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TCC - eSocial

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES ASSOCIADAS DE 
ENSINO – FAE 
CIÊNCIAS CONTÁBEIS 
eSOCIAL: 
CONCEITO, FUNCIONAMENTO, IMPLANTAÇÃO E 
IMPACTOS 
São João da Boa Vista 
2017 
LUIZ FERNANDO DA COSTA 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso como requisito da disciplina 
Trabalho de Conclusão de Curso, do curso de Ciências 
Contábeis, ao Centro Universitário das Faculdades Associadas 
de Ensino – UNIFAE, como parte das exigências para a 
obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis. 
Orientador: Prof.(a) Ms. Tereza Cristina Pereira de Carvalho 
Domenciano 
 
 
São João da Boa Vista 
2017 
Luiz Fernando da Costa 
eSOCIAL: 
CONCEITO, FUNCIONAMENTO, IMPLANTAÇÃO E 
IMPACTOS 
 
 
 
DATA DA APROVAÇÃO: 13 / 12 / 2017 
 
 
Prof. Ms. Renato Camargo de Mendonça 
Centro Universitário das Faculdades Associadas de Ensino - FAE 
 
 
Prof. Celso Maran 
Centro Universitário das Faculdades Associadas de Ensino - FAE 
 
 
Prof.(a) Ms. Tereza Cristina Pereira de Carvalho Domenciano 
Centro Universitário das Faculdades Associadas de Ensino - FAE 
 
 
Luiz Fernando da Costa 
eSOCIAL: 
CONCEITO, FUNCIONAMENTO, IMPLANTAÇÃO E 
IMPACTOS 
São João da Boa Vista 
2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Este trabalho foi dedicado à minha família sem 
a qual não seria possível a conclusão deste 
curso, ao meus amigos e companheiros que me 
incentivaram e torceram por mim todo o tempo, 
e a todos aqueles que, assim como eu, anseiam 
pela busca de conhecimento com o objetivo de 
tornar-se pessoas melhores. 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
À companhia Cencosud Brasil Comercial Ltda., que despertou em mim o 
interesse pelo ingresso na carreira que os caminhos da Contabilidade oferecem, onde 
acredito que esteja minha vocação. 
A todos os professores do curso que brilhantemente transmitiram seus 
conhecimentos e experiências pessoais, culminando em um sentimento de grande 
valia, seriedade e responsabilidade de nós alunos perante a instituição, a sociedade 
e a profissão. 
À empresa Auto Omnibus Circullare Ltda., que me ofereceu uma grande 
oportunidade, onde proveitosamente adquiri novos conhecimentos em áreas que 
nunca havia imaginado, e novos companheiros e amigos. 
Por fim, aos meus companheiros de sala por termos dividido nesse tempo 
conquistas e dificuldades, mas acima de tudo, muita amizade e respeito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Você não pode fazer o trabalho de hoje 
com os métodos de ontem se pretende 
estar no mercado amanhã.” 
(Jack Welch) 
 
FICHA DE INSCRIÇÃO PARA ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO 
IDENTIFICAÇÃO 
Nome: Luiz Fernando da Costa Matricula nº: 19775-6 
Ano: 2017 
Endereço: Antônio Marinoni, 385 Bairro: São Sebastião 
Cidade: Poços de Caldas - MG 
E-mail: dom.lfcosta@gmail.com 
Empresa: Auto Omnibus Circullare Poços de Caldas Ltda. 
Endereço: Rua São José, 126 Bairro: Jd. Country Club 
Cidade: Poços de Caldas - MG 
Telefone: (35) 3729-9000 
E-mail: compras@circullare.com.br 
Professor orientador do estágio: Prof.(a) Ms. Tereza Cristina Pereira de Carvalho 
Domenciano 
Responsável na empresa: Clenilton dos Santos Gonçalves 
Data: 30 / 04 / 2017 
 
ASSINATURA:___________________________________________ 
1 HISTÓRICO 
 
 
A empresa Auto Omnibus Circullare Poços de Caldas é a atual concessionária 
dos serviços de transporte público urbano na cidade de Poços de Caldas, situada no 
sul de Minas Gerais está completando 68 anos de história. Fundada em 1949, a então 
Sociedade Circullar de Poços de Caldas, teve início com duas linhas que atendiam as 
zonas leste e oeste da cidade que já possuía cerca de 25 mil habitantes. 
Através dos anos vários grupos chegaram a controlar a organização até que 
em 1985 ela foi adquirida pelo Grupo Omnibus Empreendimentos, alterando mais 
tarde seu nome para o atual. Hoje a Circullare possui uma frota de mais de cento e 
setenta veículos, com média de renovação de quatro anos, sendo ônibus 
convencionais, mini ônibus e micro-ônibus, que atendem a cerca de cinquenta linhas 
na cidade e região suburbana, em dezenas de horários para cada uma. São atendidas 
também grandes indústrias e empresas da região com as linhas de fretamento que 
transportam exclusivamente seus colaboradores. 
No ambiente social, a empresa investe bastante. Existe plataformas de 
elevação para cadeirantes em quase todos os veículos urbanos, além de vans para o 
transporte desses usuários com exclusividade. Somente a rede de ensino municipal 
utiliza mais de seis mil bilhetes escolares, além de uma linha própria para 
universitários das maiores instituições da cidade. Em 2010 iniciou-se o Sistema 
Integrado Grande Amigo (SIGA) para que se efetivasse a integração de linhas, 
oferecendo descontos no próximo embarque de cinquenta a cem por cento. O projeto 
incluía também a construção de mais três estações nas zonas leste, oeste e sul do 
município. 
A Circullare é responsável pelo emprego direto de mais de setecentos 
colaboradores que recebem benefícios que dá assistência em saúde e alimentação, 
além de convênios com farmácias e o Clube SEST/SENAT de Poços de Caldas. É 
oferecido plano de carreira e treinamentos regulares para cada departamento. Há 
ainda um setor de Segurança no Trabalho que supervisiona todas as atividades 
insalubres na empresa, controle de EPI’s (Equipamento de Proteção Individual), 
cursos de segurança além da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes). 
Outro dado importante é que a grande maioria dos fornecedores da empresa é da 
própria região, e como são muitas as compras diárias, tem-se um impacto muito 
positivo na economia local, o que também gera empregos indiretamente e beneficia a 
cidade. 
 Em 1995 implantou-se um sistema de qualidade e logo em 2000 este foi 
certificado pelo ISO 9002 e, posteriormente ISO 9001, fato inédito no país até então. 
A Circullare foi premiada novamente em 2016 com prêmio FETRAM (Federação das 
Empresas de Transporte de Passageiros do estado de Minas Gerais) no projeto 
Despoluir com cem por cento da frota aprovada na emissão de poluentes, pela quinta 
vez consecutiva. Na garagem, onde se encontra o departamento de Manutenção, há 
uma miniestação de tratamento que reutiliza a agua consumida na lavagem dos 
veículos quase totalmente. 
 
Missão 
“É assim, na valorização de seus recursos humanos, pelos investimentos constantes 
em tecnologia, renovação permanente da frota, valorizando o passado, e trabalhando 
no presente com olhos voltados para o futuro, que a Circullare cumpre sua missão 
diária de transportar vidas com total segurança, conforto e pontualidade.” 
 
2 ATIVIDADES DESEMPENHADAS 
 
 
 O setor de Almoxarifado de uma empresa tem por objetivo o controle do 
patrimônio e aplicação de procedimentos administrativos para uma eficiente gestão 
dos estoques de todos os tipos de materiais que são necessários para a operação. 
Sua rotina inclui entrada de notas fiscais, atendimento de requisições de materiais, 
uniformes e materiais para escritório. 
 Inicialmente foi apresentado as instalações que compreendem todo o setor, 
sendo os lugares de armazenagem das peças de reposição dos veículos, materiais 
para higiene e limpeza, itens de consumo para cantina e refeitórios e seção dos 
uniformes de toda a empresa. No almoxarifado são quatro pessoas. Um Almoxarife 
Sênior, um Pleno, um Júnior e um Auxiliar, além do Encarregadode Compras e do 
setor como um todo. 
Cada um tinha responsabilidades segmentadas tais como digitação de notas, 
dirigir materiais aos locais de armazenagem e atendimento das requisições. Era 
disposto também, aos mecânicos, eletricistas e seus auxiliares, ferramentas 
comunitárias que após utilizadas eram devolvidas ao almoxarifado. Essas ferramentas 
eram controladas por placas de aproximadamente três centímetros quadrados, onde 
são gravados um número de dois dígitos, visto que cada colaborador tinha um 
respectivo número atribuído a ele. Quando se emprestava uma ferramenta, deixava-
se sua placa no lugar dela. 
Todo o setor era organizado com localizações específicas, com caracteres 
alfanuméricos, para cada item cadastrado no sistema de gestão, agrupados por 
categoria como mateiras elétricos, peças de freio, mangueiras, suspensão, parafusos 
e outros. A estante “L” por exemplo, tem várias prateleiras divididas na vertical, 
numeradas de um a cento e vinte e dois. Logo “L – 17” trata-se da localização de 
algum material. Na devida localização encontrava-se fixada uma etiqueta que continha 
o código interno do item, sua descrição, sua localização e o número de referência do 
fabricante. Em alguns casos, por se tratar de peças pequenas era possível a divisão 
de uma mesma localização, limitada a dois itens diferentes. 
Sabendo disso, é facilmente compreensível como atendeu-se as requisições 
internas. As fichas de requisições eram feitas via sistema e emitidas em uma 
impressora exclusiva para isso. Nelas existem todas as informações supracitadas e 
outras ainda mais importantes como Centro de Custo, solicitante, prefixo do veículo, 
data e hora da emissão, data da última requisição feita para o veículo (isso para cada 
item) e saldo remanescente que deveria ser conferido fisicamente. Assim que 
entregue, a ficha era assinada pelo solicitante, pelo atendente e arquivada em 
seguida. 
 
