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Teoria Geral do Direito Penal I Final

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Teoria Geral do Direito Penal I – Avaliação Semestral 
Aplicação da Lei Penal 
 Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia 
cominação legal. 
 Ninguém pode ser punido caso não exista uma lei que considere o fato 
praticado como crime. Pode ser chamado de Princípio da Reserva Legal, pois 
a definição dos crimes e suas penas só podem ser dadas, exclusivamente, por 
lei, excluindo qualquer outra fonte legislativa. 
 De acordo com o Princípio da Legalidade, a elaboração das normas 
incriminadoras é função exclusiva da lei; nenhum fato pode ser considerado 
crime e nenhuma pena criminal pode ser aplicada sem que antes da ocorrência 
deste fato exista uma lei definindo-o como crime e resultando em uma sanção 
correspondente. A lei deve definir com precisão e clareza a conduta proibida. 
 Princípios – Não podem ser considerados criminosos os fatos 
socialmente adequados, ou seja, as condutas que são aprovadas pela 
coletividade não podem ser consideradas criminosas pelo legislador. 
“minimis non curat pretor” (O pretor não cuida de crimes insignificantes). O 
tipo penal cuida do bem jurídico e da proteção do cidadão, portanto, se o delito 
for INCAPAZ de ofender o bem jurídico, não haverá como enquadrá-lo no tipo. 
Apesar de ser insignificante, não faz com que o fato deixe de ser inadequado à 
sociedade. 
*A LEI PENAL SÓ PODERÁ ALCANÇAR FATOS ANTERIORES PARA 
BENEFICIAR O RÉU* 
A lei penal, como todas as demais do ordenamento jurídico, entra em vigor 
na data nela indicada. Caso não haja indicação na própria lei, aplica-se o 
disposto no art. 1°, caput, da Lei de Introdução ao Código Civil, no qual está 
estabelecido o prazo de 45 dias após a publicação oficial, para que a lei entre 
em vigor no Brasil. O prazo entre a publicação oficial e sua entrada em vigor 
chama-se vacatio legis. 
 
“tempus regit actum” – A lei é “responsável” pelos acontecidos entre o seu 
momento de vigor até cessar sua vigência. A lei permanecerá em vigor até que 
outra a modifique ou revoque, a não ser que se trate de lei temporária. 
Irretroatividade da Lei Penal – O ponto de referência nessa discussão é 
SEMPRE o réu. 
 “Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar 
crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença 
condenatória.” 
 O fundamento dessa proibição é a ideia de segurança jurídica, que se 
consubstancia num dos princípios reitores do Estado de Direito, segundo o qual 
as normas que regulam as infrações penais não podem modificar-se após suas 
execuções em prejuízo do cidadão. 
Retroatividade da Lei Penal 
 No conflito das leis penais no tempo, é indispensável investigar a qual a 
que se apresenta a mais favorável ao indivíduo tido como infrator. A lei anterior, 
quando for mais favorável, terá ultratividade e prevalecerá mesmo ao tempo de 
vigência da lei nova, apesar de já estar revogada. O inverso também é 
verdadeiro, isto é, quando a lei posterior for a mais benéfica, RETROAGIRÁ para 
alcançar fatos cometidos antes de sua vigência. 
Ultratividade da Lei Penal 
 Ocorre quando a lei nova, que revoga a anterior, passa a reger o ato de 
forma mais severa e não pode abranger fato praticado durante a vigência da 
anterior mais benigna. Assim, a anterior mais benigna, mesmo revogada, é 
aplicada ao caso, ocorrendo a ULTRATIVIDADE. 
 Existem quatro hipóteses de conflitos de lei penal no tempo: 
a) “abolitio criminis” - Ocorre quando a nova lei suprime normas 
incriminadoras anteriormente existentes; o fato deixa de ser considerado 
crime. Pode resultar em extinção imediata da pena principal e de sua 
execução, libertação imediata do condenado preso e extinção dos efeitos 
 
