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8 Moulage

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Moulage 
 
Modelagem do Vestuário – Moulage 
3 
 
 
 
 
 
 
1. FALANDO DE MODELAGEM PARA ENTENDER A 
MOULAGE 
 
 
 
Modelar consiste na interpretação do modelo sobre a base, ou seja, na 
concretização das idéias do designer de moda e das informações registradas na 
ficha técnica do produto (SILVEIRA, 2006). A modelagem consiste na construção 
do conjunto de moldes gabaritos, que reproduzem as formas e medidas do 
corpo humano adaptadas ao estilo proposto pelo designer, que são executados 
a partir da análise do desenho técnico e das demais especificações do projeto 
(JONES, 2006). 
Para executar a modelagem de peças do vestuário, os principais fatores 
de referência são as formas, as medidas e movimentos do corpo humano. O 
modelista deve interpretar corretamente as formas projetadas no desenho técnico 
ou de estilo propostas pelo designer. De acordo com Araújo (1996, p.92), “os 
modelistas são intérpretes de uma linguagem muito especial, baseada em desenhos 
e anotações de estilistas”. O autor também salienta que o desenho deve ser 
uma reprodução fiel da idéia original, incluindo pormenores estruturais, como 
costuras, pregas, aberturas, botões, acessórios decorativos, entre outros, e ainda 
conter anotações sobre pormenores como largura de fitas, o número de carreiras 
de pontos, o tamanho de um decote ou bibe, a altura de uma bainha e afins. 
As referências de medidas geralmente são adaptadas pelas empresas, 
com base nas medidas médias de seu público-alvo. Geralmente, essas tabelas 
de medidas não levam em consideração as medidas referenciais normalizadas, 
o que traz dificuldades para os consumidores na hora da compra, pois produtos 
similares, de marcas diferentes, nem sempre vestem o mesmo manequim. No 
Brasil, as medidas referenciais, consideradas fundamentais para a construção do 
vestuário, padronizam circunferências das partes do corpo para cada tamanho 
e são apresentadas na norma NBR 13377 da Associação Brasileira de Normas 
Técnicas - ABNT. 
A modelagem é uma arte de medidas proporcionais. Além do conhecimento 
das medidas do corpo, é preciso que o modelista tenha noções de ergonomia, 
o que lhe permitirá a modelagem de roupas adaptadas à função do público 
consumidor. O estudo dos movimentos do corpo pode orientar modificações na 
modelagem, resultando num produto de qualidade superior (RADICETTI, 1999). 
 
Modelagem do Vestuário – Moulage 
4 
 
 
 
O conhecimento das características da anatomia humana, como as relacionadas à 
simetria, forma e postura, também interfere no desenvolvimento da modelagem. 
Poder valorizar ou diferenciar as formas, para vestir adequadamente uma mulher 
adulta é um desafio para quem produz roupas, destacando-se a importância do 
reconhecimento das características dos diferentes biótipos. Amparado nesses 
conhecimentos e no domínio do processo e dos recursos técnicos, o modelista 
desenvolve os moldes seguindo a técnica mais adequada ao produto e utilizando 
as ferramentas disponíveis na empresa. No que diz respeito à vestimenta, teorizar 
não é suficiente, pois o corte de uma indumentária não se explica apenas com 
palavras. É necessário que exista conhecimento prático para visualizar o efeito. 
Para Saltzman (2004) modelagem deve levar em consideração o material a 
ser utilizado na confecção da peça, respeitando suas qualidades. Ainda, segundo 
Barros (1998), a modelagem procura adaptar a roupa também à evolução do corpo 
humano, que vem mudando de maneira sutil, ao longo do tempo. Depois do 
biótipo, o segundo fator de influência na modelagem é a técnica. 
A modelagem de roupas em caráter industrial pode ser executada, basicamente, 
através de dois métodos geométricos: a técnica bidimensional, que é a 
modelagem plana, podendo ser desenvolvida manualmente ou através do uso do 
sistema digital CAD, e a técnica tridimensional, o moulage, em que a construção 
da modelagem do protótipo é feita diretamente sobre o busto de costura, que 
possui as formas e medidas anatômicas do corpo humano. A primeira técnica 
é amplamente utilizada nas indústrias, principalmente para produção em larga 
escala. Já a segunda costuma ser mais utilizada em produções estilizadas, quase 
artesanais, em pequena escala. Neste contexto, o presente artigo analisa os métodos 
de modelagem de roupas, visto sob a forma bidimensional e tridimensional, 
dentro da indústria. Para tanto, buscou-se na literatura referenciais teóricos para 
mostrar os principais conceitos e aplicações das duas técnicas. 
 
REFERENCIAL TEÓRICO 
Histórico da modelagem 
O desenvolvimento do vestuário mostra que o homem, na sua evolução 
sócio cultural, no impulso de olhar e o desejo de ser olhado, tenha tido um cuidado 
particular com o embelezamento do corpo, que o levou a estruturar atrativos 
para mostrá-lo e posicioná-lo frente aos outros. Segundo Castilho e Galvão (2002 
p.69), “a manipulação da imagem corpórea e estrutura do discurso do corpo vestido 
tende a evidenciar as características mais atraentes do corpo, que são eleitas 
segundo valores estéticos compartilhados por certo grupo social ou época”. 
 
