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PLANO DE AULA 2

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PLANO DE AULA
AULA 2 – Conceitos Básicos; Sistema Econômico e sua estrutura; Economia de mercado e seu funcionamento: o papel do Mercado e do Estado; Função econômica do Estado. 
Economia é o ramo da ciência econômica que trata da utilização racional de recursos com vistas à produção, transformação, distribuição e consumo de bens e serviços. Como por exemplo, produtos e subprodutos da ÁRVORE, madeira, preservação da vida silvestre, controle do regime hidrológico e da erosão do solo, extrativismo, produção de mel, atividades lúdicas e de lazer, entre outros;
1 - PRINCIPAIS CONCEITOS:
A - atividade econômica;
B - recursos econômicos;
C - necessidade;
D - utilidade;
E - bem;
F - produção;
G - distribuição;
H - firma ou empresa;
I - consumo ou consumidor;
A - Atividade econômica
São as atividades econômicas todos os processos que tem lugar para a obtenção de produtos, bens e/ou serviços destinados a cobrir as necessidades e desejos de uma sociedade.
É a soma de transações de bens e serviços realizados numa determinada comunidade através de dinheiro.
A atividade econômica está formada pelos elementos chaves que a continuação se apresentam:
• Os recursos produtivos (R);
• As técnicas de produção (que transformam os recursos produtivos em bense serviços (BS)) e;
• As necessidades humanas (NH).
Esquematicamente tem-se:
R				BS				NH
(representa recursos (técnicas produtivas		(satisfazer necessidades
produtivos)			que transformam os		humanas)
				recursos em bens e
				serviços)
B - Recursos econômicos 
São os meios materiais ou imateriais usados pela população para a produção de bens e serviços para a satisfação de suas necessidades.
Também são chamados de fatores de produção ou “inputs” e são os meios utilizados pela sociedade para a produção de bens e serviços que irão a satisfazer as necessidades humanas.
As características dos recursos econômicos são:
a- Limitados em quantidades (ou seja, escassos);
b- Versáteis, isto é podem ser aproveitados em diversos usos;
c- Podem ser combinados em proporções variáveis para obter o maior nível de bem estar.
A grande maioria dos recursos econômicos é caracterizada por serem limitados e versáteis. A madeira, por exemplo, pode vir a acabar um dia, se a sua exploração não for controlada e a plantação de árvores não for incentivada. De igual forma, a madeira é versátil, porque pode ser usada na produção de um grande número de bens materiais diferentes
Quanto a classificação, os recursos podem ser agrupados em:
- RECURSOS NATURAIS: formado por todos os bens econômicos usados na produção e que são extraídos diretamente da natureza como: os solos, os minérios, água para as hidroelétricas, entre outros;
- TRABALHO: são constituídos pela mão de obra, ou seja, o trabalho físico ou mental feito pelo ser humano na produção de bens e serviços. Inclui toda a atividade humana (esforço físico ou mental) usada na produção de bens e serviços, como: os serviços técnicos dos engenheiros de comutação, médicos, agrônomos, advogados, etc.;
- CAPITAL: consistem nos bens físicos criados pelos homens que contribuem para a produção de outros bens; consiste em todos os bens materiais produzidos pelo homem e que são usados na produção. Estes bens de capital que incrementam a produção são: máquinas, caminhões, tratores, equipamentos, instalações, matérias primas, etc.
C – Necessidade
É possível afirmar que a necessidade é uma sensação de falta. É a sensação de carência de algo unida ao desejo de satisfazê-la. Os seres humanos tem grande quantidade de necessidades e procuram satisfazê-las.
Não passa de um desejo, socialmente manifestado, o qual o leva a uma ação por parte de quem o experimenta.
Podem ser classificadas em:
- Individuais: as sentidas pelos seres humanos considerados individualmente. Podem ser divididas em:
ABSOLUTAS: aquelas que todos os seres humanos sentem. Ex.: as necessidades fisiológicas como fomo, sede, sono, etc.
RELATIVAS: que não são idênticas para todos e são influenciadas por uma série de fatores como hábitos de comportamento, valores, e costumes sociais, etc.
- Coletivas: são aquelas sentidas por todo um grupo de seres humanos, são desejos básicos intimamente relacionados com o nível de bem estar de uma coletividade. Exemplo: as necessidades de saúde, educação e saneamento, etc. (geralmente são atendidas por programas de ação executadas pelo Estado).
