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Noções Direito Tributário

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Noções Básicas 
em 
Direito Tributário 
Gerência Geral de Tributos 
11 de Setembro 2017 
OBJETIVOS: 
 Capacitar pessoas na identificação dos aspectos 
tributários básicos, em contratações e pagamentos de 
serviços; 
 
 Orientar quanto ao cumprimento de obrigações 
tributárias, nos contratos de serviços; 
 
 Subsidiar as equipes com embasamentos legais, em 
processamentos e negociações. 
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O que é o Direito? 
 “O Direito nasceu junto com a civilização. 
 
 Sua história é a história da própria vida. 
 
 Por mais que mergulhemos no passado sempre vamos encontrar o Direito, 
ainda que em estágio rudimentar, a regular as relações humanas. 
 
 É que os homens, obrigados ao convívio, labutando uns ao lado dos 
outros, carecem de certas regras de conduta, de um mínimo de ordem e 
direção. 
 
 Essas regras de procedimento, disciplinadoras da vida em sociedade, 
recebem o nome de Direito. 
 
 Portanto, a finalidade do direito se resume em regular as relações 
humanas, a fim de que haja paz e prosperidade no seio social, impedindo 
a desordem ou o crime.” 
 
 Autoria: Andressa Fernanda Daumas Faria de Almeida 
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Divisões do Direito : 
 O Direito divide-se em dois grandes grupos: A divisão entre Direito 
Público e Direito Privado decorre de uma necessidade do estudo do 
direito, sobretudo em relação ao conteúdo da norma jurídica. 
 
 Direito Público: é aquele em que há predominância do interesse do 
Estado, disciplina os interesses gerais. Existe uma relação de subordinação. 
 
 Direito Privado: é aquele em que há predominância do interesse 
particular (pessoa). Existe uma relação de coordenação. 
 
 Saber identificar se uma determinada questão pertence a um ramo do 
Direito Público ou do Direito Privado é importante para aplicação e 
interpretação das normas aplicáveis ao caso concreto, considerando, 
sobretudo, os princípios específicos de cada ramo do Direito. 
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Ramos do Direito : 
 
1. Ramos do Direito Público; 
 Direito Constitucional; 
 Direito Administrativo; 
 Direito Financeiro; 
 Direito Penal; 
 Direito Processual; 
 Direito Internacional Público. 
 
2. Ramos do Direito Privado: 
 Direito Civil; 
 Direito Comercial 
 Direito do Trabalho 
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 O Direito Tributário corresponde a um sub-ramo do direito, pertencente 
ao gênero Direito Financeiro, que define como serão cobrados os tributos dos 
cidadãos para gerar receita para o Estado. 
 
 Dessa forma, constitui um segmento do direito financeiro que tem como 
premissa a arrecadação de dinheiro público através de tributos. 
 
 Portanto, o Direito Tributário regula as normas de criação, arrecadação e 
fiscalização das receitas de natureza tributária. 
 
 Rubens Gomes de Souza conceitua o Direito Tributário como: 
 
 “Ramo do Direito Público que rege as relações jurídicas entre o Estado e 
os particulares decorrentes de atividade financeira do Estado, no que se 
refere à obtenção de receitas que correspondem ao conceito de tributos.” 
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Direito Tributário: 
 A receita relativa a arrecadação de tributos(impostos, taxas e 
contribuições) tornou-se tão complexa que as normas que regulam sua 
imposição e arrecadação tiveram que ser separadas do Direito 
Financeiro para formar um novo ramo: o Direito Tributário 
 
 O Direito Tributário é o ramo de Direito especificamente criado para 
reger o sistema de arrecadação de receita derivada de soberania, e 
não fazem parte dele as demais formas de recita do Estado. 
 
 Pode-se, portanto, definir Direito Tributário como o conjunto de 
princípios e normas jurídicas que regem as relações jurídicas entre 
Estado e Particular, relativas a instituição e arrecadação dos tributos. 
 
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Direito Tributário: 
Direito Tributário – Ramo autônomo: 
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a) Autonomia dogmática, isto é, possui certos princípios e métodos que lhe são próprios, 
diferentes dos que são exclusivos de outros ramos do direito. 
 
O Direito Tributário tem forma própria, específica. 
 
No Direito Tributário há princípios que são seus pilares: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
b) Autonomia estrutural, isto é, possui certos institutos jurídicos específicos, próprios, diferentes 
dos existentes nos demais ramos do direito. O Direito Tributário tem conteúdo próprio, especifico. 
 
