Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FOCA NO ENEM – CURSO PREPARATÓRIO ENEM, PRÉ-VESTIBULAR. DISCIPLINA: BIOLOGIA GERAL. PROFESSORA: LISÂNIA MARYELE DA SILVA LIMA. Leituras: Mitocôndrias: Energia, calor e morte celular. As mitocôndrias são conhecidas como as “usinas de energia” das células, e seu papel no metabolismo celular está bem definido, embora muitas reações envolvidas no processo de produção de energia ainda não estejam esclarecidas em nível molecular. As funções da mitocôndria incluem, além da produção de energia, a geração de calor em animais que hibernam e a regulação da morte celular e do processo geral de envelhecimento. Estudos recentes vêm demonstrando que as características da membrana interna da mitocôndria são de extrema importância para seu funcionamento. Falhas na permeabilidade seletiva dessa membrana podem originar diversas doenças e levar as células à morte. No reino animal, a mitocôndria é a única organela que contém seu próprio DNA, comanda a síntese de moléculas que participam do processo da respiração e das moléculas de RNA que formam os ribossomos. Mutações nesse DNA podem induzir doenças mitocondriais com herança materna que se expressam durante diferentes fases da vida e que envolvem predominantemente os músculos e o sistema nervoso, por serem os tecidos que mais precisam de energia. A mitocôndria e seu DNA são sempre herdados da mãe, através do óvulo (o espermatozoide contribui apenas com seu núcleo e com o centríolo para formar o zigoto). Assim, a mãe pode transmitir mutações no DNA mitocondrial a todos os filhos, mas só as filhas podem repassá-las à sua prole. As manifestações clínicas podem aparecer em diferentes idades. Doenças degenerativas do sistema nervoso – como HUNTINGTON, PARKINSON, e ALZHEIMER – podem ter seu desenvolvimento derivado de associações entre mutações no DNA mitocondrial e maior produção de oxigênio reativo nessas organelas. Nas etapas finais da respiração, o oxigênio normalmente reage com hidrogênio, formando água. No entanto, de 1% a 2% do oxigênio consumido pela mitocôndria é convertido “indevidamente” em oxigênio reativo (O-2). A mitocôndria possui um eficiente sistema antioxidante, que envolve várias enzimas e outros compostos, como as vitaminas C e E. O oxigênio reativo é capturado e usado para formar água oxigenada (H2O2), que também é tóxica para a célula e depois é degradada por enzimas como a catálise dos peroxissomos. Quando a geração de oxigênio reativo pela mitocôndria está aumentada, ou o sistema antioxidante está enfraquecido, o acúmulo de água oxigenada na célula pode levar ao chamado “estresse oxidativo”, que pode provocar a morte celular. O estudo dessa relação entre o funcionamento das mitocôndrias com a morte celular pode elucidar o desenvolvimento de doenças degenerativas e apontar novos caminhos para seu tratamento e prevenção. Adaptado do artigo de Aníbal Eugênio Vercesi, da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp (SP), para a revista Ciência Hoje (vol.34, n. 199 – novembro de 2003), SBPC.
Compartilhar