Estas necessidades variam de sociedade para sociedade, pois são influenciadas por elementos como padrões culturais do grupo, clima, topografia, disponibilidade de recursos, etc., por causa disso, mesmo as necessidades chamadas básicas alimentação, moradia, vestuário, manifestam-se e são atendidas de formas diferentes em diferentes sociedades.
O progresso humano e o processo de civilização têm expandido as necessidades muito além das individuais e coletivas, todo isso é atestado pelos inúmeros bens como o computador, celular, produtos químicos e farmacêuticos e a proliferação de serviços de comodidades fornecidas pelos serviços terceirizados das atividades econômicas.
Há uma renovação contínua das necessidades visando à busca de melhor qualidade de vida. Portanto até as sociedades mais opulentas e desenvolvidas não conseguem satisfazer todos os desejos de sua coletividade e portanto solucionar o problema da escassez e, assim o problema econômico.
D – UTILIDADE
Utilidade é a satisfação pelo consumo de bens ou serviços.
Os autores clássicos admitiam a utilidade como sendo a satisfação total auferida por um individuo em decorrência de um conjunto de bens ou de quantidades desses bens.
A utilidade vem a ser a capacidade de qualquer bem suprir ou atender uma necessidade, satisfazendo-a no todo ou em parte.
 Assim a noção de utilidade era entendida como: a capacidade inerente aos bens de atender ou satisfazer a necessidades.
Ou seja, todos os bens e os serviços econômicos são desejados porque são úteis, isto é possuem a capacidade de satisfazer uma necessidade.
Na economia moderna, define-se utilidade: ao grau de adequação de um bem a uma necessidade sentida. A utilidade também tem caráter subjetivo e individual porque se vincula à necessidade sentida pelo individuo, necessidade que como vimos anteriormente tem essas mesmas características.
Por tanto: coisas não necessárias não possuem utilidade. Nisso, todavia, está a influência do comportamento individual. Por exemplo, os esquimós, não têm necessidade de geladeira que então, para esse grupo de indivíduos (a geladeira)não possui utilidade.
O inverso ocorre com os grupos de indivíduos que vivem nas zonas de temperatura elevada, onde a geladeira é necessária e consequentemente possui utilidade.
Características da utilidade:
• Não é mensurável de forma quantitativa, porem pode ser perfeitamente comparável. Todavia mais uma vez, o comportamento individual afeta esse tipo de avaliação. Exemplo para abrandar sua sede pode considerar um copo de água mais o menos útil do que um copo de guaraná. Agora jamais poderá avaliar quanto mais ou menos útil é o copo de água em relação ao copo de guaraná, para atende a essa necessidade;
• Depende da percepção do individuo: um bem pode ser adequado a atender a uma necessidade, porem o individuo pode não perceber essa adequação, consequentemente, não atribui utilidade ao bem para esse fim. Se as pessoas não estão “informadas” a respeito da capacidade deum bem atender a uma necessidade, logicamente não lhe atribuem utilidade para esse fim. Da mesma forma se o nível cultural das pessoas não permite que elas compreendam a adequação dobem à necessidade, certamente não atribuirão utilidade a esse bem para o atendimento daquela necessidade.
A utilidade pode ser marginal ou total.
Utilidade marginal: é o grau de satisfação (utilidade) que se tem ao consumir uma unidade adicional (marginal) de um determinado bem.
Utilidade total: é a satisfação total que resulta do consumo de um bem ou serviço.
Ressalte-se que a utilidade marginal é decrescente, pois Imagina que você esteja com fomee compre uma pizza. O primeiro pedaço é sensacional, você está muito feliz em consumi-lo. O segundo é ainda muito bom, mas na quarta fatia você já começa a se saciar e naturalmente a ver menos valor.
Se você pudesse dar uma nota de 0 a 10 à sua satisfação ao comer esta pizza, talvez a primeira fatia valesse 8, a segunda 4, a terceira 2, a quarta 1… e, já saciado, a quinta seria bem próxima a zero.
O mesmo vale com o carro. O primeiro carro teria uma utilidade de 10, já o segundo, valeria 5, o terceiro valeria menos e por aí vai. Isto vale para a água quando se está com sede, com as roupas que compramos, em praticamente tudo o que consumimos.
UTILIDADE TOTAL					UTILIDADE MARGINAL
O primeiro gráfico mostra a Utilidade Total (U) em função da quantidade (Q) consumida. Repare que quando a quantidade consumida cresce, o grau de satisfação do indivíduo também cresce. Só que cresce cada vez menos, num ritmo cada vez menor.
