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Memorial Trajetória Acadêmica

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO DE JANEIRO.
Ângela Yvelen Vasconcellos Tolentino
MEMORIAL – ANÁLISE DA MINHA TRAJETÓRIA ESCOLAR 
Duque de Caxias
2017
Ângela Yvelen Vasconcellos Tolentino
MEMORIAL – ANÁLISE DA MINHA TRAJETÓRIA ESCOLAR
Trabalho apresentado como avaliação final da disciplina: História, Política e Legislação da Educação. Tendo como docente: Prof. Dra. Andrea Nascimento. 
Duque de Caxias
2017
DEDICATÓRIA:
 
Dedico este memorial aos meus pais que me incentivaram e investiram seus esforços na minha educação.
AGRADECIMENTOS
 
Agradeço a professora Andréa Nascimento pela atenção e cuidado que dedica aos seus alunos do IFRJ Campus Duque de Caxias.
Agradeço a professora Gabriela Salomão por ser a inspiração para o meu desenvolvimento pessoal e profissional.
 
I	Introdução
Esse memorial tem por objetivo apresentar um recorte da minha vida acadêmica de maneira a percorrer a história micro cronológica, e fazer comparações com as políticas educacionais e governamentais do Brasil. Entendo que um ambiente escolar deve ser um espaço de desenvolvimento pessoal e coletivo, um lugar de acolhimento para todas as culturas, onde seja disseminado o respeito as diferenças além do preparo para o mercado de trabalho. Por que acredito que o indivíduo não será pleno em suas atividades se não conhecer a si e a sociedade que o envolve. 
A trajetória foi subdividida em cinco momentos, nos quais apresento relatos do contato com o ensino religioso católico, do C.A. à quarta série, ensino regular, da quinta série à sétima série, preparatório para o acesso ao ensino profissionalizante em conjunto com a oitava série, ensino profissionalizante durante o ensino médio integrado com formação técnica em Química e o presente ensino superior à luz das políticas de governo atuais.
II	Desenvolvimento e reflexão
No primeiro momento, tive contato com o ensino religioso (confessional) no Centro Educacional Nossa Senhora Aparecida (CENSA), em Anchieta, onde presenciei uma comunidade baseada em normas de convívio em sociedade, ensino voltado para a educação em apenas uma cultura, e didática de reprodução do conteúdo curricular. Nessa época, a educação infantil estava à luz do plano nacional de 2001, que traz em sua redação o objetivo do ensino de qualidade. A educação infantil é um período marcante na vida do indivíduo levando em consideração que a assimilação de características positivas e negativas é maior na infância. Como Piaget nos diz, a primeira idade da criança é como se fosse uma folha em branco que ela usará para estabelecer suas primeiras estruturas e, quando adulta, o assentamento das ideias que não foram pré-concebidas se dá de forma mais turbulenta. A garantia do ensino fundamental foi o principal tema da Declaração de Jomtiem e influenciou nos objetivos que o Conselho Nacional de Educação traçou para a educação no Brasil. Posto isso, cabia a União um extenso trabalho nesse sentido e, embora as escolas privadas não respondam ao sistema nacional de ensino, deveriam auxiliar para o fim comum. O ensino confessional, no entanto, me faz ter alguns questionamentos, pois pela própria definição do plano nacional o espaço que oferece o ensino infantil deve ser abrangente as multiculturalidades regionais. Contudo, o ensino confessional é marcado por normas que fazem instituição cultural e, por causa desse movimento, consagra a hegemonia de uma cultura. Desde a época que fiz o ensino infantil no CENSA até o presente momento, esse e outros colégios de ensino religioso da região são considerados de prestígio e acredito que isso se deve ao que seria uma “colonização” regional. As escolas confessionais são herança do Brasil Império, quando ainda não existia nenhum sistema organizado ou leis comuns para a educação. Segundo Saviani, na primeira etapa da Educação Pública Brasileira surgiram grupos escolares coexistindo com a educação religiosa, que continuou marcando sua presença nas fases subsequentes. Lembro de atividades que marcaram esse contato com a escola como hasteamento da bandeira do Brasil e proclamação do hino nacional, sirenes para anunciar os intervalos e momentos de oração, todas essas atividades eram obrigatórias. Essa formalidade era fatigante e uma adequação forçada aos padrões pré-estabelecidos, e eu não respondia bem a isso, ao contrário, me retraia do convívio com outras crianças. E, como consequência dessa não adequação aos padrões, fui diagnosticada com autismo pela equipe pedagógica do colégio. Esse foi um rótulo pesado e uma violência do meu primeiro e marcante contato com a sociedade.
