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Resistência à Insulina e Diabetes tipo 2 - Pujol

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PREVALÊNCIA 
 
Em 2015, a Federação Internacional de Diabetes (Internacional Diabetes Federation, 
IDF) estimou que 8,8% da população mundial com 20 a 79 anos de idade (415 milhões 
de pessoas) viviam com diabetes. 
Dentre as Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), o diabetes mellitus tipo 2 é 
considerado uma epidemia e corresponde por aproximadamente 90% de todos os casos 
de diabetes. Estimativas indicam que no ano de 2010, 285 milhões de indivíduos com 
mais de 20 anos viviam com diabetes no mundo e, em 2030, esse número pode chegar 
a 439 milhões. Acredita-se, ainda, que aproximadamente 50% dos diabéticos 
desconhecem que tem a doença. 
O aumento da prevalência do diabetes está associado a diversos fatores, como: 
rápida urbanização, transição epidemiológica, transição nutricional, maior frequência 
de estilo de vida sedentário, maior frequência de excesso de peso, crescimento e 
envelhecimento populacional. 
Esse cenário tem gerado um alto custo social e financeiro ao paciente e ao sistema 
de saúde, uma vez que o diabetes mellitus tipo 2 está associado, também, a 
complicações como insuficiência renal, amputação de membros inferiores, cegueira, 
doença cardiovascular, entre outras. 
DIRETRIZES, 2017-2018 
Costa, A. F. et al. Carga do diabetes mellitus tipo 2 no 
Brasil. Cad. Saúde Pública 2017; 33(2):e00197915. 
 
A ocorrência de Diabetes mellitus em um grupo populacional está ligada, 
principalmente, a fatores socioeconômicos e culturais, tais como: 
• Urbanização; 
• Hábitos alimentares; 
 
 
• Estilo de vida sedentário; 
• Avançar da idade; 
• Obesidade (acúmulo de gordura visceral); 
• Diagnostico prévio de pré-diabetes ou diabetes mellitus gestacional (DMG); 
• Estresse 
• Predisposição familiar. 
 
Trata-se de doença poligênica, com forte herança familiar, ainda não 
completamente esclarecida, cuja ocorrência tem contribuição significativa de fatores 
ambientais. Dentre eles, hábitos dietéticos e inatividade física, que contribuem para a 
obesidade. 
Nos países desenvolvidos, o aumento da prevalência ocorrerá principalmente pela 
contribuição de indivíduos com diabetes nas faixas etárias mais avançadas, em 
decorrência do aumento da expectativa de vida e do crescimento populacional. 
Já ́ nos países em desenvolvimento, indivíduos de todas as faixas etárias serão 
atingidos, com destaque para a faixa etária de 20 a 44 anos, em que a prevalência devera ́
duplicar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
(DIRETRIZES, 2017-2018) 
 
. 
No Brasil, no final da década de 1980, estimou-se em 7,6% a prevalência de diabetes 
na população adulta. Dados mais recentes apontam para prevalências mais elevadas, 
como 15% em Ribeirão Preto (SP). 
Estudo recente realizado em seis capitais brasileiras, com servidores de 
universidades públicas na faixa etária de 35 a 74 anos, incluindo teste oral de tolerância 
à glicose, encontrou prevalência de 20%, em que aproximadamente metade dos casos 
não tinha diagnostico prévio. Índios (28% dos índios xavantes) e asiáticos (34% no 
Brasil) apresentam maior probabilidade de desenvolver diabetes. 
 
 
 
DIABETES 
A diabetes tipo 2 (DM2) é constituída por 2 mecanismos: 
 
 
 
 
 
 
 
Recentemente o tecido adiposo foi considerado um órgão endócrino e não 
apenas um reservatório energético. Como tal, controla o metabolismo e possui efeitos 
na regulação da inflamação, na sensibilidade à insulina, na coagulação e homeostasia 
vascular, assim como no gasto energético e no apetite. A secreção de adipocinas como 
a leptina e de citocinas inflamatórias, como o TNFα e IL-6 através de macrófagos, 
contribuem para a resistência à insulina nos tecidos, e para um estado pró-inflamatório. 
Sabe-se também que, a quantidade de tecido adiposo visceral acumulada na região 
abdominal apresenta relação direta com o grau de resistência à insulina. 
(DIRETRIZES, 2017-2018) 
 
 
Diminuição da 
produção de insulina 
pelas células β 
pancreáticas
Resistência à insulina
A obesidade, em particular a obesidade visceral, 
tem uma relação direta com resistência à insulina. 
 
 
 
 
 
O que é TNFα? 
O TNF-alfa é uma citocina pró-inflamatória, sintetizada como uma proteína 
transmembrana. O TNF-alfa parece ter papel importante na fisiopatologia da resistência 
à insulina através da diminuição da expressão à superfície celular dos transportadores 
de glicose (GLUT-4), fosforilação do substrato 1 dos receptores de insulina (IRS-1) e 
fosforilação específica do receptor da insulina. O TNF-alfa também reduz a oxidação de 
ácidos graxos em hepatócitos e músculos esqueléticos por meio de efeitos mediados 
pela indução da proteína fosfatase 2C e supressão da quinase ativada por AMP (AMPK). 
As taxas reduzidas de oxidação dos ácidos graxos são acompanhadas por acúmulo de 
lipídios bioativos, como triacilgliceróis, que por sua vez, são conhecidas por ativar a 
proteína quinase C e inibir a função do IRS. O TNF-alfa parece ativar o fator de 
transcrição nuclear kB (NF-kB), o que leva a uma série de alterações inflamatórias no 
tecido vascular. Essas alterações inflamatórias do tecido vascular resultam em ativação 
endotelial, com disfunção endotelial e hipertensão. Entretanto, diversos estudos 
demonstraram que a redução de peso e a redução de gordura visceral, especificamente, 
podem aumentar os níveis de adipocinas anti-inflamatórias, como adiponectina e IL-10, 
e reduzir os níveis de adipocinas pró-inflamatórias, como TNF-alfa, resistina e IL-6. 
 
 
 
 
 
A hipertrofia do tecido adiposo induz a infiltração e proliferação de macrófagos 
e alteração na secreção de adipocinas levando à inflamação crônica de baixa 
intensidade. Este quadro, associado ao aumento de ácidos graxos livres circulantes, 
provoca aumento de ingestão alimentar, diminuição do gasto energético, além da 
 
 
alteração na homeostase de tecidos periféricos, como músculo e fígado, promovendo 
acúmulo ectópico de gordura, inflamação e resistência à insulina. 
 
SPERETTA, Guilherme Fleury; LEITE, Richard Diego; DUARTE, Ana Cláudia de 
Oliveira. Obesidade, inflamação e exercício: foco sobre o TNF-alfa e IL-10. Revista Hospital 
Universitário Pedro Ernesto, [s.l.], v. 13, n. 1, p.61-69, 17 mar. 2014. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O que é IL-6? 
A IL-6 é produzida por uma variedade de diferentes tipos de células, tais como fibroblastos, células 
endoteliais, macrófagos, células T e miócitos. Seu principal mecanismo de sinalização envolve a 
ativação do fator de transcrição STAT3 (transdutor de sinal e ativador da transcrição 3) e 
subsequente regulação da transcrição gênica. O SOCS3 (supressor da sinalização de citocinas 3), o 
mais potente inibidor de feedback negativo da sinalização de IL-6, é um dos genes regulados pela IL-
6. É importante notar que a cascata de sinalização da IL-6 mostra forte crosstalk com vias que são 
ativadas por citocinas pró-inflamatórias clássicas, como TNF e IL-1b, principalmente por interação 
com p38 MAPK e o fator de transcrição NF-kB. Além disso, o resultado do programa de transcrição 
dependente de IL-6 / STAT3 pode ser ajustado de um modo espec�ico de tipo celular por 
glucocorticoides ou CBP / p300, por exemplo em hepatócitos. 
 
MAUER, J., DENSON, J. L., & BRÜNING, J. C. (2015). Versatile functions for 
IL-6 in metabolism and cancer. Trends in Immunology, 36(2), 92–101. 
 
 
OBESIDADE versus DIABETES TIPO 2 
 
Existe associação entre morbimortalidade e distribuição da gordura corpórea. Estando o maior 
risco relacionado à obesidade androide, considerada fator de risco para doenças como DCV e 
DM2. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nos últimos anos existe uma mudança do padrão de corpo ginoide (tecido adiposo subcutâneo) 
para androide (tecido adiposo visceral), onde ocorre uma compressão dos órgãos mais 
importantes e diminuição do fluxo sanguíneo. Esse processo gera a formação de celulites nas 
coxas e nádegas (inflamação das células)onde o mecanismo imunológico entende como risco 
de vida e passa a produzir citocinas e células pró-inflamatórias em uma quantidade muito maior. 
De modo geral, o tecido adiposo visceral (TAV), ou omental, é o mais ativo, ou seja, mais 
sensível à lipólise, via catecolaminas e β-adrenorreceptores, e mais resistente à ação da insulina, 
liberando maior concentração de ácidos graxos livre (AGL), diretamente na veia porta. Além 
disso, o TAV secreta maiores concentrações de adipocinas ligadas a processos pró-inflamatórios 
como resistina, angiotensina I, resistina, PAI-1, PCR, IL-6, seguido do tecido adiposo 
subcutâneo abdominal (TASA) e do tecido adiposo subcutâneo gluteofemoral (TASG). 
AndrAndróóide ou abdominalide ou abdominal GinGinóóideide ou ou glglúúteofemuralteofemural
Risco metabólico
Cardiovascular alto
Risco metabólico
cardiovascular baixoTecido adiposo 
visceral 
Mais ativo 
 Citocinas 
inflamatórias 
Pouco ativo 
Depósito 
Tecido adiposo 
subcutâneo 
 
 
Outras adipocinas como leptina e ASP são expressas em maior quantidade no TAS tanto 
abdominal como gluteofemoral, provavelmente por diferenças fisiológicas entre os adipócitos 
do TAS e tecido adiposo abdominal (TAA). 
HERMSDORFF, Helen H.m.; MONTEIRO, Josefina B.r.. Gordura Visceral, Subcutânea ou 
Intramuscular: Onde Está o Problema?. Rev. Bras. Ciênc. Esporte: Arq Bras Endocrinol 
Metab, Viçosa, v. 48, n. 6, p.803-811, dez. 2004. 
 