Isto porque como disse, a Utilidade Marginal (Umg) – a satisfação por consumir uma unidade adicional de um bem – é decrescente. É o que mostra o gráfico ao lado (Umg x Q).
A Utilidade Total é a soma de todas as Utilidades Marginais ao se consumir um bem. No exemplo da pizza, as utilidades marginais de cada fatia são: 1ª fatia: 8, da 2ª fatia é 4, da 3ª fatia é 2 e a da 4ª fatia é 1. Portanto, decrescente.
Já a Utilidade Total cresce, embora em uma taxa decrescente. Na primeira fatia a Utilidade Total é 8, na 2ª é 12 (8 da 1ª fatia + 4 da 2ª fatia), até que na quarta fatia a Utilidade Total é 15. Ou seja, comer as 4 fatias é melhor que comer apenas uma, mesmo que a primeira seja a que traga a maior satisfação.
	- Curva da Indiferença
É a curva que mostra a quantidade de produtos em que o consumidor não tem preferência já que cada uma provê um mesmo nível de satisfação.
Por exemplo, eu posso ser indiferente entre ter: 1) uma casa, um carro e três TVs em casa ou 2) uma casa, um carro, uma TV e uma mesa de sinuca
O gráfico acima mostra a curva de indiferença de um indivíduos em relação a maçãs e morangos. Ele parece gostar bem mais de maçãs, já que para ele consumir 5 maçãs é indiferente a consumir 50 morangos.
E – BENS
Define-se hoje o bem como sendo algo capaz de satisfazer as necessidades, portanto algo que tenha utilidade.
Bem econômico é todo aquele dotado de utilidade e cujo suprimento seja escasso. Resumindo é aquele bem útil e escasso.
Classificação dos bens:
a) Segundo a sua origem ou disponibilidade:
- bens livres: são aqueles cujas quantidades disponíveis são “maiores” do que as quantidades necessárias para o atendimento das necessidades para as quais são adequados. É dizer são bens abundantes, não exigindo maiores esforços para serem obtidos e por tanto não estimulam a atividade econômica. Tais bens são considerados como uma exceção e não como uma regra. Podem ser obtidos ou utilizados com pouco ou nenhum esforço humano. São assim considerados porque satisfazem necessidades, mas cuja utilização não implica em relações de ordem econômica; não tem preço ou dono.
- bens econômicos: são escassos, isto é as quantidades disponíveis são “menores” do que as quantidades necessárias. Exigem, por tanto, esforço para sua obtenção e consequentemente estimulam a atividade econômica. São transferíveis, ou seja, podem ser trocados por dinheiro ou por outro bem qualquer justamente por isso, diz-se que esses bens têm um valor de mercado. Em última analise, pode-se definir um bem econômico como todo aquilo que for necessário, escasso e transferível. Supõem a ocorrência de esforço humano na sua obtenção. A característica básica dos bens econômicos é o fato de terem um custo associado a sai obtenção.
b) Quanto à raridade
	- Escassos: quando sua disponibilidade é insuficiente para atender a procura por este tipo de bem.
	- Abundantes: quando sua disponibilidade é muito superior a sua procura, gerando excedente.
c) Segundo sua natureza:
- bens materiais ou tangíveis: são considerados tangíveis pelo fato de aos mesmos podermos atribuir características como peso, altura e existência física e palpável, ou seja, podem ser contados, medidos ou quantificados.
- bens imateriais ou intangíveis: são bens que não podem ser caracterizados materialmente, porém são uteis e necessários. Exemplo: marcas, patentes.
- bens e ou serviços duráveis: são aqueles embora se destinem ao consumo ou atender necessidades, não se extinguem imediatamente, ou seja, não desaparecem logo após satisfazê-las. Exemplo: aparelhos elétricos, automóveis, calados, serviços de pintura de imóvel, assinatura de contrato ou da efetiva prestação de um serviço.