Figura 1 - Requisição de Materiais 
(Fonte: Software utilizado no setor) 
 Como o setor de Manutenção funciona vinte e quatro horas e não há almoxarife 
no período noturno, todas as requisições eram atendidas, na madrugada, pelo 
encarregado de plantão. Os saldos e estoques eram conferidos pelo almoxarife na 
manhã seguinte, onde se confrontava um relatório de requisições emitidas com as 
fichas arquivadas. Encontrando-se inconsistências, o superior do setor era 
consultado. 
 Na parte administrativa, começando pelo acesso ao sistema, cada colaborador 
tinha login próprio e senha. Eram atribuídos níveis de acesso proporcionalmente as 
responsabilidades do indivíduo. Um almoxarife, por exemplo, tem acesso para 
consultas de cadastro, emissão de relatórios e demais rotinas de baixo risco. Já o 
encarregado de compras é quem tem acesso a pedidos, autorizações e até mesmo o 
cancelamento de requisições. No quesito segurança, solicita-se troca de senha 
pessoal a cada trinta dias. Por se tratar de um sistema integrado (ERP), caso um 
colaborador conste no Departamento Pessoal com situação de afastamento ou férias 
por exemplo, não é possível que se faça requisições ou demais rotinas com acesso 
do mesmo. 
 O sistema ERP tem módulos separados por operação. Manutenção que 
concerne a administração de ordens de serviço (O.S.) tanto corretivas como 
preventivas, o módulo Estoque que trata justamente do almoxarifado, Abastecimento 
que controla a quantidade de combustível consumida em cada veículo e, por último, 
Compras que gera pedidos para fornecedores tanto de materiais quanto de serviços, 
são alguns exemplos. 
 
Figura 2 - Sistema ERP, módulo Estoque 
(Fonte: Software utilizado no setor) 
 Também concerne ao almoxarife o recebimento dos materiais comprados e 
entrada de notas fiscais, que são conferidos no ato do recebimento respeitando-se a 
natureza, a quantidade e o valor que foi solicitado no pedido de compra. Em caso de 
qualquer discrepância, procedia-se com regularização da situação perante o 
fornecedor. Em caso de materiais avariados por exemplo, se fazia a troca ou 
cancelamento da compra. Após checagem da nota fiscal e seu lançamento no sistema 
ERP, os materiais eram destinados aos respectivos endereços no setor e seus saldos 
conferidos para apuração da acuracidade dos estoques. Na hipótese de falta algum 
item e com a garantia da entrega pelo fornecedor, afixava-se um comunicado junto a 
etiqueta do item na sua localização, com as informações de quantidade pendente de 
entrega, data e motivo da pendencia. Havendo devoluções da qualquer mercadoria, o 
almoxarife responsável efetuava o preenchimento de um relatório com as 
inconformidades e este era arquivado junto ao prontuário do respectivo fornecedor. 
 Devido a peculiaridade no cadastro das descrições dos materiais e peças 
principalmente, onde existem diversos modelos, tamanhos, voltagens, capacidades e 
demais características que tornam as peças mecânicas especificas para cada veículo, 
no intuito de se evitar uma massiva correção de erros causados por requisições feitas 
incorretamente, havia o controle de Peças Emprestadas. Este controle continha 
informações como o código interno do item, a quantidade que foi entregue, para qual 
veículo a peça seria requisitada, o nome de quem recebeu o material e a data do 
empréstimo. Ao final do dia o responsável era informado de que havia peças 
emprestadas em seu nome para a devida regularização, sendo esta requisitada para 
o veículo via sistema, ou devolvida ao almoxarifado. 
 
2.1 INVENTÁRIO DE ESTOQUE 
 
Semestralmente todo o setor era inventariado. A operação era dividida entre 
seis pessoas, que conferiam o saldo remanescente de cada item no estoque do 
sistema, e um coordenador do processo de inventario. Nesse período não se faziam 
movimentações via sistema e todas as peças necessárias para a manutenção erma 
requisitadas em um formulário manual e lançadas no banco de dados somente após 
encerramento do inventario. Assim que constatados saldos diferentes por qualquer 
pessoa, o coordenador era informado para verificar a inconsistência. 
Ao termino de todo a operação os itens encontrados com saldos incoerentes 
eram corrigidos no sistema e um relatório de percentagem de erros era emitido. Por 
exemplo, se quatro mil itens fossem contados e vinte corrigidos, o resultado da 
percentagem de discrepância seria de 0,5% (20 / 4000 * 100). Como é função do setor 
o absoluto controle do seu estoque, o resultado ideal para este índice é de zero. 
Contudo falhas na operação do dia a dia podem acontecer e o inventário se faz 
necessário. 
2.2 CONTROLES DE MOVIMENTAÇÕES 
 
 O setor de Manutenção tem ainda a função de controlar outros custos 
operacionais diretos como o abastecimento por exemplo, o mais importante 
desembolso da operação na empresa. Nas instalações da garagem há um posto de 
combustível que abastece toda a frota. Há dois tipos de óleo diesel que são usados 
nos veículos, sendo o S-10 e o S-500 e um aditivo denominado Arla-32. Cada bomba 
é calibrada e fiscalizada regularmente e há também um sistema de computador que 
registra cada abastecimento e a quilometragem do automóvel abastecido em cada 
uma. Esses registros são importados pelo sistema ERP através do módulo 
Abastecimento. Isso possibilita ter controle da quantidade de combustível consumida 
em qualquer data, de qualquer veículo, o saldo remanescente no tanque do respectivo 
tipo de óleo e o consumo de qualquer veículo. 
Diariamente eram importadas para o banco de dados todas as informações de 
abastecimento das bombas. Este programa indicava também inconsistências na 
importação, que deveriam ser corrigidas manualmente. Como havia um cadastro de 
cada veículo e sua respectiva média de consumo,caso o volume de abastecimento 
não fosse condizente com a quilometragem informada no hodômetro, a operação não 
era finalizada. No caso de a frota auxiliar ou carros de apoio, composta de automóveis 
de passeio, o procedimento era semelhante em seu controle. Porém o abastecimento 
era feito externamente, ou seja, em postos de terceiros, visto que não havia tanque 
para gasolina na empresa, somente óleo diesel e aditivo. 
Para correção de alguma informação que aparecesse no relator de 
inconsistências, acessava-se a tela de digitação manual de abastecimento. Dentre os 
dados lançados está a data da operação, de qual tanque veio o óleo, qual bomba foi 
utilizada, o prefixo do veículo, a quilometragem apresentada em seu hodômetro na 
data do abastecimento e quantidade de combustível aplicada ao veículo. Dentre os 
erros mais comuns estavam lançamentos de abastecimento duplicados ou em 
quantidades que excediam os limites do tanque do automóvel. 
 
 
Figura 3 - Módulo Abastecimento. Tela de Lançamento Manual 
(Fonte: Software utilizado no setor) 
 Também é controlado os pneus de cada veículo. Eles são cadastrados 
individualmente e marcados com números de quatro algarismos, quando adquiridos. 
Apesar da frota operar com ônibus urbanos e vans, somente os ônibus têm 
acompanhamento dos pneus. 
O controle era feito pelo sistema ERP, através de movimentação manual 
conforme o setor de Borracharia efetuava as trocas. Cada ônibus necessita de seis 
pneus para sua locomoção, sendo quatro traseiros e dois dianteiros, mais um estepe, 
totalizando sete, divididos nas posições dentro do módulo Pneus dentro do sistema 
em: Dianteiro Direito (DD), Dianteiro Esquerdo (DE), Traseiro Direito Interno (TDI), 
Traseiro Direito Externo (TDE), Traseiro Esquerdo Interno (TEI), Traseiro Esquerdo 
Externo (TEE) e um Estepe. 
Como o cadastro dos pneus é individual, é possível a sua associação com um 
veículo, especificamente em uma posição. Caso um pneu já associado a um ônibus 
fosse incluído em outro, o sistema informava seu uso atual em determinado carro. Ou 
seja, deve-se primeiro efetuar a retirada do pneu de um veículo para que este possa 
ser associado em outro. O modulo Pneus tem ainda um histórico de cada pneu 
cadastrado com informações dos veículos em que foi usado, data de saída e retorno 
para ressolagem dentre outras informações como a data de descarte do pneu. 
 
Figura 4 - Tela Cadastro de Pneus 
 (Fonte: Software utilizado no setor) 
Na tela de cadastro de pneus é apresentado todos os campos para inserção 
das informações características de cada um, além do modo como este foi adquirido. 
O número do Fogo trata-se de uma numeração própria da empresa, de quatro 
algarismos, que é individual para cada pneu, que eram gravados em cada um assim 
que entravam no estoque. É exatamente por esta marcação que é possível o controle 
de cada movimentação dos pneus. Inseria-se também a marca, o modelo, a medida, 
tipo de borracha, nota fiscal de compra e até mesmo se o pneu foi comprado junto 
com um veículo novo. 
A associação de um pneu com sua nota fiscal possibilita o cálculo do seu valor 
para compor o valor correto do estoque e para inserir este no custo de operação do 
veículo em que este era montado, além de impossibilitar a criação de cadastros de 
pneus sem a respectiva compra, ou mesmo sem o devido lançamento da nota fiscal 
no sistema, o que se mostra muito seguro. 
A cada troca de pneus nos veículos, sendo eles retirados para armazenagem, 
concerto ou mesmo rodizio, uma movimentação era lançada no sistema ERP 
previamente preparado para isso. 
 