penais da sentença condenatória (caso já exista condenação transitada 
em julgado). 
b) “novatio legis” incriminadora, que ocorre quando a nova lei incrimina 
fatos antes considerados lícitos, ou seja, o fato passa a ser considerado 
crime. 
c) “novatio legis in pejus”, que ocorre quando a lei nova modifica o regime 
penal anterior, agravando a situação.  NÃO RETROAGE 
d) “novatio legis in mellius” que ocorre quando a lei nova modifica o 
regime penal anterior, beneficiando o sujeito.  RETROAGE!!! 
Leis Excepcionais ou Temporárias 
 Art. 3, Código Penal: “A lei excepcional ou temporária, embora decorrido 
o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, 
aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.” 
Lei excepcional é criada para um período emergencial (guerra, 
epidemias, calamidade pública, etc..) e não possui prazo determinado para 
término de vigência, portanto, dura até o fim da situação que culminou sua 
criação. 
Lei Temporária é feita para um período excepcional de anormalidade. 
São leis criadas para regular um período de instabilidade. Pode-se dizer que são 
leis auto-revogáveis, pois possuem vigência previamente determinada. 
 Todos os Brasileiros e Estrangeiros em território Brasileiro que 
cometerem delitos previstos em lei excepcional/temporária, será 
julgado de acordo com ela, mesmo após o término de sua vigência. 
A ultratividade das leis temporárias/excepcionais não infringe o princípio 
constitucional da retroatividade da lei mais benéfica, pois não há duas leis e, 
conflito no tempo, tendo em vista que as leis deste tipo visam outras matérias 
distintas, já que trazem no tipo os dados específicos. Caso houver uma lei 
excepcional/temporária mais benéfica que revogue a anterior, a nova lei 
retroagirá. 
 
 
 
TEMPO DO CRIME 
Art. 4, Código Penal: “Considera-se praticado o crime no momento da 
ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.” 
Existem três teorias sobre o tempo do crime: 
a) Teoria da Atividade: O tempo do crime é o tempo que se realiza a 
ação ou a omissão que vão configurar o crime, ainda que outro seja o 
momento do resultado; 
b) Teoria do Resultado: O tempo do crime é o tempo que se produz o 
resultado, sendo irrelevante o tempo da ação; 
c) Teoria Mista ou Da Ubiquidade: O tempo do crime será tanto o tempo 
da ação quanto o tempo do resultado. 
A teoria adotada pelo Código Penal é a da ATIVIDADE. Na teoria da 
atividade, seja em crime permanente ou continuado, o agente em caso de lei 
nova, responderá sempre de acordo com a última lei vigente, seja ela mais 
benéfica ou não. 
Conflito Aparente de Normas 
 O conflito ocorre quando existir: pluralidade de normas, unidade de fato, 
aparente aplicação de todas as normas ao mesmo fato e efetiva aplicação de 
somente uma das normas. Os princípios que devem ser observados para se 
chegar à uma solução são: princípios da especialidade, subsidiariedade, 
consunção e alternatividade. 
a) Princípio da Especialidade – “lex specialis derrogat generali” (Lei 
especial derroga a geral). Se houver um conflito entre uma norma especial 
e uma geral, aplica-se a especial, considerando que a norma especial 
contém todos os elementos da norma geral com elementos denominados 
especializantes. 
b) Princípio da Subsidiariedade – “lex primaria derrogat subsidiariae” 
(Lei primária derroga a subsidiária). Se houver um conflito entre uma 
norma mais ampla e uma menos ampla, aplica-se a norma mais ampla, 
considerando que a norma subsidiária (menos ampla) é englobada pela 
norma primária (mais ampla). 
 
c) Princípio da Consunção – Um fato mais grave absorve um menos grave. 
O conflito não se dá propriamente entre normas, mas sim no fato, tendo 
em vista um ser mais grave que o outro. São espécies de consunção: 
progressão criminosa, antefactum não punível, postfactum não punível, 
crime progressivo e crime complexo. 
Progressão Criminosa – Cada fato será progressivamentemais grave que 
o outro. Ex: um sujeito tem o dolo de causar uma lesão leve na vítima, após 
consumado o crime, o agente decide causar lesões graves na vítima, logo 
em seguida o agente decide matar a vítima, consumando o crime. Neste 
caso, o homicídio absorve as lesões. 
Antefactum não punível – É um fato anterior imprescindível (NÃO PODE 
DEIXAR DE ACONTECER) para a execução do fato principal. Ex: falsificar a 
assinatura de um cheque para realizar compras, consumando o crime de 
estelionato. Neste caso, a falsificação se faz necessária para a prática do 
crime e se exaure com ele, ou seja, a falsificação não poderá ser utilizada 
para a prática de outros crimes. O estelionato absorve a falsificação. 
Postfactum não punível – É um fato posterior irrelevante. Ex: um sujeito 
furta um objeto e vende. O fato de o agente ter vendido o bem furtado é 
irrelevante, considerando que o furto não deixará de ser punido. 
Crime Progressivo – O crime é composto de vários atos, mas existe sempre 
a mesma vontade desde o início. Ex: Um sujeito tem o dolo de matar a vítima, 
para isso utiliza-se de lesões (leves e graves) até atingir à consumação. 
Neste caso, o homicídio absorve as lesões, mesmo porque o dolo era de 
matar a vítima. 
Crime Complexo – Resulta da fusão de dois ou mais crimes. Ex: Extorsão 
mediante sequestro; estupro qualificado pela morte. 
d) Princípio da Alternatividade – Ocorre quando houver uma só norma 
contendo várias condutas, ou seja, várias formas de realização de um 
crime. 
 