Adiponectina 
Hormônio secretado, principalmente, pelo tecido adiposo subcutâneo e desempenha um papel 
significativo em distúrbios metabólicos, tais como obesidade, diabetes tipo 2, síndrome 
metabólica e doenças arteriais coronarianas, por atuar na melhoria da sensibilidade insulínica e 
por apresentar propriedades anti-inflamatórias e anti-aterogênicas. Esse hormônio aumenta a 
captação de glicose e a oxidação de ácidos graxos pelo músculo e reduz a gliconeogênese 
hepática, sendo que, grande parte destes efeitos, são mediados pela ativação de adenosina 
monofosfato quinase ativada. Além disso, ela age diretamente no aumento da produção de 
óxido nítrico e na diminuição de substâncias relacionadas aos efeitos pró-inflamatórios, como 
proteína C-reativa (PCR), interleucina-6 (IL-6) e fator de necrose tumoral (TNF). Sendo assim, 
baixas concentrações sanguíneas de adiponectina tem sido inversamente associada com 
obesidade, resistência à insulina e diabetes tipo 2 em humanos e em animais. Da mesma forma, 
altos níveis sanguíneos de adiponectina têm sido relacionados positivamente com melhoras na 
sensibilidade à insulina e pela expressão de pelo menos dois de seus receptores da membrana 
celular: AdipoR1 e AdipoR2, visto que indivíduos obesos tendem a apresentar níveis elevados 
do receptor AdipoR1, como forma compensatória aos reduzidos níveis de adiponectina sérica, 
comparados com pessoas eutróficas. 
 
COCATE, Paula Guedes; DOMINGUES, Sabrina Fontes; NATALI, Antônio José. CONCENTRAÇÕES SANGUÍNEAS DE 
ADIPONECTINA E EXERCÍCIO FÍSICO: ASSOCIAÇÕES COM A SENSIBILIDADE INSULÍNICA. Rev. Bras. Ciênc. Esporte, 
Florianópolis, v. 33, n. 3, p.787-798, set. 2011. 
 
 
 
 
ESTRESSE 
 
Uma realidade no cotidiano da maioria das pessoas na atualidade é: o estresse, 
sendo capaz de comprometer diretamente o bem-estar físico e mental dos indivíduos, 
e a cada dia afeta um número maior de pessoas devido as diversas atividades que elas 
executam na sua rotina diária. O sistema hormonal é um importante sistema de 
regulação de diversas funções do corpo e atuam através dos hormônios onde ocorrem 
estímulos e bloqueios para ações primordiais da homeostase corporal. O organismo 
fisiologicamente produz um hormônio chamado cortisol que é também conhecido como 
o hormônio do estresse. Esse hormônio é produzido nas glândulas adrenais que são 
necessárias para o funcionamento do corpo e que estão localizadas na região superior 
dos rins, a liberação do cortisol ocorre através de ritmo circadiano, sendo naturalmente 
mais elevado em algumas horas do dia. O cortisol é um hormônio que está diretamente 
ligado a diversas atividades regulatórias de sistemas importantes do corpo, assim é 
importante que seus níveis não apresentem elevações constantes podendo gerar 
adversidades que alterem esses mecanismos como, por exemplo, o sistema imunológico 
o que pode deixar o organismo mais suscetível a adquirir doenças. 
 
Influência dos agentes estressores no aumento dos níveis de cortisol 
plasmático. Thais Gonçalves Rosa – 2016 46f. Figs. 
Os riscos gerados com a obesidade vêm sendo discutido cada vez mais, sendo 
realizadas diversas pesquisas sobre, e em diferentes regiões do país buscando identificar 
 
 
os níveis de sobrepeso e obesidade para a realização de medidas que visam diminuir 
esses índices para haver melhora na qualidade de vida das pessoas. Devido ao estado 
de sobrepeso diversas alterações endócrinas podem ser originadas, sendo essas visíveis 
através de evidências cientificas que demonstram haver origem neuroendócrina central. 
Com isso, pode se evidenciar, por exemplo, que a concentração de cortisol livre urinária 
tem índices elevados na obesidade central, estando isso relacionado primeiramente ao 
clearence aumentado de cortisol nesses casos de obesidade e pela hipersensibilidade 
do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal devido a fatores estressantes. 
Influência dos agentes estressores no aumento dos níveis de 
cortisol plasmático. Thais Gonçalves Rosa – 2016 46f. Figs. 
JUNIOR, J.; SOUSA, L. A efetividade de programas de exercício físico 
no controle do peso corporal. Revista Saúde e Comp., São Paulo, n. 
1, v. 1, p-71-78, 2005. 
 MATOS, A. A obesidade estaria relacionada ao aumento do volume 
das adrenais? Revista Brasileira de Endocrinologia, São Paulo, v.44, 
n.1, p. 21-30 
 
A secreção de cortisol é realizada seguindo um ritmo circadiano nos indivíduos 
que apresentam inalterado o ciclo vigília-sono, onde em grande parte apesar da variação 
intra individual apresenta-se valores maiores ao acordar estando este valor sujeito a 
aumento nos primeiros 30 minutos de até 70%, havendo em seguida uma redução e 
consequente nivelamento e após isso um declínio no período noturno. Pela liberação do 
cortisol acontecer através de um ciclo circadiano é necessário que isso seja observado 
alguns critérios como, por exemplo, em coleta de amostras de sangue, urina ou saliva 
que visam indicar os níveis desse hormônio, pois fisiologicamente eles estarão mais altos 
no período da manhã do que em outros horários do dia. 
Influência dos agentes estressores no aumento dos níveis de cortisol plasmático. Thais Gonçalves Rosa – 2016 46f. 
Figs. 
ARAUJO, M.F.M. et al. Níveis plasmáticos de cortisol em 
universitários com má qualidade de sono. Caderno de saúde 
coletiva, Rio de Janeiro, v. 24, n. 1, 2016. 
 
 
 
 
 
DIAGNÓSTICO: DIFERENÇA ENTRE DM1 E DM2 
 
Diabetes mellitus tipo 1 (DM1) é uma doença autoimune, poligênica, decorrente de 
destruição das células β pancreáticas, que ocasiona deficiência completa na produção 
de insulina. Estima-se que mais de 30 mil brasileiros sejam portadores de DM1 e que o 
Brasil ocupe o terceiro lugar em prevalência de DM1 no mundo, segundo a International 
Diabetes Federation. Embora a prevalência de DM1 esteja cada vez maior, corresponde 
a apenas 5 a 10% de todos os casos de DM. É mais frequente em crianças, adolescentes 
e, em alguns casos, em adultos jovens, afetando igualmente mulheres e homens. 
 
Na diabetes mellitus tipo 2 (DM2) sua fisiopatologia, diferentemente dos marcadores 
presentes no DM1, não apresenta indicadores específicos da doença. Em pelo menos 80 
8h 
máximo 
00h 
mínimo 
 
 
 
a 90% dos casos, associa-se ao excesso de peso e a outros componentes da síndrome 
metabólica. Na maioria das vezes, a doença é assintomática ou oligossintomática por 
longo período, sendo o diagnóstico realizado por dosagens laboratoriaisde rotina ou 
manifestações das complicações crônicas. Com menor frequência, indivíduos com DM2 
apresentam sintomas clássicos de hiperglicemia (poliúria, polidipsia, polifagia e 
emagrecimento inexplicado). Embora a cetoacidose diabética seja rara como 
manifestação inicial do DM2, tem-se observado aumento no número desses casos na 
abertura do quadro. 
(DIRETRIZES, 2017-2018) 
 
Entre os fatores de risco para DM2 estão: 
 
 
 
 
 
 
 
 
A distribuição da adiposidade corporal mais comumente associada ao risco de 
DM2 é a central, indicativa de acúmulo de gordura visceral. Esse tecido hipertrofiado 
produz citocinas pró-inflamatórias e gera resistência à insulina, envolvida na gênese do 
DM2 e de suas comorbidades. É mandatório para indivíduos com sinais e sintomas 
coleta de exames para confirmação diagnóstica de DM2. Ainda que assintomáticos, a 
presença de fatores de risco já impõe rastreamento para diagnóstico precoce. 
 História familiar da doença; 
 Avançar da idade; 
 Obesidade; 
 Sedentarismo; 
 Diagnóstico prévio de pré-diabetes; 
 Diabetes mellitus gestacional; 
 Presença de componentes da síndrome metabólica (hipertensão 
arterial e dislipidemia). 
 
 
 
(DIRETRIZES, 2017-2018) 
 
DIAGNÓSTICO 
 
Na história natural do DM, alterações fisiopatológicas estão presentes antes que os 
valores glicêmicos atinjam níveis supranormais. A condição na qual os valores glicêmicos 
estão acima dos valores de referência, mas ainda abaixo dos valores diagnósticos de DM, 
denomina-se pré-diabetes. A resistência à insulina já está presente e, na ausência de 
medidas de combate aos fatores de risco modificáveis, ela evolui frequentemente para 
a doença clinicamente manifesta. A American Diabetes Association (ADA) previamente 
havia atribuído os termos “glicemia de jejum alterada” e “tolerância à glicose diminuída” 
a essas condições de risco aumentado de doença cardiovascular e complicações em 
longo prazo. Na maioria dos casos de pré-diabetes, a “doença” é assintomática e o 
diagnóstico deve ser feito com base em exames laboratoriais. Mesmo o DM estando 
presente do ponto de vista laboratorial, seu diagnóstico clínico pode tardar até anos 
pelo fato de a doença ser oligossintomática em grande parte dos casos, por isso a 
importância do rastreamento na presença dos fatores de risco. 
(DIRETRIZES, 2017-2018) 
 
 
As categorias de tolerância à glicose têm sido definidas com base nos seguintes exames: 
 
 
 • Glicemia em jejum: deve ser coletada em sangue periférico após jejum calórico de no 
mínimo 8 horas. 
• Teste Oral De Tolerância A Glicose (TOTG): previamente à ingestão de 75 g de glicose 
dissolvida em água, coleta-se uma amostra de sangue em jejum para determinação da 
glicemia, então, coleta-se outra, após 2 horas da sobrecarga oral. É importante reforçar 
que a dieta deve ser a habitual e sem restrição de carboidratos pelo menos nos 3 dias 
anteriores à realização do teste. Permite avaliação da glicemia após sobrecarga, que 
pode ser a única alteração detectável no início do DM, refletindo a perda de primeira 
fase da secreção de insulina. 
• Hemoglobina Glicada (HbA1c): oferece vantagens ao refletir níveis glicêmicos dos 
últimos 3 a 4 meses e ao sofrer menor variabilidade dia a dia e independer do estado de 
jejum para sua determinação. Vale reforçar que se trata de medida indireta da glicemia, 
que sofre interferência de algumas situações, como anemias, uremia e 
hemoglobinopatias, nas quais é preferível diagnosticar o estado de tolerância à glicose 
com base na dosagem glicêmica direta. Outros fatores, como idade e etnia, também 
podem interferir no resultado da HbA1c. 
(DIRETRIZES, 2017-2018) 
 
