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Sacsuc Cana-de-açúcar Anotações de Aula Julia Barra Netto – Ferreira Prof. Aldo Introdução A origem da cana se deu no sudeste asiático. Hoje se diz que existe o plantio em todo o globo terrestre. No Brasil, o primeiro engenho foi estabelecido no período colonial em 1532 na Capitania de São Vicente, origem latifundiária da cultura, que desponta seu desenvolvimento como monocultura. Ligada com o desenvolvimento econômico-social do país. Foi hegemonia até 1850 quando a principal cultura plantada passou a ser o café. Importância econômica: Açúcar Alcóol Aguardente Nutrição mineral Uso de resíduos (torta, bagaço, vinhaça) O programa pró-alcool: Em 1973 ocorreu a crise do Petróleo devido a guerra entre Egito e Israel, EUA e UE assumiram o lado de Israel, assim, os países árabes subiram de US$2 para US$12 o barril de petróleo. Afetando a economia brasileira que importava 85% de suas necessidades de Petróleo. Em 1978/80 o barrila já custava US$30/40 e o país chegou a uma dívida externa de 12x109 dólares com importação do petróleo. Na virada do século chegou ao patamar de 55x109 e uma crise onde o país não tinha como sustentar o aumento da dívida devido ao consumo de combustível. A década de 70 também foi a época do milagre econômico, com projetos faraônicos que nunca foram concluídos e contribuíram para o déficit que vemos hoje. No governo Geisel, uma comissão técnica trouxe como alternativa o uso de biomassa (fotossíntese -> carboidratos -> fermentação -> álcool) que é capaz de substituir com relativa eficiência a gasolina. Com esse aspecto, em 1973, criou-se o “Pró-alcool” que criou como meta produzir em 10 anos 10,7 bilhões de litros de álcool. O setor canavieiro sofria uma queda grande com o açúcar, que estava gravoso (custo de produção maior que custo do mercado) que ameaçava grande parte das usinas brasileiras. Isso se deu porque China e Rússia, que eram grandes importadoras, se tornaram autossuficientes na produção de açúcar. E os países da União Europeia passaram a produzir açúcar de beterraba, que apesar de ser mais caro era subsidiado pelo governo a fim de manter o homem no campo. E finalmente os Estados Unidos e sua campanha nacional para consumo de corn syrup. Nesse cenário, o pró-alcool financiou diversas usinas que contornaram a crise do açúcar e conseguiram driblar a situação de crise e batesse a média de produção. O Brasil passou da produção de 680 milhões de litros de álcool(1975) para 11,1 bilhões de liros (1985), mais que 100% da produção. Em 1990/91 o Brasil tinha capacidade para aumentar a produção em 12,5 bilhões de litros e o consumo foi de 13,2 bilhões, faltando combustível, o carro a álcool e o programa foram para o “lixo”. Fazendo com que o preço do combustível começasse a cair e o governo decretou não ter mais dinheiro para investir no programa. Ao mesmo tempo o preço do açúcar começou a subir que consumiu parte da cana que devia suprir a produção de álcool, voltando a ter lucro com a exportação do açúcar. Em 1993 aconteceu a criação do plano real que se equivaleu ao dólar, que influenciou o valor da cana que assumiu um preço alto sem competição no mercado. Em 1997 o protocolo de Kyoto e o entrave entre a sociedade e o meio ambiente. Como solução veio o uso da biomassa vegetal (álcool) que reduz em 90% a liberação de CO2 quando comparado à queima do petróleo. Em 2003 o país desenvolve o carro flex, que retomou o pró-alcol e em 2008 o Brasl já estava produzindo 29,9 bilhões de litros de álcool e exportava 5 bilhões. Na crise do setor imobiliário americana, afetou todo o mundo. Parou-se o investimento industrial na cultura da cana, o produtor também parou de investir, somado com condições climáticas desfavoráveis que em 2010/2011 caiu a produção para 19 bilhões de litros de álcool, fechando cerca de 80 unidades industriais. E visando segurar a inflação, congelou o preço da gasolina que automaticamente congelou o preço do alcool, fazendo com que a produção fosse desestimulada (insumos agrícolas seguiam aumentando de preço). Quando é liberado o preço da gasolina, volta-se a crescer o preço do álcool estimulando a produção que atualmente é de 28 bilhões de litros. O programa supre apenas 20% de nossas necessidades de combustíveis. O Brasil também investiu na produção de petróleo, indo de 16400 barris/dia em 1979 para 2200000 barris/dia que somado à outras fontes (GNV, madeira, carvão, energia solar e eólica) atendem as nossas necessidades. O Brasil é um país autossuficiente em energia. O Brasil tem uma área de 851 milhões de hectares, para atender a nossa demanda energética e atender 36bilhões de litros de álcool, precisa de 1% do território nacional, ou seja, 8 500 000ha com cana. Em Paris, o Brasil assumiu o compromisso de produzir 50bilhões de litros de álcool até 2030. A balança comercial positiva gera empregos, quita dívidas, depende do agronegócio para ser positiva. Sendo o Brasil importante exportador de produtos primário, vindos da agropecuária. De acordo com a FAO é o maior produtor de cana do mundo. Também detém 10% das áreas aráveis do mundo e 12% das águas potáveis, com um potencial altíssimo que não atende a eficiência. A cana brasileira ocupa, hoje, 9 milhões de hectares. Fatura R$60milhões/ano, responsável por 2,2% do PIB, geral 4,5 milhões de empregos diretos e indiretos. Produção é muito concentrada no centro-sul, sendo 52% da produção em São Paulo(aprox.. 5 milhões de hectares); 9,5% em Goiás e 8,9% em Minas Gerais. A planta de Cana Colmo: o Folhas caducas que quando entram em senescência perdem as folhas deixando resquícios das bainhas que são as cicatrizes foliares. A zona radicular é formada por pontuações que circundam todo o nó. É dessa zona radicular que se tem a emissão de raízes do tolete plantado. São raízes provisórias com habilidade de absorção de água e fixação inicial da planta. E quando acaba a reserva (açúcares contidos) no tolete, elas morrem. O sistema radicular definitivo vem da brotação das gemas e dos nós basais dessas brotações, esses vão absorver água e nutrientes. Essas raízes só aparecem 40-45 dias após o plantio, daí a importância de um bom material pro plantio (sadio e com reservas). Logo, não se recomenda NPK no plantio porque vai ter perdas de N maiores que 50% por lixiviação + volatilização. A resposta à adubação no plantio não existe, mas nas ressocas pode sim ter. Todo potássio aplicado se perde, cerca de 30% é geralmente perdido por lixiviação, porém, como a planta não usa, perde ainda mais. Só o fósforo se aplica no plantio, localizado, porque é pouco móvel e tem que ser disponibilizado às raízes (crescimento inicial). Se colocado em cobertura, está longe das raízes, pode imobilizar e etc. Quanto