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*Electronic address: franklin-nunes@live.com, mfalcao1994@gmail.com, mimenezes95@hotmail.com MEDIDA DE CORRENTE, DIFERENÇA DE POTENCIAL E RESISTÊNCIA Franklin Adorno*, Matheus Falcão*, Michelle Menezes* Bacharelado Interdisciplinar em Energia e Sustentabilidade, CETENS, UFRB (Dated: 17 de agosto de 2017) Este relatório tem como intuito objetivo demonstrar o funcionamento dos instrumentos de medidas de corrente elétricas, diferença de potencial elétrico e da resistência elétrica. Em um circuito com uma resistência de valor teórico igual a 13 kΩ (± 5%), utilizou-se um multímetro para realizar a medida da corrente. Variando a corrente encontrou-se 12.82 kΩ para a resistência experimental. Em um outro circuito, utilizou-se um amperímetro analógico obteve uma resistência interna experimental de 12,46 Ω com uma variação de ± 0,32 Ω. Esta diferença é ocasionada, principalmente, devido aos erros de leitura de cada instrumento e também por estes não se tratarem de instrumentos ideais, onde as resistências internas dos mesmos podem interferir no circuito, mesmo que a priori estas resistências possam ser desprezíveis. Por fim, é possível dizer que o objetivo do experimento foi alcançado. I. INTRODUÇÃO O Eletromagnetismo começou a ser estudado pela primeira vez na Grécia antiga. Foi descoberto por um filosofo grego chamado Tales de Mileto que ao friccionar um âmbar em um pedaço de pele de carneiro, e depois aproximado em pedaços de palhas e fragmentos de madeira começaram a ser atraídas pelo próprio âmbar. Hoje, sabe-se que a atração entre o âmbar e a palha é devido a força elétrica. O nome eletricidade surgiu do âmbar que em grego significa elétron. Inicialmente eletricidade e magnetismo se desenvolveram separadamente, porém em 1820 Hans Christian Oersted encontrou um vínculo entre os dois fenômenos. Foi observado que uma corrente elétrica passando por um condutor era capaz de causar a deflexão na agulha da bússola, surgindo assim a ciência do eletromagnetismo. Michael Faraday realizou vários estudos experimentais e a partir destes dados James Clerk Maxwell trabalhou e deu forma matemática ao eletromagnetismo, as leis de Maxwell. Atualmente a maioria dos aparelhos existentes possui funcionamento a partir do eletromagnetismo que é uma combinação de fenômenos elétricos e magnéticos, como computadores, lâmpadas, aparelhos de rádio etc. Portanto, tem-se como objetivo demonstrar o funcionamento dos instrumentos de medidas de corrente elétricas, diferença de potencial elétrico e da resistência elétrica. A. Fundamentação teórica A corrente elétrica é um fenômeno de escoamento (fluxo de cargas) que precisa ser mantido por uma diferença de potencial (V). Para calcular a intensidade da corrente elétrica (i) cuja a unidade no SI é Ampère (A), temos: (Eq. 01) A corrente depende da natureza do meio material e de suas propriedades físicas. Embora uma corrente elétrica seja um movimento de partículas carregadas, nem todas as partículas carregadas que se movem produzem uma corrente elétrica. Para que ela exista através de uma dada superfície, é preciso que haja um fluxo líquido de cargas, ou seja, a diferença de potencial entre dois pontos, em um meio condutor, tende a provocar o aparecimento de uma corrente elétrica. Através do trabalho realizado para deslocar uma carga elétrica nos dá, em Volt (no SI), a seguinte equação: (Eq. 02) A capacidade de um corpo qualquer se opor à passagem de corrente elétrica é a resistência elétrica que é regida pela Lei de Ohm, que em essência, é que o gráfico da corrente em função da diferença de potencial é linear, ou seja, a resistência R não depende de V. Para encontrar a resistência, temos: (Eq. 03) Para que seja possível mensurar a corrente tais grandezas físicas, é preciso utilizar alguns equipamentos como galvanômetro, amperímetro e voltímetro. O galvanômetro, resumidamente, é um instrumento que pode medir correntes