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peça de NPJ, Sentença

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Processo xxx 
SENTENÇA
Vistos etc: 
Maria Sebastiana Alves Santos, ajuizou Ação de Indenização contra Matriz Telecomunicações S/A, sob o fundamento de que tivera seu nome inserido indevidamente nos órgãos do SERASA e do SPC, pela empresa ré, no valor de R$1.000,00; e que também já havia ajuizado outra ação de indenização contra a empresa Comunication S/A. 
Citada a empresa ré, contestou que não sabia da existência da ação anterior e imediatamente ao saber da referida ação, retirou o nome da autora dos órgãos de restrição e cancelou a linha telefônica e o débito. Alegou em preliminar a coisa julgada em razão da ação anterior e que a autora deveria promover cumprimento de sentença, em vez de pedir uma nova indenização, caracterizando assim , abuso de direito; e também, disse que é tão vítima da fraude quanto a autora, porque a responsabilidade pela instalação da linha telefônica é da empresa Comunication S/A, tida como operadora local, enquanto que a requerida apenas oferece os serviços na condição de operadora de longa distância . Ofereceu em audiência de conciliação, o valor de R$2.000,00 a título de indenização; pede a improcedência do pedido inicial. Foi apresentado os comprovantes das operações efetuadas a título de cancelamento da linha, débito e retira da restrição de crédito. 
É O RELATÓRIO 
DECIDO: 
Pretende a autora ser indenizada por danos morais e materiais em razão de uma indevida restrição de nome aos órgãos SPC e SERASA. Apesar de não existir neste momento um débito a ser restituído, a ré se sente em direito a ser ressarcida pelo constrangimento indevido sofrido, haja vista que é nítido a relação consumerista lato sensu, de acordo com isso dispõe o Código de Defesa do Consumidor, em seus artigos 2º e 3º: 
Art. 2º- Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final; 
Art. 3º- Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. 
	Ressalte-se que se considera relação de consumo a relação jurídica havida entre fornecedor , tendo por objeto produto ou prestação de serviço, onde nesta esfera cabe a inversão do ônus da prova, conforme disposto no art. 6º, inciso VIII, do CDC. 
 Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências. 
O Código de Defesa do Consumidor, permite a inversão do ônus da prova em favor do consumidor, sempre que for hipossuficiente ou verossímil sua alegação. Trata-se de aplicação do princípio constitucional da isonomia, pois o consumidor, como parte reconhecidamente mais fraca e vulnerável na relação de consumo, tem de ser tratado de forma diferente, a fim de que seja alcançada a igualdade real entre as partes da relação de consumo. 
Defiro a inversão do ônus da prova, incumbindo o réu a demonstração de todas as provas referente ao pedido desta peça, principalmente no sentido de inserir nos autos os contratos que viabilizam a lide. 
Quanto a responsabilidade Civil da empresa ré, independe da demonstração de culpa para sua configuração, por aplicação do artigo 14, do CDC. 
Posto isso, JULGO IMPROCEDENTE o pedido deduzido na inicial, condenando o demandado ao pagamento de indenização no valor de R$7.000,00 (sete mil reais). 
Notifique-se o PROCON (MG) acerca desta decisão e ao Órgão do Ministério Público com atribuições na defesa do consumidor, este último para que zele pela correta aplicação na verba na aquisição de bens e serviços destinados especificamente e exclusivamente a atividades de defesa e proteção ao consumidor neste Estado. 
O valor da indenização deverá sofrer a incidência de correção monetária pelo INPC e juros de mora de 1% ao mês, sem capitalização, a partir desta decisão. 
Condeno, ainda a empresa Matrix Telecomunicações, ao pagamento das custas e honorários advocatícios. 
P.R.I.
Arcos/MG, 09/05/2017.
_____________________________
 THAÍS CRISTINA DE ASSIS FREIRE

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