ao perfilhamento é desejável que ocorra com a maior brevidade possível, para que toda a touceira esteja na mesma maturidade. Caso haja perfilho tardio, afeta a qualidade do caldo (consumo de carboidratos). Também quanto mais rápido perfilha e fecha a copa, auxilia no controle cultural de daninhas e reduz a erosão (impacto da gota de chuva pelas folhas), é ideal que perfilhe e 3-4 meses. o Nó: O anel meristemático é localizado acima do nó, é onde ocorre o alongamento do entrenó, sendo assim, o crescimento da cana se dá individualmente entrenó à entrenó. E se algum momento há uma limitação(déficit hídrico, def. nutricional) se pode inferir pelo desenvolvimento dos entrenós formados naquele período porque fica menor. A taxa de crescimento é de um entrenó a cada 10 dias ou 3 nós/mês. Com isso, pode-se estimar a idade de uma cultura/colmo por meio da contagem de nós. Para isso, retiram-se as folhas do colmo, da ponta da olhadeira (se não consegue tirar, conta ela) e conta as folhas e conta os entrenós, depoissoma 15 dias (que é o tempo do plantio para emergência). Na lavoura, escolhe-se um colmo representativo. Sulco ou depressão da gema é uma cavidade ao longo da gema, isso depende da variedade (em algumas culturas não existe). A zona cerosa é a concentração de cera na zona apical do entrenó. Estrutura de proteção da cera, mas sem muito esclarecimento da função. Pode ser resgatada para fazer papel carbono (rendimento baixo), mas também pode auxiliar no colesterol e outros quesitos de saúde. Folhas: Uma folha em cada nó, com distribuição alterna. Folhas com os bordos serrilhados que podem cortar e isso é um dos limitantes para encontrar mão-de-obra que queira trabalhar em um canavial com condição de folhas cruas (sem queima). Também existe na bainha pelos, chamados “joçal”, que no contato com a pele provocam reação alérgica do tipo urticária. Inflorescência: É composta por um eixo central que é um prolongamento do último entrenó (se diferencia). Com ramificações secundárias e terciárias, onde se formam as espiguetas que são as flores propriamente ditas, ocorrem sempre aos pares, sendo uma séssil e uma peciolada. São flores hermafroditas, sendo a parte feminina composta por dois pistilos plumosos e três estames terminados por uma antera. Que dão origem a um fruto característico de gramíneas = CARIOPSE. A inflorescência, no cultivo de cana, é interessante ao melhoramento. Quando a cana floresce, transloca os carboidratos (fotoassimilados, reservas, produto comercial) para formar a inflorescência (dreno), como o último nó se prolonga (e diferencia) a planta não cresce mais, para a síntese de auxina, tendo brotação das gemas laterais que também consumirão as reservas. Causando uma isoporização que ocorre do centro para periferia. Condições que favorecem a indução floral: Centro-sul: 25 de fevereiro – 20 de março / Temperaturas noturnas maiores que 18°C e temperaturas diurnas menores que 31°C. Associado com dias chuvosos ou nublados. A cana é considerada como planta de dias curtos, precisando aproximadamente 12 horas de escuro para diferenciação floral. Na faixa do equador tem sempre essa condição, estimulando na fase juvenil (7-8 entrenós), logo, a produtividade é baixíssima, não sendo, portanto, uma ameaça para a Amazônia porque lá tem sempre 12h de escuro e 12 h de luz. Quanto mais distante do equador, menor chance de florescer (maiores latitudes). Mas acontece com os estímulos e soma das horas de escuro, que podem estimular até 30% da floração que significa 20% de perdas de rendimento. A floração pode ser evitada por adubação nitrogenada porque estimula o desenvolvimento vegetativo, cortando irrigação em plantios irrigados ou por meio de maturadores (custo altíssimo= aplicação aérea). Escolha da Variedade Em média são produzidas 8 ton de raízes/ha/ano. Sem a queimada ainda se incorpora 12-20ton/há de massa seca. Esses motivos explicam como se produz cana anos à fio num determinado local, apoiado pela dinâmica da matéria orgânica. Porém, também existem interações genótipos ambiente. Variedades: RB 86 7515 SP 81 3250 RB 96 6928 RB 85 5453 RB 92 579 RB 85 5156 SP 83 2847 CTC 15 CP-NA CP-IAC CO-NA CB-TUC IANE RURAL RB 75 8540 70% das variedades plantadas no Brasil são RB, da Ridesa (extinção do planosulcar). A cada ano se tem adição de uma nova variedade, mas só com o passar dos anos o uso delas se tornam volumosas. Sem contar que uma variedade demora muito tempo (10,15 anos) para se tornar viável/pronta/disponível. Características: 1- Quanto às adaptações à condições de Solo e Clima da região Para cada ambiente de produção deve-se ter ciência da textura de solo,fertilidade, CTC retenção e disponibilidade de água, teor de M.O., profundidade de solo. O ambiente de produção pode ser: - Superior – excelente, sem limitações - Médio – com alguma restrição - Inferior – muitas restrições à serem trabalhadas As variedades podem responder: -Responsivas = só vão bem em ambiente superior. - Estáveis = vão bem no ambiente superior, mas respondem à um ambiente limitado. - Rústica = Não é recomendado condições excelentes porque respondem muito bem em ambiente inferior (com muitas limitações). É importante considerar bem o ambiente na escolha da cultivar, para que a escolha seja adequada à ele obtendo um bom resultado de produtividade. 2- Quanto a produtividade: Depende da Adaptabilidade e estabilidade que está relacionada à fatores bióticos e abióticos. Não adianta se desenvolver bem em um local, mas produzir pouco. Com um tempo a produtividade tende a entrar em declínio, essa quebra de estabilidade pode ser devido a fatores bióticos (pragas, alelopatia) ou devido às restrições climáticas 3- Resistência à pragas e doenças: Se há ocorrência de doenças naquele local, busca-se uma variedade resistente à ela. Porém, se a cultura está inserida há algum tempo e só aí ocorre a incidência de doença/praga, deve-se erradicar essa cultivar. Foi o que aconteceu com as cultivares CB 45 3 e RB 72 7454 que eram respectivamente suscetíveis a carvão e ferrugem alaranjada, que foram banidas de serem plantadas. 