- bens e ou serviços não duráveis: são aqueles que desaparecem logo após satisfazer as necessidades humanas, como alimentos, produtos de beleza, produtos higiênicos, ou prestação de serviços como hospedagem, transporte aéreo, coletivo, etc.
d) Quanto á finalidade:
bens primários: são aqueles extraídos diretamente da natureza e podem atender diretamente às necessidades humanas, ou serem destinados à transformação.
bens intermediários: são os bens que já passaram por algum processo de transformação mas que não estão prontos. Em outras palavras, são bens transformados que precisam ser submetidos a uma nova transformação para atenderem a uma necessidade. Exemplos: cimento, trigo, madeira, aço, etc.
 bens de capital: são todos aqueles bens cuja principal utilidade é a produção de outros bens. Exemplo: maquinário, ferramentas, computadores, etc.
bens finais: são todos aqueles que satisfazem direta e imediatamente as necessidades de consumo do homem. Exemplo: refrigerante, pão, bolo, calçados, vestuário, carro.
e) Segundo a sua utilização:
- bens de consumo: Atendem diretamente as necessidades sentidas pelos indivíduos ou consumidores. São sub classificadas em:
Duráveis: os que resistem a maus de um processo de atendimento da necessidade. Exemplo: geladeiras, fornos, computadores, micro-ondas, etc.;
Não duráveis: que se “exaurem” no primeiro atendimento da necessidade, como exemplo, guardanapo de papel, palito de fósforo, etc.
- bens de produção ou de capital: são aqueles que se destinam a produção de outros bens são também chamados de bens intermediários, atendem de forma indireta as necessidades finais dos indivíduos e se sub classificam em:
*Duráveis: máquinas.
*Não duráveis: as matérias primas.
F – PRODUÇÃO
Produção consiste do ponto de vista técnico transformar um bem, ou seja, compreende uma série de operações físicas que modificam certas características de um determinado objeto. 
Porém, a noção económica de produção, implica a utilidade dos bens produzidos. Assim, do ponto de vista econômico, constituirá uma ação de produção toda aquela que torne um objeto útil e portanto faça aumentar a sua utilidade ou ainda é a criação de bens e serviços para suprimir as necessidades do ser humano.
G – DISTRIBUIÇÃO	
É um conjunto de atividades visando ao estabelecimento do fluxo de bens do setor de produção de bens materiais até o consumo final. Constitui-se nas atividades do comercio, transporte, publicidade propaganda e em todos os processo de produção que facilitarem o atendimento das necessidades do consumidor.
H – FIRMA OU EMPRESA
De maneira mais ampla pode-se definir uma empresa ou firma como sendo “qualquer unidade produtora independente, controlada por um ou mais empresários, e que oferece bens ou serviços para a venda no mercado”. Esse tipo de conceito, além de atividades industriais e agrícolas, engloba também atividades profissionais, técnicas e de serviços, que operem de forma independente.
I – CONSUMO OU CONSUMIDOR
Afirma-se que consumo: é atividade exercida pelos indivíduos para satisfazer a suas necessidades por meio da utilização de bens e serviços. Dessa forma, o consumo constitui-se em atividade básica para qualquer empreendimento econômico. Derivado disso (último dito) a posição do consumidor é extremadamente destacada no processo econômico.
O consumidor: pode ser definido como uma unidade de consumo ou degasto, que podeser representada tanto por um individuo como por uma família que possua um único orçamento e que tenha perfeitas condições de decidir como utiliza-lo. Dispondo do seu orçamento o consumidor resolve o problema da satisfação de suas necessidades realizando o seu processo de consumo.
Deve-se destacar que esse comportamento do consumidor é regido por uma hipótese básica:
 Os indivíduos distribuem os gastos dirigidos à satisfação de suas necessidades de forma RACIONAL, isto é, tomam decisões que permitem que obtenham a MAIOR SATISFAÇÃO POSSÍVEL, respeitadas as limitações de seu orçamento em cada momento.
2 – O PROBLEMA ECONOMICO FUNDAMENTAL – LEI DA ESCASSEZ
O problema econômico fundamental se centra no fato de que os recursos disponíveis ao homem para produzir bens e serviços são limitados, ou seja, são escassos, mas a sua necessidade ou desejo destes bens e serviços é variado e insaciável. Para certos bens “ar” por exemplo, (na ausência de poluição) cuja quantidade existente é maior que as necessidades, não há uma organização econômica para o seu uso, uma vez que todos os desejos são satisfeitos sem esforço.
Contudo no mundo real a maioria dos recursos são escassos relativamente à sua demanda, ou seja, eles não existem em quantidades suficientes para atender a todas as necessidades humanas. Em consequência tem-se a dupla situação:
Nenhuma sociedade pode produzir todos os bens econômicos para todos os seus membros, e 
Nenhum indivíduo pode gastar mais do que a sua renda.