Figura 5 - Tela de Movimentação de Pneus 
(Fonte: Software utilizado no setor) 
 Inicialmente informava-se o veículo que havia sofrido a alteração. O programa 
informava quais pneus estavam alocados a este ônibus. Então procedia-se com a 
troca informando-se qual deles foi retirado e em seguida o novo era inserido. As 
inconsistências mais comunas aqui eram números de Fogo de componentes que 
ainda estavam associados a outro carro. Logo a ordem correta para essa operação é, 
primeiro retira-se o pneu informado do coletivo no qual estava montado e na sequencia 
este é agregado ao novo veículo. Alimentava-se o banco de dados também com data 
e hora da movimentação, além do responsável pela troca. Havia também a 
possibilidade de este pneu não estar disponível para uso por não ter retornado do 
concerto por exemplo, ou mesmo já ter sido descartado. Todas estas informações, 
assim como cada movimentação eram passiveis de consulta no histórico do respectivo 
pneu. 
 No que concerne aos cadastros de materiais, informa-se todas as suas 
características especificas. A tela de cadastro dispõe de campos como código interno 
do item, sua descrição detalhada (informando-se medida, voltagem, modelo, a qual 
tipo de carro se aplica, etc.), referência ou código de barras do produto, alguns 
parâmetros como compra e incidência de tributos, marcas e sua localização no 
almoxarifado onde o item era armazenado. 
 
Figura 6 - Tela de Cadastro de Materiais 
 (Fonte: Software utilizado no setor) 
 Na rotina do setor faz-se também, naturalmente, muitas requisições internas. A 
tela para este procedimento via sistema contem permissões de entrada de dados 
conforme as características informadas anteriormente, na definição do relatório e 
apresentado na Figura 1. Todos os itens necessários na operação da empresa eram 
solicitados por esse processo, sejam eles peças, ferramentas, materiais de 
expediente, lubrificantes, materiais elétricos, uniformes, EPI’s, itens de limpeza e até 
mesmo alimentos. Vários relatórios podem surgir a partir disto. Por exemplo uma 
relação de materiais solicitados para um coletivo especifico, requisições por período, 
por veículo, por material individual ou em lotes, e até mesmo por solicitante. É essa 
atividade que permite a alocação dos custos totais individualmente a cada veículo e 
finalmente ao departamento Manutenção. 
 
Figura 7 - Tela de Requisição de Materiais 
(Fonte: Software utilizado no setor) 
 Outra rotina administrativa no setor almoxarifado é o lançamento e emissão de 
notas fiscais, tanto de serviço como de produtos. Cada documento inserido no sistema 
é associado a um pedido ou vários, emitidos pelo setor de compras e autorizados 
previamente pelo chefe do departamento, independente do seu valor. Como atual 
mente se dispõe das Notas Fiscais Eletrônicas e os respectivos arquivos XML, o 
sistema é preparado também para a importação desse arquivo, dispensando a 
digitação manual. Esse processo é muito comum em qualquer organização hoje em 
dia e traz muito mais segurança na entrada de materiais além de diminuição de erros 
e agilidade do procedimento. 
 
Figura 8 - Tela de Lançamento de Notas Fiscais 
(Fonte: Software utilizado no setor) 
 Também pode-se ter a entrada de um material associado a um serviço às 
vezes, neste caso, com notas fiscais distintas. É o caso de extintores de incêndio por 
exemplo são acompanhados do serviço de recarga e ao mesmo tempo seu retorno ao 
estoque, tendo em vista que houve uma prévia saída. Todos as notas fiscais lançadas 
por um auxiliar eram conferidas no sistema por outro colaborador do setor, geralmente 
o responsável pela armazenagem dos materiais entregues. 
 Atrelado ao processo de entrada das notas está a rotina diária de Integração 
de dados do sistema ERP. Esse procedimento é feito ao final do dia quando todos os 
lançamentos foram feitos e sua função é inserir as notas fiscais nos módulos dos 
departamentos de Contas a Pagar, Escrituração Fiscal e Contabilidade. Caso não seja 
feito, estes documentos não ficarão disponíveis para tais setores e o pagamentode 
fornecedores não é liberado por exemplo. Assim que devidamente integrados, os 
documentos eram encaminhados para o setor financeiro onde eram mais uma vez 
conferidos. Caso sejam necessárias quaisquer correções no lançamento, as notas 
eram devolvidas ao almoxarifado e todo o processo repetido. 
 
Figura 9 - Tela de Integração de Notas Fiscais 
(Fonte: Software utilizado no setor) 
 Por fim, também diariamente, era emitido ao final do expediente o relatório de 
movimento, contendo todas as notas fiscais que foram lançadas. Essa relação era 
conferida com cada um dos documentos sendo verificados os valores totais, números, 
series, datas de emissão, fornecedores e o vencimento das duplicatas, tanto para 
notas fiscais de materiais, como de serviços. Encerrado este processo, os 
documentos eram encaminhados ao departamento financeiro. 
 
 
CONCLUSÃO 
 
 
 A empresa é atuante no setor de transporte público urbano e particular 
rodoviário, sendo concessionária exclusiva deste serviço na cidade. As atividades 
desenvolvidas durante este estágio foram suficientes para que se adquirisse 
conhecimento de como se opera o departamento de manutenção em organizações 
deste ramo de negócio, onde o setor de almoxarifado se faz muito importante, sendo 
seu foco o controle patrimonial interno. 
 Por ser grande a eficiência desse controle, é muito relevante a transparência 
na geração de informações aos gestores e assim, decisões mais coerentes podem 
ser tomadas de acordo com o necessário. Isso também é responsável por uma 
excelente gestão dos estoques, ou seja, sem excessos ou faltas. Por ter boa parte de 
seus fornecedores inseridos na própria região, pode-se ter bastante agilidade nas 
entregas além de ótima economia com fretes. No que concerne à contabilidade, a 
empresa é tomadora de assessoria contábil terceirizada, portanto os setores que 
sofrerão impacto direto da implantação do novo eSocial, tema deste trabalho, serão 
somente os que possuem atividades de recursos humanos como o setor de Saúde e 
Segurança do Trabalho, departamento jurídico e o Departamento Pessoal. Durante o 
estágio supervisionado não houve, na entidade, modificações para adaptação. 
 Identificou-se que o sistema de custeio utilizado para a empresa é ABC (Activity 
Based Costing), ou Custeio Baseado nas Atividades, onde gastos considerados 
custos indiretos são rateados para a operação. Exemplo de gasto indireto é o 
desembolso com a energia elétrica, que atendendo a todo o departamento de 
manutenção, é distribuído igualmente aos veículos. Com isso tem-se um fator 
denominado custo por quilometro rodado, o que possibilita a correta formação da 
margem de contribuição unitária e o devido cálculo do ponto de equilíbrio. Por ter a 
concessão do serviço, os valores das tarifas são autorizados somente pelo poder 
executivo municipal, que avalia periodicamente as planilhas de custo operacional da 
empresa. Esta é a principal razão de demasiado controle interno e da necessidade 
total transparência nos processos. 
 Por fim, notou-se que a sinergia dos departamentos e setores da organização 
como um todo é fundamental para seu serviço seja prestado com excelência, visto 
que na rotina do transporte expõe-se a infortúnios e diversos imprevistos como 
acidentes no transito impeditivos à sua fruição, ou defeitos inesperados nos veículos 
da frota. Portanto a preparação é uma poderosa aliada quando se lida diariamente 
com horários rígidos e rotas definidas. No entanto é natural que intervenções dos 
mecânicos em carros com problemas no meio de seu itinerário sejam necessárias 
esporadicamente. Logo é parte do plano de contingencia da empresa ter alguns 
ônibus reservas nas várias estações, visando agilidade no atendimento de 
ocorrências. 
 
RESUMO 
 
O presente trabalho tenta expor as principais características, princípios e 
objetivos do novo canal de prestação das informações fiscais, trabalhistas e 
previdenciárias, o eSocial. Espera-se substituir quinze obrigações assessorias por 
essa nova, que fará parte do Sistema Público de Escrituração Digital (SPED). O 
objetivo foi apresentar as principais informações do futuro ambiente, sintetizar as 
exigências para o novo sistema, enfatizar o fluxo das informações da plataforma, 
apresentar os impactos das modificações, demonstrar o cronograma do projeto e 
apresentar resultados do funcionamento da utilização no ambiente doméstico, em 
vigor desde outubro de 2015. Utilizou-se principalmente as leis e normas referentes 
ao direito do trabalho como base de pesquisa, além de livros, artigos e manuais de 
orientação expedidos pelos órgãos participantes do projeto. Verificou-se que a 
principal dificuldade será adaptação por parte dos empregadores, e as maiores 
vantagens serão o ganho de tempo, redução dos gastos e a transparência das 
relações de trabalho. 
 
 
Palavra-chave: obrigação assessória, eventos, direitos trabalhistas, empregado e 
empregador. 
 
 
ABSTRACT 
 
The present paper tries to expose the main characteristics, principles and 
objectives of the new channel of provision of tax, labor and social security information, 
eSocial. It is expected to replace fifteen advisory obligations for this new one, which 
will be part of the Public Digital Bookkeeping System (SPED). The objective was to 
present the main information of the future environment, to synthesize the requirements 
for the new system, to emphasize the flow of information of the platform, to present the 
impacts of the modifications, to demonstrate the project schedule and to present 
results of the operation of the use in the domestic environment, in since October of 
2015. Laws and norms referring to labor law as a research base have been used, as 
well as books, articles and guidance manuals issued by the participating bodies of the 
project. It has been found that the main difficulty will be adaptation by the employers, 
and the greatest advantages will be the gain of time, reduction of expenses and the 
transparency of labor relations. 
 