4- Época de maturação: É quando a cana concentra um teor de sacarose acima de 13% no colmo. Ocorre em condições de baixa UR e/ou baixa temperatura, que no centro-sul ocorre em abril/maio -> setembro/outubro, que é um período que a chuva cessa. Para álcool pode ter um teor de sacarose de 12-12,5%, porque consegue utilizar açúcares redutores. Enquanto que açúcar só cristaliza sacarose. Apesar de colher cana o ano todo, são 6 meses no centro-sul e 6 meses Norte-Nordeste. Causando impacto social, ou seja, o que se faz com os trabalhadores nessa época de estagnação? Precoce: Colheita de outono (abril/maio/junho) Média: Colheita de inverno (junho/agosto) Tardia: Colheita de primavera (setembro/outubro/novembro) 5- Período útil de industrialização (P.U.I.) Tempo que a colheita pode ficar no campo até ser colhida e processada depois de madura. Curto: Atinge a maturação e permanece no campo até 2,5 meses Médio: Atinge a maturação e permanece no campo ad 2,5 até 4,5 meses Longo: Atinge a maturação e permanece no campo por mais que 4,5 meses A maturação e o PUI são como a identidade da variedade que deve ser trabalhada na produção. As variedades de ciclo longo, por exemplo, só devem ter um PUI curto, porque já que o ciclo é longo, amadurece mais ao final do período de colheita, se permanece por mais tempo no campo e começa a chover, a cana volta a crescer, perdendo a qualidade (reduz sacarose). Logo, o uso de diferentes variedades é essencial para contornar adversidades, no máximo 10% de uma área com uma mesma variedade. Geralmente o produtor usa 40% de variedades com maturação precoce, 30% média e 30% tardia ou 40% precoce 40% média e 20% tardia, permitindo uma colheita durante os 6 meses. No começo da safra tem um teor de sacarose baixo (maturação com 13%), logo, esse suprimento de cana é feito pelos próprios usineiros, pois os fornecedores querem vender no pico da maturação pois a cana é paga por teor de sacarose contido. Com a retomada da chuva e aumento da temperatura (verão) a cana recebe o estímulo para crescer vegetativamente e começa a degradar sacarose devido à essas demandas do crescimento. É onde ocorre o declínio, que deve ser evitado que caia abaixo de 16%. Quanto maior o teor de sacarose, maior o produtor e o usineiro ganham , porque tem um preço maior, mas rende mais. Por isso as cultivares se adequam tendo suprimento desse período de colheita com os melhores valores de teor de sacarose. Aspectos Climáticos Crescimento vegetativoTemperaturas elevadas > 21°C T ideal de 24° a 29°C Alta radiação solar (C4) N alto pra estimular crescimento Precipitação de 1500 mm bem distribuídos, mas com preferencia no crescimento Repouso vegetativo T < 21°C Tempo seco ou frio Temperatura abaixo de 24° reduz a absorção de N e P reduzindo o crescimento, é o mesmo efeito da água. Alta radiação permite contínua produção de carboidratos que vão ser acumulados. A limitação da produtividade no Nordeste é baixa (como em Campos) pois o acúmulo é restrito devido à baixa ppt que não supre as demandas de água e não há irrigação. Regiões em que a temperatura em julho é menor que 14° C são restritas ao plantio porque ocorre geadas que congela o sulco celular que cristaliza rompendo a célula. Se for um meristema, impede a síntese de auxina que pode causar o garfamento da cana, pode causar também necrose, sendo porta de entrada para patógenos e causar a morte. Aspectos Edafológicos O solo deve suprir ar, água, nutrientes e dar um bom suporte/fixação à planta. A cana se adapta a qualquer ambiente, mas quanto mais hostil for o lugar, mais gastos vai se ter condicionando o solo (fertilização, drenagem, preparo do solo e etc). O ideal seria um solo de textura média, pois o solo argiloso tem tendência para compactação ou adensamento devido ao intenso trânsito de caminhões (20-30 ton de cana) que provoca uma tendência à compactação. Desse modo tem uma maior densidade, menos macroporos, mais microporos, menor difusão de gases e menor quantidade de raízes profundas. Favorecendo também o encharcamento. Por outro lado, o oposto solo arenoso, tem baixo potencial porque tem menor CTC, menor fertilidade natural e menor retenção de água, que faz com que se gaste muito com nutrientes que são facilmente perdidos. Também permite uma menor fixação das plantas favorecendo o tombamento(enraizamento das partes em contato com o solo = consumo de carboidratos e dificultando a colheita) A declividade é essencial, especialmente para colheita mecanizada. O trator pneumático consegue colher com uma declividade de 12% e o de esteira até 18% no máximo, caracterizando um relevo plano à suave-ondulado (0-6%) ou ondulado (6- 20%). Quanto mais ondulado tem maior tendência à erosão e perdas. PH deve ser entre 5.5 e 6,5 porque é onde há maior disponibilidade de nutrientes, sendo ideal a correção de alumínio (ph>4,9). É bom que se evitem solos orgânicos que se expandem e contraem causando dilaceramento das raízes ocasionando perdas de produtividade. Ideal que o solo tenha profundidade de 1m, mas quanto mais profundo melhor, com o lençol freático abaixo do sistema radicular. Estando a maioria dos plantios do Brasil em argissolos e latossolos. Condicionamento do Solo no 1º plantio Operações que visam reestabelecer condições físicas e químicas do solo, incorporação dos restos culturais, contato íntimo do solo com o tolete, eficiência de adubação e desenvolvimento pleno do sistema radicular. Quando se planta pela primeira vez, geralmente não se faz subsolagem, porém quando está se renovando o plantio, sim. Porque é necessário para romper essa camada de compactação para condicionar o solo quanto ao desenvolvimento pleno do sistema radicular. Quando feita, substitui a aração. A gradagem faz com que o solo pulverize permitindo que o tolete fique em pleno contato com o solo. A sistematização é o nivelamento do solo para evitar perdas. Correção do solo: A calagem neutraliza Al, Fe e Mn para que eles deixem de ser reativos e fixem P. Elevar pH para 5,5 disponibilizando a maioria dos macro e micronutrientes. Fornece cálcio e magnésio, cálcio ainda é um elemento floculante, ou seja, de estruturação. Também deixa o pH ótimo para a microbiota do solo. A gessagem disponibiliza cálcio e enxofre, que são nutrientes essenciais. Não neutraliza alumínio, mas reduz sua saturação no solo, por meio da formação de sulfato de alumínio, composto estável e de alta solubilidade que é levado à subsuperfície. Também aumenta a saturação de bases em profundidade que favorece sistemas radiculares mais profundos, com maior volume de solo para explorar e se desenvolver. A fosfatagem é a aplicação de um fosfato solúvel (super simples, por exemplo) em ára total para neutralizar os pontos de fixação de fósforo (alumínio). E aí vai ter menor tendência de fixar quando fizer a adubação de plantio no sulcamento, que é feita localizada no fundo do sulco. Essa prática se faz em solos arenosos de baixa CTC, geralmente saturados por alumínio. Se faz com 50-200 kg de P2O5/há. Sulcamento: Em geral tem um espaçamento de 1,40 entre sulcos. Profundidade entre sulcos oscilando de 20 a 30cm. Essa profundidade significativa se dá para melhor fixação da cultura, para que as socas seguintes não fiquem muito rasas, evitando tombamentos (que enraizar dificultando a colheita) Esse sulco vai se nivelando com o manejo, chuva e o desenvolvimento da produção. Estudos tem mostrado