Como já visto anteriormente o objeto de estudo da ciência econômica é a questão da escassez, ou seja, como economizar recursos. Assim todas as sociedades, qualquer que seja seu tipo de organização econômica ou regime políticos, são obrigadas a fazer escolhas entre alternativas, uma vez que os recursos não são abundantes. Estas são obrigadas a fazer escolhas sobre o QUE E QUANTO, COMO e PARA QUEM PRODUZIR:
	O QUE E QUANTO produzir: a sociedade deve decidir se produz mais bens de consumo ou bens de capital, ou como num exemplo clássico: quer produzir mais canhões ou mais manteiga? Em que quantidade? Os recursos devem ser dirigidos para a produção de mais bens de consumo, ou bens de capital?
	COMO produzir: trata-se de uma questão de eficiência produtiva: serão utilizados métodos de produção intensivos em capital? Ou intensivos em mão-de-obra? Ou intensivos em terra? Isso depende da disponibilidade de recursos de cada país.
	PARA QUEM produzir: a sociedade deve decidir quais os setores que serão beneficiados na distribuição do produto: trabalhadores, capitalistas ou proprietários da terra? Agricultura ou indústria? Mercado interno ou mercado externo? Região Sul ou Norte? Ou seja, trata-se de decidir como será distribuída a renda gerada pela atividade econômica.
Resumindo:
Necessidades Humanas							O que e quanto
Ilimitadas									produzir
				 ESCASSEZ 	 ESCOLHA		 Como produzir 
Recursos produtivos
Escassos									Para quem 
										produzir
A lei da escassez é uma lei férrea e incontornável, tendo submetido os homens ao seu jugo desde sempre, levando-os a se organizarem e a estabelecerem entre si relações específicas a fim de enfrenta-la ou, melhor falando, conviver com ela, atenuando-lhe o quanto possível a severidade.
A moderna sociedade de consumo daria a impressão de ter conseguido o milagre de eliminar a escassez, tal eficiência com que joga nos mercados quantidades crescentes de novos produtos, rapidamente tornados obsoletos por outros mais novos, rechaçando, assim, os condicionamentos da escassez. Mas não é assim.
3 – SETORES ECONOMICOS
Os recursos econômicos (naturais, humanos e capitais) e as técnicas de produção estão presentes em todas as atividades de produção, sendo que, varia a sua intensidade de setor para setor. Assim, de acordo com a intensidade de uso dos recursos, são classificadas as atividades de produção, ou setores da economia. Desse modo, tem-se:
As atividades primárias: agricultura, pecuária e extração vegetal;
As atividades secundárias: indústria extrativa mineral, indústria de transformação e indústria de construção;
As atividades terciárias: comércio, transportes, comunicações, intermediações financeiras, imobiliárias, hospedagem e alimentação, reparação e manutenção, serviços pessoais, outros serviços, e governo.
De modo geral, o setor primário utiliza mais intensivamente o fator terra (recursos naturais), o setor secundário utiliza mais intensamente o fator capital, e o setor terciário utiliza mais intensamente o fator recursos humanos (trablaho).
4 – SISTEMAS ECONONOMICOS E SUA ESTRUTURA
Um sistema econômico pode ser definido como sendo a forma política, social e econômica pela qual está organizada uma sociedade. É um particular sistema de organização da produção, distribuição e consumo, de todos os bens e serviços que as pessoas utilizam buscando uma melhoria na produção de vida e bem estar. 
Os elementos básicos de um sistema econômico são:
-Estoque de Recursos Produtivos ou Fatores de Produção: aqui se incluem os recursos humanos (trabalho e capacidade empresarial), o capital, aterra, as reservas naturais e a tecnologia;
-Conjunto de Unidades de Produção: constituído pelas empresas;
-Conjunto de Instituições Políticas, Jurídicas, Econômicas e Sociais: que são a base da organização da sociedade. 
