Buscar

nutricao no idoso pdf

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 40 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 40 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 40 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

See	discussions,	stats,	and	author	profiles	for	this	publication	at:	https://www.researchgate.net/publication/228481895
Nutrição	no	idoso
Article
CITATIONS
0
READS
18,862
4	authors,	including:
Some	of	the	authors	of	this	publication	are	also	working	on	these	related	projects:
Improvement	of	the	quality	of	life	of	the	elderly	by	the	early	diagnosis	of	sarcopenia	View	project
Short	gut	syndrome	and	parenteral	nutrition	View	project
Julio	Sergio	Marchini
University	of	São	Paulo
355	PUBLICATIONS			2,228	CITATIONS			
SEE	PROFILE
Eduardo	Ferriolli
University	of	São	Paulo
114	PUBLICATIONS			867	CITATIONS			
SEE	PROFILE
All	content	following	this	page	was	uploaded	by	Julio	Sergio	Marchini	on	25	July	2017.
The	user	has	requested	enhancement	of	the	downloaded	file.
NUTRIÇÃO NO IDOSO 
 
Julio Cesar Moriguti 
Professor Doutor da Divisão de Clínica Médica Geral e Geriatria da Faculdade de 
Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. 
Diretor Científico da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia – Seção São Paulo. 
Contato: Avenida Bandeirantes, 3900. 
Departamento de Clínica Médica 
CEP 14049-900 – Ribeirão Preto, SP. 
Tel: 0xx (16) 602-2464 – e-mail: moriguti@fmrp.usp.br 
 
Fernando Dipe de Matos 
Médico Geriatra – Pós-Graduando (nível Mestrado) em Clínica Médica pela Faculdade de 
Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. 
Contato: ídem 
e-mail: ferdimatos43@hotmail.com 
 
Júlio Sérgio Marchini 
Professor Associado da Divisão de Nutrição Clínica da Faculdade de Medicina de 
Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. 
Contato: ídem 
e-mail: jsmarchi@fmrp.usp.br 
 
Eduardo Ferriolli 
Professor Doutor da Divisão de Clínica Médica Geral e Geriatria da Faculdade de 
Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. 
Contato: ídem 
 e-mail: eferriol@fmrp.usp.br 
INTRODUÇÃO 
 
O envelhecimento está relacionado com alterações fisiológicas que afetam a 
necessidade de vários nutrientes. Enquanto o impacto das alterações relacionadas ao 
envelhecimento na fisiologia e metabolismo tem sido extensivamente avaliado em estudos 
farmacológicos, somente nas últimas duas décadas que muitas pesquisas têm sido 
conduzidas para definir o impacto destas alterações nas necessidades nutricionais 
humanas1. 
O estado nutricional do idoso é também dependente das condições sociais e é 
influenciado pela presença de doenças crônicas e uso de medicações, que podem 
algumas vezes, gerar interações indesejáveis com os nutrientes2. 
As alterações fisiológicas do envelhecimento, incluem alterações endócrinas, 
gastrointestinais, renais e musculares e podem afetar as necessidades de nutrientes. 
Necessidades energéticas diminuem com o envelhecimento como resultado de 
alterações do metabolismo basal e atividade física. A necessidade basal não está sob 
comando do indivíduo, mas o gasto energético no exercício físico varia de acordo com os 
padrões de atividade. Atividade física pode ter uma responsabilidade maior na 
manutenção do balanço energético3. 
Perdas sensoriais que ocorrem com o envelhecimento podem resultar em 
consumo de uma dieta mais monótona. Ocorre um declínio progressivo da disfunção do 
paladar e olfato em idosos. 
Infelizmente, no cuidado do idoso doente e frágil, os aspectos de nutrição e 
hidratação são renegados a uma posição inferior no ranking das prioridades de avaliação 
e tratamento. Em hospitais e clínicas de repouso e na comunidade, pacientes idosos 
podem receber uma variedade de intervenções médicas complexas e dispendiosas 
financeiramente, como por exemplo: suporte ventilatório mecânico, enquanto a rotina de 
avaliação de necessidades de fluidos e nutrientes é negligenciada. 
Por que a nutrição não é mais claramente reconhecida como prioridade para o 
idoso pelos outros profissionais de saúde que não sejam da área da nutrição? A 
necessidade por avaliação e intervenção nutricional é particularmente crucial neste grupo 
etário, em quem a incidência de doenças crônicas é muito prevalente e uma infinidade de 
fatores sociais e econômicos aumentam a possibilidade de erro nutricional. Os resultados 
destes estudos freqüentemente indicam que os indivíduos idosos estão em risco 
nutricional ou em risco de desnutrição. 
Considerações sobre nutrição são fundamentais para o entendimento do 
desenvolvimento saudável e envelhecimento bem sucedido. O conhecimento relacionado 
a alimentação e nutrição para prevenção de doença e manutenção da saúde tem 
alcançado níveis que a avaliação e o planejamento nutricional são mandatórios no 
acompanhamento do paciente. Estudos populacionais prévios sobre o estado nutricional 
de idosos institucionalizados demostraram uma alta prevalência de desnutrição calórica, 
protéica e de micronutrientes, freqüentemente refletindo, bem como colaborando para os 
sintomas clínicos de doenças crônicas e também representando isolamento associado 
com as características sociais e econômicas da idade. O enfoque sobre nutrição e 
envelhecimento tem ultrapassado os limites da prevenção da pobreza e da subnutrição e 
alcançado o papel crítico da alimentação e fatores nutricionais no sucesso do 
envelhecimento, na prevenção do declínio funcional e das doenças associadas com a 
idade. 
Os idosos apresentam dificuldades de manutenção do equilíbrio do balanço 
energético, quando exposto a um período de restrição calórica pela dieta4, e talvez por 
isso, também diante de uma perda de peso, voluntária ou não, estes idosos também 
apresentam dificuldade de restabelecer ao peso anterior5. 
Atualmente, quanto as recomendações da ingestão diária de nutrientes, ao invés 
de ser baseada na quantidade de nutrientes para prevenir a ocorrência de um estado de 
deficiência, as novas recomendações são baseadas na quantidade de nutrientes 
necessárias para, ou prevenir a ocorrência de uma doença crônica ou otimizar uma 
função fisiológica6. 
 
GASTO ENERGÉTICO 
Durante a vida adulta há uma diminuição no gasto energético total. Isto é devido a 
uma combinação de gasto energético basal diminuído, atividade física diminuída e 
termogênese possivelmente diminuída. A diminuição do gasto energético basal está 
relacionada a diminuição de massa magra incluindo músculo e cérebro. A redução do 
gasto energético pela atividade física está associada com a alta incidência de doenças 
incapacitantes. A atividade física é a mais variável dos componentes do gasto energético 
total e, desta forma, das necessidades calóricas. Através de recentes estudos sobre 
necessidade energética avaliada por água duplamente marcada pode ser concluído que 
as recomendações das necessidades energéticas do idoso, mundialmente utilizadas, 
estão subestimadas7. 
 
NECESSIDADES NUTRICIONAIS 
O envelhecimento resulta em uma significante diminuição da necessidade de 
energia8. O principal mecanismo é uma diminuição do gasto energético em repouso como 
conseqüência do declínio da massa muscular. A redução da função da tireóide não 
parece contribuir com a redução da necessidade energética de pessoas mais idosas. 
Diminuição da necessidade de energia também resulta da diminuição da atividade física a 
qual tem sido demonstrada longitudinalmente em homens e confirmado em mulheres9. A 
diminuição na atividade física está relacionada com a coexistência de doenças ósseas e 
articulares, perda de estabilidade postural e doenças crônicas que podem limitar a 
atividade como a insuficiência coronariana e a claudicação intermitente. 
O apetite também é afetado em pessoas mais velhas. Em reposta a um jejum, 
idosos aparentam ter menos fome do que pessoas jovens e a saciedade ocorre mais 
rapidamente10. Alterações no apetite podem estar relacionadas com redução do 
esvaziamento gástrico. Outras alterações hormonais podem também ser importantes. Em 
animais velhos,a saciedade ocorre mais rapidamente em reposta ao aumento da 
colecistoquinina circulante. Por outro lado, reduções em opióides, neuropeptídeos Y, 
hormônio sexual, e concentração de insulina, com o envelhecimento podem também 
contribuir com a redução do apetite. Uma inabilidade para desenvolver uma resposta no 
apetite tem sido sugerido como o mecanismo responsável pela dificuldade de idosos em 
readquirir o peso perdido11. O envelhecimento também afeta a qualidade hedônica do 
alimento. Alteração no odor e paladar podem também afetar negativamente o apetite12. 
A ingestão energética total é determinada primeiramente pela necessidade de 
energia. Portanto uma redução de 30% na necessidade de energia será acompanhada 
por 30% na redução de ingestão de alimentos. Esta redução na ingestão calórica em 
idosos tem sido confirmada tanto em estudo transversal como em longitudinal13. 
Através de estudos epidemiológicos de ingestão dietética de indivíduos idosos 
saudáveis, verifica-se freqüentemente evidências de ingestão deficiente. Em contraste, 
avaliações bioquímicas do estado nutricional indicaram que deficiências significativas de 
macro e micronutrientes são raras em pessoas idosas saudáveis14,15. Isto é explicado pelo 
fato de que uma inadequada ingestão dietética de um nutriente é determinada pela 
comparação da ingestão atual com a recomendação dietética permitida para aquele 
nutriente. A recomendação diária permitida é geralmente muito mais alta do que uma 
ingestão que poderia resultar em uma deficiência nutricional. Todavia, a diminuição da 
ingestão resulta numa reduzida capacidade de reserva. Na presença de doença, com 
aumento das necessidades energéticas, ou por causa do declínio da ingestão causada 
pela anorexia, graves deficiências nutricionais são muito comuns em pacientes idosos em 
hospital ou institucionalizados, com doenças agudas ou crônicas. 
 