Modelagem do Vestuário – Moulage 
5 
 
 
 
O tema modelagem de peças do vestuário vem sendo observado desde 
a antiguidade, quando as roupas eram feitas com tecidos enrolados ao corpo e 
esculpidas como esculturas, seguindo suas formas e dando às peças as formas 
desejadas. A maneira mais fácil de transformar o tecido em vestimenta era enrolar 
um pequeno retângulo de tecido ao redor da cintura, construindo uma forma primitiva 
da saia, o sarongue. Posteriormente, outro quadrado de pano era enrolado 
sobre os ombros e atados por broches. Esse tipo de vestimenta era utilizado 
por egípcios, assírios, gregos e romanos. Roupas drapeadas denotavam marcas 
de civilização, ao contrário das que acompanhavam as formas do corpo, que 
eram consideradas “bárbaras”. Em determinado período os romanos chegaram a 
condenar à morte quem as usasse. (LAVER, 1989). 
Do século VII ao I a.C. tanto homens quanto mulheres usavam um só 
tipo de roupa, o quiton, sendo o dos homens até o joelho e o das mulheres até 
o tornozelo. Era preso ao ombro por alfinetes ou broches e usava um cordão 
demarcando a cintura sem a marcação da cava definida, depois foram surgindo 
mangas e definições de cintura. Este período é considerado de criação dos 
princípios básicos da modelagem. Em meados do século XIX, a produção do 
vestuário era um trabalho manual, os alfaiates costuravam o vestuário masculino, 
as costureiras e as modistas confeccionavam e serviam o público feminino. Qualquer 
peça de roupa era executada por medidas individuais, seguindo as idéias de 
cada cliente. Ao final do século XIX e início do século XX, Charles Frederick 
Worth inventou a alta costura parisiense, contribuindo para modificar o conceito 
de moda. Worth não confeccionava vestido seguindo o desejo de suas clientes, 
criava coleções que apresentava para as senhoras da sociedade. Worth conseguiu 
concretizar seus ideais de beleza e elegância, tendo, dessa forma, conseguido a 
proeza de transformar o alfaiate num criador de moda. O seu gosto tornou-se o 
gosto padrão da sociedade e suas criações foram determinadas para alta costura 
até os anos vinte. 
Já no período que precedeu a primeira guerra mundial, Paul Poiret foi 
o grande costureiro francês que, com os impulsos dos movimentos de reforma 
do início do séc. XX renovou a moda sob um ponto de vista estético. Criou uma 
linha de vestuário completamente nova, diametricamente oposta à suntuosidade 
rígida dos espartilhos. Segundo Lehnert (2001, p.14), “Poiret defendia que se 
deve montar a beleza natural do corpo feminino”. Poiretdefendeu a libertação do 
corpo feminino e sua moda permaneceu até o início da primeira guerra mundial, 
enfraquecendo no período pós-guerra, com a difícil situação e a escassez de matéria 
prima. Nesse período, o vestuário masculino pouco se modificou, enquanto 
 
Modelagem do Vestuário – Moulage 
6 
 
 
 
o feminino tornou-se ainda mais austero e funcional, em que predominavam as 
 
 
 
silhuetas pouco volumosas e a moda dá um passo decisivo em direção à 
modernidade: 
as linhas puras e o sentido de funcional. 
Segundo Rocha (1998), a história ainda mostra ser bem antiga a curiosidade 
do homem em medir o seu corpo, empregando parte dele como unidade 
de medida. Os antigos egípcios deixaram trabalhos que mostram a existência de 
proporção entre a parte e o todo do corpo (o membro superior equivalia a oito 
dedos médios). O estudo antropométrico teve sua participação também nas artes 
plásticas, quando escultores e pintores como Michelangelo e D.Vinci, em busca 
de moldes clássicos da beleza humana, procuravam proporções ideais entre as 
partes do corpo. Modernamente, o estudo da antropometria se volta para a influência 
de determinados fatores na performance. 
Segundo Souza (1997, p.48), “a antropometria é o processo de mensuração 
do corpo humano ou de suas várias partes”. Um dos pioneiros da antropometria 
moderna foi um alfaiate francês, H. Gugliemo Compaign. Seu trabalho 
consistiu na elaboração de um quadro comparativo das idades e seu crescimento, 
revelando as transformações graduais do corpo humano, desde o crescimento até 
a velhice. Compaign mostrou como as partes do corpo crescem proporcionalmente 
entre si. Sua obra, “Arte da Alfaiataria”, publicada em 1830, permitiu estabelecer 
o princípio das graduações. Em 1835, o belga Lambert Adolphe Jacques 
Quételet, que trabalhava para o governo no estudo da população, apresentou sua 
concepção do homem médio como o valor central das medidas de características 
humanas, que são agrupadas de acordo com a curva normal. Seus estudos são 
utilizados até hoje, principalmente o cálculo de índice de massa corporal (IMC), 
também conhecido como índice de Quetelet. 
 