 
 
LUGAR DO CRIME 
 Art. 6, Código Penal: “Considera-se praticado o crime no lugar em que 
ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu 
ou deveria produzir-se o resultado.” 
 Crimes executados em um país e consumados em outro: Foi 
adotada a teoria da ubiquidade, ou seja, a competência para o 
julgamento do fato será de ambos os países. 
 Crimes “plurilocais”: Quando a ação se dá em um lugar e o resultado 
em outro, dentro de um mesmo país, foi adotada a teoria do resultado, 
ou seja, o foro competente é o foco do local do resultado. 
 Nas infrações de competências dos Juizados Especiais Criminais, a Lei 
n. 9.099/95 seguiu a teoria da atividade, ou seja, o foro competente é o 
da ação. 
CONTAGEM DE PRAZO 
 Art. 10, Código Penal: “O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. 
Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum.” Ex: Começa 
dia 23, acaba dia 22 do outro ano. 
 Prazos de Direito Processual: Não se computa o dia do começo, o 
primeiro dia será o primeiro dia útil subsequente ao dia do começo. 
 Prazos de Direito Material: Computa-se o dia do começo como primeiro 
dia, excluindo-se, por consequência, o dia do final. Não se prorroga 
quando termina em domingo ou feriado, são prazos não sujeitos à 
suspensão e interrupção. 
 
 
 
TEORIA GERAL DO CRIME 
Conceitos de Crime 
 Existem quatro sistemas para a conceituação de crime: 
Formal; Material; Formal e Material; Formal, material e sintomático. Predominam: 
Formal e Material. 
a) Material: É a ação ou omissão lesiva, imputável a pessoa, com análise 
da conduta danosa e sua consequência social. Violação de um bem 
penalmente protegido. 
b) Formal: Crime é um fato típico e antijurídico. Todo fato humano proibido 
pela lei penal. 
Caracteres do Crime sob o Aspecto Formal 
 Crime é conceituado como um fato típico e antijurídico. Para que haja um 
crime, é preciso uma conduta humana positiva ou negativa. Somente aqueles 
comportamentos previstos em lei penal é que podem configurar o delito. 
 Pode-se dizer que o primeiro requisito do crime é o fato típico, mas, não 
basta o fato típico, é necessário que seja contrário ao direito (antijurídico). O fato 
pode ser típico e não apresentar antijuridicidade, como no caso de legítima 
defesa, portanto, se excluída a antijuridicidade, não existe crime. 
Qual a diferença entre elementar e circunstância? Quando se trata de 
distinguir o crime de um comportamento lícito ou de outro delito, é elementar; ao 
contrário, quando agrava ou atenua a sua gravidade objetiva, aumentando ou 
atenuando a pena, presente está uma circunstância. 
Ausência de uma elementar pode produzir dois efeitos: atipicidade absoluta: 
ocorre quando, excluída a elementar, o sujeito não responde por infração 
alguma; atipicidade relativa: ocorre quando, excluída a elementar, não subsiste 
o crime do qual se cuida, havendo a desclassificação para outro delito. Não se 
pode confundir elementar com circunstância. A elementar interfere na qualidade 
do crime, ao passo que a circunstância interfere na quantidade da sanção. 
 