CARBOIDRATOS 
Os carboidratos são compostos orgânicos formados por carbono, hidrogênio e 
oxigênio com a fórmula geral CnH2nOn. Podem ser classificados em monossacarídeos 
(glicose, frutose e galactose), dissacarídeos (sacarose, maltose, lactose), poliálcoois 
(sorbitol, manitol e xilitol) e os polissacarídeos que são uniões de unidades de glicose 
(amido, dextrina, glicogênio e celulose). O amido e o glicogênio são digeríveis enquanto 
os outros polissacarídeos o são parcialmente ou até mesmo indigeríveis. O papel primário 
dos carboidratos (açucares e amido) é fornecer energia às células especialmente às que 
dependem quase que exclusivamente de glicose como os neurônios16. 
A Recommended Dietary Allowance (RDA) de carboidratos para idosos é a mesma 
dos adultos jovens (130 g/dia) baseado na utilização média de glicose pelo cérebro. Este 
nível de ingestão, contudo, é habitualmente excedido para compensar as proporções de 
consumo aceitas para gorduras e proteínas. A média de consumo de carboidratos é 
aproximadamente 200 a 330 g/dia para homens e 180 a 230 g/dia para mulheres. 
Segundo as Acceptable Macronutrient Distribution Ranges (AMDRs) recomenda-se que 
os lípides e os carboidratos constituam 20 a 35% e 45% a 65% da dieta, 
respectivamente16. 
As recomendações dietéticas, apesar de semelhantes, não avaliam isoladamente 
populações idosas, especialmente aquelas muito idosas. Temos encontrado dificuldades 
na determinação das reais necessidades de macronutrientes na terceira idade. A 
heterogeneidade física, econômica, social e cultural bem como as alterações fisiológicas 
do metabolismo oxidativo e das proteínas, obstruem o caminho de bons trabalhos 
científicos para padronização de recomendações exclusivas para esta faixa 
populacional16,17. 
As alterações fisiológicas no metabolismo dos carboidratos é um tema ainda 
pouco explorado na terceira idade assim como os mecanismos responsáveis pela sua 
regulação e pela determinação da normalidade glicêmica. Há, no entanto, evidências 
convincentes de diminuição na tolerância à glicose da terceira até a nona década de vida 
levando a pequenos aumentos nos valores glicêmicos em jejum e em testes de tolerância 
à glicose e, conseqüente, aumento percentual de idosos com subdiagnóstico de diabetes 
ou glicemia de jejum alterada18,19. Acredita-se num aumento de 8% e 6% na glicemia de 
jejum em homens e mulheres, respectivamente, após a sétima década. Foi observado um 
aumento nos valores da hemoglobina glicosilada como efeito da diminuição da tolerância 
à glicose estudando mais de 7000 japoneses durante o envelhecimento20. 
Os principais mecanismos determinantes destas alterações não estão totalmente 
elucidados. Postula-se que o aumento na resistência periférica à insulina, semelhante ao 
que ocorre no diabetes tipo II, seja o protagonista desta evolução. Assim sendo, fatores 
como sedentarismo, erros alimentares e obesidade (especialmente a abdominal), 
freqüentemente encontrados na terceira idade, podem contribuir classicamente para 
acentuar o distúrbio original. A intolerância à utilização dos carboidratos durante o 
envelhecimento fisiológico parece ser conseqüência da maior resistência periférica à 
insulina causada por um defeito no pós-receptor da mesma nos tecidos periféricos. Por 
outro lado, parece haver consenso geral de que a secreção de insulina não se altera com 
o envelhecimento21,22,23. 
Outras alterações na homeostase dos carboidratos estão sendo descritos e 
elucidados. Apesar do maior percentagem de gordura, os idosos utilizam 
preferencialmente carboidratos à gordura corporal. Essa menor atividade lipolítica tem 
levantado hipóteses para o ganho de peso e acúmulo de gordura em determinados 
segmentos do corpo durante o envelhecimento24. 
Futuros conhecimentos a respeito do envelhecimento do arsenal metabólico, do 
comportamento e utilização dos carboidratos associados à maior homogeneidade desta 
população em franco crescimento, trarão informações a respeito das necessidades 
energéticas diárias e da abordagem preventiva contra doenças do metabolismo glicêmico. 
 
FIBRAS 
As fibras são polissacarídeos não amiláceos, compostos de origem vegetal, pouco 
disponíveis como fonte de energia por não serem pouco hidrolisados por enzimas do 
intestino humano. Entre os materiais vegetais indigeríveis incluem componentes da 
parede celular (celulose, hemicelulose e pectina) e substâncias outras secretadas pelos 
vegetais como gomas, mucilagens e polissacarídeos de algas. De acordo com suas 
propriedades físicas, podem ser classificadas em solúveis (pectina, mucilagens e algumas 
hemiceluloses) e insolúveis (celuloses e hemiceluloses). As pectinas são encontradas em 
frutas e vegetais. Outras formas de fibras solúveis ocorrem em farelo de aveia, cevada e 
leguminosas. A relação das fibras solúveis com o trato gastrointestinal está na sua 
habilidade de reter água e formar géis além de servir como substrato para fermentação de 
bactérias. Retardam o esvaziamento gástrico tornando mais lento a digestão e absorção 
dos alimentos além de diminuir os níveis séricos de colesterol. As fibras insolúveis têm 
sua maior fonte nas camadas externas dos grãos de cereais. Outras funções das fibras 
são a estimulação da mastigação, salivação e secreção gástrica; o aumento do bolo fecal 
e, normalmnete, a otimização do tempo de trânsito intestinal25. 
É relativamente freqüente a queixa de constipação intestinal entre idosos por 
motivos como erros alimentares, imobilização, deficiência no aporte hídrico, doença 
diverticular, distúrbios motores entre outros. Ambas as fibras solúveis e insolúveis 
contribuem para aumentar o bolo fecal através da absorção de água. As fibras insolúveis, 
em particular, parece normalizar o tempo de trânsito em idosos com constipação e 
prolongando-o naqueles com trânsito rápido ou diarréia. Outras doenças do cólon são 
afetadas pelos níveis aumentados de fibras na dieta entre elas a doença diverticular e ocâncer de cólon e de reto. A redução na quantidade de fibras da dieta parece estar 
associada à maior incidência de câncer de cólon por mecanismos ainda incertos como a 
redução no tempo de exposição de carcinógenos ao tubo digestivo e por influência de 
componentes específicos das próprias fibras. No entanto, faltam melhores níveis de 
evidência científica que garantam estas informações26. 
O aumento no consumo de fibras proveniente de cereais, frutas e vegetais em 
fases tardias da vida está associado à redução na incidência de eventos 
cardiovasculares, reforçando a orientação para aumento no consumo de fibras na terceira 
idade. O consumo de fibras na dieta, especialmente as solúveis, podem abaixar os níveis 
de colesterol e ajudar a normalizar os níveis sangüíneos de glicose por interferir na 
absorção do primeiro e por reduzir os picos de hiperglicemia pós prandial, fazendo com 
que estas dietas façam parte da abordagem terapêutica para diabéticos de portadores de 
doenças cardiovasculares. Estas fibras aumentam o tempo de esvaziamento gástrico 
resultando no aumento da saciedade e ajudando no controle de peso de pacientes 
obesos. Ainda não estão claros os trabalhos que mostram que as fibras possam reduzir a 
incidência de pólipos de cólon27,28,29,30. 
Segundo as recomendações da American Dietetic Association, a ingestão de fibras 
deve ser de 20 a 35 g/dia para adultos e idosos porém, acredita-se que valores inferiores 
sejam consumidos pela maioria da população. 
 
PROTEÍNAS 
As proteínas são os maiores componentes estruturais do corpo, além de 
funcionarem como enzimas, hormônios e carreadores intracelulares entre outros. Seus 
principais componentes, os aminoácidos, são precursores de vitaminas, ácidos nucléicos 
e outras importantes moléculas. Segundo a última revisão publicada pela FAO/WHO em 
1985, a necessidade de proteína é “o menor nível de ingestão de proteína da dieta que 
equilibrará as perdas de nitrogênio pelo organismo em pessoas que mantêm o balanço 
energético com níveis moderados de atividade física”. Este mesmo comitê descreve as 
necessidades de energia e proteínas com base nos princípios de “necessidades médias 
de energia” e “nível seguro de ingestão”. Considera-se, portanto, nível seguro de ingestão 
a quantidade que irá atingir ou exceder as necessidades de praticamente todo o grupo 
(97,5%) tendo sido definido como seguro a média mais dois desvios padrões. Desta 
forma, concluiu-se que 0,6g/Kg/dia representava a necessidade média de proteína de alta 
qualidade e, ao se considerar os dois desvios padrões para cobertura de 97,5% da 
população, assumiu-se a recomendação de 0,75g/kg/dia para adultos e idosos31,32. 
O envelhecimento está associado com a diminuição do conteúdo de proteína 
corporal em aproximadamente 45% da terceira para a oitava década, especialmente dos 
compartimentos musculares (sarcopenia). Este efeito parece estar associado ao maior 
sedentarismo, à redução no aporte de proteínas da dieta e a situações recorrentes de 
aumento das necessidades energéticas na vigência de doenças agudas e crônicas 
inflamatórias. Alguns autores acreditam que a sarcopenia associada ao envelhecimento 
pode ser revertida parcialmente através de exercícios de treinamento físico e 
suplementação de proteínas33. 
Como já mencionado, as necessidades de proteínas e aminoácidos foram 
propostas para idosos saudáveis em 1985 (FAO/WHO/UNU) como sendo semelhante às 
necessidades de adultos jovens ao nível de 0,75 g/Kg/dia. No entanto, surgiram trabalhos 
verificando que estes valores associam-se com perda de massa magra na população 
idosa e, portanto, um aumento no aporte de proteínas seria necessário para eqüalizar o 
balanço nitrogenado devido à possível utilização ineficiente de proteínas. O balanço 
nitrogenado é definido pela diferença entre o nitrogênio consumido e o nitrogênio 
eliminado (especialmente nas fezes e urina). 
Administrando dietas com conteúdos diferentes de proteínas (12% e 21% do total 
de energia) para jovens e idosos, observou que o aumento na quantidade de proteínas na 
dieta leva a um aumento nas taxas de quebra e síntese das mesmas, ou seja, o turnover 
aumenta com o aumento da ingestão tanto em jovens quanto em idosos. No entanto, o 
turnover basal durante o consumo da dieta com 12% de proteína era menor em idosos. 
Estes resultados têm encontrado opiniões divergentes e, portanto, não conclusivas a 
respeito do metabolismo das proteínas em idosos bem como a interpretação de 
alterações que justifiquem o menor ou maior aporte de proteínas na dieta. De uma forma 
geral, dados sobre o balanço nitrogenado, em conjunto com índices funcionais de 
adequada ingestão protéica, e estudos de cinética de aminoácidos indicam que as 
necessidades de proteínas e aminoácidos, individualmente, não são inferiores às de 
adultos jovens34,35. 
As recomendações nutricionais (Recommended Dietary Allowances – RDAs) são 
estabelecidas pelo Food and Nutrition Board/National Research Council, desde 1941. As 
quotas recomendadas pelo Food and Nutrition Board16 de proteínas mantiveram as 
indicações para adultos e idosos em 0,8 g de proteína de boa qualidade por quilograma 
de peso por dia, baseado em estudos de balanço nitrogenado. 
A Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição adaptou as recomendações 
nutricionais para a população brasileira considerando que a digestibilidade “verdadeira” da 
proteína da dieta brasileira se encontra entre 80% e 85% em relação ao padrão. Desta 
forma, a recomendação é de 1g/Kg/dia de proteína para homens e mulheres acima de 18 
anos36. 
 
