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Introdução
A mediação, como já vimos, é um meio não adversarial, voluntário e pacífico de resolução de conflitos, em que um terceiro (o mediador, imparcial) atua como facilitador do diálogo entre as partes envolvidas. Ele as conduz a encontrarem, de maneira cooperativa, as soluções que melhor satisfaçam os seus interesses.
No entanto, esse procedimento exige uma base teórica, na qual fundamenta suas técnicas e princípios que devem ser respeitados para que essa prática ocorra de forma correta e ética.
Bons estudos!
Direito
A Mediação inspira-se no Direito quando objetiva auxiliar as pessoas a resolverem seus conflitos, orientadas pelo parâmetro da solução justa, respeitando as questões legais determinadas pela sua cultura. Isso fica mais claro quando, por exemplo, é solicitada a revisão legal de um acordo, antes da assinatura pelos mediandos, sempre que a matéria assim o exigir, cumprindo uma norma ética na Mediação. A mediação, dessa forma, poderia ser considerada como uma forma de ordem jurídica justa, porque leva a uma justiça mais:
Adequada: Aumenta o acesso à justiça porque, entre os outros métodos, possui uma forma mais apropriada de abordar e resolver aquele determinado conflito.
Tempestiva: Por ocorrer no tempo dos mediandos, uma vez que, de certa forma, estabelecem o período de duração da mediação, a partir de suas habilidades e capacidades de negociação, aumentam o acesso à justiça.
Efetiva: A solução é construída pelas próprias pessoas envolvidas no conflito, tendo como base a satisfação e o benefício mútuos, a partir do atendimento de suas necessidades, aumentando, assim, o acesso à justiça (ALMEIDA, 2014).
Direito
A Mediação inspira-se no Direito quando objetiva auxiliar as pessoas a resolverem seus conflitos, orientadas pelo parâmetro da solução justa, respeitando as questões legais determinadas pela sua cultura. Isso fica mais claro quando, por exemplo, é solicitada a revisão legal de um acordo, antes da assinatura pelos mediandos, sempre que a matéria assim o exigir, cumprindo uma norma ética na Mediação. A mediação, dessa forma, poderia ser considerada como uma forma de ordem jurídica justa, porque leva a uma justiça mais:
Adequada: Aumenta o acesso à justiça porque, entre os outros métodos, possui uma forma mais apropriada de abordar e resolver aquele determinado conflito.
Tempestiva: Por ocorrer no tempo dos mediandos, uma vez que, de certa forma, estabelecem o período de duração da mediação, a partir de suas habilidades e capacidades de negociação, aumentam o acesso à justiça.
Efetiva: A solução é construída pelas próprias pessoas envolvidas no conflito, tendo como base a satisfação e o benefício mútuos, a partir do atendimento de suas necessidades, aumentando, assim, o acesso à justiça (ALMEIDA, 2014).
Teoria dos sistemas
Há anos, as pessoas perceberam que há coisas comuns nas diferentes áreas do conhecimento. Existem problemas similares que podem ser resolvidos com soluções similares. Essas mesmas pessoas perceberam que algumas características e regras aconteciam em todas as áreas. Assim, surgiu a definição de Sistema, que é um conjunto de elementos inter-relacionados com um objetivo comum.
Todas as áreas do conhecimento possuem sistemas com características e leis independentemente da área onde se encontram. Os sistemas apresentam como características básicas: os elementos formadores do sistema, a relação entre eles e um objetivo comum.
Além disso, não podemos esquecer o meio ambiente, que é o que está fora do sistema, ou seja, não pode ser controlado por ele. No entanto, o sistema pode estabelecer uma relação de troca com o meio ambiente e, por isso falamos que um pode influenciar o outro.
A abordagem sistêmica é uma forma de resolver situações sob o ponto de vista da teoria geral dos sistemas. Muitas soluções surgem quando analisamos um sistema sendo formado por elementos que estabelecem relações entre eles, que apresentam um objetivo, inseridos em um meio ambiente.