elétricas de baixa intensidade ou a diferença de potencial elétrico e são utilizados na construção de outros medidores. Já o amperímetro é utilizado para mensurar a intensidade no fluxo da corrente elétrica que atravessa a sessão transversal de um condutor e nada mais é do que um galvanômetro adaptado e com uma escala conveniente, da mesma forma que o voltímetro, que realiza medições de tensão elétrica em um circuito e exibe estas medidas, geralmente, por meio de um ponteiro móvel ou tela LCD. Cada uma das grandezas mencionadas é medida por um tipo de aparelho diferente, ou seja, a configuração com o circuito se modifica. Além disso, os aparelhos de medida alteram a resistência total oferecida ao resto do circuito, consequentemente alterando as medidas. O amperímetro é o aparelho que mede a corrente que o atravessa. O circuito deve ser aberto e o amperímetro deve ser introduzido em série a tal ponto que sua corrente interna seja igual a corrente que atravessa o resistor. Ou seja, ao introduzir o amperímetro em serie com o resistor, a resistência interna do amperímetro necessita ser muito menor que a resistência do resistor, eliminando o aumento da resistência total e alterando a tensão e a corrente no resistor quando conectados em série. O voltímetro é o aparelho que mede a tensão ou diferença de potencial entre seus terminais. O circuito não deve ser aberto e necessita associar o voltímetro em paralelo com o circuito a tal ponto que a tensão no resistor e na tensão interna no voltímetro sejam iguais. Ou seja, ao introduzir o voltímetro em paralelo com o resistor, a resistência interna do voltímetro necessita ser muito maior que a resistência do resistor, diminuindo resistência total e alterando a tensão e a corrente no resistor quando conectados em paralelo. Um voltímetro ideal apresenta resistência interna infinita. Os multímetros são aparelhos que podem operar nas funções voltímetro, amperímetro, ohmímetro (medição de resistências elétricas). As funções e escalas podem ser escolhidas por meio de chaves seletoras presentes nos multímetros. Resistências em série, segundo Halliday, quando aplicada uma diferença de potencial em resistências ligadas em série, a corrente é a mesma que circula pelo circuito. Porém a tensão em cada resistor cai, ou seja, a soma das diferenças de potencial das resistências é igual a diferença de potencial aplicada no circuito. (Eq. 04) (Eq. 05) Assim, a resistência equivalente será: Com N como sendo o número de resistências em série. (Eq. 06) Segundo Halliday, quando aplicada uma diferença de potencial em resistências ligadas em paralelo, a corrente que circula pelo circuito varia. Porém em cada resistor, suas resistências são submetidas à uma mesma diferença de potencial. (Eq.07) (Eq. 08) Assim, a resistência equivalente será: (Eq. 09) Com N como sendo o número de resistências em paralelo. II. METODOLOGIA 1 protoboard; 1 fonte de corrente continua de 15 V; 1 potenciômetro; 3 cabos banana-jacaré vermelho; 3 cabos banana-jacaré preto; 1 cabo banana-banana vermelho; 1 cabo banana-banana preto; 1 resistor de 13 KΩ (R1); 1 resistor de 270 Ω (R2); 6 fios para conexões; 2 multímetros digitais; 1 amperímetro analógico. Na parte 1 foi medido o valor da resistência R1, 13 KΩ (±5%), com um multímetro e montou-se o circuito conforme a Figura 1. Posteriormente foi feita variação da corrente de 0,1 a 1 mA e anotado o valor da diferença de potencial correspondente. Figura 01 - Circuito 1 Na parte 2, com o multímetro digital foi realizado a medida da resistência interna do amperímetro analógico. Logo em seguida, montou-se o circuito da Figura 2, com o potenciômetro em paralelo com o amperímetro analógico. Variou a tensão na fonte até a corrente no circuito atingir valor maior que 1 mA e fixado este valor até o final do experimento. Foi ajustado o potenciômetro para que a corrente no amperímetro analógico atingisse 1 mA. Com o potenciômetro desligado, foi medido o valor da