LÍPIDES 
 Vários autores sugerem que uma capacidade reduzida para oxidar gordura talvez 
contribua para um acúmulo de gordura37. O envelhecimento está associado com uma 
redução da oxidação da gordura em repouso38, após uma refeição39 e durante o 
exercício40, promovendo, então, um acúmulo da gordura total e central do corpo. 
A lipólise é regulada por vários hormônios, incluindo catecolaminas, glucagon, 
hormônio adrenocorticotrópico, hormônio do crescimento, prostaglandinas, hormônio do 
tireóide, glicocorticóides, e hormônio esteróide sexual. A regulação hormonal da lipólise 
pode ser afetada pelo processo do envelhecimento41. 
 A habilidade de catecolaminas para estimular lipólise está reduzida em idosos, 
como resultado da diminuição da sensibilidade adrenérgica do tecido adiposo42. Outros 
estudos têm mostrado uma sensibilidade aumentada nos agentes anti-lipolíticos, como 
adenosina, em ratos velhos43. 
 Um estudo recente examinou este papel em humanos. Adipócitos subcutâneos 
isolados de indivíduos jovens e idosos foram tratados com vários hormônios e agentes 
farmacológicos para identificar o passo no sinal lipolítico que foi afetado pela idade: não 
houve diferença entre os grupos44. 
O envelhecimento não altera qualquer das necessidades específicas para 
qualquer dos lípides essenciais. Contudo é amplamente admitido que uma prudente dieta 
com 30% ou menos do valor energético total na forma de gordura. A ingestão de gorduras 
saturadas, presentes em alimentos de origem animal, não deve ultrapassar 10% da 
ingestão calórica. Devido ao potencial efeito imunossupressor, ácidos graxos 
polinsaturados não devem ultrapassar 12 – 15% da ingestão energética; os ácidos graxos 
monoinsaturados, presentes no óleo de oliva, podem ser consumidos numa porcentagem 
de até 7% do valor calórico total. A ingestão de colesterol não deve ser superior a 300 mg 
por dia; se houver hipercolesterolemia, a ingestão deve limitar-se a 200 mg/dia. Através 
de estudos recentes, foi demonstrado que a redução da hipercolesterolemia é benéfica 
inclusive em idosos com mais de 80 anos e deve ser o objetivo a ser atingido45. 
 
ÁGUA 
Nos idosos o balanço hídrico é extremamente importante porque eles são 
propensos a desenvolver desidratação. Como uma regra geral, a ingestão hídricadiária 
deve ser 1 ml/Kcal ou 30 ml/Kg. 
Desidratação é extremamente prevalente em idosos em hospitais e é causa muito 
comum de estado confusional agudo. Isto é fundamentalmente relatado pelo bem descrito 
declínio na sensação de sede relacionado à idade. Estudos tem demonstrado uma 
habilidade diminuída para responder a uma deprivação de líquido46. Isto torna um 
problema sério particularmente no idoso frágil que desenvolve uma agressão patológica 
menor como uma infecção do trato respiratório ou urinário. Isto resulta em febre, aumento 
do metabolismo e perda de água. Caso a água perdida não seja prontamente reposta, a 
desidratação rapidamente se instala. Isto leva a quadro confusional, piora da desidratação 
e um rápido desenvolvimento de doença séria que pode ser ameaçador à vida, garantia 
de hospitalização e necessidade de um período de internação prolongado. 
 Pelas razões acima, condutas agressivas para garantir adequada hidratação é 
essencial em idosos. Além disso, isto deve começar brevemente, após o desenvolvimento 
de um estresse funcional. Paciente e seus familiares devem ser educados para enfatizar a 
importância da manutenção adequada da ingestão hídrica em todas as vezes e monitorar 
a ingestão cuidadosa se uma doença mínima se desenvolver ou se a necessidade hídrica 
está aumentada, como ocorre durante períodos de alta temperatura ambiente. Para os 
pacientes idosos em hospital a possibilidade que confusão ou delirium seja causada pela 
desidratação deve ser alta na lista de diagnóstico diferencial. Médicos devem assegurar 
que seus pacientes têm adequado acesso à água. Além disso, a ingestão hídrica total 
deve ser cuidadosamente monitorada pelo peso diário e medida de entrada e saída de 
água (balanço hídrico)47. 
 
MINERAIS E VITAMINAS 
Vários estudos indicam que, para uma numerosa variedade de minerais e 
vitaminas, a ingestão é significativamente menor do que a recomendação diária permitida 
para uma grande fração de pessoas idosas de ambulatório. 
 
Cálcio 
É evidente que no decorrer da vida, inadequada ingestão de cálcio contribui para a 
alta prevalência de osteoporose em pessoas idosas48, porém o fator preponderante se 
encontra nas alterações que ocorrem no metabolismo da vitamina D49,50,51. Geralmente é 
recomendado que a ingestão de cálcio seja entre 1,0 e 1,2 g/dia. Suplementos que 
combinam cálcio com vitamina D podem ser recomendados52. A ênfase em dietas ricas 
em cálcio pode levar a excessiva ingestão em algumas pessoas. Ingestão de cálcio em 
excesso (maior que 2500 mg/dia) pode ter efeitos adversos. Estes incluem a síndrome 
milk-alkali, litíase renal em idosos propensos a hipercalciúria, e deterioração na absorção 
de alguns minerais (ferro, zinco, e magnésio)53. 
 
 
Zinco 
A prevalência de deficiência de zinco é importante por causa do papel que este 
mineral tem na ingestão alimentar e cicatrização de feridas54. Em idosos com doenças 
debilitantes crônicas pequena deficiência de zinco pode contribuir com a anorexia55. 
Embora não clinicamente comprovado, também há evidências que suplementação de 
zinco é benéfica em cicatrização em geral e na cicatrização de úlceras de decúbito em 
particular. A suplementação de zinco tem também mostrado ser eficaz no incremento da 
função imune e na interrupção do desenvolvimento de degeneração macular em pessoas 
idosas56. A recomendação da ingestão diária de zinco é de 11 mg/dia para homens e 8 
mg/dia para mulheres. Doses consideradas excessivas (acima de 40 mg/dia) pode levar a 
uma deficiência de cobre. O ions divalentes podem competir entre si na absorção de um 
ou outro, inibindo competitivamente, assim o zinco do sulfato de zinco atrapalha a 
absorção do ferro do sulfato de ferro, e vice-versa. 
 
Ferro 
O envelhecimento está associado com o aumento gradual no estoque de ferro em 
ambos: homens e mulheres. Como conseqüência, a deficiência de ferro é incomum em 
pessoas idosas e invariavelmente é causada pela perda patológica de sangue. É 
importante enfatizar que a anemia de doença crônica, que está associada com a 
deficiência eritropoiética de ferro, incluindo uma baixa concentração sérica de ferro e uma 
redução na saturação de transferrina, é muitas vezes diagnosticada erroneamente como 
anemia por deficiência de ferro, em pessoas idosas57. Isto resulta em terapia de 
administração oral de ferro e é desnecessário o procedimento de investigação para 
identificar a fonte de perda de ferro. A anemia de doença crônica está associada com uma 
habilidade prejudicada do sistema retículo endotelial em reciclar o ferro obtido da 
quebra da fagocitose, ou ainda com a ingestão insuficiente de proteína. Portanto na 
anemia de doença crônica, o estoque de ferro está normal ou aumentado enquanto na 
deficiência de ferro o estoque de ferro está ausente58. 
Muitos idosos, principalmente em países desenvolvidos, fazem uso de complexos 
de vitaminas e minerais que contém a recomendação permitida diária de ferro. Em idosos 
sem evidência de perda sangüínea e com adequado estoque de ferro, isto é 
inapropriado59. Existem estudos demonstrando uma forte relação entre estoque de ferro 
tecidual e aumento do risco de doenças cardíacas e de alguns tipos de neoplasias60. 
 
Selênio 
Existem evidências sugestivas que a deficiência de selênio possa contribuir com o 
declínio da função imune celular relacionada à idade61 e a insuficiência cardíaca 
congestiva. O mineral pode minimizar o prejuízo de radicais livres, como isto é essencial 
para a função normal da glutationa peroxidase, significativa deficiência de selênio tem 
sido mostrada freqüentemente em pessoas idosas, embora síndromes associadas com a 
deficiência de selênio são incomuns (cardiomiopatia, anormalidades da unha, e 
miopatias). Há algumas evidências que a deficiência de selênio possa contribuir com um 
maior risco de neoplasias e declínio na função imune. A recomendação diária é de 55 
µg/dia62 e doses acima de 400 µg/dia são consideradas excessivas e podem levar a 
queda de cabelo e fragilidade ungueal63,64. 
 
Cobre 
O envelhecimento está associado, em muitas vezes, com aumento na 
concentração de cobre sérico61. A deficiência de cobre é muito rara e tem sido reportada 
somente em nutrição parenteral total. A recomendação diária é de 900 µg/dia e é 
considerada excessiva a dose acima de 10000 µg/dia que pode levar à 
hepatotoxicidade56,64. 
 
Cromo 
O cromo tem papel importante no metabolismo de carboidrato . Tem sido mostrado 
uma diminuição dos níveis teciduais de cromo associado à idade. É possível que a 
deficiência de cromo possa contribuir com a intolerância à glicose em pessoas idosas, 
apesar de que a eficácia da terapêutica de reposição de cromo é controversa65,66. A 
recomendação diária é de 35 µg/dia para homens e 25 µg/dia para mulheres56,64. 
 