Essa abordagem é uma ferramenta, um método que nos capacita a promover mudanças. Ela enfatiza a interação entre os componentes em vez de os componentes por si só, o propósito do sistema em vez de suas causas, as regras operacionais que capacitam o seu desenvolvimento, o objetivo a ser alcançado, o futuro, o envolvimento das pessoas.
O olhar sistêmico, segundo Vasconcellos (2002), contribui para que a mediação reconheça os componentes multifatoriais dos desacordos – legais, psicológicos, sociológicos, financeiros, entre outros, e trabalhe com eles conforme a sua prevalência, de forma a atender aos interesses e necessidades dos mediandos.
Também como resultado dessa abordagem, os mediadores entendem que o que é trazido à mediação faz parte de uma cadeia de acontecimentos passados e futuros e que sua intervenção provocará alterações na lógica de desenvolvimento dessa cadeia, com repercussões sobre um conjunto de pessoas.
Os mediadores comprometem-se com o curso e com o resultado da mediação, agindo na condução de sua dinâmica, avaliando, de forma continuada, a adequação de sua atuação, pois a consideram parte do sistema de resolução. Os mediadores sabem que sua intervenção poderá contribuir para a construção ou para a desconstrução de impasses futuros.
Estratégias da abordagem sistêmica
Algumas estratégias da abordagem sistêmica são importantes na mediação. Vamos vê-las a seguir:
- Dividir para atingir um fim – todo problema deve ser dividido em partes menores porque isso facilita a sua compreensão e o seu manejo;
- Identificar todas as partes do sistema – identificar tudo o que faz parte do sistema, porque algumas partes identificadas podem fazer a diferença;
- Atentar para detalhes que estão sendo demonstrados pelas pessoas;
- Olhar para o todo, para ter uma compreensão sobre como as partes se relacionam;
- Utilizar analogias, comparações, ou seja, usar soluções antigas adaptadas à nova realidade, na solução de problemas similares.
Teoria da cibernética
A Teoria Cibernética ou Teoria do Controle foi desenvolvida pelo matemático N. Wiener. E tem por objeto o estudo da autorregulação dos sistemas, uma vez que é necessária a manutenção da ordem no interior de cada um, ou entre sistemas, combatendo o caos. A cibernética é uma teoria de controle, baseada na comunicação entre os sistemas e o meio ambiente, bem como a comunicação dentro do próprio sistema. A Teoria da Cibernética foi dividida em dois períodos:
Reflexão
Unindo os dois paradigmas teóricos, cibernético e sistêmico, podemos chegar à conclusão de que, na mediação, são trabalhadas as relações e a comunicação no sistema, propondo a compreensão da função do conflito dentro do próprio sistema. E, para isso, precisamos também do auxílio das teorias da comunicação, como uma forma de identificar como as pessoas estão expressando os seus conflitos.
Teorias da comunicação
Teorias da comunicação contribuem com numerosas abordagens e dão suporte a algumas das técnicas utilizadas na Mediação.
A comunicação humana é uma das bases de sustentação da dinâmica da Mediação e precisa ser decifrada pelo mediador, a cada momento, de forma a servir de referencial para a identificação da intervenção a ser utilizada.
As contribuições são inúmeras. Algumas estão mais ligadas com o pragmatismo da comunicação humana (WATZLAWICK; BEAVIN; JACKSON, 1967), outras com as narrativas e a análise dos discursos e de sua subjetividade (MAINGUENEAU, 1997).
Os axiomas da comunicação foram desenvolvidos por Watzlawick e colaboradores (1967) e fornecem importante base conceitual para entendermos o processo de comunicação, sendo aplicados no procedimento de mediação.
A seguir, veremos o que, resumidamente, estes autores estabeleceram.
É impossível não comunicar, mesmo quando achamos que não estamos nos comunicando, existe uma mensagem.
Há mediandos que utilizam o silêncio como estratégia para agredir o outro. Outros podem usar o silêncio para criar uma atmosfera de mistério sobre o que estão pensando, para aguardar que os outros transmitaminformações importantes, que eles utilizarão de acordo com as suas conveniências.
O silêncio pode permitir a organização dos pensamentos e encorajar a outra pessoa a expandir suas ideias, reações ou sentimentos. Saber calar quando necessário também é muito importante na comunicação.