Key word: advisory obligation, events, labor rights, employee and employer. 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
Figura 1. Módulos do SPED ...................................................................................... 45 
Figura 2. Quadro atual na prestação de informações ............................................... 46 
Figura 3. Fluxo das informações com a implantação do eSocial ............................... 47 
Figura 4. Cronograma e faseamento de implantação ............................................... 51 
Figura 5. Tela de Consulta Qualificação Cadastral ................................................... 64 
Figura 6. Retorno da consulta cadastral .................................................................... 64 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 29 
1 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 31 
1.1 SOBRE OS DIREITOS DOS TRABALHADORES ........................................... 31 
1.1.1 ALTERAÇÕES NA CLT PELA LEI FEDERAL Nº 13.467 DE 13 DE JULHO 
DE 2017 .............................................................................................................. 31 
1.2 CONVENÇÃO COLETIVA, DISSÍDIOS E ACORDOS COLETIVOS DE 
TRABALHO ............................................................................................................ 33 
1.3 SOBRE A PREVIDENCIA SOCIAL .................................................................. 34 
1.4 OBRIGAÇÕES PRINCIPAIS E ACESSÓRIAS ................................................ 37 
1.4.1 GFIP - Guia deRecolhimento do FGTS e de Informações à Previdência 
Social .................................................................................................................. 38 
1.4.2 CAGED - Cadastro Geral de Empregados e Desempregados para controlar 
as admissões e demissões de empregados sob o regime da CLT ..................... 38 
1.4.3 RAIS - Relação Anual de Informações Sociais. ......................................... 39 
1.4.4 LRE - Livro de Registro de Empregados .................................................. 39 
1.4.5 CAT - Comunicação de Acidente de Trabalho ........................................... 40 
1.4.6 CD - Comunicação de Dispensa ............................................................... 40 
1.4.7 CTPS – Carteira de Trabalho e Previdência Social ................................... 40 
1.4.8 PPP - Perfil Profissiográfico Previdenciário ............................................... 40 
1.4.9 DIRF - Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte ........................ 41 
1.4.10 DCTF - Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais .............. 41 
1.4.11 QHT – Quadro de Horário de Trabalho .................................................... 42 
1.4.12 MANAD – Manual Normativo de Arquivos Digitais .................................. 42 
1.4.13 Folha de pagamento ................................................................................ 42 
1.4.14 GRF – Guia de Recolhimento do FGTS .................................................. 43 
1.4.15 GPS – Guia da Previdência Social .......................................................... 43 
1.5 ALGUNS ORGÃOS FISCALIZADORES E OBRIGATORIEDADES ................ 43 
2 O CONCEITO DO eSOCIAL .................................................................................. 45 
2.1 O PROJETO .................................................................................................... 45 
2.2 LEGISLAÇÕES E O eSOCIAL ......................................................................... 47 
2.3 PRINCÍPIOS E OBJETIVOS ............................................................................ 48 
2.4 ORGAOS PARTICIPANTES ............................................................................ 49 
2.5 CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÕES ............................................................ 50 
2.6 RELAÇÕES COM O MICRO EMPRESÁRIO E AS EMPRESAS DE PEQUENO 
PORTE ................................................................................................................... 52 
2.7 eSOCIAL E O EMPREGADOR DOMESTICO ................................................. 52 
3 AMBIENTE DO eSOCIAL E O SEU FUNCIONAMENTO....................................... 54 
3.1 EVENTOS INICIAIS E EVENTOS DE TABELA ............................................... 54 
3.2 EVENTOS NÃO PERIÓDICOS ........................................................................ 56 
3.3 EVENTOS PERIÓDICOS ................................................................................ 57 
3.4 ENVIOS DAS INFORMAÇÕES E O REGISTRO DE EVENTOS 
TRABALHISTAS .................................................................................................... 58 
3.5 SERVIÇOS DE MENSAGERIA E A SEGURANÇA DO SISTEMA .................. 59 
3.6 ESCRITURAÇÃO FISCAL DIGITAL DE RETENÇÕES E OUTRAS 
INFORMAÇÕES FISCAIS (EFD-Reinf) ................................................................. 61 
4 PREPARAÇÕES E AS MUDANÇAS ESPERADAS ............................................... 63 
4.1 SANEAMENTO DOS DADOS CADASTRAIS .................................................. 63 
4.2 REVISÃO DE PROCESSOS INTERNOS ........................................................ 65 
4.3 VANTAGENS E DESVANTAGENS DO eSOCIAL ........................................... 66 
CONCLUSÃO ............................................................................................................ 68 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 69 
 
 
29 
 
INTRODUÇÃO 
 
 É parte das obrigações acessórias de uma empresa a transmissão correta de 
informações aos órgãos públicos para diversos fins, dentre eles a fiscalização do 
cumprimento das leis nacionais. As informações mais importantes ou com exigência 
maior são as que dizem respeito aos tributos em geral, o que visa garantir a 
arrecadação eficiente desses valores para a Administração Pública. Contudo, é 
demasiado o número dessas responsabilidades por parte das organizações tendo 
complicadores como prazos para entrega e vários órgãos para se transmitir estes 
dados. 
Afim de simplificar um pouco todo este quadro, o governo federal iniciou o projeto 
para o Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e 
Trabalhistas – eSocial, que integrará todos os dados referentes a empregados em 
uma única plataforma digital. Foi criado pelo Decreto-lei 8.373/2014, sendo regido 
pelos princípios de viabilizar a garantia de direitos previdenciários e trabalhistas, 
racionalizar e simplificar o cumprimento de obrigações, eliminar a redundância nas 
informações prestadas pelas pessoas físicas e jurídicas, aprimorar a qualidade de 
informações das relações de trabalho, previdenciárias e tributárias e conferir 
tratamento diferenciado às microempresas e empresas de pequeno porte. 
Por se tratar de um projeto grande e até então gerador de muitas dúvidas sobre 
como serão essas mudanças, quem será afetado por elas, se será bom ou ruim para 
todos, qual cronograma de implantação e exigências do sistema, espera-se oferecer 
mais informações aos usuários deste sistema, tanto empregador como empregado. 
 Sendo o eSocial uma grande novidade, a adaptação pela qual todos os 
empregadores deverão atender, especialmente nos procedimentos internos, existe a 
necessidade de informações mais detalhadas deste novo sistema. Quem serão os 
afetados, os impactos das mudanças, qual o objetivo central do projeto, são questões 
importantes a serem respondidas. 
 Pela complexidade na estrutura devido ao alto número de informações que 
alimentarão a plataforma, a quantidade de órgãos envolvidos nas modificações e o 
30 
 
total das entidades que deverão utilizar o eSocial, os atrasos no cronograma são 
inevitáveis. É necessário também conhecer o fluxo desses dados, a quem tudo isso 
irá atender, previsão para o início do funcionamento, quais serão as vantagens e as 
desvantagens para os usuários. Aumentando-se o nível de controle sobre a relação 
entre empregador e empregado, e simplificando-se a entrega destas informações em 
um regime unificado, como ficará a gestão de pessoas das empresas e como serão 
afetadas pelas modificações, são também perguntas importantes a serem 
respondidas. 
 
31 
 
1 REFERENCIAL TEÓRICO 
 
 
1.1 SOBRE OS DIREITOS DOS TRABALHADORES 
 
 No Brasil, as relações de trabalho entre empregado e empregador, seja qual 
for a sua área de atividade econômica, tem sua normatização proveniente de diversas 
fontes. A principal delas é a Constituição Federal de 1988. Os diretos básicos de todo 
trabalhador estão elencados no artigo sétimo dessa lei, em seus vários incisos. Para 
que estes direitos fossem regulamentados, ou seja, terem regras especificas para 
diversas situações, foi promulgada a base de toda a legislação trabalhista do país, a 
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), Decreto-lei número 5.452 de 1º de maio de 
1943, e por isso essa data é comemorada como Dia do Trabalho até hoje. 
 A CLT contém todas as diretrizes para a existência de um vínculo empregatício 
devidamente legalizado. Ela mostra detalhadamente os parâmetros de todos os 
direitos básicos constitucionais, sendo os principais e mais conhecidos o saláriomínimo, as férias, limite da jornada de trabalho, licença-maternidade, hora-extra e até 
mesmo os adicionais de trabalho noturno, insalubridade e de periculosidade. 
(BARROS, 2016) 
 
1.1.1 ALTERAÇÕES NA CLT PELA LEI FEDERAL Nº 13.467 DE 13 DE JULHO DE 
2017 
 
 Publicada em 14 de julho de 2017, a lei federal Nº 13.467, chamada de Reforma 
Trabalhista, veio para alterar diversos artigos da CLT, revogando e acrescentando 
alguns dispositivos, e complementando a lei trabalhista em matérias onde essa era 
omissa. As mudanças têm validade a partir de 120 dias após a referida publicação, 
vigorando neste caso em 11 de novembro de 2017. Como a legislação é a base para 
o funcionamento e a operação correta do eSocial, é indispensável estar atualizado 
nesse assunto. 
32 
 