Tiamina (Vitamina B1) 
Baixos níveis de tiamina estão associados com altos níveis de resistência à 
insulina e com a síndrome do túnel do carpo. Baixos níveis também contribuem com o 
declínio da função imune associado à idade. Baseado em todos esses fatos uma 
razoável suposição é que devemos buscar a manutenção dos níveis desejáveis de 
tiamina com o envelhecimento67. A deficiência pode acontecer por ingestão inadequada, 
por aumento na utilização tecidual, por absorção diminuída, por uma maior perda de 
tiamina ou por uma combinação desses fatores. A deficiência grave leva ao quadro de 
beribéri, que pode manifestar-se nas formas seca (neuropática), úmida (insuficiência 
cardíaca congestiva e acidose metólica mais vômitos incoersíveis) e cerebral68,69. 
Há indícios de que a tiamina melhore a cognição em pacientes com doença de 
Alzheimer e melhore a performance de idosos durante o exercício, mas o pequeno 
número de estudos existentes não dá suporte ao uso clínico nessas situações70. A dose 
recomendada é de 1,2 mg/dia.Riboflavina (Vitamina B2) 
A recomendação de riboflavina está relacionada à ingestão protéica e energética. 
Para idosos e indivíduos que ingerem menos de 2000 kcal/dia é recomendado um mínimo 
de 1,2 mg/dia. 
A riboflavina é amplamente distribuída nos alimentos de origem animal e vegetal. 
As fontes mais ricas são leite, carnes magras, ovos, brócolis, além de pães e cereais 
enriquecidos. 
A deficiência de riboflavina pode se dar por baixa ingestão ou por prejuízos na sua 
absorção ou utilização. O quadro clínico da deficiência de riboflavina é inespecífico, já que 
sintomas primordiais como dermatite e glossite são manisfestações comuns de outros 
estados de deficiência vitamínica, tornando o seu reconhecimento clínico difícil, até 
porque sua deficiência raramente ocorre de forma isolada. A riboflavina é necessária para 
a metabolização da vitamina B6, do folato, da niacina e da vitamina K, tornando o quadro 
da hipovitaminose ainda mais inespecífico pela superposição de deficiências 
vitamínicas71,72. 
Recentes estudos cuidadosos têm demonstrado que o envelhecimento não reduz 
as necessidades de riboflavina6. 
 
Piridoxina (Vitamina B6) 
Clinicamente relevantes, as deficiências das vitaminas do complexo B são muito 
raras em pessoas mais velhas. Contudo, a deficiência de vitamina B6 é comum em 
idosos alcoólatras e pode ser um importante fator contribuinte no desenvolvimento de 
distúrbios da cognição, neuropatias, e talvez cardiomiopatias. Deficiências dessa vitamina 
é relativamente comum em pessoas idosas institucionalizadas e que fazem uso de 
isoniazida. Estudos mais recentes têm mostrado que deficiências marginais de vitamina 
B6 podem ser mais prevalentes em idosos saudáveis. Os hormônios femininos estão 
implicados na inibição da atividade da piridoxina no metabolismo do triptofano. Os 
alcoólatras têm necessidades aumentadas de piridoxina, pois o acetaldeído, metabólito 
ativo do etanol, atua favorecendo a degradação desta vitamina. 
Os principais alimentos ricos em piridoxina são: fígado, músculo, vegetais e 
cereais integrais. 
Quanto ao quadro clínico, as alterações mais proeminentes são dermatite 
seborréica ao redor dos olhos, nariz e boca; queilose, estomatite, glossite, náuseas, 
vômitos, tontura, irritabilidade, anemia hipocrômica microcítica e neuropatia periférica73. 
Níveis séricos elevados de homocisteína, associados à deficiência de piridoxina, 
estão implicados como fator de risco forte e independente para doença cardiovascular, 
demência e doença de Alzheimer74. 
A ingestão de grandes quantidades de piridoxina como 0.5 a 6 g/dia está implicada 
no aparecimento de neuropatia sensitiva periférica, reversível com a suspensão do 
tratamento, sendo atribuída à neurotoxicidade direta pela vitamina. A dose recomendada 
é de 1,7 mg/dia. 
 
Vitamina B12 e Ácido Fólico 
Como a tiamina, a deficiência de folato em pessoas idosas é predominantemente 
encontrada naquelas sofrendo de alcoolismo. Isto também é comum em idosos que estão 
tomando drogas que interferem no metabolismo do folato ou naqueles com doenças 
associadas com o aumento da necessidade de folato (anemia hemolítica e eritropoiese 
inefectiva). Por ser necessário para a síntese de purinas e timidilato, o folato se constitui 
em elemento essencial para a síntese de DNA e RNA, sendo elemento fundamental na 
eritropoiese75. 
Deficiência de folato pode resultar em perda cognitiva ou depressão significativa e 
poderia sempre ser avaliada no acompanhamento de voluntários com doença da 
memória75. Uma significativa fração de pessoas idosas consomem grandes quantidades 
de folato tanto na forma de alimentos fortificados, como em suplementos. Este fato torna-
se relevante pois uma grande fração de pessoas idosas têm deficiência de vitamina B12 
e altas doses de ingestão de folato pode mascarar e agravar a deficiência de vitamina 
B12. A recomendação de folato é de 400 µg/dia enquanto a de vitamina B12 é de 2,4 
µg/dia. 
A anemia megaloblástica resultante da deficiência de folato é indistingüível da 
causada pela deficiência de vitamina B12, no entanto a ocorrência de alterações 
neurológicas é rara na deficiência de folato isolada. A manifestação clínica da deficiência 
de folato é mais precoce do que quando ocorre deficiência de vitamina B12, tendo em 
vista as reservas limitadas de folato no organismo. 
Aproximadamente 10% de idosos saudáveis tem baixa concentração de vitamina 
B12. Os seres humanos dependem da ingestão da vitamina pela dieta de origem animal, 
e pode haver desenvolvimento de deficiência de vitamina B12 em vegetarianos estritos. 
Anemia perniciosa como uma causa é rara. Recentes estudos sugerem que a 
malabsorção de cobalamina torna-se um problema comum em idosos. Esta causa é 
claramente multifatorial e inclui gastrite atrófica, supressão de ácido gástrico através de 
drogas, pessoas submetidas à gastrectomia, e infecções gastrintestinais. A deficiência de 
vitamina B12, classicamente, causa anemia megaloblástica morfologicamente idêntica à 
provocada pela deficiência de folato, já que a deficiência de vitamina B12 leva a um 
quadro de deficiência intracelular de folato. Não é incomum a ocorrência de 
manifestações não hematológicas de deficiência de vitamina B12 na ausência de anemia. 
Estes incluem alteração da marcha, déficit neurológico sensitivo e motor e perda de 
memória. Esta vitamina deveria ser quantificada rotineiramente no acompanhamento de 
qualquer idoso com distúrbio de cognição ou depressão, e promover uma terapia de 
reposição para qualquer pessoa com nível sérico diminuído76,77. 
A deficiência de folato e vitamina B12 resulta num aumento da concentração de 
homocisteína, pois a metabolização da homocisteína é um processo dependente de 
vitamina B12. A homocisteína tem sido implicada em diversos estudos como fator de risco 
independente para doenças cardiovasculares e para o desenvolvimento de demência do 
tipo Alzheimer e demência vascular78,79,80,81,82,83,84. 
A vitamina B12 pode ser administrada por via oral, intramuscular ou subcutânea, 
não devendo ser administrada por via endovenosa pelo possível risco de anafilaxia. A 
administração por via oral é suficiente nos estados de deficiência de origem alimentar, 
desde que não haja alterações hematológicas e neurológicas proeminentes e ainda assim 
corre-se o risco de defeitos na absorção por deficiência de fator intrínseco ou alteração 
ileal associados. 
O tratamento deve ser iniciado com 100 µg/dia por uma semana com 
espaçamento entre as doses objetivando a administração de 2000 µg nas primeiras seis 
semanas. Em seguida recomenda-se uma dose de manutenção de 100 µg mensal. A 
administração de doses acima de 100 µg cursa com depuração do excesso de vitamina 
através da urina, não acarretando maiores incrementos na retenção da vitamina pelo 
organismo. 
 
Vitamina C 
Numerosos estudos têm indicado inadequada ingestão dietética de vitamina C, em 
pessoas idosas85,86. Outros têm mostrado uma alta prevalência de suplementação de 
vitamina C85. Porém, não há evidências de que a deficiência de vitamina C tenha qualquer 
relevância clinica nas pessoas idosas saudáveis, e também que a reposição com 
megadoses de vitamina C tenha qualquer valor clínico87. Em idosos com doença 
debilitante crônica existem algumas evidências que a suplementação de vitamina C 
melhora o resultado da cicatrização da ferida e úlcera de decúbito88. A utilização de 
megadoses de vitamina C pode apresentar algum efeito colateral relevante, dentre eles 
diarréia osmótica, a interpretação equivocada da pesquisa de sangue oculto nas fezes e 
as imprecisões nas determinações de glicose tanto no sangue como na urina89. Através 
das recentes recomendações, houve um aumento para 90 mg/dia para homens e 75 para 
mulheres e doses acima de 2000 mg/dia são consideradas excessivas6. 
 
Vitamina A 
Tem sidosugerido que a vitamina A é um dos únicos nutrientes que tem a sua 
necessidade diminuída com o avanço da idade90,91,92. O envelhecimento está associado a 
uma eficiente absorção de vitamina A pelo trato gastrintestinal acompanhado de uma 
reduzida taxa de catabolismo. Esses efeitos explicam a razão pela qual, pessoas idosas 
apresentam uma maior susceptibilidade à toxicidade, caso quantidade excessiva desta 
vitamina seja consumida como suplemento. Efeitos colaterais da ingestão diária, em 
excesso (maior que 3000 µg), incluem cefaléia, astenia, redução na contagem de 
leucócitos, disfunção hepática e artralgia. Entretanto, através de recentes estudos, tem 
sido demonstrado que doses de 1500 µg por dia causam desmineralização óssea e 
osteoporose. A vitamina A tem um importante papel na acuidade visual, contudo, não há 
evidência que a suplementação de vitamina A melhore a deterioração da acuidade visual 
relacionada à idade. Tem sido sugerido que a vitamina A e seu precursor ß-caroteno 
possam ter um efeito protetor contra neoplasias e doenças cardiovasculares93,94. Porém, 
recentemente, vários experimentos controlados têm falhado, definitivamente, em provar 
um efeito benéfico do ß-caroteno na proteção do desenvolvimento de câncer de pulmão e 
doenças cardiovasculares95,96,97,98,99. Em um dos estudos, inclusive, houve maior 
mortalidade no sub-grupo com infarto do miocárdio prévio, o que tem levado autoridades 
a recomendar que a suplementação de ß-caroteno não deva ser feita em cardiopatas, 
principalmente fumantes100. A recomendação de vitamina A é de 900 µg/dia para homens 
e de 700 para mulheres. 
 