resistência equivalente do potenciômetro com R2. O procedimento foi repetido variando em 0,1 mA o valor da corrente no amperímetro analógico até o menor valor possível. Figura 02 - Circuito 2 III. RESULTADOS E DISCUSSÕES Primeiramente foi realizada a medida do valor teórico da resistência R1 que foi de 13.000 Ω com um erro associado δ (delta) igual a ± 5%. Feito isso, foi montado o Circuito 1 conforme. Figura 01, e os seguintes valores experimentais foram obtidos, conforme a Tabela 01: Tabela 01. Dados Experimentais V (V) I (mA) 1,06 0,1 2,29 0,2 3,56 0,3 4,90 0,4 6,17 0,5 7,47 0,6 8,82 0,7 10,02 0,8 11,25 0,9 12,55 1,0 Com os valores da Tabela 01, juntamente com os erros associados aos instrumentos de medidas de 0,05 mA para o amperímetro e 0,01 V para o Voltímetro, foi construído o gráfico da Figura 03 pelo programa SciDAVIs e por meio deste foi realizado o ajuste linear dos pontos experimentais do gráfico. Utilizando o método dos mínimos quadrados juntamente com a Eq. 03, foi encontrado o valor experimental da resistência R1 que foi de 12.820 Ω. Figura 03 – Gráfico do Circuito 1 Tal diferença pode ser notada por conta da por conta da aproximação feita no cálculo da resistência R1, onde somente R1 foi considerada na resistência equivalente do circuito, porém como os instrumentos de medidas não são ideais, logo suas resistências internas (do amperímetro e voltímetro) interferem na resistência equivalente do circuito, pois para que fossem ideais as resistências internas do amperímetro Ra deveriam ser iguais a 0 (zero) e do voltímetro Rv deveria ser igual a ∞ (infinito). Porem como a alteração causada na resistência equivalente do circuito é pequena, por conta da configuração do sistema, com o voltímetro em paralelo e o amperímetro em serie com a resistência R1, logo os valores de Ra e Rv podem ser desprezados e considerados que R1 corresponde a resistência equivalente do sistema. Fazendo a propagação de erros sobre o valor de R1 utilizando a Eq. 10 e utilizando os valores médios de corrente e potencial, iguais a 0,55 mA e 6,809 V respectivamente, encontrou-se o valor da propagação de erro associado a essa medida, com ΔR1 igual a 637 Ω. ΔR = |∂R/∂V|ΔV + |∂R/∂i|Δi (Eq. 10) Em seguida, com um multímetro digital, mediu-se o valor da resistência interna do amperímetro que foi igual a 14,2 Ω, com um erro associado ao instrumento de 0,01 Ω. Feito isso, montou-se um novo circuito conforme a Figura 01 com o intuito de poder calcular o valor real da resistência interna do amperímetro, onde variou-se a tensão na fonte até obter uma corrente I1 igual a 1,3 mA, deixando este valor fixo até o fim do experimento, e após isso utilizando um Potenciômetro, ajustou- se sobre o amperímetro uma corrente I2 igual a 1 mA, e variou-se essa corrente de 1 mA até o menor valor possível, que foi de 0,2 mA, desligando o sistema e realizando a medida da resistência equivalente entre o potenciômetro em paralelo com a resistência R2 de 290 Ω, a cada 0,1 mA de diferença. Com isso construiu-se a Tabela 02 juntamente com o gráfico da resistência equivalente Re em função de x, onde x é o valor da diferença entre as correntes I1 e I2 dividido pela corrente I2 (Eq. 11). (Eq. 11) Tabela 02. Dados Experimentais I1 (mA) I2 (mA) Re (Ώ) X 1,26 1,0 47,57 3,85 1,25 0,9 30,43 2,57 1,25 0,8 23,61 1,76 1,25 0,7 15,88 1,26 1,25 0,5 9,67 0,92 1,25 0,4 7,31 0,66 1,25 0,3 5,49 0,47 1,25 0,2 3,36 0,32 1,25 0,1 2,38 0,19 Com os dados da Tabela 02, plotou- se o gráfico da Figura 04 e novamente através do programa SciDAVIs foi realizado o ajuste linear dos pontos através do método dos mínimos quadrados, e encontrou-se o valor experimental para a resistência interna do amperímetro igual a 12,46 Ω com uma variação de ± 0,32 Ω. Esta variação entre o valor medido fora do circuito e utilizando os dados dentro do circuito, da resistência interna do amperímetro, pode ser justificada por alguns motivos, entre estes os principais a serem destacados