Segundo a lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo constituem meios para o desenvolvimento da capacidade de aprender e de se relacionar no meio social e político. Para isso, deve ser oferecido um ensino fundamental de qualidade que tenha por objetivo o desenvolvimento pleno do cidadão, seja específico, pessoal e em comunidade. Meu ensino fundamental deu seguimento na educação confessional oferecida pela Centro Educacional Nossa Senhora Aparecida e significou continuação da perda do desenvolvimento pessoal e sentido de pluralidade.
Na quinta série do ensino fundamental, meus pais decidiram me mudar de colégio com o objetivo de me dar uma formação diferenciada. Conheci outra realidade e as características de sua comunidade, o colégio Pentágono era um lugar de formação do ensino fundamental ao médio que se autonomeava elitista e formador de líderes. Lembro-me que éramos obrigados a usar uniformes impecáveis, que o colégio tinha muitas grades que contrastavam com um jardim, avaliações que afetavam a saúde psicológica dos alunos e o top 10, um famoso mural dos melhores alunos. A meritocracia era de fato um importante pilar da cultura fomentada pela a equipe pedagógica. Nessa época comecei a fazer uso de calmantes antes das avaliações, pois tinha algumas crises como dores de cabeça e suor intenso devido à queda de pressão. Ao conhecer os fundadores do colégio, pude refletir sobre a visão institucional, pois traziam fortes raízes da época de ditadura em seus discursos e não posso deixar de lembrar do que Saviani nos relata das políticas públicas da terceira fase da educação pública no Brasil. A tradição do Pentágono era exatamente o do “país grande”, não para todos, mas para os que “mereciam”. Existiam alguns grupos de alunos bastante politizados e a direção que incentivava o desenvolvimento interpessoal mais agressivo e excludente. 
A terceira fase da educação pública no Brasil também foi marcada pelo ensino profissionalizante com o intuito de impulsionar a produção no país, mas o sistema educacional também é responsável por proporcionar o desenvolvimento do indivíduo e a inserção dele na sociedade. A educação não pode falhar com esses papéis e remar apenas em direção a um caminho profissionalizante, ou ainda decidir quem é merecedor de receber a cidadania plena, causando uma desigualdade tão gritante que causaria a ruina da própria sociedade. Na verdade, acredito que estamos presenciando um pouco desse fenômeno no Brasil, começamos com o Estado de bem-estar social e perdemos autonomia com a sua ausência, que se consolidou devido ao avanço de ideias neoliberais. É claro que isso não foi um trajeto retilíneo e rápido, mas um caminho sinuoso de polaridades políticas durante décadas. 
Na primeira década do século XXI, o ensino técnico estava na sua melhor fase, muitas obras, o crescimento e desenvolvimento da rede de ensino era aparente. E isso proporcionou o aquecimento do mercado de cursos preparatórios, que tinham como objetivo principal ensinar as técnicas para que os alunos passassem nos concursos de acesso. Em 2007, dei início ao curso preparatório para técnico. Os pontos marcantesdesse ensino foram a rotina maçante de resolução de exercícios com a metodologia voltada para repetições e estratégias para resolução de provas de concurso. Com isso, tive ganhos como raciocínio mais lógico, controle de tempo para avaliações e resistência, porém somente essas características não abrangem a proposta do Sistema de Educação, mas a do mercado.
O plano nacional de 2001 vislumbrou que havia um aumento nos números de acesso ao ensino médio expressivamente superior ao de acesso ao ensino fundamental e isso é devido ao atraso temporal das medidas que relacionam procura e oferta de vagas. Com esse cenário, era importante ampliar o ingresso dos estudantes interessados em fazer ensino médio. Esses estudantes estavam concluindo o ensino fundamental cada vez mais cedo e, por esse motivo, houve um aumento da procura pelos anos seguintes. O Estado também deveria oferecer a educação profissionalizante para que esses alunos pudessem ingressar no mercado de trabalho, atendendo aos anseios das indústrias por mão de obra. Embora já existissem os moldes de ensino profissionalizante integrado ao ensino médio desde a lei 5692/71, em 2001 houve um grande avanço no âmbito de ofertas e investimentos na área. 
É nesse cenário que iniciei o ensino médio integrado ao profissionalizante técnico em química em 2009 no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ), no Campus Nilópolis com os votos de um ensino de qualidade que me possibilitasse uma vaga de emprego no mercado de trabalho. De fato, foi uma escolha decisiva no rumo da minha carreira. Acredito que o instituto me proporcionou a formação plena que é citada no Plano de Educação, pois aprendi a respeitar as diferenças em meio a cultura preservada pela coordenação pedagógica e também a encontrar o meu pertencimento nessa comunidade. Não há dúvidas que a diferença de formação oferecida pelos institutos federais para outras é o respeito aos indivíduos em desenvolvimento. 