Exames que são utilizados para o controle glicêmico, entretanto não podem ser 
usados para o diagnóstico de DM2: 
Frutosamina é o nome genérico dado a todas as proteínas glicadas. Os termos 
“frutosamina” e “proteína glicada” podem ser utilizados de maneira equivalente. Elas 
são formadas pela reação não enzimática da glicose com os grupos amina das proteínas. 
Do total de proteínas glicadas, 80% correspondem à albumina. O raciocínio, em sua 
interpretação, é análogo ao considerado para as demais proteínas glicadas. O padrão de 
normalidade aplicado pela maioria dos laboratórios, entretanto, não apresenta a 
 
 
extensa validação por estudos prospectivos realizados para a HbA1c. A frutosamina vem 
sendo tradicionalmente utilizada como alternativa à HbA1c quando esta apresenta 
problemas metodológicos. Essa conduta, porém, deve idealmente ser adotada apenas 
quando se esgotam as possibilidades de contornar esses problemas (por exemplo, no 
homozigoto para hemoglobinas variantes). 
Glicemia pós-prandial, após a publicação do estudo Diabetes Epidemiology: 
Collaborative Analysis of Diagnostic Criteria in Europe (DECODE), em 1999, que abordou 
o papel da glicemia 2 horas após TOTG como fator de risco cardiovascular, houve 
diversos esforços científicos no sentido de extrapolar esse papel para a glicemia pós-
prandial, tentando-se, inclusive, transformá-la em alvo terapêutico no tratamento do 
DM2. Uma das grandes dificuldades é estabelecer valores de referência adequados para 
a glicemia pós-prandial. 
1,5-anidroglucitol, que ocorre de maneira natural no organismo e é estruturalmente 
similar à glicose. É filtrado pelos rins, sendo 99,9% dele reabsorvido pelos túbulos renais. 
Quando a glicemia é maior do que o limiar renal, a glicose inibe a reabsorção de 1,5-AG, 
portanto os níveis desse marcador são inversamente proporcionais aos da 
hiperglicemia. Desse modo, 1,5- -AG é um marcador promissor no que se refere à 
variabilidade glicêmica, pois se correlaciona com excursões glicêmicas de curto prazo. 
Como não há, entretanto, padrões de referência estabelecidos, não existem metas 
terapêuticas claras sobre esse tipo de marcador, assim, não há, também, nenhuma 
indicação de seu uso para o diagnóstico de DM. 
Albumina glicada, a dosagem de albumina glicada funciona de maneira análoga à de 
HbA1c, com a desvantagem de não apresentar validação com desfechos a longo prazo. 
A variabilidade da albumina glicada correlaciona-se, em alguns estudos, com desfechos 
renais, por exemplo, mesmo em pacientes bem controlados. Apresenta correlação 
 
 
variável com a HbA1c. Assim como a frutosamina e o 1,5-AG, a albumina glicada não 
tem aplicação no diagnóstico de DM. 
 
 
A confirmação do diagnóstico de DM requer repetição dos exames que obtiveram 
valores alterados, idealmente o mesmo exame alterado em segunda amostra de 
sangue, na ausência de sintomas inequívocos de hiperglicemia. Pacientes com sintomas 
clássicos de hiperglicemia, tais como poliúria, polidipsia, polifagia e emagrecimento, 
devem ser submetidos à dosagem de glicemia ao acaso e independente do jejum, não 
havendo necessidade de confirmação por meio de segunda dosagem caso se verifique 
glicemia aleatória ≥ 200 mg/dL. 
 
 
Valores de normalidade para os exames, bem como os critérios diagnósticos para 
pré-diabetes e DM (aceitos e adotados pela Sociedade Brasileira de Diabetes): 
 
(DIRETRIZES, 2017-2018) 
 
 
 
 
 
 Não esqueça que: nutricionistas não dá diagnóstico de 
patologia. Compete ao profissional nutricionista o 
diagnóstico nutricional como descrito na Resolução CFN 
417/2008. 
Diagnóstico Nutricional: identificação e determinação do 
estado nutricional do cliente/ paciente/ usuário, 
elaborado com base em dados clínicos, bioquímicos, 
antropométricos e dietéticos, obtidos quando da 
avaliação nutricional. 
 
 
 
 
COMPLICAÇÕES NO DM2 
Os indivíduos com DM estão em risco de desenvolverem dano, disfunção e falência de 
diversos órgãos, especialmente nos olhos, nervos, rins, coração e vasos sanguíneos. As 
complicações a longo prazo da DM incluem retinopatia, com potencialperda de visão, 
podendo mesmo causar cegueira, nefropatia, que pode levar a insuficiência ou mesmo 
falência renal, neuropatia periférica, com risco de úlceras nos membros inferiores, 
amputações e articulação de Charcot, e neuropatia autonômica, que causam sintomas 
gastrointestinais, cardiovasculares, geniturinários e disfunção sexual. As complicações 
cardiovasculares têm uma incidência aumentada nos doentes com DM, como o infarto 
agudo do miocárdio, a angina, o acidente vascular cerebral, a doença arterial periférica 
e a insuficiência cardíaca congestiva. Nestes doentes, os elevados níveis de colesterol, a 
pressão arterial alta, glicose sanguíneos e outros fatores contribuem para um risco 
aumentado de complicações cardiovasculares. De um modo geral, estudos já realizados 
sugerem que existe uma diminuição significativa na qualidade de vida dos indivíduos 
com DM com a presença de complicações crônicas, sendo que a qualidade de vida 
diminui à medida que aumenta o número de complicações crônicas que o doente possui. 
GOMES, Ana Rita; SANTOS, Luciano. Prevalência das complicações da 
diabetes mellitus no ACeS Santo Tirso/Trofa: estudo descritivo. Rev Port Med 
Geral Fam, Santo Tirso, p.252-260, maio 2017. Disponível em: 
<http://www.scielo.mec.pt/pdf/rpmgf/v33n4/v33n4a03.pdf>. Acesso em: 21 
maio 2019. 
 
 
 
 
 
 
As complicações do diabetes são categorizadas como: 
 
Nas décadas passadas, estimava-se que o risco relativo das complicações 
microvasculares nos indivíduos com diabetes era em torno de 10 a 20 vezes maior do 
que nos indivíduos, sem diabetes, enquanto o risco relativo das complicações 
macrovasculares era 2 a 4 vezes maior do que nos indivíduos sem a doença. 
 
Complicações crônicas microvasculares mais comuns: 
• Retinopatia: 
 
É uma das complicações mais comuns e está presente tanto DM1 quanto no DM2, 
especialmente em pacientes com longo tempo de doença e mau controle glicêmico. 
Quando chega a perda visual é considerada trágica e constitui fator importante de 
Microvasculares Macrovasculares
Não vasculares
 
 
morbidade de elevado impacto econômico, uma vez que a retinopatia diabética é a 
causa mais frequente de cegueira adquirida. A fisiopatologia das alterações 
microvasculares do tecido retiniano está relacionada à hiperglicemia crônica, que leva a 
alterações na circulação como a perda do tônus vascular, alteração do fluxo sanguíneo, 
aumento da permeabilidade vascular e consequentemente extravasamentos e edemas 
e, por fim, obstrução vascular que leva à neovascularização, com vasos frágeis que se 
rompem, levando a hemorragias e descolamento da retina. O controle metabólico pode 
retardar a progressão da retinopatia. 
BOSCO, Adriana et al . Retinopatia diabética. Arq Bras Endocrinol Metab, São 
Paulo , v. 49, n. 2, p. 217-227, Apr. 2005 . Available from 
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-
27302005000200007&lng=en&nrm=iso>. access 
on 21 May 2019. http://dx.doi.org/10.1590/S0004-27302005000200007. 
 
• Nefropatia: 
 
A associação entre hiperglicemia e nefropatia diabética pode estar relacionada à 
glicosilação não-enzimática das proteínas (reação de Amadori). Por esse mecanismo, a 
glicose se liga aos grupos-amino das proteínas, o que resulta em produtos iniciais da 
glicosilação não-enzimática, como a hemoglobina glicosilada (Hb A1c). Também são 
formados produtos finais da glicosilação não-enzimática conhecidos como "advanced 
glycated end-products" (AGEs). Alguns dos AGEs são capazes de estabelecer ligações 
http://dx.doi.org/10.1590/S0004-27302005000200007
 
 
covalentes com grupos-amino de outras proteínas, resultando em reações proteína-
proteína. Se os AGEs são formados em proteínas de meia vida longa, como o colágeno, 
seus efeitos podem ser duradouros. Ao contrário dos produtos de meia vida curta, como 
a Hb A1c, os AGEs são estáveis e, portanto, acumulam-se nos tecidos e nas paredes dos 
vasos. Suas concentrações não retornam ao normal mesmo quando a hiperglicemia é 
corrigida. 
SALGADO, PatrÍcia Paz Cabral de Almeida et al. Fisiopatologia da nefropatia 
diabética. Rev Med Minas Gerais, Belo Horizonte, p.180-185, out. 2003. 
 
• Neuropatia: 
 
Se entende como grupo de síndromes clínicas e subclínicas de etiologia, manifestação 
clínica e laboratoriais variadas, caracterizadas por dano difuso ou focal das fibras 
nervosas periféricas somáticas ou autonômicas, resultante do diabetes melito", sendo 
assim, é a presença de sintomas e/ou de sinais de disfunção dos nervos periféricos em 
pessoas com diabetes melito, após exclusão de outras causas. A neuropatia pode levar 
a uma maior instabilidade e anomalias cinemáticas observadas durante a locomoção e 
postura estática, leva também a déficits motores e autonômicos que podem aumentar 
o risco de queda e formação de úlcera em pacientes diabéticos. Aproximadamente 20% 
dos pacientes diabéticos se desenvolverão clinicamente neuropatia significativa dentro 
 
 
de 10 anos após o início do diabetes, e essa proporção pode aumentar para 50% após 
10 ou 15 anos. 
 
RENNE, D.A.; SIMA, A.A.F.; STEVENS, M.J.; FELDMAN, E.L.; LATTIMERS, A. - 
Complications: neuropathy, pathogenetic considerations. Diabetes Care 
15:1902-1925,1992. 
PICON, Ap et al. Classification of the severity of diabetic neuropathy: a new 
approach taking uncertainties into account using fuzzy logic. Clinics, [s.l.], v. 
67, n. 2, p.151-156, 9 fev. 2012. Fundacao Faculdade de Medicina. 
http://dx.doi.org/10.6061/clinics/2012(02)10. 
 