 
Fato Típico: Antijuridicidade 
 Fato típico é o comportamento humano, positivo ou negativo, que provoca 
um resultado (não necessariamente) e é previsto em lei penal como infração. 
Elementos do Fato Típico 
 Conduta Humana: dolosa ou culposa; 
 Resultado: Salvo nos crimes de mera conduta; 
 Nexo Causal: Salvo nos crimes de mera conduta e formais; 
 Enquadramento do fato material a uma norma penal. 
 Não é necessário se obter resultado ou ter nexo causal para ser 
considerado crime. 
Crime Consumado 
 Todo crime pode ser consumado. 
Iter Criminis é o itinerário do crime, que possui quatro fases: 
a) Cogitação: O agente somente está pensando, pretendendo a prática do 
crime. Não existe fato típico.  Não é alcançado pela norma. 
b) Preparação: É a prática de todos os atos antecedentes necessários ao 
início da execução. Não existe o fato típico.  NEM SEMPRE será 
alcançado pela norma penal. Dependendo da gravidade do crime, pode 
ser alcançado nessa fase. 
c) Execução: Começa a agressão ao bem jurídico. Existe o fato típico 
(quando o crime admite).  Momento em que a conduta é externada, é 
alcançada pela norma. 
d) Consumação: Todos os elementos do fato típico são realizados. A 
execução do crime começa com a prática do primeiro ato idôneo (capaz 
de produzir o resultado) e inequívoco (sem dúvidas, INDUZ ao resultado) 
à consumação. A execução de um crime está ligada ao verbo de cada 
tipo. Quando o agente começa a praticar o verbo do tipo, inicia-se a 
execução. 
 
Ainda assim, pode apresentar Exaurimento do Crime: É uma fase após a 
consumação, acontece geralmente em caso de crimes formais. Ex: em caso 
de sequestro mediante resgate, o crime é consumado no momento em que 
se pede o resgate; o pagamento se encaixa no exaurimento do crime. / 
Extorção no ato de exigir a vantagem com ameaça já é considerado extorsão 
(crime consumado), o pagamento do valor é o exaurimento. 
TENTATIVA 
 É a não consumação de um crime, cuja execução foi iniciada por 
circunstâncias alheias à vontade do agente. Nem todo crime comporta tentativa, 
como, os crimes culposos. Ex: um homicídio culposo não pode ser considerado 
tentativa, já que, NÃO EXISTE INTENCIONALIDADE de ser produzir um crime. 
Crimes dolosos materiais admitem tentativa, crimes de mera conduta não 
admitem tentativa. 
 Um crime que admite tentativa PRECISA ter execução. 
Aplicação da Pena 
 A tentativa é punida com a mesma pena do crime consumado, reduzida 
de 1/3 a 2/3. O critério para a redução é a proximidade do momento 
consumativo. Quanto mais próximo chegar da consumação, maior será a 
pena. 
Espécies de Tentativa 
Imperfeita ou Inacabada: Quando a execução do crime é interrompida por 
circunstâncias alheias à vontade do agente. 
Perfeita ou Acabada: Quando a execução do crime se encerra, o agente 
executa o crime até o final, mas o resultado não se produz por circunstâncias 
alheias à sua vontade. 
Tentativa Abandonada ou Qualificada: Quando inicia-se a execução e o 
resultado não se produz por vontadedo próprio agente. A tentativa abandonada 
exclui a aplicação da pena por tentativa, o agente responde apenas pelos atos 
então praticados. Pode ser: desistência voluntária ou arrependimento eficaz. 
Desistência Voluntária – O agente interrompe a execução. 
 
Arrependimento Eficaz – O agente executa o crime até seu último ato, mas se 
arrepende e impede o resultado. Ocorre apenas em crimes materiais. 
Tentativa Inadequada: Ocorre quando a consumação é impossível desde o 
início do crime, portanto, não é fato típico. O agente não responde porque o bem 
jurídico não ficou exposto a perigo. 
 O meio empregado jamais poderá levas à consumação do crime. A 
ineficácia do meio deve ser absoluta. Mas em caso de roubo, por exemplo, uma 
arma inapta a disparos não pode ser considerada ineficaz, pois serve para 
intimidar a vítima. 
Arrependimento Posterior 
 Ocorre após a consumação do crime. É causa obrigatória de redução de 
pena. O agente responde pelo crime consumado com diminuição de 1/3 a 2/3 
de pena. 
 Só cabe em crime sem violência ou grava ameaça contra a vítima (pode 
caber em homicídio culposo); 
 Reparação de danos ou restituição de coisa integralmente; 
 Pode haver influência de terceira pessoa no arrependimento posterior, 
mas sempre será um ato voluntário do agente; 
 Só pode acontecer até o recebimento da denúncia. 
 