Em 2015, entrei no ensino superior pelo ENEM para cursar o ensino superior no IFRJ campus Duque de Caxias e encontrei um ambiente um pouco diferente do que temos hoje. Na época, ainda não percebíamos tanta incerteza no mundo acadêmico, mas, com as mudanças políticas de 2016, confesso que no auge das minhas crises de estudante tive que pensar que poderia ficar sem a matrícula no ensino superior público caso decidisse fazer a prova de acesso novamente. Ao entrar no campus, tive a oportunidade de encontrar uma professora que me inspirou e me fez optar pela licenciatura em química, a professora Gabriela Salomão. As suas aulas de contemporaneidade, subjetividade e práticas escolares me trouxeram desconstrução de ideias frágeis e me fez ter autoconfiança para argumentar e defender o que acredito. Suas conversas me motivaram a fazer as escolhas mais sensatas e a encontrar o apoio que precisava para decidir por aprender a aprender para aprender a ensinar. O campus tinha sem dúvidas muitos atrativos como uma coordenação pedagógica atenta as necessidades dos alunos, um espaço de expressão das culturas e saberes e uma grade curricular que consegue antes de formar um químico, formar um professor. Eu escolhi fazer o curso um pouco mais longe do que seria a oferta mais acessível para mim, o campus Nilópolis, por encontrar uma gestão que cuida e ensina a cuidar de pessoas. Acredito que esse é o valor do ensino que foi muitas vezes negligenciado na minha trajetória de ensino.
O Enem está passando por mudanças, os programas de acesso a faculdade como o FIES também está tendo modificações e constantemente temos notícia de falta de verbas nas faculdades. Acredito que a marca do período atual da minha trajetória acadêmica é a insegurança em meio aos tantos sonhos
O Plano Nacional de Educação de 2014 trouxe objetivos alinhados às metas cumpridas pelo plano anterior, tendo os ensinos superior e profissionalizante como temas. Das 20 metas abordadas na redação, é objetivo ampliar o acesso ao ensino superior com o aumento do investimento financeiro para 10% do PIB até 2024. Na época que ingressei no curso de Licenciatura em Química pelo Instituto Federal, percebia um fluxo maior de amigos do meu círculo social que estavam tendo acesso a graduação através de programas do Governo como FIES e PROUNI, ou por causa da ampliação das vagas em faculdades públicas. O Enem, sistema pelo qual fui submetida a avaliação em 2015, foi também uma revolução no sistema de acesso de conhecimentos específicos, pois proporcionou uma maneira mais efetiva e ampla de testar o conhecimento dos estudantes. No entanto, em 2016 foi aprovada uma medida de teto para gastos limitando o investimento na educação. Hoje podemos notar uma sensação angustiante de desvalorização e incertezas que rondam o ambiente acadêmico somada ao corte de verbas essenciais para nossa permanência e desenvolvimento na faculdade.
III	Considerações Finais
A minha trajetória da educação básica ao ensino superior foi em alguns momentos a representação da carência da educação como desenvolvimento pessoal e coletivo que por vezes foi negligenciado como menos importante do que o conteúdo curricular. 
O momento do diagnóstico de autismo no ensino infantil, o incentivo do espírito muito competitivo e as rigorosas avaliações significaram para mim uma violência da escola para qual não estava preparada. O ensino profissionalizante e superior foram a mudança desse ciclo violento pela cultura de direitos humanos valorizada nesses espaços. Os institutos federais pelos quais passei, Nilópolis e Duque de Caxias significam um ganho para a comunidade e para o resgate da Educação no seu verdadeiro sentido.
IV	Referências bibliográficas
BRASIL, “LEI n.º 9394, de 1996, Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional”.
BRASIL, “LEI n.º 5692, de 1971, Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional”.
BRASIL. Plano Nacional de Educação. 2001. Acessado em: 10/07/2017. Disponível em http://portal.mec.gov.br.
BRASIL. Plano Nacional de Educação. 2014. Acessado em: 10/07/2017. Disponível em http://portal.mec.gov.br.
SAVIANI, D.. Organização da educação nacional: Sistema e Conselho Nacional de Educação, Plano e Fórum Nacional de Educação. Educação & Sociedade (Impresso), v. 31, p. 769-787, 2010.

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