que com o material genético que nós temos, poderíamos reduzir o espaçamento. Reduzindo a área plantada ou dobrando a produção em uma área total. Porém, a limitação hoje tem sido o maquinário que é feito com espaçamento delimitado de 1,40m entre sulcos, sendo o maquinário essencial para o cultivo industrial. Quando o sulco ainda será usado para escoar água ou vinhaça, usa-se um sulco mais profundo de 40 cm. Seno ainda necessária a sistematização para um diferencial de cota, onde o declive permite que a água chegue à todas as plantas. A profundidade maior desse sulco, se dá porque as folhas caem e a erosão vai reduzindo essa profundidade. Adubação: É importante ser aliado com os fatores que limitam a produtividade, ou seja, variedades ideais adaptadas ao clima, solos com propriedades físicas ideais (descompactação, subsolagem, profundidade), cultivo mínimo e etc. Com a colheita da cana, adiciona com o corte cerca de 20 ton/ há de massa seca que é uma grande adição de matéria orgânica, podendo até mesmo fazer o SPD sobre essa palha(importante considerar subsolagem). A erosão pode minimizar a eficiência da produção. Logo, a cana é uma cultura que tem sistema radicular grande, folhas caducas, perfilhamento da planta que cobre o solo, sulcamento em nível que reduzem a erosão. Porém, quando há um maior declive no terreno, há maiores perdas na camada superficial (mais fértil). As plantas daninhas são competidoras e devem ser eliminadas. Podem liberar substância alelopáticas, podem crescer se enrolando na cana. Sua presença pode causar perdas de até 90%. Água é essencial principalmente no estabelecimento da cultura, sendo limitante também na absorção e nutrientes. Não pode faltar como não pode ter excesso de nutrientes. Correções e adubações devem ser feitas com base na análise de solo, extração da cultura e experimentações. As pragas e doenças tem que ser sempre monitoradas. Controle varietal para doenças mais controle biológico para pragas. Época certa para o plantio favorecendo condições ideais para o desenvolvimento de acordo com as condições ambientais. Espaçamento ideal para que a produtividade seja mantida sem que haja competição. Considerando ainda as interações negativas com nutrientes como Al, Fe e Mn. A lei do mínimo considera como limitante da produção o nutriente que estiver em menor quantidade. Ao fornecer nutrientes à planta deve-se considerar a extração da cultura, ou seja, quanto é preciso para que ela retire tudo aquilo. Por exemplo, para produzir 100 toneladas de cana, extrai: N-> 124 kg = para repor esses 124 kg, considerando sulfato de amônio (20% de N), seriam necessários 620 kg de sulfato de amônio para repor N. P2O5-> 31 kg = 155 kg de super simples K2O-> 138 kg = 220 kg de Kcl Sendo que ao adubar, há oaproveitamento variável de acordo com as perdas, sendo considerados alguns fatores Nutriente – Eficiencia Perdas Fator (f) Nitrogênio 50 – 60% Volatilização, denitrificação, lixiviação 2,0 Fósforo- 20 – 35% Fixação de acordo com a textura 3,0 -5,0 Potássio 50 – 60 % lixiviação 1,5 Necessidade de adubação : Necessidade da planta – histórico do solo x fator de aproveitamento (f) O desafio seria reduzir a influência dos fatores. Isso se faz com práticas conservacionistas, como o corte da cana crua, correções de solo, adubação verde (na ocasião de renovação). Desse modo, se faz necessário o uso de boas praticas para uso do fertilizante, que preconiza o uso da fonte certa, na dosagem certa, no local certo e na época certa. Ou seja, respondendo às perguntas: Quando aplicar? Quanto? Como? Compensa? Considerando exigências, aliar à herbicidas, se o preço de mercado compensa. Ao optar pelo adubo químico se faz: N: No plantio não deve ser feito porque não responde pois utiliza as reservas do tolete. Para as socas seguintes é necessário porque a cada corte, o sistema radicular vai ficando menos eficiente. P: sempre faz a aplicação no plantio, localizado devido à sua baixa mobilidade K: também se faz no plantio, sendo essencial misturar no solo para não salinizar e depois o excesso é feito na cobertura. Métodos de avaliação de fertilidade: A análise de tecido é importante para diagnosticar deficiência, interação dos nutrientes, fomes escondidas, estado nutricional da planta, identificar manchas na lavoura. Deve ser sempre aliada à análise de solo e é baseada na interação: nutriente x produção, nutriente x concentração na planta, concentração x produção. Sendo a composição química nas folhas influenciada por diversos fatores (solo, clima, pragas). A amostragem mais comum é em folha +1 ou folha +3, sendo a +1 a primeira folha onde consegue observar a interseção da bainha com o limbo, colarinho visível do ápice para a base. No Brasil é mais comum na folha +3 (duas depois da +1). Depois coloca-se em saco de papel com identificação, se faz na primeiras horas da manhã, 20 folhas por talhão, aleatoriamente, seccionando os 20 cm centrais e tirando a nervura central. O material é levado para estufa até o peso ficar constante, mói, faz a digestão e depois a leitura no aparelho de absorção atômica. Com isso, compara-se com valores para diagnose que são ideais (calibrados), abaixo deles supre-se, acima já é consumo de luxo e desperdício de recursos. Ideal que essa analise seja feita com frequência, se possível aos 3,6 e 9 meses. Podendo ter outros métodos para amostragem. Adubação orgânica: Além de fornecer o nutriente mineral, atua também como condicionante com o aumento da CTC, retenção de H2O, quelatação de metais pesados e etc. É interessante pois dentro da cultura da cana, existem diversos subprodutos que podem ser utilizados: Vinhaça: Subproduto da produção de álcool, 1 L de álcool = 10-16L de vinhaça que pode de ser de 3 tipos: de melaço (o que não cristaliza, rico em açúcares simples, onde joga levedura para se obter a vinhaça que é mosto de melaço), de caldo ( mói e do caldo se extrai açúcar, o subproduto é a vinhaça) e mista (melaço diluído com caldo de cana). A vinhaça tem muita matéria orgânica e elevada DBO (demanda bioquímica de oxigênio) que causava degradação em rios, lagos, causando impacto nesses ecossistemas que causavam morte de peixes e plantas. Como é um produto rico em matéria orgânica e K2O pode suprir demandas da cultura, que de acordo com análise e dosagem correta (para não salinizar) por meio de fertirrigação. Aumentando também a matéria orgânica e garantindo todas as suas vantagens. Porém, toda a vez que se adiciona M.O. há um aumento de microrganismos para mineraliza-la que acaba imobilizando parte do N que pode causar uma deficiência para a cana que com adubação é corrigida. A partir do momento que esses microrganismos morrem, esse N é disponibilizado no solo, espera-se para que não seja