Buscar

SISTEMA URINÁRIO12

Prévia do material em texto

SISTEMA URINÁRIO
INFEÇÕES DO TRATO URINÁRIO NA
CRIANÇA
A infeção do trato urinário é um problema significativo da
infância.
Na criança a ITU
Sintomática Assintomática
IU – presença de um número significativo de bactérias em
crescimento ativo na urina.
O “termo”
IU (INFEÇÃO URINÁRIA) 
OU 
ITU (INFEÇÃO DO TRATO URINÁRIO)
É utilizado para designar casos de bacteriúria 
significativa com ou sem sinais e sintomas de 
inflamação na bexiga, rins ou ambos.
- É difícil definir com alguma precisão a localização desta infeção.
Termos utilizados para delimitar áreas especificas da ITU:
–URETRITE- inflamação da uretra
CISTITE – inflamação da bexiga
URETERITE – inflamação dos ureteres
Pielonefrite – inflamação dos rins e trato superior (pode ser aguda e crónica)
ITU na criança exata é desconhecida, alguns estudos sugerem que 1 a 2%
das crianças em idade escolar têm infeção do trato urinário.
A incidência máxima de IU encontra-se entre os 2 e 6 anos, as meninas têm
um risco maior que os meninos.
No primeiro ano de vida os meninos são mais acometidos que as 
meninas. - mais frequente no RN prematuro do que no RN de termo.
3% das meninas e 1% dos meninos apresentam uma ITU SINTOMÁTICA 
antes dos 11anos de idade.
50% apresentam recorrência dentro de um ano.
INCIÊNCIA
Nº- de colónias /ml (probabilidade de IU em 98%)
Gram(-) ____qualquer número
Gram(+) ____> 103
BATÉRIURIA SIGNIFICATIVA
(crescimento de bactérias em urina não contaminada.)
O estabelecimento de um valor numérico para definição de
bacteriúria significativa depende do método de colheita de urina
DAS QUAIS:
- Com saco coletor de urina com técnica de colheita adequada.
- Cateterismo vesical 
- Punção suprapúbica, 
O SEDIMENTO URINÁRIO REVELA-SE DE 
RELATIVO INTERESSE
Piúria leucócitos na urina- sugere IU
Hematúria microscópica – é comum na cistite aguda
Cilindros – sugerem atingimento renal
Ph alcalino – resulta da IU por proteus
Nitritos – é suspeita de IU
Fatores que influenciam o desenvolvimento de
infeções do trato urinário na infância.
Abrangem fatores:
Anatómico OU ESTRUTURAIS
Físicos
Químicos
Estes podem atuar individualmente ou associados
Fatores anatómicos ou estruturais
- são os principais responsáveis pela maior incidência de bacteriúria
assintomática e infecções do trato urinário no sexo feminino.
especialmente durante certas actividades como brincar de cócaras e
tomar banho de imersão – pois o sabão reduz a tensão superficial da
água, o que aumenta a possibilidade de entrada de líquido na uretra.
Roupas ou fraldas apertadas, higiene precária e inflamação local 
(vaginites ou oxiuríase) elevam o risco de infecção ascendente.
A infecção por pseudomonas geralmente indica que há uma anormalia 
estrutural.
A uretra curta e recta das
meninas pequenas oferece um
canal directo para os
microorganismos invasores.
 Os fatores físicos
Associados à função da bexiga são de grande
importância na incidência e disseminação da IU.
-Micção pouco frequente, aumento do volume de urina na bexiga e
micção apressada.
Obs:A urina da bexiga costuma ser estéril, porém a 37.C ela serve
como um excelente meio de cultura. O esvaziamento incompleto da
bexiga permite que as bactérias da uretra se instalem rapidamente
nesse rico meio.
O esvaziamento incompleto da bexiga pode ser resultado de refluxo, de
anomalias anatómicas ou disfunção do mecanismo de micção.