Modelagem do Vestuário – Moulage 
7 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conceito de modelagem 
Segundo Saltzman (2004), no desenvolvimento do projeto de vestuário é importante 
que elementos de composição da peça sejam levados em consideração, como o 
corpo, que é base tridimensional e também suporte; o tecido, que é a matéria prima 
que assume diferentes formas envolventes ao redor do corpo e ainda o contexto, 
que é a variável delimitadora do projeto com todo seu significado. 
A forma pode ser estática, definida e fechada ou, pelo contrário, móvel, mutante 
e vital. Deste ponto de vista, a natureza da indumentária e os diferentes recursos 
materiais e construtivos que estão ligados a ela permitem pensar o vestuário em 
função da capacidade de transformação do desenho, de modo que possa projetar 
um objeto versátil, flexível e de formas múltiplas. 
 
Com a evolução tecnológica, sociocultural e com a produção em série, 
a antropometria foi sendo utilizada no estudo das proporções do corpo, pois ele 
precisa ser coberto, ao mesmo tempo em que necessita de conforto e liberdade de 
movimentos. As roupas também devem estar em conformidade com o meio ambiente. 
Portanto, é preciso considerar o espaço existente entre corpo e vestimenta, 
pois, para se desenvolver a modelagem, estudam-se as medidas que auxiliam 
na construção da embalagem que envolve o corpo. O estudo da modelagem na 
indústria do vestuário é fundamental e necessário em todas as etapas do 
desenvolvimento do produto. Por isso, a importância de um estudo mais aprofundado 
das medidas antropometricas, que vem sendo desenvolvido através da tecnologia de 
escaneamento do corpo humano, com vantagens para vários setores, que vão 
do vestuário ao setor de cuidados com a saúde e segurança. A indústria do vestuário 
é hoje, provavelmente, a que mais avançou no uso dessa tecnologia. 
Além da antropometria, a ergonomia é também um fator importante 
neste estudo, pois, sabe-se bem que o homem, desde os tempos mais antigos, 
busca conforto, mesmo com limitações, para seu melhor desempenho em suas 
tarefas diárias, e com isso originou-se uma forma de estudar estes problemas. A 
ergonomia estuda o homem em suas características físicas, fisiológicas, influência 
do sexo, idade, psicológicas e sociais, sendo que na indústria do vestuário, 
a ergonomia assegura ao usuário as características do produto, como conforto, 
funcionalidade, segurança e usabilidade. A modelagem, segundo Grave (2004, 
p. 49), possui função participativa nos movimentos articulares do corpo, e “o 
 
Modelagem do Vestuário – Moulage 
8 
 
 
 
cuidado com cálculo determina a construção da peça, pois ela trabalhará 
simultaneamente com o corpo”. 
De acordo com Araújo (1996), moldes e tecidos são bidimensionais, 
constituídos apenas de comprimento e largura. A peça de vestuário, resultante da 
montagem das várias partes componentes, possui também uma terceira dimensão: 
a profundidade. Esta é incorporada no molde através de pences. Assim, para 
que a modelagem obtenha sucesso, é necessário que siga uma seqüência lógica 
de desenvolvimento. Segundo o autor, esta seqüência deve levar em consideração 
os passos apresentados no quadro 1. 
 
Para desenvolver uma modelagem com qualidade, é necessário conhecer 
a anatomia humana, suas funções e necessidades. De acordo com Grave (2004), 
o vestuário vem utilizando inúmeras técnicas para modelar, como por exemplo, 
envolver o tecido em um manequim técnico, dando-lhe forma e assim, como 
brincadeira de boneca, modela-se conceituando a moulage. Em outra hipótese, 
utilizando-se cálculo, faz-se o traço, e como uma planta em duas dimensões, 
transporta-se o traçado do corpo para o tecido, definindo a modelagem plana. 
Modelagem plana na construção de peças do vestuário para a indústria 
de confecção 
A modelagem plana (bidimensional) é um trabalho de precisão que exige 
medidas e cálculo apurado uso de proporção e habilidade para imaginar o 
efeito em três dimensões. Os moldes planos são criados a partir de um conjunto 
de medidas. A construção dos moldes em duas dimensões é rápida, economicamente 
 
Modelagem do Vestuário – Moulage 
9 
 
 
 
