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ANTIINFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS Profa. Dra. Patrícia Corrêa Dias Curso de Farmácia - UNIMEP SISTEMA IMUNOLÓGICO – complexa rede de órgãos, células e moléculas, com a finalidade manter a homeostase e combater as agressões em geral. A imunidade inata atua em conjunto com a imunidade adaptativa e caracteriza-se pela rápida resposta à agressão, independentemente de estímulo prévio, sendo a primeira linha de defesa do organismo INATA - resposta rápida e estereotipada a um número grande, mas limitado, de estímulos. É representada por barreiras físicas, químicas e biológicas, células especializadas e moléculas solúveis, presentes em todos os indivíduos, independentemente de contato prévio com imunógenos ou agentes agressores. ADAPTATIVA - depende da ativação de células especializadas, os linfócitos, e das moléculas solúveis por eles produzidas. Principais características - especificidade e diversidade de reconhecimento, memória, especialização de resposta, autolimitação e tolerância a componentes do próprio organismo. IMUNIDADE INATA E ADAPTATIVA É a resposta dos organismos vivos vascularizados aos estímulos lesivos, independentemente de sua natureza (químico, físico ou biológico), desencadeando uma série de alterações funcionais e morfológicas nos tecidos. RESPOSTA INFLAMATÓRIA Sinais característicos ESTÍMULO LESIVO RESOLUÇÃO CRONIFICAÇÃO RESPOSTA INFLAMATÓRIA INFILTRAÇÃO CELULAR VASODILATAÇÃO PERMEABILIDADE VASCULAR RESUMO DOR A primeira defesa do organismo a um dano tecidual Processo biológico complexo que envolve componentes vasculares, celulares e substâncias solúveis Sinais clínicos - rubor, calor, edema (“turgor”), dor e prejuízo funcional. Finalidade da inflamação - remover o estímulo “lesivo” e iniciar a recuperação tecidual local Em geral, o sucesso na remoção do estímulo desencadeador leva ao término da resposta aguda e reparo tecidual completo. RESPOSTA INFLAMATÓRIA Avanço ou Retrocesso? ANTIINFLAMATÓRIOS PARA REFLETIR... INFLAMAÇÃO AGUDA OU CRÔNICA AGUDA – amigdalite e outras inflamações por agentres biológicos, químicos e físicos CRÔNICA – doenças autoimunes RESPOSTA INFLAMATÓRIA psoríase artrite reumatoide TERAPIA MEDICAMENTOSA DA INFLAMAÇÃO AI ESTEROIDAIS CORTICÓIDES Estrutura química relacionada aos esteróides Ações antiinflamatória e imunossupressora AI NÃO ESTEROIDAIS DAINEs / NSAIDs Estrutura química não relacionada aos esteróides Ações antiinflamatória, antipirética e analgésica Mecanismos de ação diferentes ANTIINFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS Considerações gerais - Grupo heterogêneo de compostos químicos - Ações antiinflamatória, analgésica e antipirética (“alguns mais analgésicos e outros mais