 
Complicações crônicas macrovasculares mais comuns: 
• Doença Coronariana: 
 
A manifestação mais importante do comprometimento macrovascular causado pelo DM é a 
doença arterial coronária, em decorrência do processo acelerado e precoce de aterosclerose 
que acomete os diabéticos, processo esse, que acarreta aumento da morbidade e da 
mortalidade nesses pacientes. O endotélio compõe uma interface metabolicamente ativa entre 
o sangue e os tecidos, realizando a modulação do fluxo sanguíneo, a coagulação, o transporte 
de nutrientes, e a migração de leucócitos, além disso, ele também sintetiza importantes 
 
 
substâncias bioativas, como o óxido nítrico, as quais regulam a estrutura e a função dos vasos 
sanguíneos. O óxido nítrico inibe, de forma geral, o processo aterosclerótico e exerce função 
protetora sobre o sistema cardiovascular. No diabético, a presença da hiperglicemia crônica 
bloqueia a enzima óxido nítrico sintetase, diminuindo a produção da substância em questão e 
aumentando a produção de espécies reativas de oxigênio, principalmente o ânion superóxido, 
o que altera todo o conjunto de ações reguladoras que o óxido nítrico exerce na parede arterial. 
O DM também diminui a vasodilatação dependente do endotélio antes mesmo da formação da 
placa de ateroma. 
 
• Doença Cerebrovascular: 
 
O acidente vascular cerebral (AVC) constitui na manifestação clinica comum às doenças 
cerebrovasculares. O AVC tem como definição a oclusão súbita ou ruptura de artérias ou veias, 
resultando em danos cerebrais focais ou globais, cujos sinais perdurem por 24 ou mais horas ou 
que leve a óbito, sem causa aparente, outra que não de origem cerebrovascular. O AVC pode 
ter origem isquêmica ou hemorrágica, embora estes mecanismos possam ser concomitantes. 
Hipertensão é o mais alto fator de risco atribuível à população em geral entre os fatores de risco 
modificáveis para AVCs, sendo que a redução nos níveis de pressão arterial PA diminuiu 
drasticamente o risco de incidência de AVCs primários e secundários. A redução no risco do 
primeiro AVC em pacientes tratados com agentes anti-hipertensivos varia entre 25 e 47%. 
 MATUSHITA, Hamilton et al. DOENÇAS CÉREBRO-
VASCULARES NA INFÂNCIA. Revista Brasileira de 
Neurologia e Psiquiatria, São Paulo, p.165-175, ago. 2014. 
Lawes CM, Bennett DA, Feigin VL, et al. Blood pressure and 
stroke: an overviewof published reviews. Stroke 
2004;35:776. 
 
 
 
• Doença Arterial Periférica: 
 
A Doença Arterial Obstrutiva Periférica (DAOP) ocorre predominantemente decorrente 
de fenômenos ateroscleróticos sistêmicos, que provocam obstruções arteriais e está 
associada a alto risco de morbimortalidade cardiovascular. A claudicação intermitente é 
o mais frequente dos sintomas da DAOP e resulta da redução do aporte de fluxo 
sanguíneo para os membros inferiores durante o exercício. A claudicação é 
caracterizada por dor ou desconforto durante a caminhada e que desaparece após 
repouso. Muitos pacientes com claudicação intermitente têm prejuízo na função 
ambulatorial, que resulta em incapacidade funcional e limitação significativa de estilo 
de vida que se reflete na qualidade de saúde de vida. O tratamento de pacientes com 
claudicação intermitente destina-se a redução do risco cardiovascular, aumento do 
desempenho funcional, melhora dos sintomas e melhora na qualidade de vida. Os 
pacientes diabéticos apresentem lesões em artérias de perna mais frequentemente que 
na população geral, e estes processos ateroscleróticos usualmente são intensos, difusos 
e associados à intensa calcificação. 
(Diretrizes SBACV, 2015) 
 
 
 
 
Complicações crônicas não vasculares mais comuns: 
 Gastroparesia: 
 
Alterações na motilidade gastrointestinal decorrentes da neuropatia autonômica são 
frequentes nos pacientes diabéticos, e se constituem em importante causa de 
morbidade. Os distúrbios da motilidade esofágica, gástrica ou intestinal levam a 
sintomas muitas vezes severos e podem, também, dificultar a obtenção de um bom 
controle glicêmico. Os sintomas mais comuns da GPD compreendem náuseas, vômitos, 
saciedade precoce, eructação, distensão abdominal e emagrecimento. 
CESARINI, PR et al. Gastroparesia diabética. Rev Ass Med 
Brasil, São Paulo, p.163-168, 1997. 
 Infecções: 
 
 
 
Está bem definido que existe uma maior incidência de infecções específicas no DM, 
muitas vezes com maiores taxas de complicações e maior severidade. Além disso, há 
também alguns quadros infecciosos quase exclusivos do diabético. A outra face desta 
situação que não pode deixar de ser mencionada são as frequentes descompensações 
do próprio DM (como cetoacidose e coma hiperosmolar) frente aos quadros infecciosos. 
 ROCHA, Jaime L.l. et al. Aspectos Relevantes da Interface Entre 
Diabetes Mellitus e Infecção. Arq Bras Endocrinol Metab, Curitiba, 
p.221-229, jun. 2002. 
 
GLICOSE 
A glicose é a principal fonte de energia para todos os tipos celulares de mamíferos, nos 
quais é responsável pelo provimento de ATP tanto em condições aeróbicas como 
anaeróbicas. A glicose é uma molécula polar, insolúvel na membrana plasmática, e o seu 
transporte é realizado através de difusão facilitada, portanto a favor de seu gradiente 
de concentração, e dependente da presença de proteínas transportadoras (GLUTs) na 
superfície de todas as células. 
Os GLUTs têm capacidade de realizar fluxo bidirecional de glicose e, de fato, é o 
gradiente do substrato que determinará a direção intra ou extracelular da glicose. A 
glicose, como substrato energético está constantemente sendo consumida nas células, 
as forças de gradiente garantem um influxo do substrato na maioria dos tipos celulares, 
através das diferentes isoformas de transportadores. Entretanto, basta a concentração 
intracelular de glicose ser maior que a extracelular para que as forças de gradiente 
promovam um efluxo do substrato através da isoforma presente. 
MACHADO, Ubiratan Fabres. Transportadores de Glicose. Arq Bras 
Endocrinol Metab, São Paulo, v. 42, n. 6, p.413-421, dez. 1998. 
 
 
 
 
 
Transportadores de glicose GLUT1-3 são considerados os responsáveis pelo transporte 
de glicose ao cérebro. Como, obrigatoriamente, o transporte mínimo de glicose deve ser 
mantido a este órgão, seus transportadores de glicose são independentes de insulina. O 
GLUT1 é expresso nas células endoteliais, sendo responsável pelo transporte de glicose 
através da barreira hematoencefálica, sua expressão relaciona-se com o crescimento do 
cérebro, sendo este transportador mais abundante na infância e fase de 
desenvolvimento. Já o transportador GLUT3 proporciona o transporte da glicose do 
astrócito ao neurônio, e sua expressão está associado à maturação funcional, quanto 
mais maduro e evoluído maior a expressão deste transportador. Quando ocorre 
hipoglicemia há um aumento na expressão de GLUT1 para maior captação de glicose. A 
hipóxia e/ou isquemia com morte celular e consequente baixa de GLUT3 gera um 
incremento na expressão de GLUT1 nas proximidades a área afetada. 
MACHADO, Ubiratan Fabres. Transportadores de Glicose. Arq Bras 
Endocrinol Metab, São Paulo, v. 42, n. 6, p.413-421, dez. 1998. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DO DIABETES MELLITUS 
 
(DIRETRIZES, 2017-2018) 
SINAIS E SINTOMAS 
Na maioria das vezes, a doença é assintomática ou oligossintomática por longo período, 
sendo o diagnóstico realizado por dosagens laboratoriais de rotina ou manifestações das 
complicações crônicas. Com menor frequência, indivíduos com DM2 apresentam 
sintomas clássicos de hiperglicemia. Embora a cetoacidose diabética seja rara como 
manifestação inicial do DM2, tem-se observado aumento no número desses casos na 
abertura do quadro. Os sintomas clássicos de diabetes são: poliúria, polidipsia, polifagia 
1
• Diabetes Mellitus tipo 1
2
• Diabetes Mellitus tipo 2
3
• Diabetes Mellitus Gestacional
4
• Outros tipos de Diabetes (decorrente de defeitos genéticos, 
associados a outras doenças ou desencadeado pelo uso de 
fármacos) 
Tecidos dependentes de glicose, mas não 
dependentes de insulina: 
 
• Cérebro; 
• Hemácias; 
• Cristalino do olho; 
• Células da Medula Renal. 
 
DIRETRIZES, 2017-2018. 
 
 
e perda involuntária de peso (os “4 Ps”). Outros sintomas que levantam a suspeita clínica 
são: fraqueza, fadiga, letargia, infecções de repetição, prurido cutâneo e vulvar e 
balanopostite. Algumas vezes o diagnóstico é feito a partir de complicações crônicas 
como neuropatia, retinopatia ou doença cardiovascular aterosclerótica. 
(DIRETRIZES, 2017-2018) 
Cadernos de Atenção Básica, n. 16 Série A. 
Normas e Manuais Técnicos, 2006. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FISIOPATOLOGIA 
 O diabete tipo 2 é uma doença metabólica complexa caracterizada por: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A glicotoxicidade é responsável por um estresse oxidativo crônico ao nível tecidual, 
tendo um importante papel na gênese das complicações crônicas do diabete. Embora, 
por vezes, seja difícil caracterizar qual dos mecanismos fisiopatológicos predomina em 
um determinado paciente, o diabete tipo 2 tem como característica principal a 
resistência periférica. A resistência à insulina é inicialmente observada no tecido 
muscular, onde se faz necessário uma concentração crescente de insulina para permitir 
a captação de glicose. A resistência à insulina é influenciada tanto por fatores genéticos 
como pelos adquiridos (obesidade, inatividade física). Frequentemente ocorre uma 
associação de outras condições como aterosclerose, dislipidemia, hipertensão arterial e 
Diminuição da secreção pancreática de insulina; 
 
Diminuição da ação da insulina ou resistência à insulina. 
 