O silêncio pode, também, ser sentido como confortável ou perturbador, e ser utilizado para aproximar ou afastar as pessoas nas relações com as outras.
Toda comunicação possui uma forma e um conteúdo. A relação entre o conteúdo e a forma na comunicação é chamada de metacomunicação. Pode-se usar de gestos, olhares, expressões corporais e faciais para dar mais ênfase ao que queremos comunicar e ao modo como queremos ser interpretados.
A técnica de metacomunicação é utilizada, em geral, quando queremos expressar algum sentimento, mas de forma não invasiva a uma pessoa. É uma forma menos brusca de se transmitir uma mensagem, como uma preparação para que a pessoa receba a mensagem sem constrangimento ou espanto.
Usamos a metacomunicação quando fazemos uma pequena introdução àquilo que se quer comunicar, por exemplo, ao noticiar fatos ruins, ao dar alguma advertência etc.
Ao censurarmos alguém, podemos realizar uma metacomunicação verbal e não verbal, quando, por exemplo, dizemos “Estou brincando“ e piscamos o olho ao mesmo tempo. Essa comunicação precisa ser neutralizada pelo mediador, que deverá estar atento às situações.
A natureza de uma relação encontra-se na contingência da identificação das sequências de comunicação entre os envolvidos.
É fundamental identificar quem comunica, quem responde, como e quando, para obter informações a respeito do equilíbrio ou do desequilíbrio de poder nas relações, dos estados emocionais das pessoas e outras situações significativas na comunicação.
Os seres humanos comunicam-se de forma digital e analógica. Na mediação, na maior parte das vezes, a comunicação será analógica, ou seja, face a face.
Dessa forma, haverá possibilidade de observar os conteúdos analógicos da comunicação, como por exemplo: o sorriso, o brilho no olhar, o timbre de voz, a postura corporal, a disposição para ouvir etc. Esses conteúdos valorizam a comunicação e devem ser explorados pelo mediador.
Todas as trocas comunicacionais são simétricas ou complementares.
As simétricas são aquelas que possibilitam o diálogo entre as pessoas. Já as complementares, em geral, aparecem em situações de dependência, em que um manda e o outro obedece, um grita e o outro se cala, por exemplo. Este último tipo de troca deve ser convertido ou restabelecido em uma troca simétrica através do trabalho do mediador.
Em comum, tais contribuições trazem o entendimento de considerar a linguagem como um cenário em que se constroem os sujeitos, sua forma de expressão e de ação, nas suas relações com os outros.
Comunicação não violenta (CNV)
A Comunicação Não Violenta (CNV) é um processo conhecido por sua capacidade de inspirar ação solidária, ponto fundamental no procedimento da mediação. Foi desenvolvida por Marshall B. Rosenberg, doutor em Psicologia Clínica, mediador internacional e fundador do Centro Internacional de Comunicação Não Violenta.
É uma teoria prática, que se confunde com um processo educativo e questiona os perigos da linguagem. A partir do conceito de Ahimsa, tornado famoso por Mahatma Gandhi, ressalta o poder que é liberado quando a intenção de agredir o outro é totalmente superada.
Baseado na ideia de que todos os seres humanos têm a capacidade da compaixão e recorrem à violência quando não percebem outro recurso, ou quando não têm suas necessidades supridas, busca-se criar uma cultura de expressão que resolva os conflitos, em vez de criá-los.
Para isso, a CNV se baseia na escuta empática e na expressão autêntica em três âmbitos: nossa própria experiência interior, nossa relação com os outros e nossa conexão com os sistemas nos quais estamos inseridos.
Comunicação Não Violenta 
 
Ela foi utilizada, primeiramente, em projetos americanos do governo federal, a fim de integrar, de forma pacífica, escolas e instituições públicas durante os anos 60. A CNV parte da observação de que a crescente violência na qual vivemos e estamos inseridos é o resultado de uma lógica de ação e reação dissociada de seus verdadeiros valores. 