Principais Tipos de Sistemas Econômicos
4.1 Sistema Capitalista ou Economia de Mercado
É aquele regido pelas forças de mercado e podem ser analisadas por dois sistemas:
-Sistema de concorrência pura (sem interferência do governo);
-Sistema de economia mista (com interferência governamental):
Num sistema de concorrência pura ou perfeitamente competitivo, predomina o “deixar fazer”: milhares de produtores e milhões de consumidores têm condições de resolver os problemas econômicos fundamentais (o que e quanto, como e para quem produzir), como que guiados por uma “mão invisível”. Isso sem a necessidade de intervenção do Estado na atividade econômica. Isso se torna possível mediante o chamado mecanismo de preços, que resolve os problemas econômicos fundamentais e promove o equilíbrio no vários mercados da seguinte forma:
- Se houver excesso de oferta (ou escassez de demanda) formar-se-ão estoques nas empresas, que serão obrigadas a diminuir seus preços para escoar a produção, até que se atinja um preço no qual os estoques estejam satisfatórios. Existira concorrência entre empresas para vender os bens aos escassos consumidores;
- Se houver excesso de demanda (ou escassez de oferta) formar-se-ão filas, com concorrência entre consumidores pelos escassos bens disponíveis. O preço tende a aumentar, até que se atinja um nível desequilíbrio em que as filas não mais existirão.
Os problemas econômicos fundamentais são resolvidos, no sistema de concorrência pura da seguinte forma: 
i. O que e quanto produzir: o que produzir é decidido pelos votos, desejos dos consumidores (também chamado de “soberania do consumidor”) quanto produzir é determinado pelo encontro da oferta e demanda de mercado;
ii. Como produzir: é resolvido no âmbito das empresas (trata-se de uma questão de eficiência produtiva);
iii. Para quem produzir : é decidido no mercado de fatores de produção(pelo encontro da demanda e oferta de serviços dos fatores de produção). Para quem produzir é uma questão distributiva, ou seja, quem ou quais setores serão beneficiados pelos resultados da atividade produtiva. É a base da Filosofia do liberalismo econômico, que advoga a soberania do mercado, sem intervencionismo do Estado. Nesse modelo, o Estado deve responsabilizar-se mais com questões como justiça, paz, segurança, relações diplomáticas, e deixar o mercado resolver as questões econômicas fundamentais.
É a base da Filosofia do liberalismo econômico, que advoga a soberania do mercado, sem intervencionismo do Estado. Nesse modelo, o Estado deve responsabilizar-se mais com questões como justiça, paz, segurança, relações diplomáticas, e deixar o mercado resolver as questões econômicas fundamentais.Criticas feita ao sistema de concorrência pura:
a) Trata-se de uma grande simplificação da realidade;
b) Os preços nem sempre flutuam livremente, ao sabor de mercado em virtudes de fatores como:
• Força dos sindicatos sobre a formação de salários (os salários também são preços, que remuneram os serviços da mão de obra);
• Poder dos monopólios e oligopólios sobre a formação de preços no mercado, não permitindo queda dos preços de seus produtos;
• Intervenções do governo, via:
- Impostos, subsídios, tarifas e preços públicos (água, energia, etc.);
- Política salarial (fixação de salário mínimo, reajustes, etc);
- Fixação de preços mínimos;
- Congelamento e tabelamento de preços;
- Política cambial.
c) O mercado sozinho não promove perfeita alocação de recursos. Em países mais pobres, que querem desenvolver-se, o Estado precisa prover a infraestrutura básica, como estradas, telefonia, siderurgia, portos, usinas hidroelétricas, que exigem altos investimentos, com retornos apenas em longo prazo, afastando o setor privado;
d) O mercado sozinho não promove perfeita distribuição de renda, pois as empresas estão preocupadas com a obtenção do máximo lucro e não em questões distributivas.
A economia de mercado pode ser do tipo:
- Sistema de concorrência pura (sem interferências do governo)
Laissez-faire: O mercado resolve os problemas econômicos fundamentais (o que e quanto, como e para quem produzir), como guiados por uma mão invisível (mecanismo de preço que promove o equilíbrio dos mercados), sem a intervenção do governo.
No sistema de concorrência pura, existirá excesso de oferta (escassez de demanda), causando assim, a formação de estoques, fazendo com que ocorra a redução dos preços, até ficar em equilíbrio. (existira concorrência das empresas para vender os bens aos escassos consumidores).
Podendo também existir, escassez de oferta (excesso de demanda), causando assim, as filas, fazendo com que a tendência é aumentar os preços, até ficar em equilíbrio. (existira concorrência entre os consumidores para a compra).
O QUE e QUANTO produzir? ((o que) decidido pelos consumidores (soberania do consumidor). (quanto) determinado pelo encontro da oferta e demanda de mercado). COMO produzir? (Questão de eficiência produtiva. Resolvido no âmbito das empresas). PARA QUEM produzir? (Decidido no mercado de fatores de produção (demanda e oferta de fatores de produção). Questão distributiva).