disponibilizado no ponto de colheita, porque pode estimular o crescimento vegetativo que é indesejável nesse momento. Caso esse resíduo não for retornar para a lavoura tem que ser direcionado à lagoas de estabilização, consumido por proteínas unicelulares como substrato para produzir ração ou evaporar h2o(consome muita energia). As recomendações de vinhaça podem ser suficientes para adubar 6 milhoes de hectares com uma recomendação de 100kg de kcl/ha, 1,6 mil hectare com uma recomendação de 100kg de super triplo/ha e 5 milhões de hectares com uma recomendação de 100kg de sulfato de amônio/há. Desse modo, não faz sentido jogar fora. Borra ou torta de filtro: Subproduto da produção do açúcar, 1 ton de açúcar -> 30-40 kg de Borra, é composta de 70-75% de umidade, 25-30% de materia orgânica e 1-2% de minerais e pode substituir 100% de N, 50% de P, 15% de K que completa com KCl, 100% de Calcio, 50% de magnésio, 100% de matéria orgânica. É um produto destinado à áreas nobres da produção como viveiros ou produção de mudas. É aplicado em sulcos de plantio, ente linhas ou área total, sempre complementando o potássio. No fundo do sulco como cama, aumenta o teor de M.O., retenção de água que pode auxiliar no suprimento da germinação inicial. Porém, demanda um volume muito alto porque tem baixa concentração, logo, torna inviável fazer em áreas totais, apenas em áreas nobres ou que se pretende recuperar. Cinzas da caldeira: Bagaço Que é queimado para suprir a energia da usina que tem teor de macronutrientes, fuligem da chaminé também. Nada se perde em cana, até a água de lavagem da cana que tem nutrientes pode ser misturada com a vinhaça. Compostagem: Torta + vinhaça + bagaço + foligem + agua de lavagem + esterco de curral (microrganismos) + super simples. Adubação verde e/ou culturas subsidiárias: A colheita geralmente dura de abril/maio até outbro/novembro e o próximo plantio só ocorrerá de janeiro à abril/maio, desse modo há um espaço de tempo em que área fica “parada”. Uma área descoberta pode causar erosão e mais daninhas que vai demandar um consumo intenso de mecanização e controle químico aumentando custos. Logo, pode-se lançar mão de um adubo verde, principalmente leguminosa, porque supre N, protege o solo, cicla nutrientes, melhora propriedades químicas, físicas e biológicas do solo e reduz mato (competição). No mesmo conceito, as culturas subsidiárias promovem uma rotação quebrando ciclos de praga. É importante que se usem culturas que não sejam gramíneas, como soja, feijão, amendoim, girassol. Porque além de todas as vantagens citadas, podem produzir alimentos que agregam valor e quebram o “rótulo” de cultura energética apenas que a cana tem. É relevante porque se renova parte da área todo o ano e agrega um valor social à terra. Consorciamento: É possível e com irrigação é eficiente, com 1,5 de espaçamento entre linhas, permite que se faça o consórcio como culturas como feijão, que se colhe com aproximadamente 3 meses, englobando todas as vantagens citadas anteriormente. Sendo possível produzir alimentos, benefício social e ambiental! Época de plantio A colheita é feita no repouso vegetativo, quando as condições de umidade e temperatura estão baixas, logo, há o acúmulo de açúcares e não o crescimento vegetativo. Existem cultivares precoces (abril/maio/junho), médias (julho/agosto) e tardias (maturação setembro/outubro/novembro) Cana de ano e meio ou 18 meses: Nessa época de plantio a temperatura não é limitante, se houver déficit hídrico deve-se fazer manejo de irrigação. O Plantio ocorre em janeiro/fevereiro que ainda tem umidade para o crescimento inicial. Depois a temperatura e a umidade caem e a cana ficaem repouso vegetativo. De setembro à janeiro quando a temperatura e a água começam a aumentar possibilitando o desenvolvimento vegetativo acelera. Quando chega janeiro/fevereiro do ano seguinte, as temperaturas começam a cair e a planta entra em repouso vegetativo com acúmulo de reservas= maturação para a colheita. Como permanece no campo mais tempo e a taxa de crescimento é de 3 entrenós/mês vai ter maior tamanho, logo, maior acúmulo de sacarose. Logo, é de maior qualidade porque tem maior estrutura de depósito. O plantio no final do período chuvoso minimiza perdas por erosão, especialmente se for mais perto do outono. Plantio mais perto do outono, tem menor incidência de chuva e menor apodrecimento do tolete. Melhor controle do mato, quando recomeça o período chuvoso a cana já está mais bem desenvolvida sendo eficiente na competição. Cana de ano ou de inverno: O plantio é feito de maio(ano) a outubro(inverno), é uma época que tem muita chuva, apodrecimento, mato competição e menor tempo no solo. Geralmente é feito por demanda a usina, quando não há muda suficiente para plantar na época boa ou devido à limitação com maquinário (plantar parte da área em outra época). É importante ressaltar que nem sempre uma cana de 18 meses fica os 18 meses no campo, isso depende da variedade usada. Por exemplo, se plantar em fevereiro e uma variedade tardia (maturação em setembro/outubro/novembro) se colhida em outubro, ficará 20 meses no campo. No caso do plantio de cana de ano e meio, pode- se usar todas as variedades que a cana ficará por mais do que 12 meses no campo que é o necessário para que a cultura se desenvolva. Para cultivos de inverno não é comum usar variedades precoces, porque entrará em maturação antes dos 12 meses necessários. Sendo ideal que para cana ano sempre use variedade tardia, porque se não fica só 7 meses no campo. Essas situações só são observadas no PRIMEIRO CORTE, nos cortes subsequentes serão feitos sempre com 12 meses. Há tendências de o primeiro corte ser mais produtivo devido à compactação e etc. Apenas se no plantio de cana ano fosse usado uma variedade precoce (não recomendado) aí se colheria uma cana com sete meses, então o segundo ciclo é mais produtivos, mas pra esse plantio não se usa variedades precoces, só tardias. Produção de mudas A qualidade da muda é um fator essencial no cultivo de cana. Geralmente feito com cana de 1º corte de 10 a 14 meses oriundas de viveiros porque demandam cuidados especiais. A compra do material pode ocorrer em órgãos oficiais ou produtores credenciados. É importante que sejam conduzidos em solos profundos, se possível irrigar deve ser feita a irrigação, distante de lavouras de gramíneas (evitar pragas e doenças). Preparo do solo deve ser o melhor possível (gradagem, subsolagem, correções, sistematização, maiores recomendações de N para forçar crescimento). A partir de 2 meses (atingido 50 cm) deve-se começar o roguing, ou seja, erradicação. Avalia touceira à touceira (plantio de área de mudas tem espaçamento diferente, inclusive para permitir crescimento das touceiras