cssencial: como a Madison Avenue, a rua d3i fauUourg Saint-Honoré reúne co- rncrciantes cle quadros, antiquários, casas de aliâ costura, de calçados, pintores, clccclraclores, etc., isto é, todo um leque de comércios que têm em comum ocupar 'osiçõcs clevaclas (portanto, homólãgas entre si) em seus campos respectivos e quc 'ão podcm ,"i.o*pteendidos nó qu" eles têm de mais específico a não ser qr* o, .ãloq.,"*os emìelação com comércios situados no mesrno campo' em posições inferiores, mas ep outras regiões d.o espaSo físico' Por exemplo' os de- coracl.res cla rua do Faubourg Saint-Éonoré se opõem (e em primeiro lugar por seu nome n{ltlre, Inas também por todas as suas propriedades' natureza, qualidade e prcço clos proclutos em. ofertã, condição social da clientela, etc') àquele que' na r61 Ì,'ï."f ,rr:lr,',,',li:iÍ;-:*rr,. .,. ,, - ãí:== ;i'#= =*:=1.-?*t?;l s.' \ se opÕem aos coíÍÍetl/.s, os tabricantes de calçados aos sapateiros, etc., oposições It que se afirmam numa verdadeira simbólica da distinção: referência à unicidade \ / cla "criação" e do "criador", invocação da antigüidade e da tradição, da nobreza ,l I do fundador e de sua atividade, sempre designada por palavras nobres, muitas S \ vezes tomadas do inglês. .Ì \ Do mesmo modo, a capital é, sem jogo de palavras, ao menos no caso da \ França, o lugar do capital, isto é, o lugar do espaço físico onde se encontram concentrados os pólos positivos de todos os campos e a maior parte dos agentes que ocupam essas posições dominantes: ela não pode, portanto, ser adequa- damente pensada senão em relação à província (e ao "provincial") que nada mais é que a privação (totalmente relativa) da capital e do capital- As grandes oposições sociais objetivadas no espaço físico (por exemplo, ca- pitaUprovíncia) tendem a se reproduzir nos espíritos e na linguagem sob a forma de oposições constitutivas de um princípio de visão e de divisão, isto é, enquanto categorias de percepção e de apreciação ou de estnrturas mentais (parisiense/pro- vinciano, chique/não chique, etc.). Assim, a oposição entre a "margem esquerda" e a margem direita (do rio Sena), que os mapas e as análises estatísticas dos pú- blicos (para os teatros) ou das características dos artistas expostos (nas galerias) mostram, está presente no espírito dos espectadores potenciais, mas também no dos autores de peças de teatro ou no dos pintores e críticos sob a forma de oposi- . Çãp, que opera com uma categoria de percepção e de apreciação, entre a arte %fiiãaa e a arte "burguesa" (teatro de boulevard). de loja, lado direito/ladocsquerdo, etc'). Como o espaço social encontra-se'inscrito ao mesmo t€trlpo:flaS estruturas espaciais e nascstruturas mentais que sãô, porum lado, o produto da incoqporação dessas esiruturas, o espaço é um dos lugares onde o poder se afiriúa'e se exerce, e, sem dúvida, sob a forma mais suti l, a da violência simbólica como violência desapercebida: os espaços arquitetônicos, cujas injunções mudas dirigem-se di- retamente ao corpo, obtendo dele, com a mesma segurança que a etiqueta das sociedades de corte, a reverência, o respeito que nasce do distanciamento ott, melhor, do eStar longe, à distância re.sneitosa. .são- sem drivida: OS componentes mais importantes, em razão de sua invisibilidade íoara os próprios analistas, mui- tas vezes ligados, como os historiadores depois de Schramm, aos sinais mais vi- síveis do põder simbólico, cetros e coroas), da simbólica do poder e dos efeitos completamente reais do poder simbólico As lutas pela apropriação do espaço O espaço ou, mais precisamente,'os lugares e os locais do espaço social rei- ficado, e-oJ benefícios que eles proporcionam são resültados de lutas dentro dos diferentes campos). Os ganhos do Lspaço podem tomar a forma de ganhos de dos autores de peças de teatro ou no dos pintorcs e crÍtlcos sob a lorma de oposF bcali|ação, eles mesmos susceptíveis.de ser anallsados em duas classes: as ren- . jggo.:_que oPera com uma cate8oria de Percepção e de apreciação, entre a arte das (ditas de situaçãô) que sãoãssociadÍis ao.