 
Dolo 
 Teoria da Vontade: Dolo é a consciência e a vontade de praticar a 
conduta e atingir o resultado, é quando o agente quer o resultado; 
 Teoria do Assentimento ou Aceitação: Dolo é a vontade de praticar a 
conduta com a aceitação dos riscos de produzir o resultado. O agente não 
se importa com o resultado. 
art. 18/CP – “Dolo é a consciência da vontade ou a aceitação do risco de produzir 
o resultado” 
 Dolo direto: Existe quando o agente quer produzir o resultado, é o dolo 
da teoria do resultado. 
 Dolo indireto: É aquele que existe quando o agente não quer produzir 
diretamente o resultado, pode ser eventual (não quer produzir o 
resultado, mas aceita o risco), e alternativo (quando o agente quer 
produzir um ou outro resultado). 
Culpa 
 Só há culpa quando há previsão expressa em lei, se não existir, não se 
pode presumir título de culpa. O fato de o agente ter agido com culpa não impede 
que ele responda pela conduta culposa. 
 Imprudência: Prática de um fato criminoso. É a culpa de quem age. 
Ocorre durante a ação. Exemplo: passar no farol fechado, mas a culpa 
pode ser averiguada, caso tenha-se passado no farol fechado por uma 
emergência, a culpa pode ser excluída. 
 Negligência: É a culpa de quem se omite, falta de cuidado antes de 
começar a agir. Ocorre antes da ação. Exemplo: não verificar os freios do 
automóvel antes de colocá-lo em movimento. 
 Imperícia: É a falta de habilidade no exercício de uma profissão ou 
atividade. O erro médico pode ser composto por imperícia, negligência e 
imprudência. 
 
 
 
Crime Preterdoloso 
art. 19/CP “Pelo resultado agrava especialmente a pena, só responde o agente 
que o houver causado ao menos culposamente.” 
 No crime preterdoloso, o agente pratica um crime distinto do que havia 
projetado cometer, obtendo resultado mais grave, decorrente de negligência, 
imprudência ou imperícia. Portanto, o crime é qualificado pelo resultado, 
havendo dolo no início e culpa no resultado. Crimes preterdolosos não aceitam 
tentativa, pois o agente não quer, nem aceita o resultado agravador. 
Ilicitude/Antijuridicidade 
 Todo fato típico é ilícito. Se não existir nenhuma causa de exclusão para 
a ilicitude, o fato também será ilícito. A ilicitude pode ser a contradição do fato 
com a norma ou quando o fato contraria a norma e causa um perigo concreto de 
lesão ao bem jurídico. 
 Existem quatro causas previstas em lei para a exclusão de 
antijuridicidade: 
 Estado de Necessidade: Conduta lesiva praticada para afastar uma 
situação de perigo. Existindo uma situação de perigo que ameace dois 
bens jurídicos, um deles terá que ser lesado para salvar o outro de maior 
valor. Não pode alegar estado de necessidade quem tiver o dever legal 
de conter o perigo. No estado de necessidade HÁ um conflito entre dois 
ou mais bens jurídicos diante de uma situação de perigo. O estado de 
necessidade sempre exclui a antijuridicidade. É necessário existir 
proporcionalidade entre a gravidade do perigo que ameaça o bem jurídico 
e a gravidade da lesão causada pelo fato necessitado. 
 Legítima Defesa: art. 25/CP “Entende-se em legítima defesa quem, 
usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, 
atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.” Se o excesso for doloso, 
não caracteriza a legítima defesa, o excesso é culposo quando há 
intensificação por imprudência. 
 Estrito Cumprimento do Dever Legal: É a causa de exclusão da ilicitude 
que consiste na realização de um fato típico, por força do desempenho de 
 
uma obrigação imposta por lei, nos exatos limites dessa obrigação". A lei 
não pode punir quem cumpre um dever que ela impõe. 
 Exercício Regular de Direito: O exercício de um direito jamais pode 
configurar um fato ilícito, exceto se existir o dolo de prejudicar alguém. 
Lesões esportivas são consideradas exercício regular de direito se forem 
praticadas dentro dos limites do esporte; Intervenções Cirúrgicas (amputações, 
extração de órgão, etc..) são consideradas atividades de exercício legal de um 
médico, caso sejam feitas por alguém que não seja médico, será considerado 
estado de necessidade. 
 