de forma individualizada). Daí eliminam-se plantas que estejam fora do padrão da variedade ou com ataque de pragas e doenças. Pode ser feito mecanicamente, mas em áreas grandes é feito com controle químico. Ideal que seja mecânico, retirar com cuidado e queimar. Se tiver ataque de vírus deve-se fazer o controle de pulgão antes e caso haja verificação, faz-se o roguing. A pré-fertilização é a aplicação de NPK dois meses antes da colheita para ter um material com maior reserva no plantio, já que o tolete só vai emitir raízes com aproximadamente 40 dias. Mas não é feito no Brasil. Em área comercial nunca se faz porque estimula crescimento vegetativo e consumo de reservas. Cuidados com o corte das touceiras: Deve-se usar dois facões um na mão e o outro numa solução desinfetante e ir trocando para não ter contaminantes, mesmo depois do roguing, todo o cuidado possível. Faz-se a retirada das folhas para que não haja nenhuma barreira física na gema. Depois que corta deixa em repouso para _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ ____________. Tratamento térmico da touceira: Feita para controle do raquitismo da soca, bactéria que coloniza os vazos condutores e a cana vai definhando (fina e sem potencial produtivo). Se deixa em banho maria por 50°C por 2 horas ou 52°C por 30 minutos, pode ser feito com cana inteira, em toletes, minitoletes ou gemas. Depois do tratamento térmico deixa em repouso, depois coloca em solução de tratamento ou fumiga o substrato para não afetar o tolete. Planta no canteiro e depois de 10 dias há a brotação. Antes de abrir o primeiro par de folhas, enche o saco plástico ou copo de papelão e replica o material para lá. Encanteira por 2 a 3 meses e depois leva pro campo e depois para viveiro multiplicador primário. Quebra o estolão com 5 gemas ( não usa facão para não contaminar) e planta ela inteira. Faz estímulo de brotação e segue multiplicando. Mudas pré-brotadas: Faz o tratamento térmico, replicação do meristema, padrão da variedade, limpeza clonal da variedade, moo mais rápido, replica para bandejas ou tubetes (maquinário), prepara o solo (sulcador mais adubo), coloca-se a muda, tem um maior rendimento de trabalho e há maquinário desenvolvido para isso, mas tem um custo altíssimo. MEIOSI: 5-7 meses produz muda e alimento ao mesmo tempo. Plantio O plantio pode ser manual que é predominante no Brasil ou mecânico. O mecânico é feito em solo preparado, abre o sulco, deposita adubo, tolete e fecha o sulco concomitantemente, como o fechamento do sulco é feito logo em seguida, há um maior aproveitamento da umidade. Para o plantio manual as mudas são previamente picadas em tolete. Com todos os cuidados falados na produção de mudas e usa-se geralmente 15 a 18 gemas/ m linear. Quando as mudas não vem de viveiro, deve-se aumentar a densidade das gemas para superar as perdas. Usa estratégias como plantio cruzado, duplo, ou triplo, tem maior peso, maior volume e consequentemente mais trabalho, sendo melhor obter mudas de qualidade. Pode também ser feito o plantio da cana inteira e posterior picamento dentro do sulco, fazendo sempre o cruzamento do ápice com a base (mais velho e esclerosado, = evitando falhas porque as gemas do ápice são mais jovens e vigorosas). O corte da cana em toletes é importante porque se não está cortado inibe a brotação das bases. O tolete com 3 gemas é interessante porque nó é barreira para pragas e doenças, tem reservas suficientes para brotações e permite regulação hormonal à todo o tolete, já que auxina estimula as brotações. Nesse tipo de plantio o caminhão transporta a muda, 4/5 homens posicionam as mudas no sulco e depois mais trabalhadores vêm “arrumando” a cana (cruzando a base de uma com o ápice da outra) e depois pica. Há também o plantio da cana inteira sem picar, nesse caso a cana é jovem tem de 8-9 meses, porque assim todas as gemas vão brotar. Como uma cana de 8-9 meses tem 12 gemas a menos, vai demandar maior área de plantio de mudas porque vai precisar de mais, logo, tem maior trabalho com viveiros. Pode ocorrer envergamento causando perdas de plantio, para evitar, planta com a bainha na ponta para servir como barreira ao envergamento, como só se retira o limbo, há um maior trabalho que consequentemente afeta o custo. Avaliação da qualidade do plantio por meio das falhas em 100m de sulco % falha Avaliação de plantio 0-10 Excelente 11-20 Bom 21-35 Médio 36-50 Ruim >50 Péssimo A cada 50 cm não tiver perfilhamento considera um e soma-se tudo ao longo de 100 metros. Se depois desomar tudo, obtiver 15 metros de falha, pode ser considerado BOM (15m/100m=15%) Controle de Plantas Espontâneas As plantas espontâneas apresentam os conhecidos problemas por competir por água, luz, nutriente e espaço; podem ter ações alelopáticas; tem caráter parasítico (tipo cipó que dificulta colheita); são hospedeiras de pragas e doenças; dificultam o manejo de água; reduzem valor da terra pois tem controle muito difícil. Porém, pode ter alguns benefícios como ser plantas alimentícias; uso medicinal; atrativos para insetos e doenças ao redor do plantio; valor ornamental; controle de poluição; solo coberto evitando erosão (não deixar florir); adiciona M.O. e pode ciclar nutrientes. As plantas daninhas tem grande capacidade de disseminação com grande produção de sementes, com bom mecanismo de dispersão (vento, asas, carrapicho) e duram muito, germinam descontinuamente, tendo produção constante que passa as limitações ambientais. Porém não tem acordo, devem ser eliminadas. A cana de ano e meio tem um crescimento mais lento, mas também o mato enfrenta as mesmas condições (temperatura baixa e menos água), leva de 90 a 150 dias para o fechamento da copa, sendo o controle crítico de 20 a 150 dias. Já a planta ano, como é plantada na época da chuva, vai ter um crescimento vegetativo bem estimulado, logo o fechamento ocorre entre 90-120 dias. O tipo de controle mais comum é o químico. De modo preventivo pode ser realizado por meio da limpeza dos equipamentos que retiram torrões que podem ter sementes de daninhas; limpeza total das ruas ou aceiros (porque pessoas podem levar daninhas); limpeza total dos canais de irrigação e ataque de focos/reboleiras para evitar que se espalhem O controle cultural também é essencial para que o controle seja feito com qualidade. Começa com um bom preparo de solo; mudas de viveiro que tem qualidade, são vigorosas e se estabelecem mais rápido; escolha da melhor época de plantio e se possível com disponibilidade de água, crescimento é mais rápido com boas condições; maior densidade de plantio; cobertura morta com a própria palha do canavial; consórcio (cultura na entrelinha); rotação de culturas para nunca deixar o solo descoberto; cultivo mínimo (revolve pouco o solo e não estimula sementes em profundidade de daninhas brotarem). O controle manual e manual + mecânico é restrito à pequenas áreas onde se retira manualmente entre plantas e com cultivador entrelinhas. O controle mecânico + químico faz o controle nas linhas de plantio com químico e nas entre linhas com cultivadores. Em área total, tanto em pré como pós-emergência se faz controle químico, desse modo limita a produção de alimentos que poderia ser desenvolvida no começo da cultura. Métodos para determinação da maturação da Cana Para ocasião da colheita, é importante ter no MÍNIMO 13% de sacarose. 