Ètode esJarem situadas perto de *ïno:""ffi"ïï:1,,ïï:ï::ïï,'fl;adossi,encioso.sà-ordemdas I tri,"iï';t:,,ïïlï:ffi:'f;;ffiïõFjryËïïË:1ïïïi":ï:i estúturò do espaÇo;íilJpõiãã:â' i -n a^ ;;ar;ç0"i.âtraues aas quais --'--_-___--_ãsestrturassociaksgconvËrternp,ogressi-,"am*teem€stÍutuÉsmeÍÌtaise.em''-.'-__--'''-di , sistemas de prefeÍências. Mais precisamente, a incorpomção insensível das estru- (As distâncias físicas podem ser medidat,t"Ct"9o-1l"_Ï:I:.TtP:1t'j:,i:- l tifas da ordem social realiza-se, sem dúvida, para uma parte importante, através i lhor, temporal, na medida e1.q-ry. o1 de;loc"-:tli: 9TTi:^::11Ït:-"tlfËJ#Ëi;"á"ã;ïliJf"i"'ãüi"ü'tÁ";ï".;Ëüi i menosroleo.seeundognos'.uio1g^"',d:ï::::-",",'"a"1,"^'-d:^i'i1ï":lJi;tl: õ,Ëi#fi"àïffi;:ililË;uãã'ïu.iJ-n"ïtã;"]ïÃ;;il , "o. ou privaaS!, o podÈi que o capital, sob suas direrentes rormas, dá sobre o r^- -^L- ^.ã*6^\ l i lâc n^. lah râ6-Ys4tJ re ar.ru4rr ur deslocaìnentos e dos novimentos do co?o que essas estrufiÌras sociais conver- I 9lpuço --,r;,,t-^ã^\ - n^..a,rÁ rìÈLu.J'v Yue !jr.ê vr tidas em estruturas espaciais e assim na nraliudas orgaÀizo- " qoarin;; ã : bémiomar a fotma de ganhos de. o-cupafio (ou dc acumulação)' a posse de um cialmentecomoascensãooudeclínio('..subiraParis,,)'entrada<i,'"ro.ao, de manter à distância ou de excluir toda espécie de intrusão indesejável (são ascooptação, adoção) ousaída (exclusão, expulsão, excomunhão), aproximação ou . na atitude respeito5a que.à grandeza e a.altura provçam (as do monumento, do I la'^-tl w'('uuc ë vqn'Yq' q auüvru'sv v.rv Y --:- --:---r------- -- esfado, da rribuna ôu ain<ta a frontalidade das obras èsculturais oo pi",ãi"u. ou, I 'P11 lgeo do proprietário' ou das 'lvistas inexpugnáveis" das publicidades imo- biliárias). A càpacidade de dominar o espaço, sobrefudq apropriando-se (material or.r simbolicamente) de bens raros (públicos ou privados) que se encontramdistribrri dos, c lepende do capi ta l que se possui . O capi ta l permite I r lAntr Ì r ' ì t l r .st i r r t ' i i r a.s pcssotìs e as coisas indesejáveis ao mesmo tempo que aproxi t t tar-st ' ( l ( ' lx 'ss() i ìs c coisas desejáveis (por causa, entre outras coisas, de sua r iqtrezi t ( ì t Ì ì ( i Ì l r i t l r l ) , r t t i - n imizando, assirn, o gasto necessár io (pr incipalmente em tenipcl) p l t t i t r t l r t 'opr iar- se c le les: a pror imidade no esptro f ís ico perr l i te c l Ì ìe a prcxi l r t i r l : t i l ' - ' t t i ) ( 's i ) l Ìço social produza tr :dos os seus efei tos faci i i t 'endo ou i i t i 'orccettc lo u i tct Ìu i t l i . tç tL, . r c lc capi ta l social e, mais precisamente, penni t inclo aprovei tar cont i l tu lut tct t t r : ct t t :on- tros ao mesmo tempo casuais e previsíveis que garante a freqiiência a lttt i iu'r:s bcnr freqüentados (A posse de capital assegura, além disso, a qua.sc-Ìrlr it l i i i<llclc que torna possível o domínio econômico e simbólico dos meios clc triutslrortc c de comunicação - e que é muitas vezes reduplicada pelo efeito cla clclc;14çito, poder de existir e agir à distância através de um preposto). Inversamente, os