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obturacão do canal radicular

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ROTEIRO – RESUMO AULAS GRADUAÇÃO – ALUNOS
OBTURAÇÃO DO CANAL RADICULAR
CONCEITO – Obturação do canal radicular, após o acesso e PQM, é o preenchimento tridimensional (completo) da cavidade pulpar, ou seja, o espaço preparado mais os canais suplementares com o material obturante adequado. Uma boa qualidade de obturação do canal radicular depende do correto acesso à câmara pulpar e do PQM, com boa qualidade de material obturante associado a uma técnica de obturação do canal adequada. O preenchimento da cavidade deve ser completo para não haver penetração no canal de secreções do organismo, que vão se degradar servindo de nutrientes para bactérias oriundas da cavidade bucal ou da corrente circulatória, colonizando e gerando infecções (lesões).
Existe no mercado uma série de materiais obturantes (cimento e pastas), assim como grande variedade de técnicas para a realização da obturação. Um bom material obturante deve apresentar uma série de requisitos como: 1- não sofrer alterações dimensionais; 2- ser biocompatível; 3- ser radiopaco; 4- ser bactericida ou bacteriostático; 5- ter bom escoamento; 6- ser de fácil manipulação; 7- fácil remoção do canal; 8- não promover alterações cromáticas nos tecidos dentais; 9- não sofrer dissolução frente a secreções do organismo; 10- ter baixo custo; 11- ser cimentante; 12- ter bom tempo de presa. Não temos no mercado um material que apresente todos esses requisitos, assim, a maioria dos cursos de odontologia, e na UNIARARAS, utilizamos um material semi sólido (gutapercha) e um cimento obturante (Sealer-26). A gutapercha para a obturação se apresenta em formas de cones (principal e secundários) com o mesmo calibre das limas. Este material (guta) apresenta quase todos os requisitos, só não sendo cimentante e não apresentando escoamento adequado, mesmo quando usada termoplastificada. Por esta razão, usamos associado a guta-percha um cimento, que vai complementar esses requisitos. O cimento Sealer-26 está constituído de um pó e uma pasta (pouco densa) que associados tomam presa em tempo adequado. Trabalhos de pesquisa mostram que esta associação promove ótima obturação do canal e que quanto maior for o volume de gutapercha, melhores serão os resultados.
Considerando que temos na UNIARARAS-graduação, duas técnicas para o PQM (já visto anteriormente), com rotatórios (limas) e a cervical seriada (CS), dita também manual, pois utiliza limas manuais estandardizadas e brocas gates; utilizamos na obturação do canal desta técnica (CS) cone de gutapercha principal e cones de guta secundários, mais o cimento obturante, e na técnica em que o PQM é efetuado com rotatórios, utilizamos na obturação do canal somente um cone de guta (cone com taper) mais o cimento obturante.
ROTEIRO DA OBTURAÇÃO DO CANAL RADICULAR: 1- Remoção da restauração provisória (se não for em sessão única); 2- limagem, irrigação e aspiração do canal radicular; 3- seleção do cone de guta principal ou com taper; 4- secagem do canal com cânulas e cones de papel absorvente; 5- manipulação do cimento obturante; 6- untando o canal e cones de guta com cimento; 7- colocação do cone principal ou cone com taper; 8- inserção dos cones secundários (técnica cervical seriada); 9- radiografia de qualidade da obturação; 10- corte do excesso do(s) cone(s); 11- limpeza da câmara pulpar; 12- restauração provisória com resina foto. 
COMO FAZER A OBTURAÇÃO (detalhes): 
Após PQM, colocação da MIC (se necessário), na sessão seguinte fazer avaliação do pós operatório. Se foi ótimo ou bom o pós operatório, ou seja, sem sintomatologia (sem sinais e sintomas) deve-se remover a MIC de hidróxido de cálcio com a última lima usada no PQM (leve instrumentação), irrigar e aspirar (vide aula Subst.quim.), secar com cânulas grossa, média e fina e fazer a prova do cone principal ou cone com taper, a ver: 1- teste visual = cone de guta chegando no CRT; 2- táctil = cone de guta travando levemente no CRT; 3- radiográfico = cone de guta em posição no CRT, fazer uma radiografia para verificar se realmente o cone de guta está no limite desejado e bem adaptado no terço apical. Se for usar cones secundários (técnica CS) escolher estes cones de guta de acordo com o comprimento e diâmetro anatômico do canal, pois temos vários tamanhos e calibres dos cones secundários (RS = cor rosa e B = branca).
Nas técnicas CS e com rotatórios o cone principal a ser usado deve ser semelhante ao calibre da última lima, exemplo: se usarmos última lima 40, o cone principal deve ser 40. Com rotatórios, se usarmos lima 40/04, o cone deverá ser 40/04. Na técnica com rotatórios usamos somente um cone (c/taper) porque o mesmo vai ocupar todo espaço preparado pela lima. Os cones de gura devem estar desinfetados (esterilizados) e prontos sobre uma gaze úmida (com álcool 70). Após a prova do cone principal e a secagem final do canal com cones de papel absorvente (mesmo calibre da última lima), deixamos o cone de papel no canal enquanto preparamos o cimento obturante. Este, preparado, pegar pequenas porções (gotículas) na ponta do cone principal levando o cimento no canal até o CRT, remover, pincelando as paredes. Repetir três vezes esta operação, então travar o cone principal no CRT. Se usar cones secundários, estes (em torno de 3) deverão ser untados (lambuzados) com cimento obturante e introduzidos no canal um a um. Após colocação dos cones de guta, antes de cortá-los deve-se fazer um RX chamado RADIOGRAFIA DE QUALIDADE, para verificar se a obturação tem boa qualidade, bem condensada e no nível do CRT. Caso não esteja boa, deve ser toda removida (remoção do penacho), iniciando-se outra obturação do canal a partir da prova do cone. Estando boa a obturação, aquecer as pontas dos calcadores, tipo Paiva, na ponta da chama da lamparina (ao rubro) e efetuar o corte do excesso do(s) cone(s) de guta. Nos posteriores, o corte deve ser na altura do assoalho da câmara, nos anteriores, a 2mm acima da coroa clínica, em direção apical. Selar o dente com cimento provisório (cotosol) e “boa”.

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