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Exemplo concreto de Dosimetria da Pena

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ANTE O EXPOSTO, julgo procedente a pretensão punitiva Estatal para condenar o acusado WANDERSON BATISTA ROCHA, já devidamente qualificado nos autos, nas penas do art. 180, do Código Penal. 
Não reconheço a atenuante da confissão, pois a negativa quanto ao dolo equivale a negativa do próprio crime. Atendendo ao disposto no artigo 5º, XLVI, da Constituição da República, e nos artigos 59 e 68, do Código Penal, passo à individualização e cálculo da pena, analisando cada uma das circunstâncias judiciais. 
a) Culpabilidade: para o efeito do montante da pena, é a medida, o grau de reprovabilidade, a intensidade do dolo da conduta do agente, a qual considero ser a normal para o tipo; 
b) Antecedentes: São os fatos e episódios próximos e remotos da vida pregressa do agente, e no caso vertente observa-se que o acusado não ostenta condenação por fato anterior, conforme documentos ora juntados; 
c) Conduta Social: E a interação do acusado com o meio em que vive (sociedade, ambiente de trabalho, família, vizinhos) e no presente caso, nada foi apurado; 
d) Personalidade do Agente: É a síntese das qualidades morais do agente, bem como o seu perfil psicológico, e no presente caso não há nada digno de nota; 
e) Motivos do crime: São os precedentes psicológicos propulsores da conduta e no caso em exame a motivação não afasta daquilo que se espera do tipo penal; 
f) Circunstâncias do crime: São todos os aspectos objetivos relevantes que se fazem presentes ao redor do fato e que influíram na sua prática, tais como clima, tempo, lugar e modo de execução. Na espécie, não há qualquer dado significativo que possa influenciar na fixação da pena; 
g) Conseqüências do crime: dizem respeito à extensão do dano produzido pelo delito e na caso vertente não houve maiores consequências a justificar exasperação da pena mínima; 
 h) Comportamento da vítima: É o exame do fato de acordo com a conduta da vítima. No presente caso, a vítima não contribuiu para o evento danoso, mas o E. TJDFT tem sólido entendimento que tal aspecto deve ser valorado com neutralidade. 
Assim, considerando-se que todas as circunstâncias judiciais são favoráveis ao réu, fixo a pena base em 01 (um) ano de reclusão, por entender ser a pena necessária e suficiente para reprovação e prevenção do crime. 
Na segunda fase, mesmo presente a atenuante da menoridade, deixo de reduzir a reprimenda por tê-la fixado no mínimo legal - Súmula 231, do STJ. 
Na terceira fase, não há causa de aumento ou diminuição de pena, razão pela qual, torno-a, definitivamente, em 01 (um) ano de reclusão, por não haver qualquer causa modificativa. Quanto à pena de multa, tendo em vista a a capacidade econômica do réu, que informou auferir mensalmente a importância aproximada de um salário mínimo, fixo a pena base em 10 dias multa. Na segunda etapa, mesmo presente a atenuante da menoridade, deixo de reduzir a reprimenda por tê-la fixado no mínimo legal. 
Na terceira etapa, não há causa de aumento ou diminuição de pena. totalizando 10 dias multas, calculado cada dia multa à base de 1/30 (um trigésimo) do salário mínimo vigente à época dos fatos, devidamente corrigido, a qual torno definitiva por não haver qualquer outra causa modificativa. De outro lado, com base no art. 33, § 2º, "c", do Código Penal, estabeleço o regime aberto para o início de cumprimento da reprimenda. Considerando-se que o crime não foi praticado com violência ou grave ameaça, a pena não ultrapassa 04 anos, alinhado ao fato de não ser o réu reincidente, com base no art. 44, do Código Penal, substituo a pena privativa de liberdade por duas restritivas de direitos. A primeira, consistente na prestação de serviços à comunidade em Instituição a ser indicada pela VEPERA, à razão de uma hora de serviço para cada dia de condenação, nos termos do art. 46, § 3º, do CP. A segunda, consubstanciada na limitação de final de semana, nos moldes do art. 48, do Estatuto Repressivo. Permito que o réu aguarde eventual recurso em liberdade, pois nesta situação permaneceu durante todo curso do processo e não houve qualquer mudança fática. Aliás, sequer está presente a condição de admissibilidade do art. 313, I, do CPP. Custas pelo réu. Transitada em julgada, lance-se o nome do acusado no rol dos culpados, expeça-se carta de sentença ao Juízo das Execuções Criminais e oficie-se ao Tribunal Regional Eleitoral para fins de suspensão dos direitos políticos do réu, conforme preceitua o art. 15, inciso III, da Constituição Federal.. Publicada em audiência. Intimados os presentes. Registrada eletronicamente." Após a prolação da Sentença, a Defesa interpôs recurso de apelação, enquanto que não houve recurso por parte do Ministério Público, operando desde já o trânsito em julgado para este órgão. Pelo MM. Juiz foi proferido a seguinte Decisão: "Recebo o recurso de apelação interposto, porque adequado e tempestivo. Encaminhem-se os autos ao Núcleo de Prática Jurídica para apresentar as razões, no prazo legal. Retornando os autos, dê-se vistas ao recorrido para oferecer as contrarrazões. Cumpridas as diligências, encaminhem-se os autos ao Eg. Tribunal de Justiça, com nossas homenagens."

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