que não possuem capital são mantidos à distância, scja físi- ca, seja simbolicamente, dos bens socialmente mais raros e condenados a cstar ao lado das pessoas ou dos bens mais indesejáveis e menos raros. A ferìta clc czrpitaÌ intensifica a experiência da finitude: ela prende a um lugar.' As disputas para a apropriação do espaço podem tomar uma fortrtu indivi' dtnl: a mobílidade ,spacial,intraou intergeracional - os deslocantcttto.s rros clois sentidos entre a capital e a província por exemplo, ou os endcreços srtccs.sivos Íìo interior do espaço hierarquizado da capital - é um bom indicador dos sì.rcì()sso.s otl dos revezes'alcançados.nelsas lutas e, mais amplarúenfe, de tocla a tlajettilia so- cial (sob a condição de ver que, assim como os agentes que diferent pclit icladc e a trajetória social, executivos jovens e de meia idade, por exemplo, poclcrtt coe- xistir provisoriamente nos mesmos postos, do mesmo modo eles podcnì sc reen- cóntiâi, tâmbéú müito provisoriamente, em locais de residência vizinhos). ( ) : , r r t t .s. , t r r r r rs c l ispuds depende do capi ta l acurr tu laclo (sob st tas di ferel t t . t ' :pt i t . i t .s) . l ) t . Í l to, as oportunidades médias de apropr iaçero dos di ferentes bens e s(.rvrços nr;r l t . r i i r is ou cul turais, associados a um determinado, especi f icam-se pe- lor r l r l t . r t ' r r t t .s oct" lparì tes desse habi tat segundo as capacidades de' apropr i l tção (rrr ; r t r . r i ; r i : i t l in l rc i ro, meios de transporte part iculares - e cul turais) que cada um tk'tr'rn ('(ÌrÌr() lrr.olrriedade. Po.le-se ogulqr-I1;1qqnen!-9 ]ry-!Ui-^!-sç-nigq!':-L l l r ( ) t ) r i ; r r r r r : r r tc fa lando se rnúe dispõem dos meios taci tamente exigidos, a comÈ- -l:,ì ";,;; úì;ì dF St:9 Sabitat contribui para fazerto hábito, o hábito contribui também para Í'12.t:r ' g l l ibitat irtravés clos costumes sociais mais ou menos adequados que ele t :st i r r r t r lu 1 l1z.el ' . Vô-sc, assim, incl inado a pôr em dúvida a crença de que a apro- xil lrçi ie cspacial dc agentes muito distantes no espaço social pode, por si mesma, t.. 'r 'rrrrr cfcitg clc aproximação social: de fato, nada é mais intolerável que a proxi- rrricl 'clc físic1 (vivenciada como promiscuidade) de pessoas socialmente distan- tcs. [.,ntr'c toclas as propriedades que a ocupação legítima de um lugar supõe, es- tão, e nãro são aS menos determinantes, aS que não se adquirem senão pela ocupa- çho pr.glongada desse lugar e a freqüentação seguida de seus ocupantes legítimos: ó o caso, eviclentemente, clo capital social de relações ou l igações (e muito parti- ctrlar-rnente clessas l igaçõcs privilegiaclas que são as amizades de infância ou de aclolcscôncia) ou dc toclos os aspcctos mais sutisãoJapital cultural e l ingüístico, corÌìo os moclos corporais e a prònúncia (o sot3que), etç. Sãotraços que conferem todo o Seu peso ao-lugar do nascimento (e,ê* -"no. grau' ao lugar de residên- cia). Sob pena de se sentirem deslocado.t, gs-que-pqnetram egÌ-um esp4ç9 d9v9m cumprir ãs condições que ele exige tacitamente de seus ocupantes' Pode ser a posse de um certo capital ôultural, cuja ausência pode impedir a apropriação real àos bcns ditos públicos ou a própria intenção de se apropriar deles' Pensa-se evi- dentemente nos museus, mas isso vale também para oS Serviços que são tidos espontaneamente como.os mais universalmente necessários, como os das institui- çõìs médicas ou jurídicas. Tem-se a Paris do capital econômico, mas também do capital cultural e do capital social (não basta entrar em Beaubourg para se apro- priar