viável e indispensável para a indústria da moda, além de também ser 
projetada no sistema com o uso do software, programado para imprimir no plotter 
conforme as medidas especificadas. Para a construção dos moldes através da 
modelagem plana são necessários o conhecimento e o uso das medidas fundamentais 
e secundárias, na construção do diagrama, que se fundamenta pelo uso 
dos planos e linhas, que se relacionam com o equilíbrio e a dinâmica da peça 
pronta. Para Araújo (1996), existem normas de ajustamento do vestuário que 
devem ser respeitadas e estas consistem na utilização de cinco conceitos: folga, 
alinhamento, correr do tecido, equilíbrio e assentamento. 
A aplicação dos princípios tradicionais da criação de moldes base é a 
técnica mais utilizada para obter diferentes estilos. Para Araújo (1996), este princípio 
consiste na utilização de um bloco de moldes base, ao qual são introduzidas 
modificações e manipulações, a fim de produzir um modelo. Um bloco de moldes 
base pode dar origem a muitos modelos das coleções da empresa, durante várias 
estações. Ele ainda ressalta que o bloco de moldes base é um conjunto de moldes 
sem qualquer interesse estilístico, mas com pormenores estruturais em locais 
clássicos ou tradicionais. Não possui geralmente margens de costura para criar 
um modelo. Os moldes basesão moldes aprovados que podem ser utilizados com 
segurança, desde que não haja alterações nos tecidos ou na moda. 
A modelagem digital projeta de forma simples e rápida, no teclado do 
computador, as bases que serão armazenadas para serem utilizadas na construção 
de diferentes modelos, para várias coleções. O software pode receber a entrada 
dos dados pelo usuário, que utiliza uma série de ícones que possibilitam as operações 
para executar a modelagem, definir a distância, ângulos e ainda janelas de 
comunicação, que indicam a função que está sendo manipulada. Determinadas 
funções, quando acionadas, abrem na janela de trabalho o menu, onde aparecem 
os campos DX e DY, que são os eixos horizontal e vertical mais utilizados na 
construção dos moldes. 
O método digital não substitui o profissional de moda. O que muda são 
as ferramentas do seu trabalho. Este profissional utiliza seus conhecimentos de 
modelagem e o conhecimento que obteve sobre o sistema digital através de 
treinamento,passando a desenvolver o trabalho, que fazia manualmente, direto no 
computador. O sistema permite também, a organização das pastas de moldes que 
posteriormente poderão ser usadas no desenvolvimento de modelos semelhantes, 
tendo ainda a vantagem de economia de espaço físico, de tempo e de organização 
no setor de modelagem. 
 
Modelagem do Vestuário – Moulage 
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FRENTE 
COSTA 
Figura 1: Modelagem plana de vestido 
 
 
Modelagem do Vestuário – Moulage 
11 
 
 
 
2. MODELAGEM TRIDIMENSIONAL (MOULAGE) NA INDÚSTRIA 
DO VESTUÁRIO 
Moulage, literalmente moldagem em francês, é ajustar um tecido diretamente ao 
manequim no tamanho apropriado ou no próprio corpo da pessoa. 
Quando a forma e o tamanho estão corretos, o tecido é removido e copiado em 
papel, adicionando as costuras. Utiliza-se também a moulage – também conhecida 
como draping – para peças trabalhadas em viés, porque permite moldar o 
tecido na forma do corpo e visualizar como a roupa se movimenta. O tecido pode 
ser controlado e com ele faz-se a escultura da peça. 
De acordo com Saltzman (2004), traçar as linhas construtivas na modelagem é 
decidir onde a peça se aproxima ou se afasta do corpo, onde ela cria volume 
ou aderência e definir que tipo de peça se busca, através da caracterização 
da superfície de planos, por suas qualidades têxteis e por união. A autora ainda 
ressalta que os planos construtivos surgem da anatomia e estabelecem diferentes 
exigências de proteção e mobilidade. Portanto, a moulage torna o produto viável, 
usável e funcional. Melhora a produção dentro da indústria, por proporcionar a 
visualização do produto antes da montagem do protótipo, podendo transmitir o 
caimento, volume e forma desejados. 
 
Modelagem do Vestuário – Moulage 
12 
 
 
 
 
Segundo Souza (2006), a visualização da tridimensionalidade do produto 
efetivamente permite a avaliação imediata das questões de vestibilidade, e 
essa avaliação se processa num intervalo de tempo relativamente curto, tendo 
em vista a multiplicidade de elementos envolvidos e as contribuições positivas 
desse resultado para o processo. Ainda segundo a autora, a grande vantagem da 
técnica tridimensional é a possibilidade de se trabalhar as técnicas de criação e 
materialização de modo simultâneo. 
 
COMPARA ÇÃO E CRITÉRIOS ESTA BELECIDOS DAS DUAS TÉCNICAS 
DE MODELAGEM 
“A modelagem se apoia nos planos do corpo. Para a execução de um 
modelo, é necessário atuar com auxilio dos planos, dos eixos e das linhas secundárias 
e terciárias, conforme as exigências específicas” (GRAVE, 2004, p.54). 
Segundo Radicetti (1999), as empresas apresentam dificuldades para 
dimensionar seus problemas e adequá-los aos seus clientes, o que provoca perda, 
já na preparação dos moldes-piloto. Algumas indústrias chegam a montar até três 
protótipos para aprovar um único modelo. Nesse caso, procede a constatação de 
Péclat (2000) de que a modelagem plana mais comumente usada nas indústrias 
de confecções do vestuário possui limitações quanto à eficiência, devido ao fato de 
traçar moldes em duas dimensões (altura e largura) para recobrir as formas do 
corpo, que são tridimensionais. A moulage, diferentemente da modelagem plana, 
favorece a visualização da evolução do modelo, desde o inicio até o produto 
final, pois esse processo permite a verificação das possibilidades de 
construção, alterações ou mudanças do modelo (SOUZA apud PÉCLAT E 
FIGUERAS, 2006). 
 