 Um dos pontos importantes nas modificações é a nova mecânica das férias. 
Antes da nova lei esse benefício poderia ser concedido ao empregado com divisão de 
até dois períodos de dez dias corridos no mínimo. Com a modificação é possível o 
parcelamento em até três períodos, desde que um deles não seja inferior a quatorze 
dias e os outros a partir de cinco. A CLT proibia a opção de divisão das férias para 
trabalhadores menores de dezoito e maiores de cinquenta anos. Essa regra também 
decaiu pela nova lei. (BRAGHINI, 2017) 
 Outra alteração foi a regulamentação do acordo de rescisão. Embora bastante 
praticado, a lei não previa possibilidade de empregado e empregador conciliarem o 
termino do contrato de trabalho. Pela antiga norma, os direitos de quem era 
dispensado sem justa causa resumia-se ao aviso prévio indenizado ou trabalhado, 
saldo de salário, férias vencidas, férias proporcionais, saque do FGTS e multa de 
quarenta por cento do saldo, além de poder solicitar o seguro desemprego. De acordo 
com os novos preceitos, há possibilidade de negociação para o desligamento onde, 
se efetivado o acordo, preservam-se o direito a metade do aviso prévio se este for 
indenizado, a multa de vinte por cento do FGTS e saque de oitenta por cento dos 
depósitos da conta. O único benefício que não é contemplado é o direito ao seguro 
desemprego. 
 Ademais, as atualizações foram muitas, dentre as quais algumas não tinham 
previsão na lei como a prática de Home Office (Trabalho em casa) que teve alta 
adesão devido a expansão do chamado e-commerce (comercio eletrônico), a 
possibilidade do contrato de trabalho intermitente, ou seja, quando é executado de 
forma não contínua, dividido por períodos, e a regulamentação da jornada de trabalho 
12 por 36 horas que, atem então, era possível somente mediante convenção coletiva. 
 O eSocial deve ter o ambiente pronto para acolher todas essas novas 
informações e também ser alimentado com dados da regra antiga mesmo após vigorar 
a vigência da nova lei, pois os contratos de trabalho atuais não sofrerão influência da 
nova lei. Logo, quando o empregador iniciar a transmissão dos dados para o 
repositório e o eSocial estiver em pleno funcionamento, ele conterá as informações 
de todos os empregados da entidade, mesmo com vínculo empregatício sob regime 
de leis e estatutos diferentes. (BRAGHINI, 2017) 
33 
 
 Em 14 de novembro de 2017, foi publicada a Medida Provisória 808. Essa 
norma altera alguns pontos da reforma trabalhista (lei 13.467) como relações 
contratuais no trabalho intermitente e as regras quanto a permissão do trabalho de 
mulheres gestante e lactantes em ambientes de risco. 
 
1.2 CONVENÇÃO COLETIVA, DISSÍDIOS E ACORDOS COLETIVOS 
DE TRABALHO 
 
 Porém, concomitante a estas duas leis e várias outras, existem as Convenções 
ou Acordos Coletivos de Trabalho, firmadas entre as empresas e os Sindicatos de 
Categorias Profissionais que representa os respectivos empregados. Nessa 
negociação as empresas são representadas pelo Sindicato Patronal. O artigo 613 da 
CLT descreve o que esses acordos devem conter para serem válidos como prazo de 
vigência da convenção, direitos e deveres de empregados e empregadores, as 
penalidades, remuneração da categoria e até os feriados permitidos para que haja 
expediente. Ou seja, são regas mais especificas para a relação, pois a lei não 
conseguiria prever todas as divergências possíveis. A principal regra da relação de 
trabalho é que havendo divergência de matéria entre uma ou mais fontes, prevalecerá 
a mais benéfica para o empregado e nenhuma norma pode retirar ou alterar direitos 
do trabalhador que implicaria num resultado prejudicial ao mesmo. Por exemplo, se 
uma convenção determina que sua categoria profissional tenha férias remuneradas 
com adicional de um quarto e não um terço sobre o salário como é comum, o 
empregador deverá cumprir este preceito, pois ele é mais benéfico ao colaborador e, 
portanto, é legal. Mas se o dito acordo normatiza hipoteticamente que as referidas 
férias serão remuneradas em apenas vinte por cento do salário, essa regra está 
invalidada por ser prejudicial aos empregados. (BARROS, 2016) 
 É importante conhecer a diferença sutil entre acordo, convenção e dissídio 
coletivo, visto que sua materialidade é a mesma, mas são de procedências diferentes. 
A Convenção Coletiva é firmada em assembleia promovida pelo sindicato dos 
trabalhadores onde os empregados podem participar, e o patronal que é o 
representante das empresas. Essa reunião definirá os termos para a relação entre o 
34 
 
empregado e seu empregador desde que se chegue a um consenso de ambas as 
partes. Então os quesitos acordados são redigidos e passam a vigorar em 
determinado período. 
 O Acordo Coletivo, por sua vez, é o evento em que uma única empresa procura 
o sindicato dos profissionais em busca de uma norma mais especifica para esta. Um 
bom exemplo é a compensação de horas. Existem regras para o pagamento, a 
compensação e a administração do banco de horas da empresa. Uma indústria por 
exemplo, pode ser regida por uma convenção coletiva que não atenda suas 
necessidades no que se trata de jornada de trabalho diária. Nesse caso ela busca a 
mediação do sindicato para prover aos seus funcionários uma compensação de horas 
trabalhadas que seja mais producente para o empregador e sem interferir na jornada 
semanal do empregado, laborando por mais tempo de segunda a sexta, e menos no 
sábado, por exemplo. Lembrando que a Convenção Coletiva não deve ser 
desrespeitada nos dispositivos desse acordo. (BARROS, 2016) 
 Já os Dissídios Coletivos surgem quando a assembleia resulta em divergência 
entre sindicato patronal e profissional, onde não se realiza um acordo. Então o 
sindicato dos trabalhadores passa a responsabilidade para o poder judiciário regional 
competente para que haja um arbitramento dessas regras através de decisão judicial. 
Essa divergência pode ocorrer, por exemplo, quando as exigências feitas por uma das 
partes não forem passíveis de cumprimento pela outra. Em situação de crise de 
mercado, hipoteticamente, uma entidade pode não conseguir arcar com altos salários 
visto que sua demanda está comprometida pelo ambiente. Contudo é importante ter 
provas de que todas as tentativas de negociação falharam e que a apreciação do 
judiciário foi necessária em último caso. (BARROS, 2016) 
 
1.3 SOBRE A PREVIDENCIA SOCIAL 
 
 Todas as ações, leis e medidas adotadas pelo poder público devem partir do 
princípio de atender-se, em primeiro lugar, os interesses coletivos da sociedade. É 
responsabilidade do Estado prover seus cidadãos com saúde, trabalho, educação e 
segurança, dentre outras necessidades. A Constituição Federal traz em seu artigo 6º 
35 
 
o direito social à Previdência Social, além dos outros contidos no mesmo dispositivo. 
Como no caso da CLT, há também uma lei que regulamenta esse direitoconstitucional. A Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991 institui a organização da 
Seguridade Social e é a base das normas para a previdência. Dentre as competências 
da seguridade social estão a própria previdência, a saúde e a assistência. Logo ela 
tem a função de prestar serviço para atuar nas debilidades das pessoas e no auxílio 
a elas. A autarquia gestora da previdência é o Instituto Nacional da Seguridade Social 
- INSS. (SANTOS, 2013) 
 São alguns benefícios fornecidos pela seguridade social a aposentadoria por 
idade que pode ser concedida para homens com mais de 65 anos e mulheres com 
mais de 60, aposentadoria por invalidez àqueles que foram diagnosticados por perito 
médico como incapazes de realizar atividades que lhe garantem o sustento, 
aposentadoria por tempo de contribuição onde homens com 35 anos de contribuição 
e mulheres com 30 podem requerer o benefício, aposentadoria especial concedida a 
quem teve sua saúde prejudicada por trabalhar em ambientes insalubres e por esse 
fato pode se aposentar mais cedo, auxílio-doença que é direito de quem se ausenta 
do trabalho devido a doença ou acidente por período superior a 15 dias, auxílio 
acidente definido como benefício concedido a quem sofre acidente e perde parte da 
capacidade laborativa devido a sequelas , auxílio reclusão que pode ser concedido 
aos dependentes de encarcerados sob regime fechado ou semiaberto, pensão por 
morte pago aos familiares de trabalhador falecido, salário-família que é fornecido a 
empregados com filhos de até 14 anos e tem valor relacionado com seu salário, dentre 
outros. (SANTOS, 2013) 
O sistema da Previdência Social no Brasil é divido em três regimes. O Regime 
Geral de Previdência Social (RGPS), o Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) 
e o Regime de Previdência Complementar (RPC). O primeiro é um sistema público, 
ou seja, qualquer cidadão pode ser filiado a ele. É obrigatória a contribuição à 
previdência por todos os empregados regidos pela CLT, ou seja, com registro na 
carteira de trabalho. Esse regime recebe contribuições dos segurados e também é 
financiado por verbas do governo. Essas contribuições provem de fontes variadas. 
A contribuição à seguridade social tem proporção com a remuneração do 
contribuinte. Existe uma tabela para a correta alocação e retenção do percentual 
36 
 
devido e outra para o cálculo dos contribuintes individual e facultativo. Como há um 
limite para o valor da aposentadoria concedida, a base de cálculo para o desconto da 
contribuição ao INSS deve respeitar esse teto. O valor atualmente é de R$ 5.531,31. 
Visto que a maior alíquota é de 11%, a valor para o desconto não poderá ser maior 
do que R$ 608,44. Esses valores são revistos e podem sofrer alterações anualmente. 
Tabela 1. Cálculo da contribuição devida ao INSS 
Tabela para Empregado, Empregado Doméstico e Trabalhador Avulso 2017 
Salário de Contribuição (R$) Alíquota 
Até R$ 1.659,38 8% 
De R$ 1.659,39 a R$ 2.765,66 9% 
De R$ 2.765,67 até R$ 5.531,31 11% 
 
