Buscar

Dosimetria da Pena

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

A dosimetria (cálculo) da pena é o momento em que o Estado – detentor do direito de punir (jus puniendi) – através do Poder Judiciário, comina ao indivíduo que delinque a sanção que reflete a reprovação estatal do crime cometido.
O Código Penal Brasileiro, em sua parte especial, estabelece a chamada pena em abstrato, que nada mais é do que um limite mínimo e um limite máximo para a pena de um crime (Exemplo: Artigo 121. Matar Alguém: Pena: Reclusão de seis a vinte anos).
A dosimetria da pena se dá somente mediante sentença condenatória.
A dosimetria atende ao sistema trifásico estabelecido no artigo 68 do Código Penal, ou seja, atendendo a três fases:
Fixação da Pena Base;
Análise das circunstâncias atenuantes e agravantes;
Análise das causas de diminuição e de aumento;
A primeira fase consiste na fixação da pena base; Isso se dá pela análise e valoração subjetiva de oito circunstâncias judiciais. São elas:
Culpabilidade (valoração da culpa ou dolo do agente);
Antecedentes criminais ( Análise da vida regressa do indivíduo- se ele já possui uma condenação com trânsito em julgado  - Esta análise é feita através da Certidão de antecedentes criminais, emitida pelo juiz; ou pela Folha de antecedentes criminais, emitida pela Polícia civil);
Conduta social (Relacionamento do indivíduo com a família, trabalho e sociedade . Pode –se presumir pela FAC ou pela CAC);
Personalidade do agente (Se o indivíduo possui personalidade voltada para o crime);
Motivos (Motivo mediato);
Circunstâncias do crime (modo pelo qual o crime se deu);
Consequências (além do fato contido na lei);
Comportamento da vítima (Esta nem sempre é valorada, pois na maioria das vezes a vítima não contribui para o crime).
Nesta análise, quanto maior o número de circunstâncias judiciais desfavoráveis ao réu, mais a pena se afasta do mínimo. O juiz irá estabelecer uma pena base, para que nela se possa atenuar, agravar, aumentar ou diminuir (Próximas etapas da dosimetria).
Na segunda fase da dosimetria se analisa as circunstâncias atenuantes e agravantes. Atenuantes são circunstâncias que sempre atenuam a pena, o artigo 65 do CP elenca as circunstâncias atenuantes (Ex: Artigo 65, I: Ser o agente menor de vinte e um, na data do fato, ou maior de setenta, na data da sentença.).
Agravantes são circunstâncias que agravam a pena, quando não constituem ou qualifiquem o crime. As circunstâncias agravantes são de aplicação obrigatória, e estão previstas nos artigos 61 e 62 do Código Penal. São de aplicação restritiva, não admitindo aplicação por analogia. O legislador não prevê o percentual a ser descontado ou aumentado na pena em função dos agravantes e dos atenuantes.
A terceira fase da dosimetria consiste nas causas especiais de diminuição ou aumento de pena, aplicadas sobre o resultado a que se chegou na segunda fase, estas ora vêm elencadas na parte especial, ora na parte geral.
Dosimetria da pena – art. 59 a 68 do CP
Salvar • 2 comentários • Imprimir • Reportar
Publicado por Ivan Luís Marques - 2 anos atrás
19
A sentença constitui a decisão jurisdicional que julga definitivamente o mérito. Nela será dosada a pena (individualizada).
Deve conter relatório, fundamentação, dispositivo e autenticação (local, data e julgador). No JECRIM não precisa de relatório.
Relatório: é o histórico do processo resumido, com os principais acontecimentos.
Fundamentação: é a motivação usada pelo juiz para decidir.
Sentença sem motivação é nula. (art. 93, IX, CF c/c art. 564, III, m, CPP).
Dispositivo: é aquilo que o juiz decidiu (condena ou absolve). DEVE estar relacionada com a fundamentação.
Parte autenticada: local do julgamento, data e nome do juiz com assinatura.
Juiz fundamentou e condenou. LOGO, deve aplicar uma pena. COMO fazer para aplicar a pena? R. Sistema trifásico de Nelson Hungria.
Sistema trifásico adotado pelo CP: 1.ª etapa: fixação da pena base. 2.ª etapa: agravantes e atenuantes. 3.ª etapa: causas de aumento e diminuição. Todas motivadas.
I - PRIMEIRA FASE: PENA-BASE - CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS
O juiz começa SEMPRE fixando a pena-base. O restante da pena será constuído sobre esse patamar encontrado aqui, na fase 1.?
Nesta etapa o juiz fixará a pena-base (inicial) DENTRO dos limite previstos no preceito secundário do tipo penal incriminador.