são, novamente por conta dos aparelhos de medidas não serem ideais, juntamente com um erro associado ao operador, por conta do manuseio delicado necessário para a utilização do potenciômetro manual, onde pequenos deslizes no ajuste do mesmo poderiam ocasionar diferentes resultados nos dados experimentais coletados. Figura 04 – Gráfica das Resistências Equivalentes Por fim, foram realizadas algumas associações de resistores, a fim de medir o valor experimental verificado na mesma, para poder então comparar com os valores teóricos esperados de cada associação. Os valores correspondentes a resistência de cada resistor, pode ser visto na Tabela 03 a seguir. Tabela 03 – Resistores e resistências. Resistor Resistência (Ω) R1 118,7 R2 118,5 R3 117,0 R4 1472,0 R5 1466,0 R6 1492,0 Após medir-se estes valores, foram montados os seguintes circuitos, Circuito 1 com R1 e R2 conectados em série, Circuito 2 com R1 e R2 conectados em paralelo, Circuito 3 com R1, R2 e R3 conectados em paralelo e por último Circuito 4 que foi dividido em 3 partes, ligadas em serie entre si, na parte 1, R1, R2 e R3 foram conectados entre si em paralelo, na parte 2, R4 e R5 foram conectados entre si em paralelo e na parte 3, foi colocado apenas R6. Foi realizada a medida da resistência equivalente de cada circuito, que pode ser vista na Tabela 04 juntamente com os valores teóricos esperados para cada resistência equivalente dos circuitos. Tabela 04 - Diferença entre resistências Circuito R Teórico (Ω) R Experimental (Ω) 1 237,20 230,00 2 59,29 59,30 3 39,35 39,40 4 2265,84 2260,00 Com isso, pode-se verificar que os valores experimentais estão condizentes com o esperado em teoria, por tanto tal parte do experimento vem de forma tal a demonstrar na forma pratica os princípios utilizados na montagem de circuitos. Vale ressaltar que a diferença entre os valores teóricos e experimentais medidos estão dentro da faixa de tolerância dos resistores, que nesse caso em especifico, todos utilizados tinham uma tolerância de 5%. IV. CONCLUSÔES Portanto, pode-se concluir que o experimento atingiu os objetivos esperados, pois através do mesmo, notou- se que é de fundamental importância a compreensão das grandezas de corrente elétrica, tensão e resistência, visto que estas formam uma base para o entendimento da eletrodinâmica, onde vale destacar principalmente a utilidade destes conceitos na percepção do funcionamento dos aparelhosde medidas utilizados para mensurar essas grandezas. Outro ponto importante do experimento, foi a demonstração na pratica dos princípios teóricos utilizados nas associações de resistores. Além disto, não se pode deixar de comentar sobre as diferenças encontradas em algumas destas medidas realizadas. Isto é ocasionado, principalmente devido aos erros de leitura de cada instrumento e também por estes não se tratarem de instrumentos ideais, onde as resistências internas dos mesmos podem interferir no circuito, mesmo que a priori estas resistências possam ser desprezíveis. Outros possíveis causadores destes erros seriam as resistências dos fios envolvidos no circuito e o Efeito Joule, que ocorre com todos os aparelhos eletrônicos. É importante destacar que a forma que o circuito é montado, influencia diretamente nos resultados finais, visto que estes devem levar em conta também a resistência interna dos aparelhos utilizados, de forma a visar diminuir ao máximo a interferência da mesma no circuito. V. REFERÊNCIAS HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de Física 3. Livros Técnicos e Científicos, 2003, cap.26 NUSSENZVEIG, Moyses H (Org.). Curso de Física Básica 3. 4. ed. São Paulo: Edgar Blucher Ltda, 2002. BISQUOLO, Paulo A. Leis de Ohm: Resistência elétrica, resistividade e leis de Ohm: Uol Educação. Disponível em:<https://educacao.uol.com.br/disciplina s/fisica/leis-de-ohm-resistencia-eletrica- resistividade-e-leis-de-ohm.htm>. Acesso em: 09 ago. 2017.
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