1- Aparência do canavial: As folhas do terço médio encontram-se secas e pendentes (paralelas ao colmo). Folhas do terço superior/olhadura estão menos eretas e com coloração verde amareladas. Floração da cana só é desejável para melhoramento, porque consome açúcares e começa a isoporizar do centro para a borda e antecipa a colheita pois quanto mais tempo florida, maior é o tempo de consumo de açúcar. 2- Refratômetro de campo (°Brix): Por meio de aparelho se mede a % de sólidos solúveis no campo. Escolhe-se 5 colmos em sequência, em 3 linhas por talhão, em cada colmo faz duas leituras (A: primeiro entrenó maduro que depois de tirada as folhas é o primeiro entrenó que muda de cor ou tem dificuldade para colocar a unha é o maduro e B: segundo entrenó da base pro ápice). Vai se avaliar o índice de maturação que é Leitura A/Leitura B. Índice de Refração Maturação da Cana < 0,7 Cana verde 0,7-0,8 Maturação baixa 0,8-0,9 Maturação média 0,9-1,0 Cana madura >1,0 Maturação ultrapassado ou em declínio de maturação 3- Análises químicas: É desejável um Brix > 18° e Pol (tor de sacarose do caldo) >= 15,3 com uma pureza aparente (Pol/Brix) maior que 85% e açúcares redutores < 1%. Quando a planta está crescendo ela é rica em açúcares redutores. Quando entra em maturação estoca sacarose (glicose + frutose) no vacúolo. Logo, numa cana madura é interessante ter quase nada de açúcares redutores e muita sacarose. Pega-se 10 colmos/talhão e faz as análises no caldo. Açúcar provável = (1,4 pol – 0,4 Brix) * 8 = kg de açúcar/ teor de cana esmagado O açúcar provável REAL = 95% açúcar provável teórico. Isso porque tem 5 % de perdas de rendimento. Situação: Foram analisados dois talhões. O Talhão A com índice de maturação de 0,95 e Açúcar provável de 120 kg/ton. Já no talhão B com I.M. 0,85 e A.P. de 130 kg/ton. Qual desses dois talhões deve-se colher primeiro? Colheria primeiro o A porque já está maduro e se ficar mais tempo no campo pode entrar em declínio e consumir açúcar rendendo menos. Já o talhão B ainda vai maturar, mesmo que sua produção já esteja mais alta que a do A, pode render ainda mais. Essa avaliação é feita com o sorteio de 3 pontos de subamostras no caminhão que são tiradas por meio de sondas. A amostra passa por triturador e depois se manda para o laboratório. São pesados 500 gramas e levados para a prensa. O caldo é clarificado para leitura do Brix e da Pol (sacarímetro). As cargas amostradas dependem da quantidade de cargas que o produtor manda à usina. Colheita Representa cerca de 60% do custo da produção junto com o transporte. A partir do momento que a cana estiver madura, parte-se para a colheita. Existem 3 tipos de métodos de colheita: manual, semi-mecanizado ou inteiramente mecanizado A colheita manual é feito o corte manual da cana e o carregamento da mesma também é feito manualmente. Realizado em áreas de maiores declividades e menores áreas (para consumo humano ou alambiques). O semi-mecanizado é o mais usado na cana-de-açucar. O corte é feito manualmente e o transporte é mecanizado. O mecanizado é em que tanto o corte quanto o transporte é feito por máquinas. As colheitadeiras tem um alto custo. Todo o equipamento custa cerca de R$1 milhão, podendo ser alugado por grupo de produtores ou usinas. A partir do momento que se proíbe a queima da cana, fica inviável colheita. As máquinas substituem muito o número de trabalhadores rurais (problemas sociais, uma máquina consegue substituir cerca de 200-300 trabalhadores). As máquinas pneumáticas tem um limite de colheita de declividade de 12% para que não tombe e cause acidentes ao operador. As de esteira suportam maiores declividades de até 18%. É um importante um sistema bem sistematizado, ou seja, cultivo homogêneo. Também é importante que seja resistente ao tombamento e seja bem cortada, porque se deixa lasca e material no campo, prejudica a soca porque estimula brotações superficiais que não produzem sistema radicular, que vai continuar usando o sistema radicular já formado que depois de 4,5 meses vai morrer causando falhas no plantio. Também se retira folha da olhadura porque não tem sacarose, diminui a qualidade do caldo e é abrasiva podendo estragar a moenda. O manejo de queima é feito para aumentar o rendimento da colheita. Como tem resíduo de até 20ton/ha, a queima reduz o embuchamento do maquinário que deve ser limpo e etc. Desse modo, com queima, o rendimento é maior porque tem menos paradas para limpeza e a colheita é muito mais rápida. Na colheita manual com queima o rendimento do trabalhador é 6-20 ton/dia. E esse trabalhador ganha por ton de cana cortada, sem a queima, o rendimento do trabalhador é de 2-4ton/dia. Sem contar a dificuldade de encontrar trabalhadores dispostos a enfrentar uma lavoura de cana crua porque as folhas ricas em silício e com bordos serrilhados tem um poder cortante muito grande, e também possuemjoçal que causa reações alergicas e a lavoura é toda fechada com diversos perigos. O papel do fogo é de eliminar folhas secas e pendentes. Uma usina consome de 3000 a 9000 ton/dia, sendo necessário um batalhão de pessoas para suprir essa necessidade. Como saída, o corte da cana crua é feito com um ótimo rendimento pelo maquinário. A queima joga muito CO2 na atmosfera, o que torna um paradoxo da poluição do ar para a produção de um combustível que é considerado limpo. Sem contar que elimina a palha, perdendo todos os benefícios da matéria orgânica(menos exposição do solo, menor temperatura no solo, maior disponibilidade de agua, menor erosão, quelatação de elementos tóxicos, CTC, economia de herbicidas, manejo dos inimigos naturais da broca e cigarrinha). Além do que a palha tem valor econômico que junto com o bagaço produzem álcool de segunda geração, com potencial de dobrar a produção de álcool sem aumentar 1 ha de cana plantada. A queima provoca uma fumaça que próximo à rodovia pode causar acidentes, a fumaça e foligem causam problemas respiratórios, e inconvenientes aos donos de casa. A queima também faz com que sejam perdidas por volatilização N e S e também ocorre a perda de açúcares que com o fogo causam rupturas que exuda açúcar