do museu de arte moderna). De fato. certos espaços, e em particular os mais iechados, os mais "Seletos", exigem não somente capital econômico e capital cultural, como também capital social. Eles proporcionam capital social e capital simbólico, pelo efeito de-clube que resulta da associação durávei (no-s bairros chiques ou nas resiciências.de luxo) de pessoas e de coisas que, sendo diferentes da jrande maioria, têm em comum não serem comuns' isto é, na medida em çÌue elas excluem, em direito (por uma forma de numents clausus ou de fato o intruso está fadado a provar um sentimento de exclúsão capaz de privá-lo de certas Íega- - t í5 l. Pode-se assim mostrar, reunindo em escala de cada um dos departamentos franceses, o conjunto dos dados estatísticos disponíveis sobre os índices de capital econômico, cultural ou mesmo social e sobre os bens e os serviços oferecidos em escala dessa unidade administrativa, que o essencial das diíerenças regionais que se imputam muitas vezes ao efeito de determinismos geográficos podem ser referidas a diferença.s de capital que devem sua permanência na história visando ao reforço circular que é continuamente exercido no cuÍso da história (principalmente pelo fato gue as aspirações, sobretudo em matéria de habitação e cultura, depen- dem, em grande parte, das pãssibilidaães ob;eiivamente oferecidas paraÈua satisfação). É somente depois de ter assinalado e medido a parte dos fenômenos observados que, aparentemente ligada ao esPaço físico, reflete de fato diíerenças econômicas e sociais, que se poderia esperar isolar o resíduo inedutível que deveria ser . imputado em particular ao efeito da proximidade e da distância no espaço puramente físico. E o caso, por exemplo, do efeito cinenwtognÍfico que resulta do privilégio antropológico conferido ao presente diretamente percebido e, ao mesmo tempo, ao espaço visível e sensível dos objetos e dos agentes co-presentes (os vizinhos diretos) e que faz, por exemplo, com que hostilidades ligadas à proximidade no espaço físico (brigas de vizinhos, porexemplo) possam ocultarsolidariedades associadas è-n-gsiçeo ocupada no espaço social, nacio- nal ou internacional, ou com que repÍesentaçõ€s impostas pelo ponto de Yista associado à posição ocupada no espaço social local (a aldeia" por exemplo) possam vedar apreender a posição ocupada no espaço socfl nacional. - ' ' : desejadas ou que apresentanl unìrì (pclo menos) das propriedades indesejár'eis. O baino chioue, como um clube baseado na exclusão ativa de pessoas inde- sejáveis, consagra simbolicamente cada um de seus habitantes, permitindo-lhe particioar flo canital acrrmrrlaclo nelo conjttnto do.s residentes: ao contrário, o bair-- ro estigmatizado degrada simbolicamente oS que o habitam, e que, em troca' o degradam simbolicamente, porquanto, estando privados de todos os trunfos ne- cessários para oarticipar dos diferentes jogos sociais, eles não têm em comtlm senão Sua comum excomunhão. A reunião num mesmo lugar de uma popular;:-io homogênea na despossessão tem também como efeito redobrar a despossessão, principalmente em matéria de cultura e de prática cultural: as pressões exercidas, èm escala da classe ou do estabelecimento escolar ou em escala do conjunto ha- bitacional pelos mais carentes ou os mais afastados das exigências constitutivas da existência "normal" produzem um efeito de atração, pâtâ baixo, portanto de nivelamento, e não deixam outra saída que a fuga (na maioria das vezes interdita pela falta de recursos) para outros lugares. As lutas pelo espaço podem também assumir fonlas mais