Tabela para Contribuinte Individual e Facultativo 2017 
Salário de Contribuição (R$) Alíquota Valor 
R$ 937,00 
5% (não dá direito a 
Aposentadoria por Tempo 
de Contribuição e Certidão 
de Tempo de Contribuição) 
* 
R$ 46,85 
R$ 937,00 
11% (não dá direito a 
Aposentadoria por Tempo 
de Contribuição e Certidão 
de Tempo de Contribuição) 
** 
R$ 103,07 
R$ 937,00 até R$ 5.531,31 20% 
Entre R$ 187,40 (salário 
mínimo) e R$ 1.106,26 (teto) 
*Alíquota exclusiva do Microempreendedor Individual e do Facultativo Baixa Renda; 
**Alíquota exclusiva do Plano Simplificado de Previdência; 
Os valores das tabelas foram extraídos da Portaria Ministerial MF nº 8, de 13 de janeiro de 2017 
e tem aplicação sobre as remunerações desde de 1º de janeiro de 2017. 
(Fonte: Portal do INSS) 
Denomina-se contribuinte individual aquele que não tem vínculo empregatício 
ou trabalha por conta própria como taxistas, vendedores ambulantes, diaristas e 
outros. Há também o segurado facultativo que mesmo não tendo renda própria podem 
contribuir a previdência, desde que tenha mais de 16 anos de idade como trabalhador 
desempregado ou presidiários, por exemplo. Já o segurado especial trata-se do 
trabalhador rural produtores que não possuam mão de obra assalariada. 
37 
 
O Regime Próprio de Previdência Social contempla apenas os servidores 
públicos com cargo efetivo estatutários, ou seja, que prestaram concurso e tem sua 
função por tempo indeterminado. Chama-se regime próprio por ser um sistema com 
características particulares de cada ente federativo, portanto diferentes para 
servidores da união, dos estados, do distrito federal e dos municípios. É também um 
regime compulsório para seus segurados. (SANTOS, 2013) 
No caso do Regime de Previdência Complementar, trata-se de um sistema 
privado e facultativo, de natureza contratual. Trata-se de entidades financeiras onde 
a pessoa contribui por um período. A entidade utiliza esse recurso no mercado 
financeiro e ele é capitalizado. Ao final do período o saldo da aplicação pode ser 
resgatado totalmente ou mensalmente semelhante a uma pensão ou a própria 
aposentadoria. (MENDONÇA, 2016) 
 
1.4 OBRIGAÇÕES PRINCIPAIS E ACESSÓRIAS 
 
O Código Tributário Nacional (lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966), em seu 
artigo 113, define as obrigações tributárias que entre o contribuinte e a administração, 
ou seja, o governo. Elas são separadas em Principais e Acessórias. Uma obrigação 
principal é o fato do contribuinte sofrer a aplicação de um tributo ou multa, tendo o 
dever do recolhimento, ou seja, o pagamento desse valor. O IPTU (Imposto sobre 
Propriedade Territorial Urbana) por exemplo. Um proprietário de um imóvel, 
anualmente tem a obrigação tributária principal de recolher o IPTU para o município. 
Logo, a sua obrigação principal é extinta quando o imposto for pago. 
 Já a obrigação acessória é toda atividade administrativa exigida para o auxílio 
à administração tributária e a fiscalização. Por exemplo a Declaração de Imposto de 
Renda da Pessoa Física (DIRPF). Trata-se de uma obrigação acessória a qual 
diversas pessoas estão obrigadas a presentar ao órgão competente prestando 
esclarecimentos ou informações solicitadas, mesmo que por vezes não exista 
obrigação principal. (FILHO, 2010) 
 O eSocial tem foi criado para substituir quinze obrigações acessórias e unifica-
las em um só canal. Essa demanda surgiu devido ao fato de muitas das informações 
38 
 
prestadas serem repetidas desnecessariamente, o que na maioria das vezes resulta 
em erros de transmissão e inconsistências. Como os dados do eSocial estão 
presentes em uma base unificada, torna-se possível o atendimento a várias 
obrigações acessórias ao mesmo tempo. Substitui-se, então as rotinas a seguir por 
terem por base principal a folha de pagamento total da empresa. (REZENDE, SILVA 
e GABRIEL, 2016) 
 
1.4.1 GFIP - GUIA DE RECOLHIMENTO DO FGTS E DE INFORMAÇÕES À 
PREVIDÊNCIA SOCIAL 
 
 A lei federal 9.528 de 10 de dezembro de 1997, veio como uma alteração da lei 
8.212 e 8.213 ambas promulgadas e 1991. Essa lei instituiu a GFIP como o meio para 
o recolhimento das contribuições à previdência e também ao FGTS a partir de janeiro 
de 1999. As informações contidas nessa obrigação compreendem dados da empresa, 
dos trabalhadores, remuneração dos empregados e os valores a recolher do FGTS e 
das contribuições sociais. Ela deve ser apresentada no dia 7 de cada mês 
subsequente à competência da folha de pagamento que será informada. Se as 
informações prestadas forem referentes ao mês de abril, por exemplo, a GFIP deve 
ser entregue até 7 de maio e se este não for um dia com expedientebancário, essa 
data deve ser adiantada. (FILHO, 2010) 
 
1.4.2 CAGED - CADASTRO GERAL DE EMPREGADOS E DESEMPREGADOS 
PARA CONTROLAR AS ADMISSÕES E DEMISSÕES DE EMPREGADOS SOB O 
REGIME DA CLT 
 
O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados para controlar as 
admissões e demissões de empregados sob o regime da CLT foi instituído em 23 de 
dezembro de 1965 pela lei nº 4.923, e era apresentado ao fisco através de formulário 
de papel chamado de aerograma. Esse cadastro serve de base comparativa para 
concessão do seguro desemprego e para estudos sobre o mercado de trabalho e o 
salário mínimo. A obrigatoriedade de entrega dessa obrigação acessória também é 
39 
 
limitada ao dia 7 do mês subsequente à referida competência, porém somente quando 
houver movimentação de empregados na entidade, ou seja, admissão ou 
desligamento, e desde que estes se encaixem nos padrões da norma de declaração. 
Servidores públicos regidos por estatutos próprios, por exemplo, não devem ser 
incluídos no CAGED. As informações prestadas são diversas como Código Brasileiro 
de Ocupação (CBO), se o empregado possui deficiência, se é aprendiz, número do 
PIS/PASEP, número da CTPS, raça, além dos documentos de identificação que se 
solicita normalmente. (FILHO, 2010) 
 
1.4.3 RAIS - RELAÇÃO ANUAL DE INFORMAÇÕES SOCIAIS. 
 
 A declaração denominada Relação Anual de Informações Sociais foi instituída 
pelo Decreto Nº 76.900 de 23 de dezembro de 1975. Ele deve ser entregue por 
praticamente todas as pessoas físicas ou jurídicas com empregados, isso inclui as 
entidades públicas. O prazo de apresentação da RAIS costuma ser entre a segunda 
quinzena de janeiro até a segunda quinzena de março. A RAIS contém todas as 
informações da entidade como identificação, seus estabelecimentos, porte da 
empresa, regime tributário, contribuições efetuadas, remuneração mensal de cada 
empregado, programas sociais do qual a organização participa, pagamento de verbas 
rescisórias, pagamento de 13º, além de muitos outros dados. A apresentação da RAIS 
é indispensável para o pagamento do PIS/PASEP, pois é através dela que é verificado 
a renda e o período trabalhado pelos empregados, visto que estes são dois dos 
requisitos para concessão do abono salarial. (FILHO, 2010) 
 
1.4.4 LRE - LIVRO DE REGISTRO DE EMPREGADOS 
 
 O artigo 41 da CLT preceitua que todo empregador tenha registro de seus 
empregados com a descrição de nome, data de nascimento, nacionalidade, CTPS, 
PIS/PASEP, data de admissão, cargo e função, remuneração, jornada contratada, e 
históricos como férias e acidentes de trabalho. A principal função desse registro é a 
predisposição do mesmo para a fiscalização trabalhista em qualquer momento. 
40 
 
 
1.4.5 CAT - COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DE TRABALHO 
 
O documento Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) tem função de 
reconhecer os acidentes de trabalho e também as doenças ocupacionais, ou seja, 
enfermidades adquiridas devido a atividade laboral nociva à saúde. Mesmo que não 
exista afastamento, o empregador é obrigado a apresentar a CAT até o dia útil 
seguinte à ocorrência. Apenas nos casos de falecimento, a comunicação deve ser 
feita imediatamente. A transmissão da CAT é possível através da internet ou pelas 
agências do INSS. (MENDONÇA, 2016) 
 
1.4.6 CD - COMUNICAÇÃO DE DISPENSA 
 
 O Comunicado de Dispensa (CD) é um documento fornecido pelo empregador 
ou empregado quando qualquer das partes decide rescindir o contrato de trabalho. 
Quando o empregado é dispensado sem justa causa, este documento é exigido para 
requerer-se o pagamento do FGTS. 
 