que vai ser perdido na agua de lavagem. A queima da da cana elimina os inimigos naturais das pragas da cana. A lavoura de cana é dividida em seções com até 2000 hectare que são responsabilidade de um agrônomo, são divididos pro acidentes geográficos, rios, estradas e etc. Dentro deles estão divididos os setores de acordo com relevo, vegetação, fertilidade. Dentro dos setores estão os talhões que tem no máximo 12 ha, com o corte mecanizado os talhões podem ter 20-30 ha para evitar que a maquina dê menos voltas. A queima quando feita é feita por talhões, primeiro taca o fogo contra o vento que se alastra pelas folhas secas e quando chegar no meio bota o fogo na direção do vento para evitar que o fogo se espalhe para os outros talhões que ainda não estejam no ponto de colheita. Caminhões pipas devem estar na proximidade para controlar o fogo caso faísca se alastre. A cana deve ser cortado e processado em 24-48h. Porque perde umidade e continua respirando fazendo com que o açúcar seja consumido. Desse modo, o tamanho dos talhões é definido de acordo com o compromisso com a usina 800 ton/dia x 2 dias que fica no campo = 1600 ton dividida por 80ton/ha= 20 ha. Ou seja, para atender a usina, precisa entregar dois talhões de 10 ha. A cana bisada é a cana que por motivos como a chuva, quebra da usina, ausência de mao-de-obra que não foi possível colhê-la. Ela vai ser colhida no começo da outra safra seguinte. Sua qualidade é inferior porque há consumo de açúcar e tal por ficar no campo. A cana tiguera quando elimina a lavoura e não o fizer bem feito (enxadas rotativas ou químico). Quando não consegue eliminar uma brotação, ela vai brotar e vai ser hospedeira para pragas e doenças. Importante especialmente se você está eliminando aquela lavoura para implantar outra de maior qualidade ou variedade mais resistente. Tratos culturais da Cana Soca Faz-se o plantio do tolete que origina a cana planta ou cana de primeiro corte, depois do primeiro corta dá origem à cana soca e cana de segundo corte, depois do próximo corte tem a ressoca ou cana de terceiro corte e assim sucessivamente. Geralmente só tem 4 a 5 cortes devido à compactação pelo intenso trafego de caminhões e maquinário. Com a tendência de não queimar a cana, com a vantagem da M.O. prevê o aumento da quantidade de cortes. 1- Enleiramento da palha: Quando não se queima tem 10-20 ton/ha de palha que forma um colchão de 20-30cm que pode causar falhas de rebrota da soca (desafio do melhoramento). O enleiramento visa retirar palha da linha de plantio. No corte mecanizado é mais difícil de fazer porque pica a palha sendo a saída variedades que rebrotem melhor quando cobertas. As vantagens são a incorporação, permanência de M.O. no solo, reduz 50% a aplicação de herbicidas (já que o enleiramento é feito de duas linhas deixando uma entre linha enleirada e uma não). As desvantagens é que nao permite a escarificação na entre linhas enleiradas, o que dificulta a infiltração de agua e etc. Outra coisa é que limita a adubação do lado das linhas (sendo que tem raízes dos lados), pode ser foco de pragas e doenças que fogem ao controle em casos como esse o produtor desespera e taca fogo em tudo, expõe solo, destrói tudo, sem nada. Fogo depois do corte não deve ser feito, fogo na cana em pé vai repor pelo menos a palha do ponteiro. No corte mecanizado o desafogamento é feito linha a linha porque tem muita massa vegetal. 2- Sangria ou rodeamento da soca: Questionavel, é feito com sulcadores para eliminar o sistema radicular para favorecer o sulco para fazer adubação ao lado da soca. Só que o sistema radicular antigo é essencial para continuar o h2o + nutrientes durante em 4 meses e meio para o desenvolvimento das brotações por isso esta em desuso. 3- Escarificação, adubação e subsolagem com controle de espontaneas: Pode fazer todo esse manejo numa única passada. Passagem de discos para condicionar o solo com hastes subsoladoras com mangueiras para jogar adubo onde for rasgar o solo (a 30 cm profundidade efetiva do sistema radicular). Como já foi feito manejo de daninhas pre-plantio e o sistema ja esta bem desenvolvido, logo, uma passagem de disco é eficiente para controle das daninhas e a soca vai facilmente fechar o plantio com um maquinário adaptado para essas operações. Pragas e doenças Broca da Cana: Diatraea saccharalis, é uma mariposa cujas larvas causam a morte da gema apical e danos no interior do colmo da cana-de-açúcar. Através dos orifícios abertos pelas larvas, ocorre penetração de fungos dos gêneros Fusarium e Colletotrichum, que causam a podridão vermelha. O controle biológico da broca consiste no método mais eficiente através da liberação de parasitóides como a Cotesia flavipes. CIGARRINHA DAS RAÍZES – As ninfas da cigarrinha das raízes, Mahanarva fimbriolata, produzem uma espuma na base dos colmos, nas raízes superficiais, onde se alimentam tirando agua e nutrientes das raizes e se mantêm protegidas embaixo da palha da cana colhida sem queimar até atingirem a fase adulta.O controle biológico, com a aplicação do fungo Metarhizium anisopliae . CUPINS – São insetos sociais que vivem em colônias organizadas. Perdas ocorrem com falhas na brotação das soqueiras e redução da longevidade do canavial. A maioria das espécies de cupins não é agressiva à cultura, ao contrário é benéfica. O controle é feito por MIP e cupinicida. MIGDOLUS – No estágio de larva, o besouro Migdolus fryanus ataca o sistema radicular da cana causando falhas na brotação das soqueiras, morte em reboleiras e necessidade de reforma precoce do canavial. Os melhores resultados de controle são obtidos com a aplicação de inseticidas por ocasião do preparo do solo e complementar é a aplicação sobre as mudas, no sulco de plantio, em operação conjunta com a cobrição. ESCALDADURA DAS FOLHAS – Causada por bacteria, transmitida por mudas e corte, cusa estrias brancas e brotações laterais. Usa variedade resistente e mudas sadias. RAQUITISMO DA SOQUEIRA – Causada por bacteria, causa entupimento dos vasos, brotação da soca que causa colmos finos e improdutivos. Uso de variedades resistentes e tratamento termico. MOSAICO VIRUS – Causado por virus, transmitido por pulgoes e mudas infectadas, perda de area foliar e necrose, o controle é feito por variedades resistentes e roguing do viveiro. CARVÃO – Causado por fungos, detectados pelo chicote, perde produtividade e rendimento do caldo. Controlado por variedades resistentes, roguing e tratamento termico. FERRUGEM– Causada pelo fungo Puccines melanocephala, pustulas que reduzem area fotossisntetica, crescimento retardado, morte de perfilhos, colmo finos e entrenos curtos. Uso de variedades resistentes. Acúmulo de Sacarose
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