Vitamina D 
A deficiência de vitamina D é uma preocupação séria em pessoas idosas. A 
ingestão da vitamina D é em média de 50% da recomendação diária (5 µg de 
colecalciferol/dia = 200 UI de vitamina D) em indivíduos acima da idade de 50 anos101. 
Inadequada ingestão combinada com uma pobre absorção levam à osteomalacia e um 
agravamento do risco de fratura em homens e mulheres idosas com osteopenia 
relacionada à idade. Baseado nesses fatos a recomendação de ingestão da vitamina D 
para idosos tem sido duplicado de 200 para 400 UI para pessoas de 51 a 70 anos e 
triplicado, ou seja 600 UI, para pessoas com mais de 70 anos de idade6. Em adição, ao 
papel conhecido da vitamina no metabolismo ósseo, também se associa o acometimento 
da função macrofágica em geral e macrofágica pulmonar em particular. Isto sugere que 
a deficiência de vitamina D aumenta a susceptibilidade para o desenvolvimento de 
tuberculose pulmonar por comprometer esta função102,103. Em qualquer paciente com 
osteoporose grave, fratura, ou dor nos ossos, osteomalacia induzida por deficiência de 
vitamina D deve ser excluída. 
 
Vitamina E 
Vitamina E (alfa-tocoferol) é abundante na dieta e as deficiências dessa vitamina 
virtualmente nunca ocorre. A vitamina E interfere na propriedade biofísica da membrana 
celular reduzindo o aumento na microviscosidade da membrana relacionado à idade. Isto 
também influencia a função imune, e recentes evidências indicam que administração de 
vitamina E aumenta a função imune em pessoas idosas104 e pode minimizar o risco de 
infecção105. Através de vários estudos, não se demonstrou que a vitamina E possa 
prevenir a mortalidade por doenças cardiovasculares106,107, como citado na literatura. Há 
controvérsias sobre o envolvimento desta vitamina na prevenção da Doença de 
Alzheimer108,109, porém tem sido usada no tratamento tanto do transtorno cognitivo leve110 
como na Doença de Alzheimer em fase inicial111,112. A recomendação da vitamina E foi 
aumentada em 33-50%, passando para 15 mg/dia, baseado na quantidade necessária 
para proteger contra a hemólise de células vermelhas do sangue6. 
 
Vitamina K 
Esta vitamina é essencial para a produção de vários fatores envolvidos na cascata 
da coagulação. Há evidências de que a administração de vitamina K seja benéfica em 
pessoas idosas que têm um tempo de protrombina inexplicavelmente aumentado, tanto 
por via oral como por via endovenosa113. Embora a ingestão dietética seja adequada, 
deficiências podem ocorrer pela administração de drogas incluindo cumarínicos; 
salicilatos; certos antibióticos de largo espectro (neomicina, sulfaquinoxalina, cefamandol), 
por interferência na flora bacteriana intestinal; e megadoses de vitaminas A e E, que 
antagonizam a ação da vitamina K flora bacteriana114. O sangramento constitui a principal 
manifestação da deficiência de vitamina K, não importando se a causa for uma deleção 
genética, ingestão alimentar inadequada ou um antagonismo à vitamina K por 
medicamentos. A recomendação diária de vitamina K é de 120 µg para homens e 90 para 
mulheres. 
 
DISTÚRBIOS NUTRICIONAIS EM IDOSOS 
É importante reconhecer que períodos de balanço energético positivo e negativo 
podem ocorrer no decorrer da vida com conseqüente a flutuação do peso corporal. 
Contudo, uma perda de peso além da flutuação normal deve ser investigada. Após a 
terceira década ocorre uma perda de massa magra na proporção de 0,3 Kg/ano, esta 
perda tende a ser compensada por um aumento de gordura até aproximadamente os 65 a 
70 anos, quando se dá o pico do peso corporal. Após esta idade ocorre uma perda de 
peso de 0,1 a 0,2 Kg/ano, portanto perda de peso maior que esta faixa deve ser 
investigada115. 
Podemos dividir as maiores causas de perda involuntária de peso em 4 categorias: 
social (pobreza, isolamento emocional, desconhecimento de informações sobre nutrição); 
psiquiátrica (demência, depressão, anorexia nervosa, alcoolismo, manipulação, fobia do 
colesterol); médica (efeitos farmacológicos, problemas de dentição, salivação e 
mastigação, incapacidade funcional e doenças sistêmicas) e relacionadas ao 
envelhecimento (disfunção da sensibilidade olfatória e do paladar, supressão do apetite). 
A avaliação clínica deve incluir uma cuidadosa história clínica e exame físico. Caso 
eles não sejam suficientes para o diagnóstico, alguns testes laboratoriais são indicados. 
Se os resultados dos testes laboratoriais são normais, é preferível um período de 
observação à uma investigação sem critérios que poderia seu pouco útil116. Uma atenção 
precoce à nutrição e prevenção da perda de peso durante os períodos de trauma agudo, 
particularmente durante internações hospitalares, pode ser extremamente útil já que os 
esforços despendidos para uma realimentação, freqüentemente apresentam resultados 
frustantes. 
 
RELAÇÃO ENTRE NUTRIÇÃO E O ENVELHECIMENTO DE SITEMAS E ÓRGÃOS 
 
ALTERAÇÕES NA COMPOSIÇÃO CORPORAL 
 
Peso corporal e Índice de massa corporal (IMC = peso(kg)/altura²(m)) 
Através de estudos transversais têm sido demonstrado que o peso corporal e o 
IMC aumentam com a idade em países desenvolvidos. Este aumento, relacionado com a 
idade, no peso e na adiposidade são observados em ambos: mulheres e homens117. 
Após os 70 anos, entretanto, peso corporal e IMC diminuem. Vários estudos em 
indivíduos mais jovens sugerem que peso corporal e IMC elevados estão associados com 
mortalidade aumentada118. Nos idosos esta relação persiste porém mais atenuada. Há 
evidências em mulheres idosas de que o IMC elevado está associado com saúde 
prejudicada, incapacidades e qualidade de vida inferior. Um problema fundamental na 
interpretação destas tendências no peso corporal e IMC é que eles não refletem as 
alterações na composição corporal e na distribuição de gordura corporal. Para entender 
melhor os efeitos do envelhecimento sobre as necessidades protéicas e energéticas, as 
alterações da composição corporal devem ser conhecidas119,120. 
 
Composição corporal 
A adiposidade aumenta com a idade com a re-distribuição da gordura corporal 
para o compartimento abdominal central. Este aumento da adiposidade abdominal ocorre 
em ambos, homens e mulheres, mas podem acelerar em mulheres na pósmenopausa. A 
centralização da gordura corporal com a idade em idosos tem implicações, pois ela 
aumenta o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares e metabólicas. 
A massa magra diminui com a idade. Esta redução está primariamente associada 
com a perda de massa muscular esquelética, embora alterações em outros órgãos e 
tecidos podem também contribuir. Perda de massa muscular contribui para reduzir a força 
muscular, capacidade de exercício e atividade física. Estas alterações contribuem para 
reduzir a capacidade funcional e isto pode aumentar as fraturas por quedas121. 
Parte das alterações na adiposidade e na massa muscular esquelética pode não 
ser uma conseqüência imutável do processo de envelhecimento, mas pode ocorrer 
secundariamente as alterações no estilo de vida. Desta forma, atividade física aumentada 
pode atenuar algumas destas alterações na composição corporal, relacionadas com a 
idade. Exercícios aeróbicos podem ser efetivos na atenuação do aumento da adiposidade 
relacionada a idade, enquanto, exercícios de resistência podem diminuir a perda de 
músculos esqueléticos122. 
 
SISTEMA CARDIOVASCULAR 
 As doenças cardiovasculares são as principais causas de morte e as maiores 
responsáveis por incapacidades e pela utilização de serviços médicos nos Estados 
Unidos123. É evidente a correlação entre a mortalidade por doenças cardíacas e o avançar 
da idade uma vez que a grande maioria das mortes por doença cardiovascular ocorre em 
pessoas acima de 65 anos. 
Fatores dietéticos têm papel importante na gênese de doença cardiovascular 
aterosclerótica (doença coronariana, acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca); 
essa associação fica clara quando estudamos alguns fatores de risco já bem 
estabelecidos como dislipidemia e hipertensão arterial que são influenciados por 
intervenções dietéticas. 
 
Dislipidemia 
A dislipidemia é reconhecidamente um fator de risco importante para doença 
aterosclerótica, particularmente doença coronariana. Define-se dislipidemia como níveis 
sangüíneos elevados de colesterol total (CT), assim como outras anormalidades incluindo 
níveis elevados de lipoproteínas de baixa densidade (LDL), níveis baixos de lipoproteína 
de alta densidade (HDL) e níveis elevados de triglicerídeos. 
Ocorre um aumento progressivo do risco de doença coronariana com valores de 
CT e LDL acima dos desejáveis124,125,126,127; já a respeito do colesterol HDL a relação é 
inversa. Existem também evidências indicando que um nível elevado de triglicerídeos se 
mostra como um marcador ou até mesmo um fator de risco independente para doença 
cardíaca128. 
No idoso, o risco de doença coronariana também aumenta com elevações dos 
níveis séricos de colesterol total e LDL129 e a necessidade de um controle da dislipidemia, 
através de dieta e/ou por agentes farmacológicos, em pacientes acima de 65 anos com e 
sem coronariopatia, tem sido consensual em diversos estudos130,131,132,133. Os pacientes 
acima de 80 anos beneficiam-se da mesma forma das terapêuticas para redução de 
colesterol na prevenção primária e secundária de doença coronariana reduzindo 
morbidade e mortalidade131. Ocorre de fato uma redução significativa na mortalidade e 
nos riscos de desenvolvimento de doença coronariana, acidente vascular cerebral, novo 
infarto do miocárdio, doença arterial periférica, doença de artérias carótidas extra-
cranianas134. 
A hiperhomocisteinemia está relacionada com progressão de doença 
aterosclerótica. Tem sido descrita como um fator de risco independente para doença 
vascular. Níveis elevados de homocisteína sérica associam-se com aumento no risco de 
seqüelas ateroscleróticas, incluindo morte por causas cardiovasculares135,136: doença 
coronariana136, aterosclerose carotídea137 e acidentes vasculares cerebrais136,138. Este 
aminoácido contribui para o processo de aterosclerose ao estimular o crescimento de 
células musculares lisas, alterar a regeneração endotelial, oxidar o colesterol de baixo 
peso molecular (LDL) e aumentar a trombogênese139. Apesar desses achados não está 
indicada a sua dosagem para indivíduos com risco para doença aterosclerótica no 
consenso brasileiro de dislipidemias de 2001. 
Existem referências atuais associando também os níveis elevados de 
homocisteína sérica ao desenvolvimento de doença de Alzheimer140. 
Está clara a importância das intervenções dietéticas no controle dos níveis de 
colesterol assim como do tratamento medicamentoso, inclusive em idosos. Em estudo 
com acompanhamento de 8 semanas foi mostrado que os pacientes com dislipidemia que 
eram submetidos a um programa de intervenção nutricional reduziam o colesterol total em 
13% (p<0,001), o LDL em 15% p<0,0001), triglicerídeos na ordem de 11% (p=0,05), e o 
HDL em 4% (p=0,05). Há que se ressaltar que nas dislipidemias mais graves, é indicada o 
uso de medicamentos hipolipemiantes, desde o ínicio do tratamento, associado à dieta. 
Além disso, inúmeras organizações profissionais incluindo a American Heart 
Association e a Sociedade Brasileira de Cardiologia, além de consensos no Brasil, Europa 
e Estados Unidos recomendam a terapia nutricional como parte obrigatória da terapia de 
rotina para pessoas com dislipidemia. 
 