1.4.7 CTPS – CARTEIRA DE TRABALHO E PREVIDÊNCIA SOCIAL 
 
 A Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) é o documento que carrega 
todas as informações referente aos vínculos empregatícios do cidadão. Devem ser 
anotados nela todos os contratos de trabalho, salario contratado e suas alterações, 
contribuições sindicais, férias e demais observações. Ela é indispensável em qualquer 
registro de emprego e não é permitido que o empregador a retenha por mais de 48 
horas, seja para registro ou atualização. E emissão da CTPS pelas entidades públicas 
e sindicatos deve ser gratuita. (FILHO e KRUGER, 2015) 
 
1.4.8 PPP - PERFIL PROFISSIOGRÁFICO PREVIDENCIÁRIO 
 
41 
 
 Trata-se de um formulário que contém todas as informações referente as 
atividades desenvolvidas pela pessoa e informações da empresa. São informações 
de toda atividade desenvolvida de acordo com a função do empregado. Também 
contém especificações do risco do trabalho, gradação de perigo e outros. Esse 
documento deve ser atualizado cada vez que o trabalhador ou o ambiente de trabalho 
for alterado. A principal função do PPP é servir de base de informação para o 
requerimento de aposentadoria especial devido ao trabalho em ambientes ou 
atividades insalubres. (SANTOS, 2013) 
 
1.4.9 DIRF - DECLARAÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE 
 
 A Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte (DIRF) é uma obrigação 
acessória que deve ser entregue por qualquer fonte pagadora. A DIRF elenca valores 
que proporcionam a possibilidade de a Receita Federal cruzar dados de várias fontes. 
Dentre estes dados estão os rendimentos pagos as pessoas físicas no país ou no 
exterior, o Imposto de Renda retido nos pagamentos aos beneficiários, o total de 
contribuições retidas e também valores pagos a planos de saúde. A DIRF deve ser 
apresentada anualmente mediante programa de declaração até o último dia útil do 
mês de fevereiro. (FILHO, 2010) 
 
1.4.10 DCTF - DECLARAÇÃO DE DÉBITOS E CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS 
FEDERAIS 
 
 Há ainda a Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF) que 
é uma obrigação assessoria bem complexa. Ela relaciona os pagamentos, 
compensações e até parcelamentos no recolhimento de tributos, além de faturamento 
e modo de apuração dos referidos tributos. É de obrigação das pessoas jurídicas 
mensalmente até o decimo quinto dia útil de segundo mês subsequente aos fatos 
geradores da obrigação principal. (FILHO, 2010) 
 
42 
 
1.4.11 QHT – QUADRO DE HORÁRIO DE TRABALHO 
 
 Trata-se de um documento que apresenta a identificação de todos os 
empregados, CTPS, função, os horários de entrada, saída e intervalo, e também o 
descanso semanal. O QHT deve estar disponível para consulta da fiscalização do 
trabalho a qualquer momento. (BARROS, 2016) 
 
1.4.12 MANAD – MANUAL NORMATIVO DE ARQUIVOS DIGITAIS 
 
 O Manual Normativo de Arquivos Digitais (MANAD) é um arquivo digital 
entregue pela organização em situações onde um auditor da Previdência Social 
solicita algumas informações de um referido período para fiscalização. Essa 
documentação pode conter informações fiscais, contábeis, patrimoniais e referente 
aos trabalhadores da empresa. Pela regra, o MANAD deve ser entregue em mídia não 
regravável após passar por um processo de validação e autenticação mediante um 
programa fornecido pela própria Secretaria da Receita Federal. (FILHO e KRUGER, 
2015) 
 
1.4.13 FOLHA DE PAGAMENTO 
 
 Talvez a mais conhecida das obrigações. A Folha de Pagamento deve ser 
elaborada mensalmente e contém as remunerações da competência deste mês, 
mesmo que ainda não tenha sido efetivamente paga. As informações obrigatórias na 
Folha são nome do segurado, seja empregado, autônomo, trabalhador avulso, 
estagiário, tendo ou não vínculo empregatício. É importante compreender que para 
um registro de pagamento fazer parte da Folha é necessário que tenha ocorrido uma 
relação de trabalho. Deve apresentar também o cargo e a função, ou serviço prestado, 
as parcelas que compreendem a remuneração e que estão defora como ajuda de 
custo por exemplo, eventuais descontos permitidos por lei, além de outras 
informações. 
43 
 
 
1.4.14 GRF – GUIA DE RECOLHIMENTO DO FGTS 
 
 O operador do FGTS, a Caixa Econômica Federal disponibiliza um aplicativo 
para a transmissão de dados cadastrais e financeiros tanto de contribuintes quanto de 
trabalhadores a este banco e à previdência. É chamado Sistema Empresa de 
Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social (SEFIP). Sua outra 
finalidade é a geração da Guia de Recolhimento do FGTS (GRF) que deve der quitada 
mensalmente até o dia 7 do mês posterior a competência apurada. (FILHO, 2010) 
 
1.4.15 GPS – GUIA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL 
 
Parecida com a GRF, a Guia da Previdência Social (GPS) tem a finalidade de 
recolher as contribuições sociais dos segurados obrigatórios, contribuintes individuais 
e segurados especiais, dentre outras discriminações de pagamento. Ela tem prazo 
mensal na com vencimentos diversificados, de acordo com o contribuinte. Para 
empresas a data limite é dia 20 do mês subsequente ao da competência e para 
contribuinte pessoa física o prazo é dia 15. (FILHO, 2010) 
 
1.5 ALGUNS ORGÃOS FISCALIZADORES E OBRIGATORIEDADES 
 
A palavra fiscalização assusta bastante de muitos empregadores. Mesmo que 
as vezes se tenha uma organização correta e documentação em dia, a extensa 
demanda de obrigações e sua complexidade possibilita a ocorrência de erros, mesmo 
que por falta de conhecimento por exemplo. No caso de uma fiscalização do trabalho, 
é solicitado diversas provas documentais das relações de trabalho na entidade. 
(FILHO e KRUGER, 2015) 
Das muitas exigências do agente fiscal, destacam-se principalmente o quadro 
de funcionários, termos de rescisão de contrato, recibos de diversos recolhimentos 
dos tributos, registros de ponto, copias de convenções coletivas, atestados médicos, 
44 
 
dados referentes a estágios, documentos da CIPA, o CAGED, a RAIS, escala de 
revezamento, informações de vale-transporte, relação de empregados que recolhem 
contribuição sindical, registro e alterações do contrato social, dentre outros. 
 Nesse contexto, há também períodos específicos para salvaguardar essa 
documentação que podem chegar até trinta anos. Dentre os órgãos fiscalizadores 
principais, inerentes às suas competências, estão o Ministério do Trabalho, a 
Secretaria da Previdência Social, a Receita Federal, o Conselho Curador do FGTS, 
dentre outras entidades estaduais e até municipais. Os Sindicatos não possuem poder 
de fiscalização, porem podem apresentar denúncias inerentes a defesa dos 
profissionais representados pela categoria. (FILHO e KRUGER, 2015) 
 É de competência, também, do Ministério do Trabalho e do INSS, o 
monitoramento dos chamados riscos no ambiente de trabalho. Dependendo do local 
onde se executa as atividades, há exigências, por exemplo, de Equipamento de 
Proteção Individual (EPI) para que se reduza riscos a integridade física do trabalhador. 
Ou mesmo quanto a complexidade ou risco da atividade, exige-se treinamentos 
específicos, as chamadas NR’s (Normas Regulamentadoras). Por exemplo a NR-10 
é obrigatória para o empregado que atua nas instalações elétricas. De acordo com a 
legislação trabalhista, o empregado pode até mesmo recusar a prestar um serviço que 
ponha em risco sua integridade, além de outras penalidades que o empregador pode 
sofrer. (SANTOS, 2013) 
 
 
45 
 
2 O CONCEITO DO eSOCIAL 
 
 
2.1 O PROJETO 
 
 Em 2007 o governo federal criava o Programa de Aceleração do Crescimento 
(PAC), afim de retomar o fluxo de investimentos e renovar a economia do país. Dentre 
as diretrizes desse planejamento estava a modernização nos procedimentos de 
escrituração e fiscalização em geral, que se trata de todas as informações financeiras 
referente as suas atividades que toda entidade deve apresentar aos órgãos de 
competentes. Foi criado então, pelo Decreto 6.022 de 22 de janeiro de 2007, o 
Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) que unificou em base nacional de 
dados a transmissão e a validação de informações contábeis e fiscais. 
 
Figura 10. Módulos do SPED 
(Fonte: Autor) 
46 
 
Inicialmente o sistema incluía a Escrituração Contábil Digital (ECD), a 
Escrituração Fiscal Digital (EFD) e a inovadora Nota Fiscal Eletrônica (NF-e). Por esse 
novo sistema facilitou-se muito a entrega dessas informações para o estado e 
apressou a identificações de ilícitos por parte do fisco. Atualmente o SPED conta com 
vários módulos, e dentre eles está o eSocial. Outros nomes foram cogitados para o 
ambiente como Folha de Pagamento Digital, E-Fopag, Sped-Previdenciário, EFD-
Previdenciário, EFD-Folha e EFD-Social. (REZENDE, SILVA e GABRIEL, 2016) 
O Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e 
Trabalhistas (eSocial) foi instituído pelo Decreto 8.373 de 11 de dezembro de 2014. 
Essa é a legislação que elenca a definição do sistema, sua finalidade, os objetivos, os 
entes participantes e as responsabilidades de cada um. O referido decreto define o 
eSocial como um instrumento para a unificação no que se refere a prestação de 
informações concernentes a escrituração e obrigações fiscais, previdenciárias e 
trabalhistas, padronizando sua transmissão, validação, armazenamento e 
distribuição, através de um ambiente com repositório nacional. O projeto teve um 
investimento de mais de cem milhões de reais. O principal objetivo do projeto é a 
simplificação da prestação de informações, substituindo várias obrigações por apenas 
uma. (FANTONI, 2015) 
 
Figura 2. Quadro atual na prestação de informações 
(Fonte: Autor) 
47 
 
 
Figura 3. Fluxo das informações com a implantação do eSocial 
(Fonte: Autor) 
 