PRINCIPAIS PRINCÍPIOS CONCEITO 
Estrita legalidade tributária Todos os elementos integrantes do tributo devem estar 
definidos em lei 
Anterioridade da lei tributária Antes do inicio do exercício financeiro, lei tributária e 
lei orçamentária devem estar em vigência 
Definição legal do fato gerador Deve ser interpretada com abstração da validade 
jurídica dos atos efetivamente praticados pelo 
contribuinte, bem como da natureza do seu objeto ou 
dos seus efeitos 
Convenções particulares A responsabilidade pelo pagamento de tributos, não 
pode ser oposta à Fazenda Pública para alterar a 
definição legal do sujeito passivo tributário 
Direito Tributário – Ramo autônomo: 
• A autonomia do Direito Tributário é uma realidade indiscutível. 
 
• Este ramo do direito atinge suas finalidades, alcança os seus objetivos e 
realiza os seus fins de modo inconfundível. 
 
• Atende, incontestavelmente, os requisitos dogmáticos e estrutural, 
essenciais para a autonomia. 
 
• Esta autonomia está consagrada também no ápice do nosso ordenamento 
jurídico, pois a Constituição Federal dedica um capítulo especial ao Sistema 
Tributário Nacional (artigos 145 ao 162) e prevê que lei complementar 
estabeleça normas gerais em matéria de legislação tributária (artigo 146, 
inciso III). 
 
• Além disso, a existência do CTN — Código Tributário Nacional — é decisivo 
para derrubar qualquer argumento tendente a questionar a autonomia do 
Direito Tributário. 
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Conceito de Direito Tributário: 
Nos dizeres de Hugo de Brito Machado: 
 
“(...) é possível conceituar o Direito Tributário como o 
ramo do Direito que se ocupa das relações entre o Fisco e as 
pessoas sujeitas as imposições tributárias de qualquer espécie, 
limitando o poder de tributar e protegendo o cidadão contra os 
abusos desse poder.” 
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Origem da palavra Tributo 
 No início da civilização romana, o povo estava dividido em várias tribos 
(em latim, tribus), vocábulo que produziu vários derivados conhecidos: o 
tribuno era o magistrado da tribo, enquanto o tributo era a contribuição 
a ser paga pelos membros da tribo. 
 
 O termo logo generalizou-se para abranger todo imposto ou taxa 
cobrado dos cidadãos romanos, passando a designar também o valor 
que um povo vencedor obrigava o povo vencido a pagar como símbolo 
de submissão e obediência. 
 
 Naquela época, como até hoje, os poderosos raramente pagavam 
tributos, que eram suportados pelos comerciantes mais humildes, os 
camponeses e os pequenos proprietários. 
 
 Esse infeliz contribuinte era chamado de tributarius (designação que se 
aplica, por metáfora, aos rios que vão desaguar em um rio maior). 
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História do Tributo: 
 O tributo tem origem remota e certamente acompanhou a evolução do 
homem, a criação das primeiras sociedades, o surgimento de líderes 
tribais ou chefes guerreiros e políticos. 
 
 Estudos indicam ter sido voluntária a primeira manifestação tributária, 
em forma de presentes ou ofertas destinadas aos líderes ou chefes, por 
seus serviços ou sua atuação em favor da comunidade. 
 
 Depois as contribuições passaram a ser compulsórias, quando os 
vencidos de guerra eram forçados a entregar parte ou a totalidade de 
seus bens aos vencedores. 
 
 Após essa época, começou a cobrança pelos chefesde Estado de parte 
da contribuição dos súditos, sob a forma de tributos. 
 
 O texto mais antigo encontrado e que retrata a cobrança de tributos na 
antiguidade é uma placa de 2.350 A. C. 
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História do Tributo: 
 Com a evolução das concepções de Estado e a criação de novas cartas 
constitucionais, os tributos passaram a ser definidos tendo em vista o 
bem-estar social. 
 
 Cada vez mais, foram sendo criadas leis para definir a aplicação social 
dos recursos arrecadados com os tributos. 
 
 Hoje, os tributos representam a principal fonte de arrecadação de 
receitas públicas de um Estado. 
 
 O Conceito de tributo encontra-se expressamente previsto no 
Art. 3º do Código Tributário Nacional (Lei 5.172 de 25 de Outubro de 
1966), vejamos: 
 
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“Art. 3º - Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou 
cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, 
instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente 
vinculada.”- CTN, art. 3º. 
 
 Tem que ser previsto em lei; 
 
 Deve ser pago em moeda corrente (de outra forma, só se 
autorizado em lei); 
 
 É obrigatório; 
 
 Não tem caráter de punição, nasce de ato lícito; 
 
 Não cabe ato discricionário por parte do administrador público. 
TRIBUTO: 
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Constituição Federal 
Emendas Constitucionais 
Leis Complementares 
Tratados e Convenções Internacionais (força de lei ordinária) 
Leis Ordinárias 
Medidas Provisórias 
Decretos 
Normas (Resoluções, Portarias, Instruções Normativas, Atos Declaratórios 
etc.) 
Fontes do Direito Tributário 
Toda norma que contrariar ou não se fundamentar em uma norma 
hierarquicamente superior, não será válida. 
Hierarquia das Normas 
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Define a competência tributária da União, dos Estados/DF e dos 
Municípios. 
 