Hipertensão Arterial Sistêmica 
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) está entre os principais fatores de risco para 
doença vascular aterosclerótica (doença coronária e acidente vascular cerebral), doença 
renal e insuficiência cardíaca congestiva na população geral, assim como entre pessoas 
idosas onde a sua prevalência é crescente. Estes dados originam-se de numerosos 
estudos longitudinais que avaliaram o aparecimento de sintomas de doença vascular 
aterosclerótica em relação aos níveis pressóricos141. 
A diminuição da mortalidade e morbidade por acidente vascular cerebral isquêmico 
e hemorrágico, doença coronariana, insuficiência cardíaca e doença renal com a 
terapêutica anti-hipertensiva foi referida em uma série de estudos desde a década de 
sessenta142,143,144. 
O tratamento se faz por medidas não farmacológicas e farmacológicas. A adoção 
de estilos de vida saudáveis é, sem dúvida, fundamental para o tratamento e prevenção 
de hipertensão arterial. As medidas não farmacológicas mais importantes para a redução 
de níveis pressóricos são a perda de peso para pessoas obesas e com sobrepeso, a 
adoção de medidas dietéticas com dietas ricas em cálcio e potássio e pobres em sódio 
em sua composição, exercícios físicos145, moderação no consumo de álcool146 e cessação 
do hábito tabágico147,148. Uma orientação cuidadosa da dieta a ser instituída é dessa forma 
de extrema importância para o tratamento da hipertensão arterial tendo em algumas 
situações efeito similar ao da terapia medicamentosa. 
A redução do teor de sódio da dieta diminui tanto a pressão sistólica quanto a 
diastólica em pacientes 149,150,151. As pessoas de raça negra e os idosos parecem ser mais 
sensíveis aos efeitos do sódio na pressão arterial152. Já em relação ao teor de potássio da 
dieta parece haver uma relação inversa e dessa forma uma suplementação diária de 
potássio pode reduzir as pressões sistólica e diastólica153. Uma dieta com baixo teor 
calórico é necessária quando em vigência de sobrepeso ou obesidade com redução dos 
níveis de pressão arterial conseqüente a redução do peso. 
 
SISTEMA ÓSTEO-ARTICULAR 
Osteoporose é um problema de saúde pública afetando 75 milhões de pessoas 
nos Estados Unidos, Europa e Japão, incluindo um terço das mulheres após a 
menopausa e a maioria dos idosos em todo o mundo. É doença caracterizada por 
diminuição da densidade mineral óssea (DMO), e deterioração de sua microarquitetura, 
levando a um aumento da fragilidade óssea e conseqüente aumento do risco de 
fraturas154. Ocorre tanto em homens quanto em mulheres sendo nestas bem mais 
encontrada. As fraturas de vértebra são as maisfreqüentes e respondem por 40% de 
todas as fraturas associadas à osteoporose155. Fraturas de quadril e punho e outras não 
vertebrais também ocorrem, porém com freqüência menor. Uma mulher branca de 50 
anos tem, por exemplo, um risco estimado para toda a vida para fraturas de vértebra, 
quadril, e rádio distal de, respectivamente 32%, 16% e 15%156. Fraturas de quadril estão 
associadas a uma mortalidade de 20% a 25% um ano após a fratura em mulheres sendo 
este índice maior entre homens157. Além disso, em torno de metade desses pacientes não 
retomam sua independência, e um terço irá necessitar de institucionalização155. 
O padrão ouro para seu diagnóstico é a densitometria óssea, exame que mede a 
densidade mineral óssea em todo o esqueleto ou em regiões especificas e classifica em 
normal, osteopenia ou osteoporose158. 
Seu tratamento também envolve terapêuticas farmacológicas e não 
farmacológicas. As mudanças de estilo de vida são peças fundamentais para bons 
resultados do tratamento instituído. Além de exercícios físicos159, redução do consumo de 
álcool e cafeína, e cessação do tabagismo160, a implementação de uma dieta rica em 
cálcio é recomendação de consensos155,161,162 e de diversos estudos referentes ao 
tratamento e prevenção da doença163,164. 
Os adultos em geral devem ingerir 1000 mg de cálcio elementar por dia para 
manutenção de uma boa saúde dos ossos. Todas as pessoas com 65 anos ou mais 
devem ingerir 1500 mg de cálcio elementar por dia. A suplementação com carbonato ou 
citrato de cálcio está recomendada quando temos dietas insuficientes desse elemento, e a 
adição de vitamina D em doses de 800 UI por dia está indicada para pessoas acima de 50 
anos que apresentam exposição limitada à luz do sol164, notoriamente idosos 
institucionalizados. 
 
SISTEMA RESPIRATÓRIO 
 Dentre as alterações que o envelhecimento pode trazer ao sistema respiratório 
estão a diminuição da força e da massa dos músculos respiratórios, aumento da 
complacência pulmonar e redução da complacência da parede torácica promovem a 
redução da capacidade vital e o aumento dos volumes residuais dos pulmões165. A 
subnutrição, além de reduzir a força dos músculos respiratórios, também diminui a 
eficácia da resposta imune166. Embora a terapia nutricional e a correção de distúrbios 
eletrolíticos possam melhorar a função muscular e ventilação, idosos têm maior risco de 
desenvolver síndrome de re-alimentação e devem ser monitorados em relação ao aporte 
de carboidratos dando ênfase maior à retenção de gás carbônico167. 
 
SISTEMA URINÁRIO 
 Através de estudos transversais, tem-se demonstrado uma redução da função 
renal que não se reflete em um aumento das escórias azotadas no sangue do idoso. Há 
uma menor capacidade de concentração urinária isso faz com que o idoso necessite de 
maior ingestão hídrica168. Com a diminuição da função renal, há também menor 
hidroxilação da vitamina D3, levando a uma menor formação da vitamina D4 com 
conseqüente diminuição da absorção de cálcio pelo intestino, podendo levar, finalmente, a 
osteoporose169. Há relatos também de que a ingestão de dieta hiperprotéica poderia levar 
a uma hipercalciúria, porém, pelo menos em homens idosos, esta informação não tem 
sido comprovada35. 
 
SISTEMA IMUNE 
 Com o envelhecimento, ocorrem algumas alterações na resposta imune que 
podem estar relacionadas com a maior prevalência de infecções nos idosos, 
principalmente alterações na resposta imune celular. Principalmente na última década, 
tem sido estudado a importância da função imunomoduladora de vários nutrientes: 
arginina, glutamina, zinco, selênio, vitamina E, entre outros170,171,172. 
 