Modelagem do Vestuário – Moulage 
13 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aprimorar a técnica e o conhecimento das medidas no manequim possibilita ao 
designer o desenvolvimento do desenho técnico em escala, facilitando o trabalho 
do modelista. Embora o draping seja forma ideal de desenvolver idéias e criar 
novas silhuetas, às vezes é combinado com modelos planos. Essa abordagem 
combinada é especialmente útil, quando as variações sobre uma silhueta evidenciadas 
 
Modelagem do Vestuário – Moulage 
14 
 
 
 
são produzidas. 
“A moulage é vista, portanto, como uma alternativa para a modelagem 
plana, ou mesmo como mais uma técnica para auxiliá-la no produto 
criado”.(SOUZA, 2006, p.99). Vale ressaltar que a modelagem tridimensional 
ainda enfrenta a resistência de muitos modelistas das indústrias de confecção 
que, habituados ao desenho e à modelagem plana, têm dificuldades para criar 
utilizando a moulage. 
 
 
Modelagem do Vestuário – Moulage 
15 
 
 
 
O quadro 2 compara as duas técnicas de modelagem conforme critérios 
estabelecidos, considerando a elaboração de um modelo específico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MOULAGE / DRAPING 
 
Modelagem do Vestuário – Moulage 
16 
 
 
 
3. MOULAGE/DRAPING 
 
Para vestir o corpo humano é necessário conhecer a sua anatomia e seu 
significado. Aprender moulage é saber vesti-lo. 
Moulage, palavra francesa, derivada de moule, que significa forma. É sinônimo da 
palavra 
Draping, derivada da língua inglesa, que significa dar forma e caimento ao tecido. 
É uma técnica de modelagem tridimensional onde a construção dos moldes de 
uma roupa é feita diretamente sobre o corpo, um modelo vivo ou um busto de costura, 
permitindo a sua visualização no espaço, bem como seu caimento e volume, antes da 
peça confeccionada. O processo de modelagem tridimensional facilita o entendimento 
da 
montagem das partes da roupa e suas respectivas funções. A técnica permite produzir 
peças bem projetadas, com caimento perfeito, favorecendo a percepção das formas 
estruturais do corpo durante a construção das roupas, sua prática libera a criatividade 
das 
formas e volumes tridimensionais como escultura permitindo visualizar as três 
dimensões 
do modelo, de frente, de costas e lateral. 
A moulage tem como ponto forte a amplitude do espaço para a criatividade do 
profissional da moda e a oportunidade de permitir que se obtenha uma roupa com 
melhor 
acabamento no sentido do caimento de ajustes mais precisos e a possibilidade de 
avaliar 
a inserção de acessório externo que possam diferenciar o modelo. 
A moulage como ferramenta de trabalho tem se mostrado mais rápida e eficaz, por 
facilitar o processo de criação e produção analisando o produto durante o processo, 
antes 
mesmo da montagem do protótipo. Na indústria a moulage pode ser usada para 
desenvolver o protótipo, como já foi ressaltado e transferindo para o papel como molde 
definitivo. 
 
Modelagem do Vestuário – Moulage 
17 
 
 
 
 
 
Modelagem do Vestuário – Moulage 
18 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO DO MANEQUIM 
Para iniciar o trabalho é preparado o manequim de costura,com as marcações 
das referências anatômicas. Marca-se o contorno dos perímetros da cintura, quadril, 
busto, pescoço e cava. São marcadas também as medidas de comprimento (distancia 
entre dois pontos anatômicos), do ombro, do centro das costas, da frente e da linha 
lateral. Feitas as marcações, o manequim está pronto para interpretação do modelo. 
O manequim deve ser posicionado na altura da pessoa. As marcações são 
realizadascom fita – sutache ou similar com 0.5 cm de largura. 
 
 
 
 
 
PASSO A PASSO: 
 
Modelagem do Vestuário – Moulage 
19 
 
 
 
1. Achar a metade da medida do ombro da frente e das costas. Posicionar a fita 
métrica bem na base do pescoço. Marcar com alfinete no meio da fita mimosa. 
2. Deixar cair à fita mimosa ate o centro do pé do manequim, fixar. (metade do 
centro frente e costas). 
3. Marcar a medida do pescoço, os dois lados têm q ter a mesma medida. (simetria). 
4. Marcar a altura do busto da base do pescoço até a parte mais saliente do busto. 
5. Marcar a altura da cintura da base do pescoço até a parte mais côncava do 
manequim. 
6. Marcar a altura do quadril da medida da cintura a 18 cm para o tamanho 40. 
7. Contornar todas as larguras para a as costas com a fita, usando a observação 
nas linhas horizontais. 
8. Marcar a medida da lateral do manequim pela metade do contorno do pescoço. 
Medir todas as linhas horizontais e achar o meio. 
 
9. Conferir as medidas das duas laterais. 
 
 
 
REGRAS 
 
Trava 
 
A trava é a junção de dois alfinetes no mesmo ponto em direção oposta. Ela ajuda a 
fixar, travando o tecido sobre o manequim. Usada em ângulos estratégicos como: 
centro frente/cintura, comprimento/cintura etc. 
 
Mapeamento do manequim 
 
Contornar as linhas horizontais, verticais, diagonais e curvas que definem o modelo. 
 