coletivas, como é o caso daquelas que se desenrolam a nível nacional em torno das políticas de habitação, ou daquelas que ocorrem a nível local, a propósito da construção e da distribuição de moradias sociais ou das escolhas em matéria de equipamentos públicos. Os mais decisivos têm como aposta última a política do Estado que detém um imenso poder sobre o espaço através da capacidade que ele tem defazer o mercado do solo, da moradia e também, para uma grande parte, do trabalho e da escola. Assim, no confronto e nos ajustamentos entre os altos funcionários do Estado; eles próprios divididos, os membros dos grupos financeiros, diretamente interessados-no-mercado de crédito imobiliário, e os-representantes das coleti- vidades locais e das repartições públicas, foi sendo elaborada a política da habi- tação, que, principalmente através do sistema fiscal e das ajudas à construção, op"rou uma verdadeira construção polítíca do espaço: na medida em que ela favoreceu a construção de grLeos hontogêneos em base espacial, esta política é, para uma grande parie, responsável pelo que se pode qbservar diretamente nos grandes conjuntos degradados ou nos bairros tornados desertos pelo Estado. Lozc J .-lJ. Yïlu,ütl'tt[L'ìLf Da Amér.ica corÌÌo ltopia às a\.essas A década de 80 terá sido marcada não somente pela escalada das desigualda- des urbanas, da xenofobia e dos movimentos de protesto dos jovens dos "subúr- úior" populares,' mas também pela proliferação de um discurso de um novo tipo em torno do tema da "guetizaçào" que Sugere uma convergência súbita entre os bairros deserdados dasãidad.r frun."tas e das cidades americanas. Atemática do gueto, alimentada por clichês importados de Além-Atlântico (Chicago' Bronx' í{arlem...), impôs-ie como um dos lugares comuns do debate público sobre a cidade. I Não valeria a pena ficar'nesse discurso amplamente iantasmático2 se não hou- vesse conseqüências nefastas. Apelando para o sensacionalismo, usando imagens éxóticas rnade ín USAtão surpreèndentes:qüanto delicadas e invocando' por qyal- q"..;otivo e sem medidas, o espectro da "sinã.5.-gme americana", oS profetas da desgraça opuseram obstáeu{O.a uma anáttse rig$ha das causas reais da decom-- poúaó daìlasse operária francesa e d3lrgfu!.d:.ggÍu[bação de popllações cu- jOs instrumenros-iradicioíaìs de-,iè-produçãde-ãe represêntação coletivai tornaram-se obsoletos pelas recentes trãnsfonnações do mercado de trabalho e do t Campõ-põlfticõ. Eles;Ërii seguida,alimentârâm-- se-bemque de má vontade - a espiial ãa estigm arizaçáoqu" fut dos grandes conjuntos populares tantos tlïïï malditos, sinônimos Al indignidade soiial e de relegação cívica' Eles têm' assim' agravado o peso da dominalão simbólica que os habitantes desses conjuntos ha- bitacionais devem hoje sofrã r alémde sua ãxclusão socioeconômica.3 l. Adil Jazouli,Les années banlieue' Paris, Seuil, 1992' 2.Umavezvulgarizado,oconceitopodeaplicar.seatodocoletivovagamentede|rnidopara|rnsdedramatiza- ção: assim o "gueto estudantil", à '3u.io da terceira idade"' o 'lueto homossexual"' etc' (Hervé Vieillard- Baron,"Legheto:approchesconceptuellesetreprésentationscommune{"Annalesdelarechercheurbaine' 49 (1991) 13-22). 3. Loi'c J.D. Wacquant, "Urban Outcasts: Sti-sma and Diüsion in the Black American Gheno and the Franch urban Periph ery", International Journal i7 tlroon and Regional Research' número especial sobre "Les nou- velles pauvretés", 1993; e Chrisúan Bachmann et Luc Bas ier,Ivlise en innges d'ttne banlieue ordirlat;z' i;'i;' Syros,1989. r67
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