 
Erro de Tipo 
O erro de tipo é aquele que incide sobre um dado da realidade, descrito 
em um tipo penal como: 
O agente pratica o crime com culpa e depois acrescenta ao crime um 
resultado doloso (ex.: o agente atropela a vítima culposamente e, após, foge, 
omitindo-se de socorrer a vítima). 
O agente pratica o crime com dolo e depois acrescenta ao crime um 
resultado culposo (ex.: o agente desfere um soco na vítima, que cai, batendo a 
cabeça e vindo a falecer). 
O Erro de tipo recai sobre: 
 Elementar de um tipo incriminador; 
 Circunstância de um tipo incriminador; 
 Elementar de um tipo permissivo; 
 Dado irrelevante da figura típica. 
Pode ser de duas espécies: 
Essencial: é um erro tão importante que impede o agente de saber que está 
cometendo um crime ou de conhecer a circunstância desse crime; 
Acidental: é um erro irrelevante que não impede o agente de saber que pratica 
um crime. 
Erro sobre Elementar de Tipo Incriminador 
O sujeito se equivoca com uma situação de fato. Nesse caso, o erro de 
tipo sempre exclui o dolo e, também exclui a culpa, tornando o fato atípico. Caso 
o erro seja evitável, será culposo. 
Erro sobre Circunstância 
O sujeito se equivoca com uma circunstância. Por exemplo, furta um 
relógio pensando ser de ouro; quando chega ao receptador, percebe que o 
relógio não tinha valor. Nesse caso, o sujeito responde por furto simples, não 
tenho sua pena diminuída visto que furtou o relógio pensando que este tinha 
valor. 
 
Erro Sobre Elementar de Tipo Permissivo 
É um erro sobre descriminante. O erro de tipo, nesse caso, é uma 
descriminante putativa ou imaginária. É causa da exclusão da ilicitude imaginada 
por erro. Sempre que um erro incidir sobre a realidade, haverá erro sobre 
elementar de tipo permissivo. 
Consequências do Erro de Tipo 
O erro de tipo sempre exclui o dolo. Se o erro for inevitável, a culpa 
também será excluída. Se o erro é evitável, o agente responde por crime 
culposo. Quando o crime não admite a forma culposa, o erro de tipo, excluindo 
o dolo, torna o fato atípico. 
Erro de Tipo Acidental 
É aquele que incide sobredados irrelevantes da figura típica, portanto não 
traz nenhuma consequência para o fato típico. São modalidades de erro de tipo 
acidental: 
 Erro sobre o objeto ou coisa: o sujeito quer furtar um saco de 
feijão e, por engano, furta um saco de arroz. O crime continua 
sendo de furto, não havendo consequências. 
 Erro sobre a pessoa: Por exemplo: o sujeito deseja matar “A” e, 
por uma confusão mental, acaba matando “B” (olhou “B” achando 
que era “A”). O crime continua sendo de homicídio. O sujeito 
responderá pelo crime como se a vítima efetiva “B” fosse a vítima 
virtual “A”, ou seja, responderá pelo crime como se tivesse matado 
“A”. 
 Erro na execução do crime (aberratio ictus): Neste caso, o 
agente, em virtude de um erro na execução do crime, atinge pessoa 
diversa da pretendida. Não há erro na representação mental e sim 
na execução do crime (ex.: o agente quer matar “A”, mira nele, 
entretanto erra o tiro, acertando “B”). Existem duas espécies de 
aberratio ictus: 
 
Aberratio ictus com resultado único ou com unidade simples: 
somente o terceiro é atingido. Nesse caso, o agente responderá pelo crime como 
se tivesse matado a vítima virtual; 
Aberratio ictus com resultado duplo ou com unidade complexa: são 
atingidos a vítima pretendida e o terceiro inocente. Aplica-se a regra do concurso 
formal perfeito. O agente responderá, quanto à vítima pretendida, por homicídio 
doloso e, quanto ao terceiro, por homicídio culposo.

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