anti-inflamatórios”) - Mesmo mecanismo de ação – inibidores da COX – CICLO-OXIGENASE - Características farmacocinéticas e eficácias diferentes QUAL DELES UTILIZAR???? para febre e cefaleia????? para desinflamar a região de uma fratura ou entorse??? Resposta Inflamatória: “Uma Sopa Química” Útero humano contrai se exposto ao sêmem humano 1930: Kurzrok and Lieb (USA) Prostaglandinas Resposta Inflamatória: “Uma Sopa Química” bradicinina histamina citocinas interleucinasTXA2 E outras... radicais livres enzimas PROSTAGLANDINAS E SINAIS INFLAMATÓRIOS Calor – febre e vasodilatação Edema – vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular com extravasamento de líquidos Quimiotaxia – migração de células com potencial inflamatório para o local da lesão Dor – sensibilização de nociceptores Fármacos que apresentam propriedades analgésicas, antipiréticas e anti-inflamatórias usados no tratamento dos sintomas da inflamação “INIBIDORES DA COX” ANTIINFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS DAINEs - NSAIDs TRIPLA AÇÃO mais de 50 AINEs no mundo EXEMPLOS DE ANTIINFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS DAINEs - NSAIDs Salicilatos Ácido Acetilsalicílico, salicilato de metila CLASSIFICAÇÃO Aspirina® (medicamento) John Vane Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia - 1982 AAS Ácido acetilsalicílico AAS MECANISMO DE AÇÃO Derivados Pirazolônicos Fenilbutazona, dipirona (Novalgina®) Derivados do Ácido Fenilacético Diclofenaco de sódio (Voltaren®, Biofenac®, e de potássio (Cataflan®). CLASSIFICAÇÃO Derivados do Ácido Indolacético Indometacina (Indocid®), sulindaco Derivados do Para-Aminofenol: Paracetamol (Tylenol®) e fenacetina Paracetamol nos EUA - acetaminophen CLASSIFICAÇÃO Derivados do Ácido N-Fenilantranílico Ácido mefenâmico (Ponstan®) e ácido flufenâmico, ácido meclofenâmico Derivado da fenoximetanossulfanilida Nimesulida (Nisulide®, Scaflam® ) CLASSIFICAÇÃO Menos dores de estômago Derivados do Ácido Propiônico Naproxeno (Naprosyn®), ibuprofeno (Advil®), cetoprofeno (Profenid®), Derivados do Oxicam Piroxicam (Feldene®), tenoxicam (Tilatil®), meloxicam (Movatec®) Coxibes Celecoxibe (Celebra®) CLASSIFICAÇÃO Menos dores de estômago MECANISMO DE AÇÃO DAINEs “INIBIDORES DA COX” CICLO-OXIGENASE LIC LEC ORIGEM DAS PROSTAGLANDINAS Na membrana citoplasmática COX ENDOPERÓXIDOS 5-LIPOXIGENASE 5-HPETE FOSFOLIPASE A2 AA LEUCOTRIENOS FOSFOLIPÍDEOS TXA2 PGI2PGS x x x x x AÇÃO ANTIINFLAMATÓRIA AINEs CASCATA DO ÁCIDO ARAQUIDÔNICO AS MOLÉCULAS LIPÍDICAS PROSTANOIDES eicosanoides (ácidos graxos de 20 carbonos) sintetizados pela ciclo-oxigenasse (COX) presewnte na cascata de reações do ácido araquidônico (prostaglandinas, prostaciclinas e tromboxano) CONSTITUTIVA INIBIÇÃO REVERSÍVEL (DEMAIS) COX-1 COX-2 INDUZIDA INIBIÇÃO