Se a previsão é de pena de 04 a 10 anos, p. Ex., a pena inicial deverá ser fixada entre 04 e 10 anos, não pode ser abaixo do mínimo previsto in abstrato, nem superior ao máximo previsto in abstrato.
CUIDADO, PELO AMOR DE SÃO JORGE: Em se tratando de crime qualificado, a pena-base deve partir do montante da pena previsto no tipo penal.
O crime qualificado é qualificado justamente porque tem uma pena só pra ele. Ex. Homicídio simples (6-20) homicídio qualificado (12-30). Pescaram essa?
São as seguintes circunstâncias judiciais a serem observadas quando da fixação da pena-base no Código Penal, a saber: 1. Culpabilidade; 2. Antecedentes; 3. Conduta social; 4. Personalidade do agente; 5. Motivos do crime; 6. Circunstâncias do crime; 7. Conseqüências do crime; 8. Comportamento da vítima.
As circunstâncias judiciais constituem um rol taxativo.
Não estando presentes as circunstâncias judiciais desfavoráveis ou não sendo possível apurá-las, a pena deve ser fixada no mínimo legal.
a) Culpabilidade: trata-se do grau de reprovabilidade e censura da conduta do réu. Na culpabilidade avalia a frieza e crueldade na execução do crime. Não se deve confundir esta culpabilidade com a pertencente ao substrato do crime (fato típico, ilícito e culpável);
b) Antecedentes do réu: refere-se à vida pregressa do agente, anterior ao crime. Inquérito policial arquivado, ou em andamento, ação penal em andamento, processo penal com absolvição, processo penal em andamento com decreto condenatório, passagem por atos infracionais, não geram maus antecedentes.
O que gera maus antecedentes são as condenações criminais transitadas em julgado incapazes de gerarem reincidência.
Caso ocorra um delito dentro do período de 05 anos da data do cumprimento da pena ou extinção desta, haverá reincidência, passados os 05 anos haverá maus antecedentes.
Os antecedentes devem ser comprovados por certidão cartorária judicial que tenha registrado a condenação transitada em julgado.
Súmula 241 STJ - A reincidência penal não pode ser considerada como circunstância agravante e, simultaneamente, como circunstância judicial.
Súmula 444 STJ - É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena-base.
c) Conduta Social: refere-se ao comportamento do réu em seu meio familiar, social, profissional. É a relação e convivência perante a sociedade.
d) Personalidade do agente: É o caráter do delinqüente, o retrato psíquico deste. Está mais afeto à psicologia do que às Ciências Jurídicas. Na análise da personalidade do agente o juiz caso agrave a pena com base nesta deve fundamentar de forma concreta, sob pena de restaurar o direito penal do autor.
e) Motivos do crime: É o porquê, o motivo pelo qual, a razão do agente ter praticado o delito. Em tese, todo crime possui um motivo. Os crimes gratuitos são aqueles em que não se conhece o motivo, embora possua motivação.?
f) Circunstâncias do crime: O modo de execução refere-se ao modus operandi, forma de execução do crime. Os meios empregados relacionam-se ao instrumento utilizado na execução do crime. As circunstâncias de tempo e lugar referem-se ao local do cometimento do crime (ermo, p. Ex.) e às condições temporais, como o crime cometido no silêncio da noite, v. G. Salientamos que não se deve valorar o que se configure simultaneamente como circunstância legal, causa de diminuição ou aumento de pena, ou qualificadora, sob pena de ocorrer bis in idem.
g) Consequências do crime: são as consequências do crime, efeitos deste para a vítima, familiares e a sociedade.
h) Comportamento da vítima: refere-se à atitude da vítima, se provocativa ou facilitadora da ocorrência do crime. VITIMOLOGIA.
O Código Penal não diz em quanto o juiz deve aumentarou diminuir a pena, em face das circunstâncias judiciais favoráveis e desfavoráveis, ficando a critério do juiz.
Todo aumento ou redução deve se dar de forma fundamentada, sob pena de nulidade.
Caso o juiz não fundamente, o Tribunal mandará voltar os autos anulando o cálculo da pena, e não a sentença.
A jurisprudência sugere 1/6, seja a circunstância judicial favorável ou desfavorável, já a melhor doutrina sugere 1/8, haja vista que temos para o Código Penal Comum 08 (oito) circunstâncias judiciais.
O ponto de partida do magistrado é o mínimo previsto para a pena in abstrato, e quando mais circunstâncias desfavoráveis houver, aproxima-se do máximo, caso contrário deve permanecer no mínimo.

Continue navegando