O sutache é o material mais adequado para mapear o modelo no manequim. Com a 
prática, o mapeamento do modelo, pode ser dispensado. 
 
A técnica de modelagem deve ser aplicada sobre o manequim específico previamente 
mapeado com as linhas do corpo: cintura, nível do quadril. 
 
Preparação do Tecido 
 
Medir na demarcação de cada molde o maior comprimento e largura. Acrescentar as 
folgas suficientes para manusear o tecido de acordo com o modelo. 
 
Aplicação do Tecido 
 
A marcação do fio sobre o tecido é de extrema importância, pois facilita a reprodução 
do molde do tecido para o papel. 
 
Usar giz de costura ou lápis nos tecidos de prova (tela). 
 
Usar o giz de costura, alfinetes ou alinhavos nos tecidos definitivos 
 
Modelagem do Vestuário – Moulage 
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ANEXOS 
 
 
 
A primeira abordagem oficial da ISO (InternationalStandardizationOrganization) sobre 
o assunto da graduação do tamanho das roupas teve origem na Suécia em meados de 
1968.Como justificativa para o estudo, o representante da Suécia na ISO declarou. 
“Os atuais sistemas de graduação de tamanhos estão insatisfatoriamente 
padronizados e a prática corrente com freqüência varia de país para país. É , portanto 
, de interesse para o publico em geral, para fabricantes , comerciantes e consumidores 
que um sistema internacional seja criado.” 
 
 
 
Nos comentários apresentados pelo representante da Suécia foi sugerido que o 
estudo fosse baseado em pesquisas antropométricas. Estas pesquisas foram 
realizadas em muitos países, porém o resultado demonstrou que as padronizações 
deveriam ser por país, devido á grande diversidade antropométrica encontrada. 
 
Modelagem do Vestuário – Moulage 
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Aqui no Brasil os trabalhos do Comitê Brasileiro de Têxteis da Associação Brasileira 
de Normas Técnicas nesta área, foram iniciados por volta do ano de 1981 na 
Comissão de Estudo de Tamanho de Artigos Confeccionados. 
 
 
 
 
 
Os primeiros projetos de norma começaram a ser votados em 1985 e diziam respeito a 
como e onde efetuar as medidas do corpo humano, masculino , feminino, infantil e 
bebê. 
Várias Normas Técnicas foram finalmente aprovadas, fixando as condições exigíveis 
para a medição do corpo humano. 
 
Modelagem do Vestuário – Moulage 
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Especificamente o projeto que tornou-se a norma NBR 13377, começou a ser 
estudado a pedido do DNPDC – Departamento Nacional de Proteção e Defesa do 
Consumidor, órgão da Secretária Nacional de Direito Econômico do Ministério da 
Justiça, no ano de 1992. 
O convite formal foi feito a várias entidades para uma reunião em Brasília e por 
definição de prioridade o Departamento de Tecnologia da ABRAVEST – Associação 
Brasileira da Indústria do Vestuário tomou a dianteira convocando outras entidades, 
empresas do ramo e consumidores finais para desenvolver os estudos necessários. 
Durante três anos , um enorme quantidade de reuniões realizadas na sede da 
ABRAVEST e consultas aos técnicos das principais empresas da indústria e comércio 
do vestuário do Brasil, resultaram na aprovação da norma NBR 13377 – medidas do 
corpo humano para vestuário – Padrões referenciais, no mês de maio de 1995. 
 
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Definições: 
A padronização de tamanhos do vestuário refere-se não as medidas das roupas 
própriamenteditas , mas sim às medidas do corpo humano e é essencialmente um 
exercício de antropologia aplicada . 
Ao se comprar uma roupa o desejo é que esta vista adequadamente um determinado 
tamanho de corpo, de forma “justa ” se for um tecido “strech” (que estica), ou de forma 
“folgada”, com alguns centímetros a mais do que as medidas do corpo humando para 
a grande maioria dos outros tecidos. 
 
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A designação numéria ou alfabétic indicada na estiqueta de tamanho deve mostrar o 
tamanho do corpo que se deseja vestir adequadamente. 
O formato e as proporções do corpo humano variam muito, portanto , seria 
praticamente impossível fixar padrões para todas as medidas, tanto as primárias coma 
as secundárias. 
Das medidas primárias são: 
Contorno do Pescoço 
Contorno do Tórax /Busto 
Contorno da Cintura 
Altura / Comprimento 
Uma vez que as tendências de moda variam muito, o comprimento das roupas 
também se altera, assim sendo, definiu-se não estabelecer padrões de comprimento. 
Algumas das medidas secundárias são: 
Contorno do quadril 
Comprimento do ombro 
Contorno do Braço 
Contorno da Coxa 
Por recomendação da maioria dos técnicos consultados, aprovou-se o uso de uma só 
medida referencial primária para cada tipo de produto. de preferência a que menor 
interferência causasse na criatividade dos estilistas. 
Durante a preparação da norma NBR 13377 e mesmo depois de sua edição, nas 
muitas palestras realizadas na sede da ABRAVEST, bem como em outros locais, 
várias perguntas pertinentes surgiram ? 
Se minha empresa não cumprir com as tabelas de Norma NBR 13377, que punições 
vou receber? Serei multado pelo IPEM? 
 