Existem algumas criticas sobre o sistema de concorrência pura, como:
- Grande simplificação da realidade;
- Os preços podem variar não devido ao mercado, mas em função de: - Força dos sindicatos (através dos salários que remuneram os serviços de mão-de- obra); - Poder de monopólio e oligopólio na formação de preços no mercado; - Intervenção do governo (impostos, subsídios, tarifas, política salarial, fixação de preço mínimo, política cambial).
- O mercado sozinho não promove perfeita alocação de recursos. A produção ou consumo de um determinado bem ou serviços pode produzir efeitos colaterais externalidades. Além disso, existem bens públicos, disponibilizado pelo governo;
- O mercado sozinho não promove perfeita distribuição de renda, pois as empresas estão procurando a obtenção de máximo lucro e não com questões distributivas.
Essas críticas justificam a atuação governamental para completar a iniciativa privada e regular alguns mercados. Há muitos mercados, entretanto, que se comportam como um sistema de concorrência pura, como por exemplo, hortifrutigranjeiro.
4.2 Sistema de economia mista: o papel econômico do governo.
Por pelo menos 100 anos, do final do século XVIII, com a Revolução Industrial, ao final do século XIX, predominava um sistema de mercado muito próximo da concorrência pura. No século XX, quando se tornou mais presente a força dos sindicatos e dos monopólios e oligopólios associadas a outros fatores, como ao aumento da especulação financeira, desenvolvimento do comercio internacional, a economia tornou-se mais complexa. 
A ocorrência de uma grande crise econômica, qual seja, a depressão nos anos 30, mostrou que o mercado, sozinho, não garante que a economia opere sempre com pleno emprego de seus recursos, evidenciando a necessidade de uma atuação mais ativa do setor publico nos rumos da atividade econômica. 
Basicamente, a atuação do governo justifica-se com o objetivo de eliminaras chamadas distorções alocativas (isto é, na alocação de recursos) e distributivas, e promover a melhoria do padrão de vida da coletividade. Isso pode dar-se das seguintes formas:
• Atuação sobre a formação de preços, via impostos, subsídios, tabelamento, fixação de salário mínimo, preços mínimos, taxa de cambio;
• Complemento da iniciativa privada, principalmente de investimentos em infraestrutura básica (energia, estradas etc.), o qual, eventualmente o setor privado não tem condições financeiras de assumir, seja pelo elevado montante de recursos necessários, seja em virtude do longo tempo de maturação do investimento, até que venha a propiciar retorno;
• Fornecimento de bens públicos: bens públicos são bens gerais, fornecidos pelo Estado, que não são vendidos no mercado, fundamentalmente, educação, justiça, segurança;
• Compra de bens e serviços do setor privado: o governo é, isoladamente, o maior agente do sistema e, portanto o maior comprador de bens e serviços
No século XVIII até o século XIX predominou o sistema de mercado próximo ao de concorrência pura. No início do século XX, notou-se que o mercado sozinho não garante que a economia opere em pleno emprego dos seus recursos, necessitando de maior atuação do setor público na economia.
O setor público vai atuar com o objetivo de evitar distorções alocativas e distributivas:
- Sobre a formação de preços (via impostos, etc.); 
- Complemento da iniciativa privada (infra-estrutura, etc.); 
- Fornecimento de serviços públicos; - Fornecimento de bem públicos (não vendidos no mercado). Exemplos: segurança, saúde, justiça, educação, etc.; 
- Compra de bens e serviços do setor primado.
4.3 Sistema Socialista ou Economia Centralizada ou Economia Planificada
É aquele em que as questões econômicas fundamentais são resolvidas por um órgão central de planejamento, predominando a propriedade pública dos fatores de produção, chamados nessas economias de “meios de produção”, englobando os bens de capital, terra, prédios, bancos, matérias primas, etc. 
O Estado também estabelece e administra todos os preços. A direta competição econômica é, por tanto, eliminada e é o Estado que inicia novas atividades econômicas. 
Portanto, as suas características básicas de socialismo são:
- A coordenação de toda ou quase toda atividade produtiva diretamente pelo governo;
- A propriedade governamental ou coletiva dos fatores de produção, exceto os serviços humanos. Assim a propriedade não é a fonte de renda individual.

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