 
A CNV afirma que formas culturais predominantes de comunicação levam-nos a entrar em choque com as pessoas de opiniões e culturas diferentes. Em sua prática, a CNV propõe alternativas aos confrontos em que nos colocamos e ajuda a desconstruir a lógica destrutiva da raiva, da punição, da vergonha e da culpa. O seu fundamento é a cooperação e a harmonia, princípios e valores básicos universais. 
 
Dessa forma, as críticas pessoais, os rótulos, os julgamentos dos outros, os atos de violência física, verbal ou social, são entendidos como expressões de necessidades não atendidas. A abordagem da CNV possibilita mudanças estruturais na forma de viver e organizar as relações humanas, responsabilizando as pessoas pelos seus atos, diminuindo a chance de agressões e opressões. 
 
A Comunicação Não Violenta tem se mostrado eficaz na resolução de conflitos, tanto no âmbito interpessoal, quanto na prevenção de agressões, na reconciliação de comunidades e na criação de sistemas de parceria e convívio, que demonstram que a Cultura de Paz é possível.
Agora que você já conhece alguns saberes que mantêm uma relação de transversalidade com a mediação e suas bases teóricas, está na hora de estudarmos os princípios da mediação. Para tratarmos dos princípios específicos da mediação, faz-se necessário relembrar a importância do que vem a ser um princípio.
“Princípio é, por definição, mandamento nuclear de um sistema, verdadeiro alicerce dele, disposição fundamental que se irradia sobre diferentes normas compondo-lhes o espírito e servindo de critério para sua exata compreensão e inteligência, exatamente por definir a lógica e a racionalidade do sistema normativo, no que lhe confere a tônica e lhe dá sentido harmônico”(GRUNWALD, 2004).
O princípio “vem a ser a fonte, o ponto de partida que devemos seguir em todo o percurso; ao mesmo tempo em que é o início, também é o meio a ser percorrido e o fim a ser atingido” (VILAS-BÔAS, 2003, p. 21).
Agora que você já conhece alguns saberes que mantêm uma relação de transversalidade com a mediação e suas bases teóricas, está na hora de estudarmos os princípios da mediação. Para tratarmos dos princípios específicos da mediação, faz-se necessário relembrar a importância do que vem a ser um princípio.
“Princípio é, por definição, mandamento nuclear de um sistema, verdadeiro alicerce dele, disposição fundamental que se irradia sobre diferentes normas compondo-lhes o espírito e servindo de critério para sua exata compreensão e inteligência, exatamente por definir a lógica e a racionalidade do sistema normativo, no que lhe confere a tônica e lhe dá sentido harmônico”(GRUNWALD, 2004).
O princípio “vem a ser a fonte, o ponto de partida que devemos seguir em todo o percurso; ao mesmo tempo em que é o início, também é o meio a ser percorrido e o fim a ser atingido” (VILAS-BÔAS, 2003, p. 21).
Princípios da mediação
Vamos, então, estudar os princípios da mediação, tomando como base aqueles elencados na Lei 13.140 de 26 de junho de 2015, ou seja, a Lei da Mediação. Você pode vir a ter contato com vários outros princípios da mediação além desses. Como você já sabe, esse é um tema que não se esgota. Queremos ressaltar que aqueles princípios que não foram contemplados na nossa disciplina, não são considerados menos importantes, apenas utilizamos como critério de seleção a fundamentação legal da mediação.
LEI Nº 13.140, DE 26 DE JUNHO DE 2015.
CAPÍTULO I
DA MEDIAÇÃO
Seção I
Disposições Gerais 
Art. 2º A mediação será orientada pelos seguintes princípios: 
I - imparcialidade do mediador;
II - isonomia entre as partes;
III - oralidade;
IV - informalidade;
V - autonomia da vontade das partes;
VI - busca do consenso;
VII - confidencialidade;
VIII- boa-fé.
1º período
De acordo com Grandesso (2000), no primeiro período da cibernética, a preocupação consistia nos mecanismos e processos pelos quais os sistemas funcionavam com a finalidade de manter a sua organização. O objetivo do sistema era, então, corrigir os desvios para poder se manter estável e sobreviver. Esse processo é conhecido como retroalimentação, em que um sistema sobrevive mantendo a sua constância apesar das mudanças do meio.