Fixa os princípios e garantias do contribuinte. 
 
Fixa imunidades. 
 
Dispõe sobre a repartição das receitas tributárias. 
Constituição Federal / 88 (Título VI, Cap. I): 
Na constituição, encontram-se as principais normas sobre tributos. A lei 
constitucional é fonte principal e contém as diretrizes para outras normas. 
 
A constituição não cria obrigação tributária: limita-se à sua previsão e ao seu 
deferimento para as pessoas competentes, para instituí-los e arrecadá-los. 
TRIBUTO: 
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Competências tributárias (CF/88) 
União 
 
 
 
 
Estados/ 
Distrito Federal 
 
Municípios 
 
II, IE, IPI, IOF, ITR, COFINS, 
PIS,IRPJ, CSLL, CIDE, CPMF, 
Contrib. Previdenciárias, 
Contrib. Sociais e Grandes 
Fortunas. 
 
 
ICMS, ITCD, IPVA 
 
 
IPTU, ISS, IVVC, ITBI 
TRIBUTO: 
Incidências tributárias 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAMPO DE INCIDÊNCIA 
Fato Gerador 
ISS, PIS COFINS, INSS, IR, CSLL, 
ICMS, IPI 
NÃO INCIDÊNCIAS 
Igrejas 
Inst. sem fins 
lucrativos 
Partidos Políticos 
 IMUNIDADES 
Contribuinte 
Responsável 
Sujeito Passivo 
Obrigação Tributária 
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Fato Gerador 
 
 Situação ou fato que cria a obrigação tributária. 
 
 Obrigação principal: pagar o tributo 
 
 Obrigação acessória: acréscimo de outra obrigação exigida por lei, além de pagar 
o tributo. Ex.: emissão de documento fiscal; apresentação de declaração mensal. 
 
Norma jurídica tributária – estabelece as hipóteses de incidência tributária. 
 
Com a materialização da hipótese de incidência tributária, ocorre o fato gerador do 
tributo. 
 
 Fato gerador Obrigação tributária 
TRIBUTO: 
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Sujeito passivo 
 
 Quem deve pagar o tributo – imposição legal; 
 
 Tipos de sujeito passivo: 
 - contribuinte: relação direta com o fato gerador. 
 
 - responsável: relação indireta com o fato gerador. 
 
 Sujeito passivo: 
 - de obrigação principal. Pagar tributo; 
 
 - de obrigação acessória. Ex.: emitir documento fiscal. 
 
TRIBUTO: 
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Responsabilidade Tributária 
 
 Responsabilização tributária é a maneira identificada pelo legislador de 
atribuir, legalmente, a responsabilidade do tributo a uma terceira pessoa, 
que não é o contribuinte efetivo, mas que de alguma maneira está 
vinculada ao fato gerador. 
 
 Somente a lei pode imputar a responsabilidade a um terceiro que não 
seja o contribuinte (sucessores, terceiros envolvidos etc.). 
 
Solidariedade 
 
Significa que, mesmo não sendo o contribuinte ou responsável, o Fisco 
pode responsabilizar um terceiro que tenha interesse na situação. 
 
O fato que a caracteriza deve estar previsto em lei. 
TRIBUTO: 
 Contingência fiscal 
 Adoção de procedimento fiscal, pelo contribuinte, que é questionado 
pelo Fisco com competência para exigir o tributo e que pode ser 
alcançado com auto de Infração. 
 
Auto de Infração 
 Instrumento através do qual o Fisco exige o tributo não recolhido pelo 
contribuinte, com incidência de multa e juros. 
 
 O auto de infração pode ser utilizado também para cobrança de multas, 
em caso de descumprimento de obrigações acessórias. 
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TRIBUTO: 
Teoria da Tributação: 
1. Pelo conceito da equidade, cada indivíduo deve contribuir com uma 
quantia “justa”; pelo conceito da progressividade, as alíquotas devem 
aumentar à medida que são maiores os níveis de renda dos contribuintes; 
pelo conceito da neutralidade, a tributação não deve desestimular o 
consumo, produção e investimento; e, por fim, pelo conceito da 
simplicidade, o cálculo, a cobrança e a fiscalização relativa aos tributos 
devem ser simplificados a fim de reduzir custos administrativos. 
 
2. Impostos são tributos cobrados cujo valor arrecadado não tem um fim 
específico. 
 
3. As contribuições são tributos cujos recursos devem ser legalmente 
destinados a finalidades pré-estabelecidas. 
 
4. Taxas são tributos para manutenção do funcionamento de um serviço 
dirigido a uma comunidade de indivíduos. 
 
23 
FIM!

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