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A interpretação dos sonhos2

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A INTERPRETAÇÃO DOS SONHOS
CAP. VII – A PSICOLOGIA DOS PROCESSOS ONÍRICOS
Teorias Psicanalíticas
Jane Fischer Barros
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DIVISÃO DO CAPÍTULO VII
O esquecimento dos sonhos;
Regressão;
Realização de desejos;
O despertar pelos sonhos – a função dos sonhos – sonhos de angústia;
Os processos primário e secundário – recalcamento;
O inconsciente e a consciência – realidade;
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OBJETIVO DO CAPÍTULO:
Como explicar o SONHO como um processo psíquico;
A partir disso, formula novas hipóteses sobre a ESTRUTURAÇÃO DO APARELHO PSÍQUICO;
Quais JOGOS DE FORÇA que estão atuando ali?
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“PAI, NÃO VÊS QUE ESTOU QUEIMANDO?”
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1. ESQUECIMENTO
Não temos nenhuma garantia de conhecer (os sonhos) tal como realmente ocorreram;
Quando lembramos do sonho, na nossa atividade interpretativa, já foi mutilado pela infidelidade de nossa memória;
Os sonhos surgem de forma: fragmentada, inexata, falseada, desconexo, nebuloso;
Atenção: interpretar tanto os componentes mais ínfimos, menos destacados e mais incertos do conteúdo dos sonhos quanto os que são preservados com mais nitidez e certeza.
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Não há nada arbitrário, mesmo a partir da narrativa do sonho (elaboração secundária), ou seja, mesmo a distorção pode – e deve – ser interpretada;
Recontar o sonho;
A dúvida ou a autocorreção (no relato do sonho) podem estar sendo utilizados pela resistência;
Assim como o esquecimento (também é superestimado). Um único fragmento pode ser material de muitos momentos em análise
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Não se pode consumar a interpretação de um sonho de uma só vez (adiada, fracionada, mais de uma interpretação);
Não se pode interpretar todo e qualquer sonho;
Dois sonhos consecutivos podem ser interpretados de forma complementar;
Umbigo do sonho: emaranhado, ponto mergulhado no desconhecido;
Abandonar as representações-meta (que conhecemos) – para abertura para novas associações e representações (involuntárias);
Ao longo do relato, as associações se interpenetram
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2. REGRESSÃO
O pensamento é representado como uma situação imediata, em que o “talvez” é omitido;
O pensamento se transforma em imagens visuais e em fala;
No sonho, o desejo, o pensamento é encenado ou vivenciado;
Como isso ocorre?
A partir dessa pergunta, Freud busca estudar o mecanismo psíquico dos sonhos.
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APARELHO PSÍQUICO
Localização PSÍQUICA (e não anatômica);
Sequência TEMPORAL (e não espacial);
A atividade psíquica tem um sentido (direção). Parte de um estímulo (interno ou externo) e termina em inervação. 
De uma extremidade sensorial (percepção) à extremidade motora.
Como um aparelho reflexo.
Mas e os traços que ficam no aparelho psíquico? A memória?
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Traços mnêmicos = variedades de registros = associados de formas distintas;]
Instância crítica (Pcs) = tela entre o Ics e o Cs = ela quem dirige nossa vida em vigília e determina nossas ações voluntárias e conscientes
Vigília = Pcpt – pcs – cs (progressivo)
Sonho = (regressivo) = pois vai do Ics ao Pcpt, ou seja, alucinatório;
Sonhar é, em seu conjunto, um exemplo de regressão à condição mais primitiva do sonhador, uma revivescência de sua infância, das moções pulsionais que a dominaram e dos métodos de expressão de que ele dispunha nessa época.