Produção hepática excessiva de glicose 
 
 
 
Hiperglicemia e Glicotoxicidade 
 
 
 
obesidade abdominal. Pacientes com essa constelação de sintomas são rotulados como 
portadores da síndrome plurimetabólica. 
Sabe-se que o Diabetes Mellitus compromete o metabolismo de todos os substratos 
energéticos, ainda assim, seu diagnóstico depende da identificação de alterações 
específicas da glicemia plasmática. Na tolerância diminuída à glicose (IGT) e no Diabetes 
Mellitus do tipo 2, se observa resistência à captação deglicose, estimulada pela 
insulina, independentemente da hiperglicemia, e a deterioração dessa tolerância 
dependerá da capacidade do pâncreas em manter o estado de hiperinsulinemia crônica. 
Entretanto, o fato de que um aumento na concentração plasmática de insulina poderia 
prevenir a descompensação da IGT, em um indivíduo insulinorresistente, porém isso não 
significa que seja uma resposta compensatória benigna. A insulina, quando estimula a 
resistência a captação da glicose está associada a uma série de alterações que 
aumentam o risco para doenças cardiovasculares, intolerância à glicose, 
hiperinsulinemia, hipertrigliceridemia, redução do HDL-c, hipertensão arterial e 
obesidade androide. 
A transição para o Diabetes Mellitus é determinada não somente por uma acentuação 
da resistência à insulina, atribuível ao excesso de peso e/ou envelhecimento, entre 
outras causas, como o sedentarismo, mas, também, pela incapacidade do pâncreas em 
aumentar a secreção insulínica adequadamente em resposta à hiperglicemia. 
 
 
 
Na obesidade a secreção de insulina está aumentada, enquanto que a captação hepática 
e a eficácia periférica da insulina diminuem. A elevada secreção de insulina está 
relacionada ao grau de obesidade, já a redução na depuração hepática e a resistência 
periférica ao hormônio estão relacionadas ao tipo de obesidade (obesidade visceral). Os 
ácidos graxos livres aumentados na circulação, pela elevada sensibilidade lipolítica da 
gordura abdominal e pelo menor efeito antilipolítico da insulina nesse tecido, inibem a 
depuração hepática de insulina, levando à hiperinsulinemia e à resistência periférica, 
além do direcionamento desses ácidos graxos para a síntese de triglicérides pelo fígado. 
 
MARCONDES, José Antonio Miguel. DIABETE MELITO:: 
FISIOPATOLOGIA E TRATAMENTO. Rev. Fac. Ciênc. Méd. Sorocaba, 
São Paulo, v. 5, n. 1, p.18-26, 2003. 
MCLELLAN, Kátia Cristina Portero et al . Diabetes mellitus do tipo 2, 
síndrome metabólica e modificação no estilo de vida. Rev. 
Nutr., Campinas , v. 20, n. 5, p. 515-524, Oct. 2007. 
 
 OBESIDADE 
A obesidade, de uma maneira simplificada, é o acúmulo excessivo de gordura corporal 
em extensão, que acarreta prejuízos à saúde dos indivíduos, tais como dificuldades 
respiratórias, problemas dermatológicos e distúrbios do aparelho locomotor, além de 
 
 
 
favorecer o surgimento de enfermidades potencialmente letais como dislipidemias, 
doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, e certos tipos de câncer. Porém, o grau de 
excesso de gordura, a distribuição corpórea e as consequências para a saúde 
apresentam variação entre os obesos. A obesidade é considerada uma doença 
integrante do grupo de Doenças Crônicas Não-Transmissíveis (DCNT), as quais são de 
difícil conceituação, gerando aspectos polêmicos quanto à sua própria denominação, 
seja como doenças não-infecciosas, doenças crônicas-degenerativas ou como doenças 
crônicas não-transmissíveis, sendo esta última a conceituação atualmente mais 
utilizada. 
PINHEIRO, Anelise Rízzolo de Oliveira; FREITAS, Sérgio Fernando Torres de; 
CORSO, Arlete Catarina Tittoni. Uma abordagem epidemiológica da 
obesidade. Revista de Nutrição, Campinas, v. 17, n. 4, p. 523-533, 2004. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Reguladores de apetite 
POMC 
e CART 
NPY 
AGRP 
Grelina 
SNC 
Bloqueia 
Ativa 
 
 
 
Os principais responsáveis por fazer o controle da fome e do apetite são o núcleo 
hipotalâmico lateral e o núcleo hipotalâmico ventromedial que através de sinais 
periféricos fazem um balanço enérgico aumentando ou inibindo a fome e saciedade. 
Esse controle é feito através de neuropeptídios orexígenos e anorexígenos (NPY/AgRP 
e POMC CART). 
LEITE, Lúcia Dantas. Integração Neuroendócrina na Regulação da Ingestão 
Alimentar. Rio Grande do Norte: UFRN, p. 127-43, abril/junho 2009. 
 
O papel do núcleo arqueado do hipotálamo na regulação do balanço energético está 
bem estabelecido. O núcleo arqueado contém neurônios expressando 
proopiomelanocortina/cocaína e transcriptase regulada por anfetamina (POMC/CART), 
cuja ativação suprime a alimentação. Em contraste, a ativação de uma segunda 
população de neurônios arqueados, neurônios expressando neuropeptídeo Y/agouti 
(NPY/AgRP), estimula a alimentação. A regulação coordenada desses neurônios e suas 
projeções a jusante para regiões-chave do cérebro contribui para o controle do balanço 
energético. Esses alvos incluem o núcleo paraventricular do hipotálamo, a área 
hipotalâmica lateral e outros locais de controle autonômico e neuroendócrino. 
A regulação coordenada desses neurônios e suas projeções a jusante para regiões-chave 
do cérebro contribui para o controle do balanço energético. Esses alvos incluem o 
núcleo paraventricular do hipotálamo, a área hipotalâmica lateral e outros locais de 
controle autonômico e neuroendócrino. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Reguladores de apetite 
NPY 
 
O neuropeptídio Y (NPY) é um peptídeo de 36 aminoácidos que pertence à denominada família NPY de peptídeos 
biologicamente ativos, e é considerado um dos neuropeptídios mais abundantes no cérebro. O NPY tem um papel crucial 
em muitas funções fisiológicas, como a ingestão de alimentos, a homeostase energética, o ritmo circadiano e a cognição. 
Especificamente, o NPY liberado dos nervos simpáticos no curso do estresse ativa os receptores Y2 no tecido adiposo 
branco visceral, o que resulta em um aumento do crescimento da gordura abdominal. Além disso, a liberação de 
glicocorticóides induzida pelo estresse, que aumenta a expressão do NPY hipotalâmico e a ingestão de alimentos, pode 
constituir um mecanismo central de como o NPY promove a obesidade. 
REICHMANN, Florian; HOLZER, Peter. Neuropeptide Y: A stressful review. 
Neuropeptides, [s.l.], v. 55, p.99-109, fev. 2016. Elsevier BV. 
http://dx.doi.org/10.1016/j.npep.2015.09.008. 
AgRP Considerado um dos alvos da sinalização de insulina, tem um efeito orexígeno potente. Em situação de balanço 
energético negativo, por exemplo em jejum, a expressão de AgRP é aumentada. Os efeitos da leptina nos neurônios 
AgRP não são tão claros, nesses neurônios, a deleção do receptor de leptina está associada a um aumento no peso 
corporal total e adiposidade. 
VARELA, Luis; HORVATHA, Tamas L. Leptin and insulin pathways in POMC and AgRP 
neurons that modulate energy balance and glucose homeostasis. Embo Rep, p.1079-
1086, 13 dez. 2012. 
POMC e CART O papel do núcleo arqueado do hipotálamo na regulação do balanço energético está bem estabelecido. O núcleo 
arqueado contém neurônios expressando proopiomelanocortina/cocaína e transcriptase regulada por anfetamina, que 
são POMC e CART, cuja ativação suprime a alimentação. Fornecem um forte efeito anorexígeno, a secreção desses 
neurônios diminui a ingestão de alimentos e o peso corporal. Os neurônios POMC/CART também podem estar 
envolvidos no transporte do status metabólico para os neurônios do hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH). 
HILL, Jennifer W.; ELMQUIST, Joel K.; ELIAS, Carol F.. Hypothalamic pathways 
linking energy balance and reproduction. American Journal Of Physiology-
endocrinology And Metabolism, [s.l.], v. 294, n. 5, p.827-832, maio 2008. 
American Physiological Society. 
http://dx.doi.org/10.1152/ajpendo.00670.2007. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SAIBA MAIS - SIBUTRAMINA 
 
 
 
Mehta DK, (ed.). British National Formulary - 
BNF. 58th ed. London: BMJ Publishing Group 
RPS Publishing; 2009. 
Klasco RK (Ed): DRUGDEX® System (electronicversion). Thomson Micromedex, Greenwood 
Village, Colorado, USA. 
Sibutramine: four years experience. Aust Adv 
Drug Reactions Bull June 2006; 25(3): 11. 
 
Sibutramina é um fármaco sacietógeno que age no 
Sistema Nervoso Central inibindo a recaptação neuronal 
da serotonina, norepinefrina e dopamina (esta última 
em menor proporção). Recentemente estudos têm 
demonstrado que a redução de massa corporal 
promovida pela sibutramina e por outros fármacos 
antiobesidade é modesta (em torno de 5 kg em 12 a 52 
semanas), mesmo quando associados a dieta adequada, 
adicionalmente, este pequeno benefício é 
gradualmente revertido após interrupção do 
tratamento caso não sejam mantidas a dieta, as 
mudanças de hábito e a atividade física. Por outro lado, 
a sibutramina promove aumento da pressão arterial, da 
frequência cardíaca e provoca distúrbios do ritmo 
cardíaco e está associada a ocorrência de fibrilação 
ventricular com parada cardíaca, infarto do miocárdio e 
acidente vascular encefálico. Além disso, seu uso está 
associado a depressão e mania, incluindo ideação e 
tentativa de suicídio. 
Núcleo Paraventricular 
Alimentos estimulam a 
PTN G que estimulam as 
células L 
 
 
 DEFINIÇÃO DA OBESIDADE 
 Obesidade geral: IMC > 30kg/m²; 
 Obesidade abdominal: Circunferência da cintura > 88cm para 
mulheres e > 102cm para homens; 
 Sobrepeso: IMC entre 25 e 29,9kg/m². 
(OMS, Ministério da Saúde) 
 
 
 
ETIOLOGIA MULTIFATORIAL 
 
• Ingestão alimentar maior que o gasto energético: 
O balanço energético pode-se alterar pelo aumento do consumo calórico, pela 
diminuição do gasto energético ou por ambos. Nas sociedades que possuem hábitos 
ocidentais, o consumo calórico tem derivado predominantemente de alimentos 
processados, com elevadas quantidades de lipídios e carboidratos e de alta 
densidade energética. A exercício físico é o mais importante componente variável, 
representando cerca de 20% a 30% do gasto energético total em adultos. A 
diminuição dos níveis de atividade física e o aumento da ingestão calórica são os 
fatores determinantes ambientais mais fortes devido a isso o ambiente moderno é 
um potente estímulo para a obesidade. 
Diretrizes brasileiras de obesidade 2009/2010 / ABESO - Associação 
Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. - 
3.ed. - Itapevi, SP : AC Farmacêutica, 2009. 
 
