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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri Instituto de Ciência, Engenharia e Tecnologia Campus do Mucuri - Teófilo Otoni - Minas Gerais Relatório Aula Prática: Determinação de Perda de Carga Experimental e Calculada 30 de Março de 2017 Lorena Lehmann Alves 1 20151021045 Luara Achtschin Godinho 2 20151021032 Luély Souza Guimarães 3 20151021082 Mariane Nunes Mendes 4 20151021033 Phillipe Luz de Moraes 5 20151021087 Relatório Aula Prática: Determinação de Perda de Carga Experimental e Calculada Relatório de Aula Prática apresentado à dis- ciplina de Mecânica dos Fluidos, ministrada pelo Prof. Dr. Cristiano Agenor Oliveira de Araújo a , do Bacharelado em Ciência e Tecnologia do Instituto de Ciência, Enge- nharia e Tecnologia (ICET), da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mu- curi (UFVJM), Campus Avançado do Mu- curi, como requisito parcial para obtenção de aprovação. a http://lattes.cnpq.br/8015054807690894 Março de 2017 1 http://lattes.cnpq.br/0876583298490272 2 http://lattes.cnpq.br/5389441374606723 3 http://lattes.cnpq.br/1447007018755216 4 http://lattes.cnpq.br/2557162903652933 5 http://lattes.cnpq.br/7776847848749655 Determinação de Perda de Carga Experimental e Calculada 2016/2 Conteúdo 1 Introdução 2 2 Objetivos 5 3 Procedimento Experimental 6 3.1 Materiais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 3.2 Métodos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 4 Resultados e Discussão 8 5 Conclusão 12 Referências 13 1 Determinação de Perda de Carga Experimental e Calculada 2016/2 1 Introdução Por definição: Um fluido é uma substância que se deforma continuamente sob a aplicação de uma tensão de cisalhamento (tangencial), não importando o quão pequeno seja o seu valor. Como o movimento do fluido continua sobre a aplicação dessa tensão, definimos um fluido também como uma substância que não pode sustentar uma tensão de cisalhamento quando em repouso. (FOX et al., 2000) Os fluidos são caracterizados pelo comportamento da viscosidade (µ) e podem ser ideais ou reais. Os fluidos ideais não têm viscosidade (µ = 0), ou seja, não resistem ao corte, e tem distribuições de velocidade uniforme quando fluem. Não existe fricção entre camadas que se movimentam no fluido e não existe turbulência. Não encontramos fluidos ideais no mundo real. Os fluidos reais por sua vez, exibem viscosidade finita e distribuição de velocidade não uniforme, experimentam fricção e turbulência ao fluírem, e ainda podem dividir-se em fluidos Newtonianos e fluidos não-Newtonianos. Por conveniência, a maioria dos problemas com fluidos assumem fluidos reais com propriedades Newtonianas. A natureza viscosa de um fluido real e incompressível, onde a variação de densidade do fluido é desprezível, conduz a características diferentes de escoamento. Quando um fluido viscoso escoa em um tubo, podemos verificar a existência de três regimes de escoamento: laminar, transição e turbulento. O número de Reynolds (Re) é um número adimensional usado em mecânica dos fluidos para o cálculo do regime de escoamento de determinado fluido dentro de um tubo ou sobre uma superfície. Re = Dvρ µ (1) Onde: ρ é a massa específica do fluido (kg ·m−3); µ é a viscosidade dinâmica do fluido (kg ·m−1s−1); v é a velocidade do escoamento (m · s−1); D é o diâmetro da tubulação (m). Quando Re ≤ 2100 o escoamento é laminar, entre 2100 < Re < 4000 o escoamento é de transição e quando Re ≥ 4000 o escoamento é turbulento. A equação de Bernoulli relaciona a pressão e a velocidade de um fluido ideal, incompressível, que escoa em regime permanente sob efeito da gravidade ao longo de um tubo, sendo ela: z1 + P1 ρg + v21 2g = z2 + P2 ρg + v22 2g (2) 2 Determinação de Perda de Carga Experimental e Calculada 2016/2 onde: z1 e z2: são as energias potenciais de posição por unidade de peso (cargas de posição); P1 ρg e P2 ρg : são as energias potenciais de pressão por unidade de peso (cargas de pressão); v21 2g e v22 2g : são as energias cinéticas por unidade de peso (cargas cinéticas); Entretanto, para a equação de energia de um fluido real é preciso levar em consideração a possível perda e/ou ganho de energia que se dá por meio dos atritos internos e das energias fornecidas/retiradas no escoamento. Essas perdas e/ou ganhos de carga devem ser adicionados na Equação (2). Em uma tubulação fechada, as partículas em contato com a parede adquirem a veloci- dade da parede, ou seja, velocidade nula, e passam a influir nas partículas vizinhas através da