SISTEMA DIGESTÓRIO 
 Sabe-se que a incidência de doença oral e a perda de dentes aumentam com o 
envelhecimento. A perda dos dentes diminui a capacidade mastigatória e limita a seleção 
de alimentos173. Idosos sem dentes têm maior probabilidade de apresentar sinais de 
subnutrição do que aqueles com dentes ou com próteses totais bem adaptadas. Higiene 
oral precária e uso de próteses também afetam a capacidade de percepção do sabor e 
textura dos alimentos, podendo diminuir o prazer de alimentar-se e resultar em menor 
ingestão de alimentos174. A atrofia de glândulas salivares, o tabagismo, efeitos de 
medicamentos e de doenças podem resultar em xerostomia, queixa comum entre idosos 
e que pode afetar o padrão de ingestão de alimentos175. 
 Exceto, talvez, com relação ao cálcio, não existe evidências de que os idosos 
necessitem maior ingestão de nutrientes devido à absorção anormal. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Um novo paradigma tem sido usado para estabelecer as necessidades médias 
estimadas (EAR) e as quotas diárias recomendadas (RDA). Ao invés de ser baseado na 
quantidade de nutriente que poderia prevenir a ocorrência de um estado de deficiência, as 
novas recomendações são baseadas na quantidade de nutrientes suficientes para: ou 
prevenir a ocorrência de uma doença crônica ou permitir uma perfeita função do órgão ou 
organismo. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
1. LESOURD, B. Nutrition: a major factor influencing immunity in the elderly. J Nutr 
Health Aging, 8(1):28-37, 2004. 
2. OMRAN, M. L., SALEM, P. Diagnosing undernutrition. Clin Geriatr Med, 18(4):719-
736, 2002. 
3. SEALE, J. L., KLEIN, G., FRIEDMANN, J. et al. Energy expenditure measured by 
doubly labeled water, activity recall, and diet records in the rural elderly. Nutrition, 
18(7-8):568-573, 2002. 
4. DAS, S. K., MORIGUTI, J. C., MCCRORY, M. A. et al. An underfeeding study in 
healthy men and women provides further evidence of impaired regulation of eneegy 
expenditure in old age. J Nutr, 131:1833-1838, 2001. 
5. MORIGUTI, J. C., DAS, S. K., SALTZMAN, E. et al. Effects of a 6-week hypocaloric 
diet on changes in body composition, hunger, and subsequent weight regain in healthy 
young and older adults. J Gerontol A Biol Med Sci, 55(12):580-587, 2000. 
6. RUSSELL, R. M. The aging process as a modifier of metabolism. Am J Clin Nutr, 
72(2):529S-532S, 2000. 
7. TOMOYASU, N. J., TOTH, M. J., POEHLMAN, E. T. Misreporting of total energy intake 
in older men and women. J Am Geriatr Soc, 47(6):711-715, 1999. 
8. MCGANDY, R. B., BARROWS, C. H., SPANIAS, A. et al. Nutrient intake and energy 
expenditure in men of different ages. J Gerontol, 21(4):581-584, 1966. 
9. LAPORTE, R. E., BLACK-SANDLER, R., CAULEY, J. A. et al. The assessment of 
physical activity in older woman: analysis of the interrelationships and reliability of 
activity monitoring, activity surveys, and caloric intake. J Gerontol, 38(4):394-397, 
1983. 
10. CLARKSTON, W. K., PANTANO, M. M., MORLEY, J. E. et al. Evidence for the 
anorexia of aging: gatrointestinal transit and hunger in healthy elderly vs young adults. 
Am J Physiol, 272(1):R243-R248, 1997. 
11. ROBERTS, S. B., FUSS, P., HEYMANN, M. B. et al. Control of food intake in older 
men. J Am Med Assoc, 272(20):1601-1606, 1994. 
12. MORLEY, J. E. Anorexia of aging: physiologic and pathologic. Am J Clin Nutr, 
66(4):760-773, 1997. 
13. WURTMAN, J. J., LIEBERMAN, H., TSAY, R. et al. Calorie and nutrient intakes of 
elderly young subjects measured under identical conditions. J Gerontol, 43(6):B174-
180, 1988. 
14. MCGANDY, R. B., RUSSELL, R. M., HARTZ, S. C. Nutritional status survey of healthy 
non-institutionalized elderly: energy and nutrient intakes from 3-day diet records and 
nutrient supplements. Nutr Res, 6:785-798, 1986. 
15. VIR, S. C., LOVE, A. H. G. Nutritional status of institutionalized na non-institutionalized 
aged in Belfast, Northern Ireland. Am J Clin Nutr, 32(9):1934-1947, 1979. 
16. FOOD AND NUTRITION BOARD (FNB) / INSTITUTE OF MEDICINE (IOM). Dietary 
Reference Intakes for Energy, Carbohydrate, Fiber, Fat, Fatty Acids, Cholesterol, 
Protein, and Amino Acids (Macronutrients). http://www.iom.edu 
17. BROUGHTON, D. L.,TAYLOR, R. Review: deterioration of glucose tolerance with age: 
the role of insulin resistance. Age Ageing, 20(3):221-225, 1991. 
18. DAVIDSON, M. B. The effect of aging on carbohydrate metabolism: a review of the 
English literature and a practical approach to the diagnosis of diabetes mellitus in the 
elderly. Metab Clin Exp, 28(6):668-705, 1979. 
19. ELAHI, D., MULLER, D. C. Carbohydrate metabolism in the elderly. Eur J Clin Nutr, 
54(3):S112-120, 2000. 
20. COLMAN, E., TOTH, M., KATZEL, L. et al. Body fatness and waist circumference are 
independent predictors of the age-associated increase in fasting insulin levels in 
healthy men and women. Int J Obes, 19(11):798-803, 1995. 
21. HASHIMOTO, Y., FUTAMURA, A., IKUSHIMA, M. Effect of aging on Hb A1c in a 
working male japanese population. Diabetes Care, 18(10):1337-1340, 1995. 
22. RISIG, R., TATARANNI, P. A., SNITKER, S. et al. Decreased ratio of fat to 
carbohydrate oxidation with increasing age in Pima indians. J Am Coll Nutr, 15(3):309-
312, 1996. 
23. FINK, R. I., KOLTERMAN, O. G., GRIFFIN, J. et al. Mechanisms of insulin resistance 
in aging. J Clin Invest, 71(6):1523-1535, 1983. 
24. MEYER, K. A., KUSHI, L. H., JACOBS, D. R. Jr. et al. Carbohydrates, dietary fiber, 
and incident type 2 diabetes in older women. Am J Clin Nutr, 71(4):921-30, 2000. 
25. MARLETT, J. A., MCBURNEY, M. I., SLAVIN, J. L. Position of the American Dietetic 
Association: health implications of dietary fiber. J Am Diet Assoc, 102(7):993-1000, 
2002. 
26. BURKITT, D. P., WALKER, A. R., PAINTER, N. S. Dietary fiber and disease. J Am 
Med Assoc, 229(8):1068-1074, 1974. 
27. NATIONAL RESEARCH COUNCIL/FOOD AND NUTRITIONAL BOARD. Diet and 
health: implications for reducing chronic disease risk. 10. ed. Washington, DC: National 
Academy Press, 1989, 284p. 
28. MULLER, D. C., ELAHI, D., TOBIN, J. D. et al. Insulin response during the oral glucose 
tolerance test: the role of age, sex, body fat and the pattern of fat distribution. Aging, 
8(1):13-21, 1996. 
29. SALTZMAN, E., MORIGUTI, J. C., DAS, S. K. et al. Effects of a cereal rich in soluble 
fiber on body composition and dietary compliance during consumption of a hypocaloric 
diet. J Am Coll Nutr, 20(1):50-57, 2001. 
30. DARIUSH, M., SHIRIKI, K., ROZENN, N. L. et al. Cereal, fruit and vegetable fiber 
intake and the risk of cardiovascular disease in elderly individuals. J Am Med Assoc, 
289(13):1659-1666, 2003. 
31. KURPAD, A. V., VAZ, M. Protein and amino acid requirements in the elderly. Eur J Clin 
Nutr, 54(3):S131-S142, 2000. 
32. FERRIOLLI, E., MORIGUTI, J. C., PAIVA, C. E. et al. Aspectos do metabolismo 
energético e protéico em idosos. Nutrire: Rev Soc Bras Alim Nutr, 19/20:19-30, 2000. 
33. COHN, S. H., VARTSKY, D., YASUMURA, S. et al. Compartimental body composition 
based on total body nitrogen, potassium and calcium. Am J Physiol, 239(6):E524-
E530, 1980. 
34. FREYSSENET, D., BERTHON, P., DENIS, C. et al. Effect of a 6-week endurance 
training programme and branched-chais amino acid supplementation on 
histomorphometric characteristics of aged human muscle. Arch Physiol Biochem, 
104(2):157-162, 1996. 
35. MORIGUTI, J. C., FERRIOLLI, E., MARCHINI, J. S. Urinary calcium loss in elderly 
men on a vegetable:animal (1:1) high-protein diet. Gerontology, 45(5):274-278, 1999. 
36. VANNUCCHI, H., MENEZES, E. W., CAMPANA, A. O. et al. Aplicações das 
recomendações nutricionais adaptadas à população brasileira. Cadernos de Nutrição. 
2:155, 1990. 
37. POEHLMAN, E. T., TOTH, M. J., BUNYARD, L. B. et al. Physiological predictors of 
increasing total and central adiposity in aging men and women. Arch Intern Med, 
155(22):2443-2448, 1995. 
38. NAGY, T. R., GORAN, M. I., WEINSIER, R. L. et al. Determinants of basal fat 
oxidation in healthy Caucasians. J Appl Physiol, 80(5):1743-1748, 1996. 
39. ROBERTS, S. B., FUSS, P., DALLAL, G. E. et al. Effect of age on energy expenditure 
and substrate oxidation during experimental overfeeding in healthy men. J Gerontol, 
51(2):B148-B157, 1996. 
40. SIAL, S., COGGAN, A. R., CARROL, R. et al. Fat and carbohydrate metabolism during 
exercise in elderly and young subjects. Am J Physiol, 271(6):E983-E989, 1996. 
41. BJORNTORP, P. Metabolic implications of body fat distribution. Diabetes Care, 
14(12):1132-1143, 1991. 
42. JAMES, R. C., BURNS, T. W., CHASE, G. R. Lipolysis of human adipose tissue cells: 
influence of donors factors. J Lab Clin Med, 77(2):254-266, 1971. 
43. GREEN, A., JOHNSON, J. L. Evidence for altered expression of the GTP-dependent 
regulatory proteins Gs and Gi in adipocytes from aged rats. Biochem J, 258(2):607-610, 
1989. 
44. GREEN, A., GASIC, S., MILLIGAN, G. et al. Increased concentrations of proteins Gi1 
and Gi2 in adipocytes from aged rats alter the sensitivity of adenyl cyclase to inhibitory 
and stimulatory agonists. Metabolism, 44(2):239-244, 1995. 
45. MUNGALL, M. M., GAW, A., SHEPERD, J. Statin therapy in the elderly: does it make 
good clinical and economic sense? Drugs Aging, 20(4):263-275, 2003. 
46. PHILLIPS, P. A., ROLLS, B. J., LEDINGHAM, J. G. et al. Reduced thirst after water 
deprivation in healthy elderly men. N Engl J Med, 311(12):753-756, 1984. 
47. INOUYE, S. K., BOGARDUS, S. T. Jr., CHARPENTIER, P. A. et al. A multicomponent 
intervention to prevent delirium in hospitalized older patients. N Engl J Med, 
340(9):669-676, 2003. 
48. ETTINGER, M. P. Aging bone and osteoporosis: strategies for preventing fractures in 
the elderly. Arch Intern Med, 163(18):2237-2246, 2003. 
49. WEBB, A. R., PILBEAM, C., HANAFIN, N. et al. An evaluation of the relative 
contribution of exposure to sunligth and of diet to the circulating concentrations of 25-