 
 
 
• Predisposição genética: 
É altamente provável a herança poligênica como determinante da obesidade. O risco de 
obesidade quando nenhum dos pais é obeso é de 9% a 10%, enquanto, quando um dos 
genitores é obeso, eleva-se de 40% até 50%, e 80% quando ambos são obesos. O fato 
de haver forte influência genética na obesidade não indica que esta seja inevitável, 
devendo-se pôr em prática todos os esforços para tentar adequar o peso dessas crianças 
e realizar, assim, um importante trabalho preventivo. 
Diretrizes brasileiras de obesidade 2009/2010 / ABESO - Associação 
Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. - 
3.ed. - Itapevi, SP: AC Farmacêutica, 2009. 
 
• Fatores psicossociais e culturais: 
Obesidade não é classificada como um transtorno psiquiátrico. Apesar da obviedade da 
afirmação, está se faz necessária, visto que a obesidade por muito tempo foi 
compreendida como uma manifestação somática de um conflito psicológico subjacente. 
E, lamentavelmente, essa visão é ainda hoje compartilhada tanto pela população leiga 
 
 
como por boa parte dos profissionais de saúde. Os sintomas de estresse, tais como 
nervosismo, ansiedade, depressão e o hábito de se alimentar quando problemas 
emocionais estão presentes, são comuns em pacientes com sobrepeso ou obesidade, 
sugerindo relação entre estresse e obesidade. O estresse pode ser uma consequência 
da obesidade devido a fatores sociais, à discriminação e, alternativamente, a causa da 
obesidade. Descreve-se que a hiperatividade do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal e seu 
progressivo desequilíbrio tem associação ao maior acúmulo de gordura visceral. A maior 
predisposição a obesidade na vida adulta nas mulheres vem a partir da gestação, e nos 
homens geralmente vem decorrente a transição do estilo de vida, de ativo para 
sedentário. 
Diretrizes brasileiras de obesidade 2009/2010 / ABESO - Associação 
Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. - 
3.ed. - Itapevi, SP : AC Farmacêutica, 2009. 
 
 
• Fatores hormonais e metabólicos (↑leptina e ↑estrogênio): 
Sabe-se atualmente que o adipócito, além do seu papel no armazenamento de 
gordura, desempenha um importante papel endócrino, produzindo hormônios que 
influenciam os centros de regulação de energia no hipotálamo. 
Diretrizes brasileiras de obesidade 2009/2010 / ABESO - Associação 
Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. - 
3.ed. - Itapevi, SP : AC Farmacêutica, 2009. 
 
 
 
 
SISTEMA DIGESTIVO ADAPTADO 
A obesidade, que muitas vezes já tem início na infância, traz consigo uma série de 
consequências metabólicas deletérias para o organismo, reduzindo a qualidade de vida 
e a longevidade. A mudança ambiental e do estilo de vida, associada a padrões de 
respostas fisiológicas que são trazidas do homem primitivo (fenótipo poupador de 
energia) acabam por ser a resposta mais provável para essa verdadeira explosão na 
prevalência de obesidade. Os genes, em humanos, não causam diretamente a 
obesidade, mas predispõe o indivíduo a se tornar obeso. Assim, pode-se dizer que uma 
fração da população é geneticamente predisposta aos estímulos ambientais para a 
obesidade, enquanto outra fração é resistente. 
DAMIANI, Daniel; DAMIANI, Durval. Sinalização cerebral do 
apetite. Rev Bras Clin Med, São Paulo, p.138-145, ago. 2011. 
 
 
 
LEPTINA 
A descoberta da leptina se deu no contexto das investigações feitas com modelos 
experimentais de obesidade. Camundongos pertencentes às cepas ob/ob e db/db são 
três vezes mais pesados do que as cepas selvagens. Em uma série de estudos entre estas 
duas cepas de camundongos, ficou claro que a cepa ob/ob não era capaz de produzir um 
fator circulante presente no tecido adiposo da cepa db/db. O achado mais interessante 
destes estudos foi a constatação de que a cepa ob/ob perdia peso quando em contato 
com o sangue da cepa db/db, demonstrando que seu cérebro respondia a este fator. Em 
1994 o grupo liderado pelo Dr. Friedman da Rockefeller University clonou o gene deste 
fator, denominado proteína ob ou leptina (do grego leptos, i.e. magro). Existe uma 
homologia de 84% entre o gene da leptina humana e o gene encontrado em 
camundongos. Logo a seguir, passou-se a produzir a leptina recombinante e 
demonstrou-se que a leptina administrada em camundongos da cepa ob/ob levava a 
uma perda de peso e reduzia a ingestão calórica. A expressão do ácido ribonucleico 
mensageiro (mRNA) para a leptina é menor em tecido gorduroso visceral do que em 
tecido subcutâneo em humanos. Em altas concentrações séricas, a leptina não consegue 
atuar devido à resistência que acaba limitando seu efeito anoréxico. 
Fenótipo versus Genótipo 
O Genótipo de uma pessoa é a sua 
constituição genética. O fenótipo é a 
expressão observável de um genótipo como 
um caráter morfológico, bioquímico ou 
molecular. 
 
 
 
 
 
 
 
 
P
ro
d
u
çã
o
 d
e 
Le
p
ti
n
a Tecido adiposo branco 
(maior quantidade)
Estômago 
Placenta
Tecido adiposo marrom
Comparação entre um rato incapaz de 
produzir leptina (esquerda), o que resultou 
em obesidade, e um rato normal (direta) 
 
 
 
 
NEGRÃO, André B.; LICINIO, Julio. Leptina: o Diálogo entre 
Adipócitos e Neurônios. Arq Bras Endocrinol Metab, São Paulo, v. 
44, n. 3, p.205-214, maio 2000. 
INSULINA 
A insulina é um hormônio secretado pelas células β das ilhotas pancreáticas em resposta 
ao aumento dos níveis circulantes de glicose e aminoácidos após as refeições,ela é o 
hormônio anabólico mais conhecido e é essencial para a manutenção da homeostase de 
glicose e do crescimento e diferenciação celular. A insulina regula a homeostase de 
glicose em vários níveis, reduzindo a produção hepática de glicose (via diminuição da 
gliconeogênese e glicogenólise) e aumentando a captação periférica de glicose, 
principalmente nos tecidos adiposo e muscular. A insulina também estimula a 
lipogênese no fígado e nos adipócitos e da reduz a lipólise, bem como aumenta a síntese 
e inibe a degradação proteica. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1. 
 
A figura 1 mostra um esquema simplificado das etapas de sinalização intracelular desde 
a ligação da insulina ao seu receptor até a ativação do transporte de glicose. A 
sinalização intracelular da insulina tem seu início quando se liga a um receptor específico 
de membrana, uma proteína heterotetramérica com atividade quinase, composta por 
duas subunidades α e duas subunidades β, que atua como uma enzima alostérica na 
qual a subunidade α inibe a atividade tirosina quinase da subunidade β. A ligação da 
insulina à subunidade a permite que a subunidade β adquira atividade quinase levando 
OBESIDADE 
Ativação Via 
Fosforilação 
Serina pela TNFα 
Glicose 
sanguínea 
Tirosina 
GLUT 4 
NÚCLEO/DNA 
 
 
a alteração conformacional e autofosforilação, que aumenta ainda mais a atividade 
quinase do receptor. 
 
RESISTÊNCIA À INSULINA 
Além de ser fosforilado em tirosina, o receptor de insulina também pode ser fosforilado 
em serina, o que atenua a transmissão do sinal através da diminuição da capacidade do 
receptor em se fosforilar em tirosina após estímulo com insulina. Essas fosforilações 
inibitórias causam feedback negativo na sinalização insulínica e podem provocar 
resistência à insulina. Em estudos recentes indicam que a resistência à insulina induzida 
pela obesidade pode ser decorrente da ativação sequencial da proteína quinase C (PKC) 
e da quinase inibidora do fator nuclear kB (IKkB), porém os detalhes dessa via de 
sinalização ainda não são claros. A ação da insulina também é atenuada por proteínas 
fosfatases de tirosina, que catalisam a rápida desfosforilação do receptor de insulina e 
de seus substratos. Várias proteínas fosfatases de tirosina foram identificadas dentre 
essas se destaca a PTP1B. Camundongos knockout para PTP1B têm aumento da 
fosforilação em tirosina do receptor de insulina e das proteínas IRS no músculo, 
consequentemente apresentam aumento da sensibilidade à insulina. 
 CARVALHEIRA, José B.c.; ZECCHIN, Henrique G.; 
SAAD, Mario J.a.. Vias de Sinalização da Insulina. Arq Bras 
Endocrinol Metab, Campinas, v. 46, n. 4, p.419-425, ago. 22. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 COMER DE 3 EM 3 HORAS? 
 
 
Ou seja, quando se come de 3 em 3 horas temos Insulina ligada constantemente ao 
receptor e liberada na corrente sanguínea, com isso a Leptina não consegue se ligar ao 
receptor e sua ação é bloqueada. Isso explica o porquê obesos tem índices altos de 
Leptina, porém, ela não é utilizada. 
CARVALHEIRA, José B.c.; ZECCHIN, Henrique G.; SAAD, Mario J.a.. 
Vias de Sinalização da Insulina. Arq Bras Endocrinol Metab, 
Campinas, v. 46, n. 4, p.419-425, ago. 22 
 
 
 
 
Insulina Leptina
Mesmo 
Receptor 
A puberdade é um período de resistência à insulina transitório e fisiológico, parcialmente explicado 
pelo aumento dos hormônios esteroides sexuais e do hormônio de crescimento, responsáveis pelo 
desenvolvimento das características sexuais secundárias, pelo aumento acentuado da estatura e pela 
mudança da composição corporal. 
No período pós-púbere, os adolescentes retornam aos níveis de sensibilidade à insulina observados 
nas fases pré-puberal e adulta. (DIRETRIZES, 2017-2018.) 
 
ATENÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CIRURGIA BARIÁTRICA 
 
A cirurgia bariátrica (CB) hoje é uma realidade no tratamento de adultos com DM2. Ela 
pode ser considerada para pacientes com DM2 e IMC ≥ 35 km/m2, especialmente se 
houver comorbidades de difícil controle, com terapia alimentar, estilo de vida saudável 
e terapia farmacológica. Pacientes submetidos a qualquer técnica cirúrgica ou 
endoscópica necessitam de acompanhamento multidisciplinar nos períodos pré e pós-
operatório, por tempo indeterminado. Dependendo do procedimento cirúrgico, a CB 
Comer em muita quantidade 
de uma vez só pode levar ao 
estado de hiperglicemia e 
hiperlipidêmia. 
Recomendação de comer de 3 em 3 horas está 
desatualizada. 
 
 
tem proporcionado normalização total ou parcial da glicemia, em torno de 55 a 95%. Ao 
mesmo tempo, podem ocorrer deficiências nutricionais, como hipovitaminoses, déficit 
de minerais, osteoporose e, mais raramente, grave hipoglicemia, decorrente de 
hipersecreção insulínica. 
A técnica mais utilizada em pacientes com diabetes é o by-pass gástrico, nessa técnica, 
ocorre redução da ingestão alimentar para um volume inicial de 30 a 50 mL, isso devido 
a exclusão do duodeno e de parte significativa do jejuno, sendo assim, acontece uma 
rápida perda ponderal de grandes volumes de massa gorda e perdas significativas de 
massa magra. Com isso, a adesão de um padrão alimentar saudável, contendo refeições 
hiperproteica, dentro das condições socioeconômicas e culturais do paciente, constitui 
o eixo fundamental do atendimento nutricional. 
A terapia nutricional especializada tem como objetivo evitar e/ou reduzir as possíveis 
complicações nutricionais imediatas, como desnutrição proteico-calórica, dumping, 
desidratação, vômitos (quando frequentes, podem provocar déficit de tiamina), anemia 
com/sem déficit de ferro, constipação intestinal, náuseas, halitose, pirose, hipotensão, 
diarreia, gases em grande quantidade, anorexia e transtornos alimentares. 
(DIRETRIZES, 2017-2018) 
 
 
 
 
 
CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS DA DM2 
 
A maioria dos pacientes com essa forma de DM apresenta sobrepeso ou obesidade, e a 
cetoacidose (hiperglicemia, cetose e acidose) raramente se desenvolve de modo 
espontâneo, ocorrendo apenas quando se associa a outras condições, como infecções. 
O DM2 pode ocorrer em qualquer idade, mas é geralmente diagnosticado após os 40 
anos e é caracterizado por seu diagnóstico tardio. Os pacientes não dependem de 
insulina exógena para sobreviver, porém podem necessitar de tratamento com insulina 
para obter controle metabólico adequado. 
(2014-2015 Diretrizes SBD) 
 
 
 
 
 
 
 
DM2 EM JOVENS E CRIANÇAS 
 
Recentemente tem se observado um aumento da incidência do diabetes mellitus tipo 2 
(DM2) entre crianças e adolescentes em várias regiões do mundo, porém ainda não são 
conhecidos os motivos da ligação entre a doença e a faixa etária. As elevadas taxas de 
obesidade na infância e na adolescência estão relacionadas com sedentarismo crescente 
e com mudança nos hábitos alimentares, frequentemente com dietas hipercalóricas e 
hipergordurosas. 
Geralmente as crianças com DM2 são assintomáticas ou oligossintomáticas por longos 
períodos, e 50% delas são referidos ao serviço especializado, devido à glicosúria ou à 
hiperglicemia em exame de rotina. 30% dos pacientes apresentam poliúria, polidipsia 
leve e emagrecimento discreto. Alguns pacientes podem apresentar história de 
monilíase vaginal. 
No maior e mais recente estudo populacional sobre a incidência de diabetes na 
juventude (0-19 anos), o Search for Diabetes in Youth Study, a prevalência de DM2 
encontrada foi de 0,22/1.000 jovens, sendo a maioria dos casos de adolescentes de 
minorias étnicas. A incidência tem aumentado significativamente nos grupos de alto 
risco. O aumento na prevalência da obesidade na adolescência registrado nos últimos 
anos explicaria, em grande parte, o avanço do DM2 nas populações jovens, assim como 
 
 
o desenvolvimento da síndrome metabólica, associada a doenças cardiovasculares na 
maturidade.O DM2 em jovens se caracteriza, assim como em adultos, por:
Há evidências de uma exagerada insensibilidade à insulina e de uma rápida deterioração 
da função das células β em adolescentes com DM2. Os jovens têm insensibilidade 
insulínica severa, com maior perda da capacidade de estímulo de secreção de insulina 
pela glicose e consequente o declínio da função da célula β, duas a quatro vezes mais 
rápida que a descrita nos adultos. Estima-se que caia de 20 a 30% ao ano a função da 
célula β, enquanto ocorre, paralelamente, mudança na sensibilidade à insulina. 
Provavelmente o que explica essa rápida disfunção da célula β é a precoce falha da 
metformina como monoterapia em adolescentes, quando em comparação com a 
evolução descrita em pacientes adultos. 
 
 
 
 
 
 
Falência das 
células β;
Resistência 
hepática à 
insulina; 
Alteração 
nas 
incretinas e 
na função da 
célula β;
Aumento da 
produção 
hepática de 
glicose, da 
filtração 
renal e da 
lipólise.
 
 
 
 
Demonstra-se em pacientes jovens com DM2 comprometimento tanto da sensibilidade 
insulínica como da função da célula β, além de aumento da produção da glicose 
hepática. O prejuízo na função da célula β parece ser de mais magnitude relativamente 
à sensibilidade insulínica, em comparação com o grupo de adolescentes obesos não 
diabéticos 
(DIRETRIZES, 2017-2018) 
 
 
 
MAIS SOBRE AS CÉLULAS β PANCREÁTICAS 
A secreção de insulina é estimulada por substratos energéticos metabolizáveis pela 
célula β pancreática, sendo a glicose a substância mais importante. 
No período de manifestação da DM, com a presença de hiperglicemia e cetose, as 
células secretoras de insulina já estão em número muito diminuído ou praticamente 
ausentes. As células secretoras de outros hormônios, como glucagon, somatostatina e 
polipeptídeo pancreático, também presentes nas ilhotas pancreáticas são poupadas, 
porém como as células que secretam insulina são em maior número as ilhotas 
pancreáticas acabam se tornando atrofiadas. 
O processo de destruição das células β pancreáticas, denominado insulite, ocorre pela 
agressão imunológica mediada por células linfocitárias, macrófagos e células "natural 
killer", sendo, portanto, um processo dependente da imunidade celular. 
HABER, Esther P. et al . Secreção da insulina: efeito autócrino da insulina e modulação por 
ácidos graxos. Arq Bras Endocrinol Metab, São Paulo , v. 45, n. 3, p. 219-227, June 2001 
. Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-
27302001000300003&lng=en&nrm=iso>. access on 03 June 2019. 
 
 
 
 
 
 
 
A implantação de exames de rotina para diagnóstico de DM2 em jovens não é 
recomendada, exceto na presença de obesidade (índice de massa corporal [IMC] > 
percentil 85 para idade e sexo ou peso > 120% do ideal para estatura) associada a dois 
ou mais dos fatores de risco a seguir: história familiar positiva para DM2 em parentes 
de primeiro ou de segundo grau; grupo étnico de risco (índios americanos, afro-
americanos, hispânicos, asiáticos/habitantes de ilhas do Pacífico); sinais de RI ou 
condições relacionadas com RI (Acantose Nigricans, Diabetes mellitus tipo 2 em jovens 
hipertensão arterial, dislipidemia e Síndrome do Ovário Policístico). A triagem deve ser 
realizada, preferencialmente, com a glicemia de jejum, a cada 2 anos, com início após 
os 10 anos de idade. 
Dentre as complicações a doença renal é a mais comum e precoce encontrada em jovens 
com DM2, com progressão mais rápida na infância, em comparação com a verificada em 
adultos com DM2. 
 
 
 
Porém pode ser rápida a falha da monoterapia, havendo a necessidade de insulina em 
pouco tempo de evolução da doença. 
(DIRETRIZES, 2017-2018) 
Maior incidência do 
DM2 no jovem é 
próxima dos 13 anos.
Proporção de 2:1 para 
meninas em relação aos 
meninos.
Tratamento: Mudança do estilo de vida em combinação com uso de 
metformina. 
 
 
 
 
 
Definição da Síndrome Metabólica Infantil: 
 
 
MEDICAMENTOS 
 
No diagnóstico de DM2, além de orientar mudanças no estilo de vida, o médico costuma 
prescrever um agente antidiabético oral. A escolha desse medicamento baseia-se nos 
seguintes aspectos: mecanismos de resistência à insulina (RI), falência progressiva da 
 
 
célula β, múltiplos transtornos metabólicos (disglicemia, dislipidemia e inflamação 
vascular) e repercussões micro e macrovasculares que acompanham a história natural 
do DM2. Porém, os medicamentos devem ser usados quando não se atingir os níveis 
glicêmicos após uso das medidas dietéticas e do exercício. 
Os agentes antidiabéticos orais são medicamentos que reduzem a glicemia, com o 
objetivo de mantê-la em níveis normais (em jejum < 100 mg/dL e pós-prandial < 140 
mg/dL). Sob esse conceito amplo, de acordo com o mecanismo de ação principal, os 
antidiabéticos podem ser agrupados do seguinte modo: aqueles que incrementam a 
secreção pancreática de insulina (sulfonilureias e glinidas); os que reduzem a velocidade 
de absorção de glicídios (inibidores das α-glicosidases); os que diminuem a produção 
hepática de glicose (biguanidas); e/ou os que aumentam a utilização periférica de glicose 
(glitazonas); e aqueles que exercem efeito incretínico mediado pelos hormônios GLP-1 
(peptídeo semelhante a glucagon 1, glucagon-like peptide-1) e GIP (peptídeo inibidor 
gástrico, gastric inhibitory polypeptide), considerados peptídeos insulinotrópicos 
dependentes de glicose. 
(DIRETRIZES, 2017-2018) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Esses fármacos são capazes de aumentar a secreção de 
insulina apenas quando a glicemia se eleva. Em 
contrapartida, controlam o incremento inadequado do 
glucagon observado nos diabéticos. O efeito incretínico é 
o responsável pela maior redução de glicemia verificada 
após a ingestão oral de glicose, em comparação com a 
mesma quantidade injetada por via venosa em indivíduos 
não diabéticos. 
(DIRETRIZES, 2017-2018) 
 
DIRETRIZES, 2017-2018. 
 
 
 
 
Segundo as diretrizes de 2017-2018, em pacientes com valores glicêmicos superiores a 
300 mg/dL e manifestações graves (perda significativa de peso, sintomas graves e/ou 
cetonúria), deve-se iniciar insulinoterapia imediatamente. Porém, a frequência de uso da 
insulina como tratamento, seja em combinação com outros hipoglicemiantes, seja 
isoladamente, aumenta progressivamente à medida que se prolonga o tempo de doença. 
 