IRREVERSÍVEL (AAS) AA CICLOXIGENASEXAINEs Isoformas de COX COX - 2 Constitutiva Fisiológica Induzível Patológica COX - 1 Estabelecendo alguns efeitos colaterais FUNÇÕES DAS ISOFORMAS DE COX COX 1: FISIOLÓGICA – AMPLA DISTRIBUIÇÃO NO ORGANISMO PLAQUETAS – agregação plaquetária RINS – manutenção do fluxo sanguíneo renal ESTÔMAGO – citoproteção gástrica COX 2: INDUZÍVEL – DISTRIBUIÇÃO MAIS RESTRITA AO LOCAL INFLAMADO DOR INFLAMAÇÃO FEBRE Prostanoides e Citoproteção COX - 1 PGI2 secreção de muco citoprotetor fluxo sanguíneo da secreção ácida (HCl) da secreção de NaHCO3 PGE2 COX - 1 PGI2 secreção de muco citoprotetor fluxo sanguíneo secreção ácida (HCl) secreção de NaHCO3 PGE2 X X X Inibidores da COX e efeitos colaterais Prostanoides e Nefroproteção COX - 1 PGI2 Vasodilatação compensatória Garantia fluxo sanguíneo renal PGE2 DAINEs devem ser evitados (ou uso cauteloso) em pacientes com déficit da função renal As prostaglandinas são vasodilatadoras na arteríola aferente e melhoram a efetividade da filtração glomerular Com as prostaglandinas reduzidas, ocorre prejuízo da filtração glomerular Prostanoides e agregação plaquetária AAS 100 mg/dia utilizado como antiagregante plaquetário – para evitar trombose (IAM, AVE, trombose nas pernas, etc) AAS faz inibição da COX de forma irreversível (duração do efeito por 10 dias – tempo de vida da plaqueta) Prostanoides e Inflamação/dor COX - 2 PGI2 Sensibilização dos nociceptores Vasodilatação Edema PGE2 Fármacos seletivos Prostanoides e Febre Bactérias (por exemplo) desencadeiam a produção de interleucina 1, que por sua vez induzem o hipotálamo a produzir prostaglandinas, que por sua vez desencadeia o aumento de temperatura– febre Com os DAINEs há redução de prostagladninas no hipotálamo e redução consequente da febre SALICILATOS - ÁCIDO ACETILSALICÍLICO - Aspirina® - DORES DE ORIGEM TEGUMENTAR E INFLAMATÓRIA - MECANISMO DE AÇÃO - INIBIÇÃO DA SÍNTESE DE PGS - BLOQUEIO IRREVERSÍVEL DA COX (MODIFICA A ENZIMA) - RELATIVAMENTE SELETIVO PARA COX-1 EFEITOS FARMACOLÓGICOS ANTIINFLAMATÓRIO - INTERFERE NA BIOSSÍNTESE DE PGS ANALGÉSICO - GRANDE EFICÁCIA PARA REDUZIR DOR DE BAIXA E MÉDIA INTENSIDADE ANTIPIRÉTICO - REDUZ A TEMPERATURA DE FORMA RÁPIDA E EFICAZ URICOSÚRIA - DOSES ACIMA DE 5g/DIA AUMENTAM A VELOCIDADE DE EXCREÇÃO DE ÁCIDO ÚRICO (TRATAMENTO GOTA) SANGUE * - AFETA A HOMEOSTASIA - INIBE A FORMAÇÃO DE TXA2 PROLONGA TEMPO DE SANGRAMENTO - AAS EM BAIXAS DOSES (100 mg) PROFILAXIA DE DOENÇA TROMBOEMBÓLICA AAS 100 mg - AAS 100 INIBE PREFERENCIALMENTE A COX PLAQUETÁRIA (TXA2) E NÃO AS COX ENDOTELIAL (PGI2), AUXILIANDO NO EFEITO ANTITROMBÓTICO DERIVADOS DA PIRAZOLONA DIPIRONA - Novalgina ® DIPIRONA ANALGÉSICO E ANTIPIRÉTICO EFEITOS COLATERAIS:- HIPERSENSIBILIDADE - CHOQUE - AGRANULOCITOSE FATAL - LEUCOPENIA AÇÃO ANALGÉSICA SNP X AINES PGs, QUE SENSIBILIZAM NOCICEPTORES A MEDIADORES INFLAMATÓRIOS (BK - BRADICININA) INDOMETACINA SULINDACO DICLOFENACO INDOMETACINA EFEITO ANTIINFLAMATÓRIO, ANTIPIRÉTICO EFEITOS COLATERAIS:- TGI - SNC (CEFALÉIA, DEPRESSÃO) - ANEMIA APLÁSICA INIBIDOR COMPETITIVO DA COX EFEITO ANALGÉSICO - NÃO INDICADO RELATIVAMENTE SELETIVO PARA COX-1 EFEITOS TÓXICOS DOSE DEPENDENTE DICLOFENACO - Voltaren® DERIVADO DO ÁCIDO FENILACÉTICO AÇÃO ANALGÉSICA, ANTIINFLAMATÓRIA E ANTIPIRÉTICA ACUMULA-SE NO LÍQUIDO SINOVIAL, O QUE EXPLICA O DURADOURO EFEITO TERAPÊUTICO EQUIPOTENTE PARA COX-1 E COX-2 POSOLOGIA: ARTRITE REUMATÓIDE - 50-75mg/ 4x DIA OSTEOARTRITE - 50mg/ 3x DIA INDICAÇÃO: LONGO PRAZO: - ARTRITE REUMATÓIDE - OSTEOARTRITE CURTO PRAZO: - LESÕES AGUDAS NA MUSCULATURA ESQUELÉTICA EF. COLATERAIS: TGI (ALTERA TRANS.HEPÁTICAS) T 1/2 PLASM.: 1 - 2h DERIVADOS DO PARA-AMINOFENOL PARACETAMOL- Tylenol® AÇÃO ANTIPIRÉTICA E ANALGÉSICA INIBIDOR REVERSÍVEL E NÃO COMPETITIVO DA COX (PEQUENA AÇÃO ANTIIFLAMATÓRIA) ALTERNATIVA PARA AAS ® (NÃO TEM EFEITO PLAQUETA) DOSES TÓXICAS 2 A 3 x DOSE HEPATOTOXICIDADE MENOS SELETIVO PARA COX-1 POSOLOGIA: NÃO EXCEDER 4g/DIA Contra indicação para hepatopatas devido aos processos de biotransformação no fígado PARACETAMOL TÓXICO DROGAS DO TIPO FENAMATO ÁCIDO MEFENÂMICO- Ponstan® MECLOFENAMATO SÓDICO AÇÃO ANTIINFLAMATÓRIAS, ANALGÉSICAS E ANTIPIRÉTICAS USO TERAPÊUTICO: - ÁCIDO MEFENÂMICO - DISMENORRÉIA - MECLOFENAMATO – ARTRITE REUMATÓIDE. EFEITOS COLATERAIS MUITO FREQUENTES - TGI PARECE NÃO OFERECER VANTAGEM ALGUMA SOBRE AINEs SEMELHANTES AO AAS® DERIVADOS DO ÁCIDO PROPIÔNICO IBUPROFENO - Advil® NAPROXENO - Naprosyn ® EFEITO COLATERAL QUE AAS, DICLOFENACO - TGI AÇÃO ANTIINFLAM., ANALGÉSICA E ANTIPIRÉTICA IBUPROFENO - MENOS SELETIVO PARA COX-1 NAPROXENO - EQUIPOTENTE PARA COX-1 E COX-2 USO TERAPÊUTICO: - ARTRITE REUMATÓIDE - OSTEOARTRITE - TENDINITE AGUDA - DISMENORRÉIA PIROXICAM - Feldene® MELOXICAM - Movatec ® DERIVADOS DE ÁCIDOS ENÓLICOS O PIROXICAM É INIBIDOR COMPETITIVO DA COX - (RELATIVAMENTE SELETIVO PARA COX-1) - INIBE A ATIVAÇÃO DOS NEUTRÓFILOS USO TERAPÊUTICO: - A.R, GOTA AGUDA, DISMENORRÉIA MELOXICAM É INIBIDOR ESPECÍFICO DA COX 2 - 50h ASPECTOS FARMACOCINÉTICOS: T 1/2 PLASM.: - PIROXICAM: - MELOXICAM: - 20h MELHOR TOLERADO QUE AAS ® E INDOMETACINA NIMESULIDA Nisulid® MAIS SELETIVO PARA COX-2 AÇÃO ANTIINFL, ANTIPIRÉTICA E ANALGÉSICA MELHOR TOLERABILIDADE USO TERAPÊUTICO:- TRATAMENTO ORL - DISMENORRÉIA - INFL UROLÓGICA POSOLOGIA -100mg / 2x DIA CELECOXIBA CELECOXIBA - CELEBRA ® INIBIDORES MAIS SELETIVOS PARA COX-2 ANTIINFLAMATÓRIO E ANALGÉSICO EFEITOS COLATERAIS MAIS LEVES USO TERAPÊUTICO: - OSTEOARTRITE - DOR (QUADRO PÓS CIRÚRGICO)
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