viscosidade e da turbulência, dissipando energia. Essa dissipação de energia provoca um abaixamento da pressão total do fluido ao longo do escoamento que é denominado de perda de carga (ht). Existem dois tipos de perda de carga em tubulações: a perda de carga distribuída (hd) e a perda de carga localizada ou singular (hs). De modo que: ht = hd + hs (3) • Perda de carga distribuída: a parede dos dutos retilíneos causa uma perda de pres- são distribuída ao longo do comprimento do tubo, devido ao atrito que elas exercem, fazendo com que a pressão total vá diminuindo gradativamente ao longo do compri- mento. Para o escoamento turbulento, a perda de carga é: hd = f ( L D ) v2 2g (4) onde: f : é o fator de atrito (adimensional); L: é o comprimento (em m) do trecho reto da tubulação; D: diâmetro (em m) da tubulação; v: é a velocidade média (em m · s−1) do fluido no tubo; g: é a gravidade (9, 8m · s−2). A Equação (4) é a chamada Equação de Darcy, e o fator de fricção, f, por ela definido, é o Fator de Darcy, que pode ser obtido no Diagrama de Moody ou ainda calculado analiticamente segundo a Equação de Colebrook. • Perda de carga localizada: é causada pelos acessórios de canalização, ou seja, as diversas peças necessárias para a montagem da tubulação e para o controle do fluxo 3 Determinação de Perda de Carga Experimental e Calculada 2016/2 do escoamento, que provocam variação brusca da velocidade, em módulo ou direção, intensificando a perda de energia nos pontos em que estão localizadas. É calculada por: hs = ∑ i kiv 2 2g (5) onde: k: é o coeficiente de perda (tabelado); v: é a velocidade média (em m · s−1) do fluido no tubo; g: é a gravidade (9, 8m · s−2). Além da energia dissipada por atrito viscoso (ht), devemos também considerar: • hf que é a energia fornecida em forma de trabalho ao sistema, como por exemplo, o uso de uma bomba; • hr que é a energia retirada em forma de trabalho, como por exemplo, o uso de uma turbina. Assim sendo, a Equação (2) pode ser reescrita como: z1 + P1 ρg + v21 2g + hf − hr − ht = z2 + P2 ρg + v22 2g (6) A Equação (6), ou Equação de Bernoulli modificada, é a equação da energia para flui- dos reais incompressíveis, em regime permanente e com escoamento em linha de corrente. 4 Determinação de Perda de Carga Experimental e Calculada 2016/2 2 Objetivos O experimento tem como objetivo determinar a perda de carga em um escoamento de tubo liso e comparar a variação de pressão obtida experimentalmente a calculada através da Equação de Bernoulli. 5 Determinação de Perda de Carga Experimental e Calculada 2016/2 3 Procedimento Experimental A atividade prática descrita a seguir foi realizada no dia 24 de março de 2017, no laboratório de Mecânica dos Fluidos, prédio do ICET da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, campus do Mucuri. 3.1 Materiais • Bancada HD98; • Manômetros Digitais; • Trena graduada em centímetros; • Água. 3.2 Métodos Primeiramente,verificou-se a presençade bolhas de ar nas mangueiras dos manômetros (a presença de bolhas pode provocar erros na medida da diferença de pressão). Em seguida, as mangueiras foram ligadas nos pontos P1 e P2, a fim de se realizar as medidas de pressão de entrada e saída do fluido através dos manômetros digitais. Com a vazão ajustada em 4000L/h, foi feita a abertura da válvula e o fluido iniciou seu escoamento através do tubo liso de diâmetro de 27mm. As válvulas do conjunto permaneceram abertas durante todo o procedimento para permitir a passagem da água da descarga da bomba, enquanto as válvulas das outras tubulações permaneceram fechadas. Após a observação das pressões de entrada e saída na tubulação, os trechos retos foram medidos com o auxílio da trena e os acidentes, bem como seus ângulos, foram identificados. 6 Determinação de Perda de Carga Experimental e Calculada 2016/2 Figura 1: Bancada HD98 Fonte: Elaborada pelos autores 7 Determinação de Perda de Carga Experimental e Calculada 2016/2 4 Resultados e Discussão Após a realização do procedimento experimental e sabendo que o fluido é incompres- sível em regime permanente, pode-se aplicar a Equação (6) para o sistema proposto: z1 + P1 ρg + v21 2g + hf − hr − ht = z2 + P2 ρg + v22 2g Adotando o referencial nos pontos de medição de pressão, sabendo que o diâmetro não se altera ao longo da tubulação e que entre os pontos adotados não há energia fornecida nem retirada, observa-se que: z1 e z2: são iguais; v1 e v2: são iguais; hf = 0; hr = 0. Logo, pode-se reescrever a Equação (6) da seguinte forma: P1 − P2 = ρght (7) Dados: A = piD 2 4 = 5, 7256 · 10−4m2 Q = 4000L/h = 1, 1111 · 10−3m3/s D = 27mm = 27 · 10−3m ρ = 1 · 103kg/m3 µ = 1 · 10−3kg/ms Para a obtenção da velocidade média do fluido no tubo, utiliza-se a Equação da Con- tinuidade: Q = vA (8) sendo assim: v = Q A v = 1, 1111 · 10−3 5, 7256 · 10−4 v = 1, 9406m/s Sabe-se que o fator de atrito f é função do Número de Reynolds e da Viscosidade Relativa, tendo em vista que o Número de Reynolds pode ser calculado através da Equação (1) 8 Determinação de Perda de Carga Experimental e Calculada 2016/2 Re = Dvρ µ logo: Re = 27 · 10−3 × 1, 9406× 1000 1 · 10−3 Re = 52396, 2 Sabendo que o tubo é liso e com o Número de Reynolds encontrado através da Equação (1), através do Diagrama de Moody pode-se obter que: f = 0, 0206 Para o comprimento do tubo, basta somar os tamanhos dos trechos retos do mesmo: Figura 2: Trechos retos de tubulação Fonte: Modificada pelos autores Tabela 1: Medidas dos trechos retos de tubo Número Comprimento (m) 1 0,048 2 0,097 3 0,048 4 0,062 5 0,106 6 0,033 7 0,106 8 0,033 9 0,033 Logo: L = 0, 566m Calculando a Perda de Carga Distribuída através da Equação (4): 9 Determinação de Perda de Carga Experimental e Calculada 2016/2 hd = f ( L D ) v2 2g hd = 0, 0206 ( 0, 566 27 · 10−3 ) 1, 94062 2× 9, 8 hd = 0, 083m Para o cálculo da Perda de Carga Singular, primeiramente faz-se o somatório das perdas ocasionadas pelos acidentes: Figura 3: Vávulas na tubulação. 1 - 4: Joelho de 90 o padrão. 5 - 8: Joelho de 45 o padrão. 9 - 12: Joelho de 90 o de raio longo Fonte: Modificada pelos autores Tabela 2: Perda adicional por atrito no escoamento turbilhonar através de válvulas. Número de válvulas Tipo de válvula Perda por válvula 4 Joelho de 90o padrão 0,75 4 Joelho de 45o padrão 0,35 4 Joelho de 90o de raio longo 0,45 Sendo assim: 12∑ i=12 ki = 6, 2 Logo, através da Equação (5): hs = ∑ i kiv 2 2g hs = 6, 2× 1, 94062 2× 9, 8 hs = 1, 1913m Através da Equação (3): ht = 1, 2743m Por fim, utilizando a Equação (7): 10 Determinação de Perda de Carga Experimental e Calculada 2016/2 P1 − P2 = 1000× 9, 8× 1, 2743 P1 − P2 = 12488, 14Pa ∆P = 12, 49kPa Calculando o ∆P obtido através do experimento, obteve-se que ∆P = P1 − P2 ∆P = (57, 00− 40, 00)kPa ∆P = 17, 00kPa sendo observada então uma discrepância em relação à variação de pressão obtida através da Equação de Bernoulli. 11 Determinação de Perda de Carga Experimental e Calculada 2016/2 5 Conclusão Comparando a pressão obtida experimentalmente com a calculada através da Equação de Bernoulli constata-se que houve uma discrepância de 4, 51kPa entre as duas pressões. Brunetti explica que, �a equação de Bernoulli, devido a um grande número de hipóte- ses simplificadoras, dificilmente poderá produzir resultados compatíveis com a realidade� (BRUNETTI, 2007). Para esse caso, as hipóteses simplificadoras foram: • Regime permanente; • Ausência máquina no trecho de escoamento em estudo, seja fornecendo ou retirando energia do fluido; • Fluido incompressível. Além das hipóteses simplificadoras que diminuem a precisão da Equação de Bernoulli, podemos considerar que a discrepância também pode ter ocorrido devido a erros de cali- bração dos equipamentos, como os manômetros e o rotâmetro, e erros ou imprecisões nas medidas realizadas com a trena. Entretanto, mesmo com a incompatibilidade dos resultados, deve-se salientar que a equação de Bernoulli possui fundamental importância na representação de fenômenos naturais, devendo eliminar gradualmente as hipóteses e introduzir os termos necessários, para torná-la ainda mais precisa. Além disso, pôde-se observar que no trecho analisado nesse experimento não houve ganho de energia por meio de trabalho fornecido ao sistema, nem perca de energia por trabalho retirado do sistema. E que as perdas de carga ocorreram por meio do atrito nos trechos de tubo reto e nos acidentes da tubulação. 12 Determinação de Perda de Carga Experimental e Calculada 2016/2 Referências (201?). Propriedades dos Fluidos. Acesso em: 27 de março de 2017. Disponível em: http://www.estgv.ipv.pt/paginaspessoais/jqomarcelo/OT/DEMadOTF luidos.pdf. ARAÚJO, C. A. O. d. (201?). Introdução à Mecânica dos Fluidos, Apostila da disciplina CTT134, Mecânica dos Fluidos. BRUNETTI, F. (2007). Mecânica dos fluidos. Pearson Prentice Hall. FOX, R. W., PRITCHARD, P. J., and MCDONALD, A. T. (2000). Introdução à mecânica dos fluidos. Grupo Gen-LTC. RODRIGUES, L. E. M. J. Escoamento Laminar e Turbulento. Instituto Ferderal de Educação, Ciência e Tecnologia. 13
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