hydroxyvitamin D in na elderly nursing home population in Boston. Am J Clin Nutr, 
51(6):1075-1081, 1990. 
50. SILVERBERG, S. J., SHANE, E., DELA CRUZ, L. et al. Vitamin D hydroxilation 
abnormalities in parathyroid hormone secretion and 1,25-dihydroxyvitamin D-3 
formation in women with osteoporosis. N Engl J Med, 320(5):277-281, 1989. 
51. EBELING, P. R., SANDGREN, M. E., DIMAGNO, E. P. et al. Evidence of an age-
related decrease in intestinal responsiveness to vitamin D: relationship between serum 
1,25-dihydroxyvitamin D-3 and intestinal vitamin D receptor concentrations in normal 
women. J Clin Endocrinol Metab, 75(1):176-182, 1992. 
52. HEANEY, R. P., WEAVER, C. M. Calcium and vitamin D. Endocrinol Metab Clin North 
Am, 32(1):181-194, 2003. 
53. WHITING, S. J., WOOD, R. J. Adverse effects of high-calcium diets in humans. Nutr 
Rev, 55(1):1-9, 1997. 
54. RUSSELL, R. M., COX, M. E., SOLOMONS, N. Zinc and the special senses. Ann Int 
Med, 99(2):227-239, 1983. 
55. MORLEY, J. E., SILVER, A. J., FIATARONE, M. et al. Geriatric grand rounds: nutrition 
and the elderly. University of California, Los Angeles. J Am Geriatr Soc, 34(11):823-
832, 1986. 
56. CHANDRA, R. K. Nutrition and the immune system from birth to old age. Eur J Clin 
Nutr, 56(3):73-76, 2002. 
57. LIPSCHITZ, D. A. Nutrition, aging, and the immunohematopoietic system. Clin Geriatr 
Med, 3(2):319-328, 1987. 
58. HEATH, A. L., FAIRWEATHER-TAIT, S. J. Health implications of iron overload: the 
role of diet and genotype. Nutr Rev, 61(2):45-62, 2003. 
59. JASTI, S., SIEGA-RIZ, A. M., BENTLEY, M. E. Dietary supplement use in the context 
of health disparities: cultural, ethnic and demographic determinants of use. J Nutr, 
133(6):2010-2013, 2003. 
60. PENNINX, B. W., GURALNIK, J. M., ONDER, G. et al. Anemia and decline in physical 
performance among older persons. Am J Med, 115(2):104-110, 2003. 
61. GIBSON, R. S., MARTINEZ, O. B., MACDONALD, C. The zinc, cooper and selenium 
status of a selected sample of Canadian elderly women. J Gerontol, 40(3):296-302, 
1985. 
62. HIGH, K. P. Nutritional strategies to immunity and prevent infection in theelderly 
individuals. Clin Infect Dis, 33(11):1892-1900, 2001. 
63. LONGNECKER, M. P., TAYLOR, P. R., LEVANDER, A. O. et al. Selenium in diet, 
blood, and toenails in relation to human health in a seleniferous area. Am J Clin Nutr, 
53(5):1288-1294, 1991. 
64. MCCLAIN, C. J., MCCLAIN, M., BARVE, S. et al. Trace metals and the elderly. Clin 
Geriatr Med, 18(4):801-818, 2002. 
65. JUTURU, V., KOMOROWSKI, J. R. Chromium supplements, glucose, and insulin 
response. Am J Clin Nutr, 78(1):192-193, 2003. 
66. MCCARTY, M. F. Chromium meta-analysis. Am J Clin Nutr, 78(1):191-192, 2003. 
67. BLUMBERG, J. Nutrition needs of seniors. J Am Coll Nutr, 16(6):517-523, 1997. 
68. WILLETT, W. C., STAMPFER, M. J. What vitamins should I be taking doctor? N Engl J 
Med, 345(25): 1819-24, 2003. 
69. JOHNSON, K. A., BERNARD, M. A., FUNDERBURG, K. Vitamin nutrition in older 
adults. Clin Geriatr Med, 18(4):773-799, 2002. 
70. REQUEJO, A. M., ORTEGA, R. M., ROBLES, F. et al. Influence of nutrition on 
cognitive function in a group of elderly, independently living people. Eur J Clin Nutr, 
57(1):54-57, 2003. 
71. MCCORMICK, D. B. Two interconnected B vitamins: riboflavin and pyridoxine. Physiol 
Rev, 69(4):1170-1198, 1989. 
72. POWERS, H. J. Riboflavin (vitamin B-2) and health. Am J Clin Nutr, 77(6):1352-1360, 
2003. 
73. VAN DEN BERG, H. Vitamin B6 status and requirements in older adults. Br J Nutr, 
81(3):175-176, 1999. 
74. WOLTERS, M., HERMANN, S., HANN, A. B vitamin status and concentrations of 
homocysteine and methylmalonic acid in elderly German women. Am J Clin Nutr, 
78(4):765-772, 2003. 
75. LÖKK, J. News and views on folate and elderly persons. J Gerontol A Biol Sci Med 
Sci, 58(4):354-61, 2003. 
76. DHARMARAJAN, T. S., ADIGA, G. U., NORKUS, E. P. Vitamin B12 deficiency. 
Recognizing subtle symptoms in older adults. Geriatrics, 58(3):30-38, 2003. 
77. KALTENBACH, G., NOBLET-DICK, M., BARNIER-FIGUE, G. et al. Early normalization 
of low vitamin B12 levels by oral cobalamin therapy in three older patients with 
pernicious anemia. J Am Geriatr Soc, 50(11):1914-1915, 2002. 
78. MATTSON, M. P., KRUMAN, I. I., DUAN, W. Folic acid and homocysteine in age-
related disease. Ageing Res Rev, 1(1):95-111, 2002. 
79. TITLE, L. M., CUMMINGS, P. M., GENEST, J. J. Jr. et al. Effect of folic acid and 
antioxidant vitamins on endothelial dysfunction in patients with coronary artery disease. 
J Am Coll Cardiol, 36(3):758-765, 2000. 
80. CHAMBERS, J. C., UELAND, P. M., OBEID, A. O. et al. Improved vascular endothelial 
function after oral B vitamins: an effect mediated though reduced concentrations of free 
plasma homocysteine. Circulation, 102(20):2479-2483, 2000. 
81. VIVEKANANTHAN, D. P., PENN, M. S., SAPP, S. K. Use of antioxidant vitamins for 
the prevention of cardiovascular disease: meta-analysis of randomised trials. Lancet, 
361(9374):2017-2023, 2003. 
82. MILLER, J. W. Homocysteine, Alzheimer disease, and cognitive function. Nutrition, 
16(7-8):675-677, 2000. 
83. VERMEULEN, E. G., STEHOUWER, C.D., TWISK, J.W. et al. Effect of homocysteine-
lowering treatment with folic acid plus vitamin B6 progression of subclinical 
atherosclerosis: a randomised, placebo-controlled trial. Lancet, 355(9203):517-522, 
2000. 
84. SESHADRI, S., BEISER, A., SELHUB, J. et al. Plasma homocisteyne as a risk factor 
for dementia and Alzheimer disease. N Engl J Med, 346(7):476-483, 2002. 
85. GARRY, P. J., VANDERJAGT, D. C., HUNT, W. C. Ascorbic acid intakes and plasma 
levels in healthy elderly. Ann N Y Acad Sci, 498:90-99, 1987. 
86. JACOB, R. A., OTRADOVEC, C. L. I., RUSSELL, R. M. et al. Vitamin C status and 
nutrient interaction in a healthy elderly population. Am J Clin Nutr, 48(6):143-144, 
1988. 
87. MUNTWYLER, J., HENNEKENS, C. H., MANSON, J. E. et al. Vitamin supplement use 
in a low-risk population of US male physicians and subsequent cardiovascular 
mortality. Arch Intern Med, 162(13):1472-1476, 2002. 
88. ALLMAN, R. M. Pressure ulcers among the elderly. N Engl J Med, 320(13):850-853, 
1989. 
89. THURMAN, J. E., MOORADIAN, A. D. Vitamin supplementation therapy in the elderly. 
Drugs Aging, 11(6):433-449, 1997. 
90. GARRY, P. J., HUNT, W. D. C., BANDROFCHACK, J. L. et al. Vitamin A intake and 
plasma retinol levels in healthy elderly men and women. Am J Clin Nutr, 46(6):989-
994, 1987. 
91. KRASINSKI, S. D., COHN, J. S., SCHAEFER, E. J. et al. Postprandial plasma retinyl 
ester response is greater in older subjects compared with younger subjects. Evidence 
for delayed plasma clearance of intestinal lipoproteins. J Clin Invest, 85(3):883-892, 
1990. 
92. VAN DER LOO, B., LABUGGER, R., AEBISCHER, C. P. et al. Age-related changes of 
vitamin A status. J Cardiovasc Pharmacol, 43(1):26-30, 2004. 
93. MAYNE, S. T., JANERICH, D. T., GREENWALD, P. et al. Dietary beta carotene and 
lung cancer risk in U.S. nonsmokers. J Natl Cancer Inst, 86(1):33-38, 1994. 
94. MENKES, M. S., COMSTOCK, G. W., VUILLEUMIER, J. P. et al. Serum beta-
carotene, vitamins A and E, selenium, and risk of lung cancer. N Engl J Med, 
315(20):1250-1254, 1986. 
95. OMENN, G. S., GOODMAN, G. E., THORNQUIST, M. D. et al. Effects of a 
combination of beta carotene and vitamin A on lung cancer and cardiovascular 
disease. N Engl J Med, 334(18):1150-1155, 1996. 
96. HENNEKENS, C. H., BURING, J. E., MANSON, J. E. et al. Lack of effect of long-term 
supplementation with beta carotene on the incidence of malignant neoplasms and 
cardiovascular disease. N Engl J Med, 334(18):1145-1149, 1996. 
97. HAK, A. E., STAMPFER, M. J., CAMPOS, H. et al. Plasma carotenoids and tocopherol 
and risk of myocardial infarction in a low-risk population of US male physicians. 
Circulation, 108(7):802-807, 2003. 
98. PAOLINI, M., CANTELLI-FORTI, G., PEROCCO, P. et al. Co-carcinogenic effect of 
beta-carotene. Nature, 398(6730):760-761, 1999. 
99. COLLINS, R., ARMITAGE, J., PARISH, S. et al. MRC/BHF Heart Protection Study of 
antioxidant vitamin supplementation in 20,536 high-risk individuals: a randomised 
placebo-controlled trial. Lancet, 360(9326):23-33, 2002. 
100. RAPOLA, J. M., VIRTAMO, J., RIPATTI, S. et al. Randomised trial of alpha-
tocopherol and beta-carotene supplements on incidence of major coronary events in 
men with previous myocardial infarction. Lancet, 349(9067):1715-1720, 1997. 
101. RUSSELL, R. M., SUTER, P. M. Vitamin requirements of elderly people: an 
update. Am J Clin Nutr, 58(1):4-14, 1993. 
102. CROWLE, A. J., ROSS, E. J. Comparative abilities of various metabolites of 
vitamin D to protect cultured human macrophages against tubercle bacilli. J Leukoc 
Biol, 47(6):545-550, 1990. 
103. WIENTROUBE, S., WINTER, C. C., WAHL, S. M. et al. Effect of vitamin D 
deficiency on macrophage and lymphocyte function in the rat. Calcif Tissue Int, 
44(2):125-130, 1989. 
104. MALMBERG, K. J., LENKEI, R., PETERSSON, M. et al. A short-term dietary 
supplementation of high doses of vitamin E increases T hepler 1 cytokine production in 
patients with advanced colorectal cancer. Clin Cancer Res, 8(6):1772-1778, 2002. 
105. MEYDANI, S. N., BARKLUND, M. P., LIU, S. et al. Vitamin E supplementation 
enhances cell-mediated immunity in healthy elderly subjects. Am J Clin Nutr, 
52(3):557-563, 1990. 
106. FLETCHER, A. E., BREEZE, E., SHETLY, P. S. Antioxidant vitamins and mortality 
in older persons: findings from the nutrient add-on study to the Medical Research 
Council Trial of Assessment and Management of Older People in the Community. Am 
J Clin Nutr, 78(5):999-1010, 2003. 
107. ROYCHOUDHURY, P., SCHWARTZ, K. Antioxidant vitamins do not prevent 
cardiovascular disease. J Fam Pract, 52(10):751-752, 2003. 
108. LUCHSINGER, J. A., TANG, M. X., SHEA, S. Antioxidant vitamin intake and risk of 
Alzheimer´s disease. Arch Neurol, 60(2):203-208, 2003. 
109. ENGELHART, M. J., GEERLINGS,

Outros materiais