2.2 LEGISLAÇÕES E O eSOCIAL 
 
 É muito importante, primeiramente, entender que o eSocial não tem a finalidade 
de alterar nenhuma lei ou norma trabalhista, tão pouco regras da previdência. Os 
preceitos continuam os mesmos. Portanto as penalidades também continuam sem 
sendo regidas por suas respectivas regras, sem interferência do ambiente nacional. 
Por exemplo, a nova alteração da CLT, a lei 13.467, prevê no artigo 47º que o 
empregado não registrado devidamente renderá ao empregador multa de três mil 
reais para cada ocorrência. Esse valor é dobrado em caso de reincidência. Já para as 
microempresas ou empresas de pequeno porte, essa penalidade cai para oitocentos 
reais para cada empregado nessa situação. 
Outro exemplo de infração é o atraso no pagamento do salário dos 
empregados. Pela CLT, o prazo máximo é o quinto dia útil do mês subsequente ao da 
48 
 
competência apurada. No caso de descumprimento desse preceito, o Tribunal 
Superior do Trabalho (TST) estipula multa de dez por cento sobre o salário do 
empregado para atrasos de até vinte dias e cinco por cento a mais para cada dia de 
atraso além dos vinte primeiros, além de multa administrativa prevista no artigo 4º da 
Lei Nº 7.855 de 24 de outubro de 1989. (FILHO e KRUGER, 2015) 
Percebe-se que a operação de transmissão ao eSocial não tem relação direta 
com as sanções previstas na legislação. Pode-se citar o evento S-1200 
(Remuneração do Trabalhador) que possui prazo de envio até o sétimo dia útil de 
cada mês. Essa data limite não exime o empregador de cumprir o prazo de pagamento 
do salário devido no período previsto pela CLT, ou seja, o quinto dia útil do referido 
mês, pois estará descumprindo a lei. Logo, o que muda com a implantação do eSocial 
é simplesmente o canal de envio das informações. 
 
2.3 PRINCÍPIOS E OBJETIVOS 
 
O projeto é regido por alguns princípios visando a cumprimento dos seus 
objetivos. Princípiossão ideias conceituadas que norteiam e servem de guia para a 
construção de algo e ao mesmo tempo delimita assuntos quanto a duvidas de 
interpretação. Por exemplo, um dos princípios fundamentais da contabilidade é o 
Princípio da Entidade, dizendo que o patrimônio de uma entidade é individual e na 
aplicação da contabilidade eles não podem ser confundidos. Imaginando-se como 
proprietário de uma empresa, não é correto que que se disponibilize dos bens da 
empresa em benefícios próprio, adquirindo um veículo para utilização particular 
digamos, através de financiamento em nome da própria empresa. Além disso, 
qualquer norma que viole este princípio é automaticamente inválida. 
 Os princípios do eSocial estão descritos no artigo terceiro do Decreto 
8.373/2014. São eles: 
 Viabilizar a garantia dos direitos previdenciários e trabalhistas; 
 Racionalizar e simplificar o cumprimento de obrigações; 
 Eliminar a redundância nas informações prestadas pelas pessoas físicas e 
jurídicas; 
49 
 
 Aprimorar a qualidade de informações das relações de trabalho, 
previdenciárias e tributárias; 
 Conferir tratamento diferenciado às microempresas e empresas de pequeno 
porte. 
Ainda é fato que a informalidade em vínculos de trabalho esteja presente devido 
a sensação de ser vantajosa para ambas as partes, o que parece ser verdade no curto 
prazo. Mas o risco é muito grande, tanto para o empregador que está sujeito a 
penalidades da lei quanto para o empregado que não goza dos benefícios da proteção 
aos direitos trabalhistas que a lei proporciona. Por exemplo, na hipótese de ocorrer 
um acidente de trabalho com um colaborador não registrado legalmente, todo o ônus 
pelos danos por ele sofrido é do empregador, e se for um acidente mais grave, este 
não terá direito a um afastamento pela previdência, pois não houve o devido registro 
do vínculo de emprego. Crises financeiras também ocasionam essa prática. Segundo 
pesquisa recente do IBGE (Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística), existem 
quase onze milhões de empregados no setor privado sem carteira de trabalho, 
representando um crescimento de 2,7% em relação ao último período pesquisado. 
(FILHO, 2010) 
 
2.4 ORGAOS PARTICIPANTES 
 
Os entes participantes do projeto eSocial são aqueles diretamente interessados 
nas informações que abastecerão a base de dados do ambiente, ou seja, os órgãos 
usuários e fiscalizadores das informações trabalhistas, fiscais e previdenciárias. São 
eles a Caixa Econômica Federal (CEF) que é o operador do FGTS, o Instituto Nacional 
do Seguro Social (INSS), Ministério da Previdência Social (MPS) e Ministério do 
Trabalho e Emprego (MTE), que têm a competência para os assuntos de benefícios, 
contribuições sociais e aposentadoria, e a Secretaria da Receita Federal (RFB) que 
gerencia os dados relacionados a todo tipo de tributos. Pelo método antigo de 
prestação de contas, as entidades alimentavam cada um destes órgãos com as 
obrigações exigidas. Com o advento do eSocial o fluxo será inverso. As informações 
serão armazenadas no ambiente e as entidades usufruirão delas no mesmo ambiente. 
50 
 
Atualmente o Ministério da Previdência Social não existe mais como um órgão 
singular e independente. Desde 2016 ele faz parte do atual Ministério do 
Desenvolvimento Social (MDS), assim como o INSS. A organização e as 
competências atualizadas dessa entidade estão dispostas no artigo 33 da Medida 
Provisória 782 de 31 de maio de 2017. 
 
2.5 CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÕES 
 
 A obrigatoriedade do eSocial teve o cronograma alterado algumas vezes por 
motivos de complexidade do próprio projeto e outros eventos externos. Após a 
implementação do Simples Domestico em outubro de 2015, a primeira data prevista 
para o início do envio das informações foi já na competência de setembro de 2016 
para as empresas que tivessem faturamento acima de setenta e oito milhões de reais 
em 2014, conforme diz definido pela Resolução Nº 1 de 24 de junho de 2015 do 
Comitê Diretivo do eSocial. Essa primeira data trata da transmissão dos dados 
contidos em todos os eventos do ambiente, exceto os relativos a Saúde e Segurança 
do Trabalho (SST) que teriam início em janeiro de 2017. Os dados de SST dizem 
respeito as condições do ambiente de trabalho e a comunicação de acidentes (CAT). 
Também em janeiro de 2017 os demais empregadores deveriam prestar suas 
primeiras informações, excluindo os dados de SST, os quais passariam a enviar em 
julho de 2017. Nesse último grupo incluía-se microempresas e empresas de pequeno 
porte e o MEI, dentre outros segurados especiais. (MELLO, 2017) 
 Porém, a Resolução Nº 2, de 30 de agosto de 2016 do supracitado comitê, 
alterou essas datas para 1 de janeiro de 2018, para os empregadores e contribuintes 
com faturamento no ano de 2016 acima de setenta e oito milhões de reais, e 1 de 
julho do mesmo ano para os demais empregadores e contribuintes. Semelhante aos 
primeiros prazos, as informações de SST seriam dispensadas nos primeiros seis 
meses do início da obrigatoriedade. Apesar desta resolução, no artigo 3º, definir o 
prazo de 1 de julho de 2017 para liberação do ambiente de testes para o 
aperfeiçoamento da plataforma, somente em 1 de agosto é que foi noticiado no portal 
do eSocial, e disponibilizado esse acesso. 
51 
 
Contudo, no final de outubro desse ano, foi divulgado pelos órgãos partícipes 
nas redes sociais, ainda sem norma técnica, uma previsão das novas fases de 
implantação. Ou seja, o eSocial não teria início com a transmissão plena de todos os 
eventos como se esperava. A programação é que os eventos iniciais, de tabela, não 
periódicos e periódicos tenham obrigatoriedade gradativa, respectivamente a cada 
dois meses, a partir de janeiro de 2018. O prazo de início para as transmissões por 
parte dos órgãos públicos também foi alterado, dessa vez para janeiro de 2019. Estes 
estariam inclusos no cronograma anterior para o segundo semestre de 2018. 
 
Figura 4. Cronograma e faseamento de implantação 
(Fonte: portal.esocial.gov.br) 
 
52 
 
2.6 RELAÇÕES COM O MICRO EMPRESÁRIO E AS EMPRESAS DE 
PEQUENO PORTE 
 
Em 14 de dezembro de 2006, foi publicada a Lei Complementar nº 123, que 
instituiu o Estatuto da Microempresa (ME) e da Empresa de Pequeno Porte (EPP), 
conhecida como lei do Simples Nacional. Essa lei também traz a necessidade de se 
oferecer formas simplificadas e mais acessíveis a esses empresários de modo a 
incentivar suas atividades econômicas. Umas dessas previsões é o sistema eletrônico 
para cálculo dos recolhimentos mensais, atualmente disponível na internet, conhecido 
como Portal do Simples. 
Essa prerrogativa não deixa de existir no ambiente do eSocial. A previsão é que 
seja disponibilizado na rede um portal de acesso para os Microempreendedores ou 
Empresas de Pequeno Porte, semelhante ao próprio Simples Domestico, afim de 
assegurar a transmissão dos eventos ao repositório do eSocial sem a necessidade de 
aquisição de um software terceirizado. A ideia é que seja possível até mesmo o 
preenchimento automático de alguns campos que contenham informações prestadas 
por outros meios. Ao inserir o CPF de um empregado por exemplo, exibe-se 
automaticamente o nome do titular, nascimento, dentre outros dados. (FILHO e 
KRUGER, 2015) 
É esperado também a geração de alguns documentos no próprio portal como 
o contrato de trabalho, aviso de férias, termo de rescisão e comprovante de 
pagamento. Há também a possibilidade de cálculos automáticos provenientes de 
horas-extras, salário-família, férias, 13º salario, contribuição previdenciária e etc. 
Assim como no simples doméstico, há a possibilidade de que haja disponibilidade para 
emissão

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