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As normas da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas são todas 
voluntárias, excetuando-se as relativas à saúde e segurança, portanto a menos que o 
INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial 
transforme a norma em regulamento técnico, não terá força de lei, passível de multa 
em seu descumprimento. 
Quanto mais os consumidore exigirem seus direitos, incluindo-se neles o direito de 
não ser prejudicado por empresas que produzem roupas com medidas inferiores aos 
do tamanho constante na etiqueta, prejudicando assim o consumidor na tarefa 
necessária de comparação de preços e escolha do bem a se adquirido, em virtude de 
uma diversidade de tamanhos de manequins para a confecção do vestuário, tanto 
mais empresas comerciais exigirãode seus fornecedores o cumprimento da norma 
NBR13377. 
Cada vez que um consumidor procurar o PROCON para queixar-se das medidas de 
uma roupa estarem abaixo das tabelas da norma, o fornecedor da mesma será 
chamado à responsabilidade, de acordo com o CÓDIGO DE PROTEÇÃO E DEFESA 
DO CONSUMIDOR, na seção IV – Das Práticas Abusivas ,onde consta: 
“Artigo 39 – É vedado ao fornecedor de produtos e serviços: 
Inciso VIII – Colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em 
desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se normas 
específicas não existirem , pela Associação Brasileira de Normas Técnicas ou outra 
entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e 
Qualidade Indústrial (CONMETRO)”. 
O Código deixa bem claro: se existirem Normas Técnicas para qualquer produto 
colocado no mercado de consumo, é obrigatório a conformidade destes produtos com 
os requisitos na Norma, sob pena de responsabilidade para o fornecedor. 
Texto extraido do livro “Padrões de tamanho do vestuário : porque e como 
utilizar” de Francisco de Paula Ferreira – São Bernardo do Campo : Marco Iten 
Comunicação. Fotos: Pesquisa e montagens Comunidade Moda – Quer saber 
mais de modelagem clique no site http://modelagem.blog.dada.net 
 
 
 
 
 
www.comunidademoda.com 
MOULAGE – TÉCNICA DE MODELAGEM TRIDIMENCIONAL 
Publicadoem 15/01/2010 poradmin | 0comentário(s). 
LucianeRopelatto 
A palavramoulagederiva do francês “moule” quesignifica forma. É 
umatécnicaartesanalqueconsisteemmoldar o tecidosobre um manequimquepossui as 
mesmasmedidas do corpohumano. Egípcios, Gregos e 
Romanosusavamroupassimilaresque se resumiamemdoiscortes de tecido. 
Tambémfoimuitoutilizadaporgrandescostureiros da cortequefaziamcortes sob medida. 
Ficoumaisconhecidaséculo XX através de Madeleine Vionnet (1912-1930), 
famosaporseusdrapeados e cortesemviés. Costumavamoldarseusmodelossobre um 
manequim de escala 1:2 quedepois da aprovação dos mesmos, repassava- 
osemmedidasreais do corpohumano. No 
Brasilestatécnicafoiintroduzidadidaticamenteporumafrancesa , Jeannine Nieceron, 
através de um curso no Senai S. P. Mesmoassim, ainda é 
 
Modelagem do Vestuário – Moulage 
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Desconhecida por algumas empresas de confecção, mas sempre foi muito utilizada 
no desenvolvimento de coleções para desfile. Com a diversidade e diferenciação de 
modelos, hoje, esta técnica já pode ser vista e utilizada por alguns modelistas e 
designers de moda em geral. 
Dentre suas vantagens, tem-se liberdade de criação, o modelo pode ser visto 
praticamente pronto para avaliação, o percentual de erro é menor, mas exige-se 
treino constante e conhecimento de caimento de tecido. Na prática do aprendizado 
geralmente usa-se o morim ou pano americano para prototipagem. Depois de 
conferências e aprovação, repassa-se para o tecido original. A experiência pode ser 
fascinante, como frustrante, dependerá da prática e do conhecimento, mesmo assim, 
é a única que nos proporciona uma visão tridimensional do modelo em altura, largura 
e profundidade sendo um diferencial na qualidade de roupas produzidas. 
Trajes desenvolvidos no curso de Design de Moda do Grupo Uniasselvi-Assevim com 
a técnica de Moulage (Fonte- Site Garimpo da FIP) 
 
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Moulage, a arte de esculpir roupas no corpo 
A técnica francesa de criar a roupa no corpo vem sendo resgatada por 
profissionais e escolas de moda 
 
 
 
A estrutura da roupa é montada com as medidas da cliente Depois é feita a 
primeira prova da roupa estruturada só na entretela 
 
A moulage pode reduzir medidas do busto e da cintura em até cinco centímetros, 
dispensando cinta elástica e sutiã 
Quem nunca ouviu dizer que ''aquela roupa caiu como uma luva'', com medidas 
exatas e acabamento perfeito? Utilizada há décadas em ateliês de estilistas 
 
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renomados, a técnica francesa de moulage começou a ganhar espaço no Brasil 
nos últimos anos, mas ainda é pouco conhecida, sendo preterida pela modelagem 
plana. Apesar da trajetória histórica dessa técnica, os riscos no papel passaram a 
delimitar os moldes da maioria dos costureiros. Muitos deles até desconhecem 
essa técnica de modelagem no corpo (ou no manequim) e desenvolvem suas 
criações ao molde padrão ditado pelo processo industrial impulsionado pela 
produção em grande escala. 
 