Fatores químicos
várias características químicas da urina e da mucosa da bexiga ajudam a
manter a esterilidade da urina.
Uma maior ingestão hídrica promove a limpeza da bexiga normal e reduz a
concentração de microorganismos na bexiga infetada.
A urina normalmente é levemente ácida, o pH pode ser reduzido por
drogas formadoras de ácidos, como o ácido ascórbito, ou certos alimentos,
como maçã e uva. Um pH por volta de 5 inibe o crescimento bacteriano,
embora a acidificação raramente elimine a bactériuria.
ETIOLOGIA:
No RN a infeção dá-se por via hematogénea
- Infeção ascendente é a via mais comum
-O microorganismo + comum por esta via é a E. Coli (75 –
90%), seguida por proteus e pseudomonas
As anomalias do aparelho urinário favorecem a aparição de
I U:
*Refluxo vesico-uretrais
*Estenoses
* Inserção congénita anormal dos ureteres na bexiga
MANIFESTAÇÕES CLINICAS
RN e lactente: Criança maior:
No RN os sintomas são inespecificos e a
septicemia pode surgir rapidamente.
-Bacteriuria assintomática é comum
- Febre;
 - Icterícia neonatal prolongada
- Perda de peso ou má evolução
pondera
- Vómitos / diarreia
 - Dores abdominais
 Hematúria e piúria ( leucócitos na
urina)
-Convulsão febril (>6 meses)
- Febre com ou sem calafrios
- Disúria, polaqiúria, febre (pielonefrite)
-Letargia e Anorexia
-Vómitos e/ou diarreia
- Dores abdominais ou lombares
 - Enurese nocturna ou diurna (1ª-
manifestação de uma IU)
 - Urina com cheiro fétido
C -Convulsão febril (não confundir com
calafrios)
A infeção por proteus é mais comum nos rapazes (possivelmente 
devido à sua presença sob o prepúcio).
TIPOS DE COLHEITA DE URINA
Tipo II = sumária
Bacteriológica = (colheita asséptica)
COLHEITA DE URINA
- Jacto médio = CRIANÇA MAIOR
- Saco colector = RN e LACTENTE
- Punção vesical (se necessário ) em :
 RN
 Lactentes < 2 meses
 Crianças < 1 ano se febril
 Se houver retenção urinária
 Se uricultR (resultado duvidoso) devido a uma técnica incorrecta
TÉCNICA DE COLHEITA ASSÉPTICA DE URINA
(urocultura = uricultR):
1 – Lavagem cuidadosa dos genitais externos com água e sabão.
2 – Seguidamente lavar com água fervida ou bidestilada ou soro
fisiológico.
3 – No sexo feminino afastar sempre os pequenos lábios, no sexo
masculino fazer a retracção do prepúcio se possível ( se não há
fimose).
4 – Criança colaborante( idade > a 3 anos) colheita de urina jacto
médio para uma taça estéril.
5 – Criança não colaborante – saco colector de urina pediátrico
esteril (mudar de 30 em 30 minutos “mais ou menos” e repetir os 
cuidados anteriormente referidos.
6 – Enviar a urina imediatamente para o laboratório / se o uricultR for efectuado no
serviço deve-se retirar a urina com uma seringa estéril para efectuar o
preenchimento do uricultR ( ver indicações )
NOTA: Urina deverá ser enviada ao laboratório, ou efectuar o uricultR
imediatamente após a colheita (deve ser identificada/o devidamente).
Com: - Nome da criança
- Serviço
- Hora de realização.
Infeção urinária não é uma doença banal
- deve ser diagnosticada com precisão e a tempo.
- tratada de forma correcta.
CONDUTA TERAPÊUTICA
1. O tratamento visa combater a infeção e a prevenção de recorrências.
 Os compostos antibacterianos
-
São usados por um período de tratamento curto e intensivo.
O tratamento com compostos antibacterianos deve ser utilizado após a identificação
do microrganismo responsável.