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3. REALIZAÇÃO DE DESEJOS
Sempre? Direta ou indiretamente (censura);
Origens:
Despertado durante o dia e não satisfeito (por motivos externos;
Surgido durante o dia, mas repudiado (reprimido);
Sem ligação com a vida diurna e emergem somente à noite
A partir de moções que emergem à noite (necessidades fisiológicas, sexuais)
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Moções de PENSAMENTO que persistem no sono:
Não houve conclusão ao longo do dia, por algum obstáculo;
Não resolvido por incapacidade (intelectual);
Rejeitado ou suprimido durante o dia;
Aquilo que foi ativado no ICS a partir da atividade do PCS no dia;
Restos diurnos passados despercebidos e indiferentes, não sendo tratados no dia
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Então, como as preocupações justificadas, reflexões dolorosas ou apercebimentos aflitivos podem aparecer no sonho? Seria, ainda assim, realização de um desejo? Não seria seu oposto?
SONHOS DE ANGÚSTIA = um desejo inconsciente e recalcado, cuja realização o ego do sonhador não poderia deixar de vivenciar como aflitivo, aproveitou a oportunidade que lhe foi oferecida pela catexia persistente dos restos diurnos da véspera, emprestou-lhe seu apoio e assim lhes facultou penetrarem num sonho.
SONHOS DE PUNIÇÃO = o desejo de ser punido por uma moção de desejo recalcada e proibida. Ou seja, o desejo de punição não é de algo recalcado (ics) mas provém do próprio ego.
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As representações inconscientes só encontram expressão na medida em que transferem sua intensidade para as representações Pcs;
O material ICS empresta a FORÇA e o PCS empresta o CONTEÚDO;
ICS (desejo infantil suplantado) + PCS (desejo de dormir) = formação de compromisso
Realização de desejo = satisfação (alucinada) = cessar a excitação (princípio da constância)
O pensamento é substituto do desejo alucinado
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O PROCESSO PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO - RECALCAMENTO
Tudo o que descrevemos como ‘trabalho do sonho’ parece afastar-se imensamente daquilo que reconhecemos como processos racionais de pensamento;
Tornar-se consciente = aplicação de uma certa função psíquica – atenção (cadeia de pensamento “escolhida”, recebe atenção, ou seja, energia catexial)
Outros processos de pensamento não são investidos catexialmente, são repudiados, suprimidos, desprezados; ficam entregues a suas próprias excitações (livres) – que podem ser “pegas” pela catexia do desejo ics e ganhar força.
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Condensação;
Deslocamento;
Formação de compromisso (associação superficial que traz junto uma associação com desejos ics), transformando pensamento em imagem;
Chistes (representações mantém associações frouxas entre si)
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Primeiro sistema = processo primário = desejar = orientado para garantir a livre descarga = decréscimo de excitação = prazer = estabelecer uma identidade perceptiva (vivência de satisfação)
Segundo sistema = processo secundário = pensar = inibir a descarga, transformar em catexia em repouso = realidade = identidade de pensamento
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O INCONSCIENTE E A CONSCIÊNCIA
É essencial abandonar a supervalorização da propriedade do estar consciente para que se torne possível formar uma opinião correta da origem do psíquico. [...] deve-se pressupor que o inconsciente é a base geral da vida psíquica. [...] o ics é a verdadeira realidade psíquica: em sua natureza mais íntima, ele nos é tão desconhecido quanto a realidade do mundo externo, e é tão incompletamente apresentado pelos dados da consciência quanto o é o mundo externo pelas comunicações de nossos órgãos sensoriais.
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E a consciência?
Apenas a de um órgão sensorial para a percepção de qualidades psíquicas (como o sistema perceptiva, sem memória)
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E quanto ao valor dos sonhos para nos dar conhecimento do futuro? Naturalmente, isso está fora de cogitação. Mais certo seria dizer, em vez disso, que eles nos dão conhecimento do passado, pois os sonhos se originam do passado em todos os sentidos. Não obstante, a antiga crença de que os sonhos preveem o futuro não é inteiramente desprovida de verdade. Afinal, ao retratarem nossos desejos como realizados, os sonhos decerto nos transportam para o futuro. Mas esse futuro, que o sonhador representa como presente, foi moldado por seu desejo indestrutível à imagem e semelhança do passado.

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