 
Fatores que são considerados para a escolha do medicamento:
DIRETRIZES, 2017-2018. 
Considerações clínicas especiais: 
Estado geral, peso e 
idade do paciente
Comorbidades 
presentes 
(complicações do 
diabetes ou outras)
Valores das glicemias 
de jejum e pós-
prandial, bem como 
da HbA1c
Eficácia do 
medicamento
Risco de hipoglicemia
Possíveis interações 
com outros 
medicamentos, 
reações adversas e 
contraindicações
Custo do 
medicamento
Preferência do 
paciente
 
 
Disfunção renal: evitar Metformina (se creatinina >1,4mg/dl em mulheres e 
>1,5mg/dl em homens), Clorpropamida e Glibenclamida. Priorizar Glipizida ou 
Gliclazida (melhor opção), usando doses menores. 
Disfunção hepática: evitar Metformina e Glipizida. Priorizar Gliclazida ou 
Glibenclamida (sempre iniciar com doses menores do que as usuais). Troglitazona 
está contra-indicada. 
Consumo excessivo de álcool: evitar Clorpropamida (efeito antabuse-símile) e 
Metformina (risco de acidose láctica, se houver disfunção hepática). 
Pacientes idosos: evitar Clorpropamida e Glibenclamida (maior risco de 
hipoglicemia). Priorizar Gliclazida, Glipizida ou Glimepirida. 
Gravidez e lactação: nunca usar agentes hipoglicemiantes orais, somente insulina. 
(DIRETRIZES, 2017-2018) 
 
 
 
 
FITOTERÁPICOS 
Dada a incapacidade da terapia convencional dar resposta a todos os obstáculos que a 
DM2 impõe, sempre é preciso buscar novas opções que promovam o controle glicêmico 
desses pacientes. A pesquisade plantas com propriedades hipoglicemiantes tem-se 
acentuado nos últimos anos. A fitoterapia é uma terapia não-convencional que se baseia 
na utilização de plantas medicinais para prevenir, atenuar ou curar um estado 
patológico. 
TELES, Diana Isabel Correia. A Fitoterapia como tratamento complementar 
na Diabetes mellitus. 2013. 54 f. Tese (Mestrado) - Curso de Ciências 
Farmacêuticas, Universidade Fernando Pessoa, Porto, 2013. Disponível em: 
<https://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/4080/1/Disserta%C3%A7%C3%A3o
_DT%20FINAL.pdf>. Acesso em: 05 jun. 2019. 
 
 
Principais fitoterápicos utilizados no tratamento do DM: 
 
 
Pata-de-vaca 
Nome científico: Bauhinia forficata 
É amplamente utilizada por suas propriedades 
hipoglicemiantes e antidiabéticas, que são atribuídas ao 
flavonoide kaempferitrina presente nas folhas, onde seu mecanismo hipoglicemiante 
 
 
possui um efeito semelhante a insulina no consumo de glicose periférica, a inibição da 
reabsorção de glicose no rim, um atraso no catabolismo da insulina e/ou potenciação 
do efeito da insulina residual. Contribui também para a prevenção de complicações 
associadas ao diabetes devido ao seu potencial antioxidante, visto que, os diabéticos 
apresentam as defesas antioxidantes numa condição vulnerável. 
Chá de pata de vaca: Talvez seja um dos tratamentos alternativos do diabetes mais 
populares no Brasil. Porém, mesmo que uma pesquisa na internet mostre inúmeros sites 
que comentam as propriedades antidiabéticas da pata-de-vaca, a literatura científica 
não é tão rica assim. Chama a atenção o fato de não existir nenhum estudo clínico que 
avalie os efeitos do chá de pata-de-vaca em humanos. Os 
pouquíssimos estudos disponíveis (somente três) 
investigam apenas seus efeitos em ratos. 
Pujol, Ana Paula. Manual de formulações na 
pratica clínica/ Ana Paula Pujol – Camboriú, SC: 
Ed do Autor, 2019. 
(DIRETRIZES, 2017-2018) 
 
 
 
“Chá de insulina” 
Nome científico: Cissus sicyoides 
Existe o termo “insulina vegetal” que é resultado justamente de seu grande uso pela 
população para o tratamento do diabetes. Porém, se faz necessário esclarecer que: a 
insulina produzida pelas células pancreática não tem nenhuma relação com a insulina 
 
 
vegetal; esse nome é invenção da própria população devido ao seu uso disseminado no 
tratamento do diabetes, então embora se chame assim, não apresenta relação com a 
insulina produzida pelo corpo ou administrada no tratamento do diabetes. 
Ainda existe muito o que aprender sobre a Cissus sicyoides L., o famoso chá de insulina, 
essa folha parece ter efeitos benéficos sobre a glicose, mas ainda não se conseguiu 
demonstrar realmente esse efeito em humanos. Além disso, também não se tem 
comprovação do possível mecanismo para esses efeitos, nem mesmo conhecimento de 
todos os efeitos colaterais. 
(DIRETRIZES, 2017-2018) 
Chá verde 
Nome científico: Camellia sinensis 
O chá verde é um fitoterápico comumente utilizado para o tratamento da obesidade (Os 
efeitos na obesidade já foram avaliados em diferentes estudos, tanto em modelos 
humanos como em modelos animais). Entretanto ele também é utilizado por muitos 
com base em seus possíveis efeitos benéficos sobre os níveis de glicose. O chá verde é 
rico em diversos tipos de polifenóis, e acredita-se que seu principal efeito seria a 
hiperativação do sistema nervoso simpático de maneira similar a outros termogênicos, 
e que os polifenóis presentes possam modular a ligação da noradrenalina ao seu 
receptor, o que levaria ao aumento da síntese do monofosfato cíclico de adenosina 
(adenosine monophosphate, AMP) e da taxa metabólica basal. 
Em relação a composição química do chá verde inclui diversas classes de compostos 
fenólicos ou flavonoides, além de cafeína, pigmentos, carboidratos, aminoácidos e 
certos micronutrientes como as vitaminas E, C, B e minerais como o ferro, magnésio, 
 
 
cálcio, zinco e potássio. Os principais flavanóis presentes no chá verde são os 
monômeros de catequinas. 
(DIRETRIZES, 2017-2018) 
SENGER, Ana Elisa Vieira; SCHWANKE, Carla H. A.; GOTTLIEB, Maria 
Gabriela Valle. Chá verde (Camellia sinensis) e suas propriedades 
funcionais nas doenças crônicas não transmissíveis. Scientia Medica, 
Porto Alegre, v. 4, n. 20, p.292-300, jan. 2010. 
 
 
 
Jambolão 
Nome científico: Syzygium cumini 
Existem relatos de inúmeras propriedades atribuídas ao caule e às folhas do fruto jambolão. 
Dentre elas, destacam-se ações anti-inflamatórias e carcinogênicas. Porém essas propriedades 
são controversas devido a necessidade de mais estudos. Ao consultar a literatura disponível, 
diversos mecanismos são propostos por diferentes autores, sem nenhum consenso específico, 
quanto aos efeitos sobre os níveis de glicose, encontram-se relatos de que o caule, o fruto e as 
folhas atuariam no metabolismo da glicose, mais interessante ainda, acredita-se que alguns 
desses relatos tenham mais de 100 anos, antes mesmo da descoberta da insulina. Os possíveis 
mecanismos de ação já foram propostos: inibição da absorção de glicose, inibição da 
alimentação e perda de peso, inibição de uma enzima responsável pelo metabolismo da glicose, 
inibição da enzima amilase, entre outras. 
 (DIRETRIZES, 2017-2018) 
 
 
 
 
Em resumo, os efeitos do jambolão no tratamento do diabetes ainda não foram completamente 
elucidados. Apesar de haver relatos (alguns deles bem antigos) sobre a eficácia dessa planta (do 
caule ao fruto), além de diversos resultados benéficos em estudos com modelos animais, os 
resultados em humanos não são muito promissores. 
 
 
 
 
 
SUGESTÕES DE FORMULAÇÕES NA PRÁTICA CLÍNICA: 
Lembre-se que: não existe nenhuma evidência 
que justifique a utilização de qualquer tipo de 
fitoterápico para o tratamento do DM. Ou seja, 
deve ser usado apenas como terapia 
complementar. 
Clínica XXXXXX 
Paciente: YYYYY 
Data:00/00/00 
Uso: interno/via oral 
 
Formulação para Diabetes Mellitus 
Bauhinia forficata ------------------------- 250mg 
Aviar em cápsulas – 60 doses. 
 
Posologia: Consumir 1 dose, 2x/dia, antes das 
principais refeições (almoço e jantar) 
 
Associar com: 
Picolinato de cromo ---------------------- 200 mcg 
Vitamina C ---------------------------------- 100mg 
Vitamina E ---------------------------------- 25 UI 
Coenzima Q10 ----------------------------- 10mg 
 
Aviar em cápsulas – 60 doses. 
Posologia: Consumir 1 dose, 2x/dia. 
 
Assinatura 
Carimbo com o CRN 
Clínica XXXXXX 
Paciente: YYYYY 
Data:00/00/00 
Uso: interno/via oral 
 
Formulação para Hiperglicemia 
Bauhinia forficata ------------------------- 170mg 
Gymnema sylvestre ----------------------- 50mg 
Aviar em cápsulas – 60 doses. 
 
Posologia: Consumir 1 dose, 2x/dia, antes das 
principais refeições (almoço e jantar) 
 
Associar com: 
Resveratrol ---------------------------------- 15mg 
 
Aviar em cápsulas – 60 doses. 
 
Posologia: Consumir 1 dose, 2x/dia, antes das 
principais refeições (almoço e jantar) 
 
Assinatura 
Carimbo com o CRN 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pujol, Ana Paula. Manual de formulações na pratica 
clínica/ Ana Paula Pujol – Camboriú, SC: Ed do Autor, 
2019. 
 
Clínica XXXXXX 
Paciente: YYYYY 
Data:00/00/00 
Uso: interno/via oral 
 
Estimulante da secreção de insulina 
Mormodica charantia L., Bitter mellon, extrato seco 
padronizado a 10% de charantia ---------------50mg 
Cinnamomum verum, Canela, extrato seco 
padronizado a 10% de polifenois--------------250 mg 
 
Aviar X doses em capsula. 
Posologia: Consumir 1 dose, após as principais 
refeições. 
 
Assinatura 
Carimbo com o CRN 
 
Clínica XXXXXX 
Paciente: YYYYY 
Data:00/00/00 
Uso: interno/via oral 
 
 
Formulação para Coadjuvante na terapia com 
Metformina 
Metilcobalamina, Vitamina B12---------------300 ug 
 
 
Aviar X doses. 
Posologia: Consumir 1 dose ao dia pela manhã. 
 
 
Assinatura 
Carimbo com o CRN 
 
Clínica XXXXXX 
Paciente: YYYYY 
Data:00/00/00

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