No entanto, a busca pelo exclusivo e impecável tem feito ressurgir a técnica de 
moulage no mundo da alta-costura e ateliês estão à procura mão-de-obra 
especializada para dar conta da demanda. Em Londrina, poucos profissionais 
trabalham com a técnica, apesar de existirem escolas que oferecem o curso. 
 
''Preciso aumentar a equipe de trabalho, mas estou com dificuldade porque há 
escassez de profissionais especializados nessa técnica'', destaca a modista Graça 
Pinheiro, que há 33 anos trabalha no setor e afirma não dispensar a técnica que 
tem atraído cada vez mais clientes ao seu ateliê. 
 
O processo inclui várias etapas. ''Montamos a estrutura da roupa no busto com as 
medidas da pessoa, utilizando entretela. Em seguida fazemos a primeira prova da 
roupa somente montada na entretela. Depois que a tela foi confeccionada e 
aprovada pela cliente, a estrutura é montada entre o forro e o tecido real'', explica 
Graça. 
 
Segundo ela, muitas noivas não dispensam a moulage na confecção do vestido, 
uma vez que a técnica permite uma aderência do vestido ao corpo de forma firme e 
segura, principalmente quando o modelo é um tomara-que-caia. Esse processo 
permite grandes mudanças mesmo depois da roupa confeccionada. 
 
A modista Eliana Zanini, outra especialista na técnica, lembra que inúmeras vezes 
foi necessário fazer o ajuste horas antes do casamento porque a noiva emagreceu 
de um dia para o outro. Eliana ressalta que ''essa técnica pode reduzir as medidas 
do busto e da cintura em até cinco centímetros, sem que a cliente tenha que 
recorrer às famosas cintas apertadas e sutiãs, que na maioria das vezes marcam o 
corpo e deixam o tecido com aspecto enrugado''. 
 
Para agilizar a confecção, algumas celebridades pedem para estruturar o molde do 
busto com as medidas e desenhos exatos do corpo e o deixam no seu costureiro, 
permitindo maior agilidade, assim não é preciso ir pessoalmente até o atelier toda 
vez que precisam de uma peça nova. A princesa Diana foi uma das celebridades 
que utilizaram a moulage na confecção de suas roupas de alta-costura. 
 
Um vestido de noiva, todo estruturado, custa a partir de R$ 2.000,00, variando de 
acordo com a quantidade de bordados e tipo de tecido. 
 
Além dos vestidos de noivas e roupas de festa, outras peças podem ser feitas 
usando esse método. Muitas grifes utilizam o processo na confecção de roupas 
 
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básicas. 
 
 
 
Técnica 
DRAPING / MOULAGE 
 
 
 
 
Para os que estão iniciando a arte da modelagem, pretendo esclarecer o conceito de 
draping/moulage. O draping (inglês) ou moulage (francês) é a técnica de modelagem 
tridimensional na qual manequins específicos, ou mesmo modelos, são utilizados 
como base para a modelagem de uma roupa. Madeleine Vionnet e Alix Grés foram as 
precursoras na utilização dessa técnica. Reza a lenda, que as duas estilistas recorriam 
aos manequins por não possuírem boa visão espacial. 
A técnica tem como objetivo facilitar a visão espacial, eliminando testes no que diz 
respeito a peso, elasticidade e caimento dos tecidos. 
Embora com as aparentes facilidades ocasionadas pelo manuseio do tecido, a técnica 
não é tão simples assim. Após finalizada amodelagem no manequim, todos os moldes 
são transportados para o papel e colocados em grade para a produção em escala. 
 
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BIBLIOGRAFIA 
 
 
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Gulbenkian, 1996. 
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CASTILHO, K.; GALVÃO, D. A moda do corpo o corpo da moda. São 
Paulo: Esfera, 2002. 
GRAVE, M de F. A modelagem sob a ótica da ergonomia. São Paulo: Zennex 
Publishing, 2004. 
JONES, S. J. Fashion design: manual do estilista. São Paulo: Cosac Naify, 
2005. 
LAVER, J. A roupa e a moda: uma história concisa. São Paulo: Cia das Letras, 
1989. 
LEHNERT, G. História da moda do século XX. Colônia: Konemann, 2001. 
PÉCLAT, S. A. Draping e design de moda. In: CONGRESSO NACIONAL 
TÊXTIL, 6., 2000, Fortaleza. Anais... Fortaleza: UFC, 2000. 
RADICETTI, E. Medidas antropométricas padronizadas para a indústria do 
vestuário. In: Conferência industrial e de confecção. Rio de Janeiro: SENAI / 
CETIQT, 1999. 
BORBAS, M. C.; BRUSCAGIM, R. R. Modelagem plana e tridimensional – moulage 
– na indústria do vestuário

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