2 – São ainda utilizados preparações anti-sépticas
Estes são administrados habitualmente por longos períodos para assim manter a
esterilidade da urina.
Na presença de defeitos anatómicos como: refluxo ou obstrução do colo da bexiga, a
correcção cirúrgica destas anomalias pode ser necessária para prevenir infeções recorrentes.
O refluxo primário decorre da inserção congénita anormal dos ureteres na bexiga o refluxo
secundário é resultado de infecção. Não existe ainda tratamento definitivo para o refluxo
vésico-ureteral
O acompanhamento subsequente da criança é um componente importante do tratamento
clínico da IU pois a recorrência ( habitualmente assintomática) é comum.
Recomenda-se a realização de uroculturas a cada1 a 4 meses durante 1 a 2 anos a fim de
prevenir a morbilidade, mais do que de reduzir a chance de insuficiência renal.
O perigo de lesão renal progressiva é maior nos casos em que a IU ocorre em crianças mais
pequenas(< 2 anos) e está associada a malformações renais e refluxos congénitos.
O diagnóstico precoce de crianças sob risco de IU é particularmente importante durante os
primeiros anos de vida e os anos e na infância
Em caso de suspeita de infecção renal aguda:
Ecografia (excluir hIdronefrose, abcesso renal e ou perineal)
Para detectar a presença de defeitos anatómicos e para avaliar as
condições renais, frequentemente realizam-se outros exames:
- a pielografia descendente
- a cistografia de micção
- a cistoscopia
A INTERVENÇÃO DE ENFERMAGEM
Tem como objectivo a identificação das crianças com IU e a
educação dos pais e criança a respeito da prevenção e tratamento
destas infecções.
Preparação das crianças para a recolha de amostra de urina e exames a
ser efectuados de acordo com a idade.
Recolher amostras de urina utilizando técnica adequada tendo em conta
a idade da criança.
Reconhecer sintomas que indicam IU tendo em conta a idade da
criança.
Prestar assistência de enfermagem à criança com IU segundo os
sintomas apresentados.(em situações de febre, perda ponderal, vómitos
e diarreia , irritabilidade , etc).
INTERVENÇÃO DE ENFERMAGEM
Orientação dos pais em relação à dose e administração correctas das
drogas antibacterianas. É importante que os pais tenham consciência de
que os antibióticos devem ser administrados conforme prescrição e pelo
tempo de duração.
Enfatizar aos pais e crianças maiores a necessidade da
administração contínua dos medicamentos profiláticos por
períodos prolongados, mesmo na ausência de sinais de
infecção.
Enfatizar a importância contínua de exames de urina regulares
após a IU.
Prestar assistência de acompanhamento necessário ou
encaminhamento para instituições de saúde adequadas
Assim, deve-se aconselhar os pais e crianças/adolescentes
a:
A utilizar práticas de higiene perineal cuidada e adequada - limpar da
frente para trás
Evitar banhos de imersão, especialmente em água com sabão (usar
chuveiro)
Evitar roupas ou fraldas apertadas (usar roupa intima de algodão)
Observar quanto à presença de vaginite ou oxiuríase.
Aconselhar ao esvaziamento completo da bexiga em cada micção, estimular a
criança a urinar frequentemente.
Evitar fazer força ao defecar.
Estimular a ingestão de líquidos.
Acidificar a urina através da administração de sucos(de maça ou uva) e de uma
dieta rica em proteína animal.
Aconselhar os adolescentes sexualmente activos que urinem assim que
possível, após terem relações sexuais de modo a eliminar as bactérias
existentes na área. - Higiene perineal cuidada
Aconselhar os pais a observarem rotineiramente quanto a indícios de IU.
Uma história cuidadosa em relação aos hábitos de micção e episódios de
irritabilidade inexplicada podem muito bem auxiliar no diagnóstico de IU
em casos menos óbvios.
INTERVENÇÃO DE ENFERMAGEM

Continue navegando