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Direito Civil (6) Bens

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DIREITO CIVIL (6)
BENS
1 CONCEITO	
Consistem em toda utilidade física ou ideal que possa ser objeto de um direito subjetivo. Compreendem a expressão genérica que engloba tanto bens corpóreos – denominados também como coisas; e os incorpóreos – denominados por alguns de imateriais ou ideais.
2 BENS X COISAS
O CC/16 não diferenciava coisas de bens, já o atual CC/02 utiliza a expressão bem jurídico na Parte Geral e coisa na Parte Especial, pelo que se faz necessária a diferenciação entre os dois termos.
A doutrina não é pacífica sobre o tema. 
a) Corrente 1 - A coisa é o gênero e o bem a espécie: Coisa seria tudo aquilo que não é sujeito e dentro dela estariam os bens jurídicos. 
b) Corrente 2 – O bem é gênero e a coisa é a espécie: bem seria a cristalização de um valor jurídico. Por estar na Parte Geral do Código seria gênero. As coisas seriam tão somente os bens físicos, materiais, corpóreos. Estariam, assim, na Parte Especial do Código, no âmbito dos denominados Direitos Reais. 
c) Corrente 3 – Eclética ou mista: bens em sentido amplo e bens em sentido estrito. Bens em sentido amplo são os bens entendidos como todo e qualquer objeto de relação jurídica. Já os bens em sentido estrito seriam os bens corpóreos.
Em provas objetivas responder conforme a Corrente 2. Em provas subjetivas falar sobre as três.
3 DISTINÇÃO ENTRE PATRIMÔNIO OBJETIVO E PATRIMÔNIO SUBJETIVO
	
Os bens corpóreos e incorpóreos integram o patrimônio da pessoa. Compreende os ativos e passivos dos bens avaliáveis em dinheiro. 
	O patrimônio jurídico consiste no complexo de relações jurídicas de uma pessoa, que tenham valor econômico, e pode ser dividido em subjetivo e objetivo. 
	Teoria 1 (majoritária) – clássica ou subjetiva (francesa): identifica o patrimônio jurídico de modo unitário, indivisível, como uma universalidade de direito, como uma projeção econômica da personalidade.
	Teoria 2 (minoritária) – moderna, objetiva, realista ou da afetação (alemã): enxerga o patrimônio de modo objetivo, separando o patrimônio geral do especial, considerando apenas o ativo, não de modo unitário ou indivisível, mas de acordo com fins específicos de cada um dos bens (bens reservados, massa falida, herança, etc.)
Nos bens, a questão da patrimonialidade é deixada de lado, pois é possível haver bens não econômicos como a ética, a intimidade, etc.
 	
4 CLASSIFICAÇÃO DOS BENS
4.1 Imóveis 
Elencados entre os arts. 79 à 81 do CC. 
Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente.
Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais:
I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram;
II - o direito à sucessão aberta.
Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis:
I - as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local;
II - os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem.
Podem ser identificados como imóveis: por natureza; por acessão física, industrial ou artificial; por acessão intelectual e por equiparação legal.
4.1.2 Bens imóveis por natureza
Aqueles que não podem ser transportados de um lugar para o outro sem alteração da própria substância. 
Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente.
Nessa categoria insere-se o solo, com sua superfície, os seus acessórios e adjacências naturais, abrangendo as árvores e frutos pendentes, o espaço aéreo e o subsolo correspondentes. 
O caráter imobiliário do solo corresponde a tudo aquilo a si incorporado pela própria natureza e artificialmente, tendo efeitos também na extensão vertical (o espaço aéreo e o subsolo), que seja útil ao exercício da propriedade.
As árvores destinadas ao corte, utilizadas pela indústria madereira, consideram-se bens móveis por antecipação, assim como os frutos que serão colhidos para alienação.
4.1.3 Bens imóveis por acessão física, industrial ou artificial
	
Acessão significa incorporação, união física com aumento de volume da coisa principal. Logo os bens móveis incorporados intencionalmente ao solo adquirem a natureza imobiliária, como é o caso do forro de gesso empregado na construção.
	As acessões podem ser naturais ou artificiais:
Art. 1.248. A acessão pode dar-se:
I - por formação de ilhas; (natural)
II - por aluvião; (natural)
III - por avulsão; (natural)
IV - por abandono de álveo; (natural)
V - por plantações ou construções. (artificiais)
	São acessões físicas ou artificiais tudo aquilo que o ser humano incorporar permanentemente ao solo de forma que não se possa remover sem causar destruição ou dano, como também as construções ligeiras que se levantam do solo ou se ligam a edifícios permanentes, e que se destinam à remoção ou retirada, como as barracas de feira. 
	Os bens materiais que integram a estrutura do imóvel também são consideradas imóveis, como as telhas de uma casa, mesmo se retiradas, desde que reempregadas posteriormente.
4.1.4 Bem imóvel por acessão intelectual 
Corrente minoritária - bens móveis que por estarem ligados a uma coisa principal acabam recebendo o caráter de imóvel. Ex.: escadas de emergência
Corrente majoritária - Enunciado 11 da I Jornada de Direito Civil – não persiste no novo sistema legislativo a categoria dos bens imóveis por acessão intelectual, não obstante a expressão tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente, constante da parte final do art. 79 do CC. Atualmente vigora o entendimento de que a maior parte dos imóveis por acessão intelectual passa a se enquadrar nas hipóteses das pertenças.
4.1.5 Bem imóvel por equiparação legal
	
São bens imóveis por opção legislativa – por questões de segurança jurídica -sendo irrelevante o seu aspecto naturalístico.
Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais:
I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram;
II - o direito à sucessão aberta.
Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis:
I - as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local;
II - os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem.
Observação: Art. 1.793. O direito à sucessão aberta, bem como o quinhão de que disponha o co-herdeiro, pode ser objeto de cessão por escritura pública. 
Renúncia à herança constitui renúncia à bem imóvel, razão pela qual se exige a autorização do outro cônjuge (outorga uxória ou marital).
As ações possessórias não são reais, pois só podem ser exercitadas contra o autor da turbação ou do esbulho, não tendo eficácia erga omnes.
4.2 Móveis
São móveis os bens por sua própria natureza, por determinação legal, por antecipação e, ainda, os semoventes que, pela legislação cível, enquadram-se nessa categoria. 
4.2.1 Móveis por sua própria natureza
Os bens móveis por sua própria natureza são aqueles que podem ser transferidos sem a perda da substância ou da destinação. 
4.2.2 Semoventes
Os semoventes (bens que se movem por força orgânica própria) também se incluem na categoria de móveis, pois dotados de movimento próprio, não alteram a substância, como os animais.
4.2.3 Móveis por determinação legal
Os móveis por determinação legal: 
Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais:
I - as energias que tenham valor econômico;
II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes;
III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações.
Os direitos autorais são também móveis por imposição legal (Lei 9.610/98) assim como os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes da demolição de algum prédio. 
Os bens móveis por antecipação são os assim considerados pela jurisprudência como a venda de safra futura e o contrato de aquisição de madeira de uma floresta. 
5 BENS MÓVEIS X IMÓVEIS
	Os bens imóveis são adquiridos mediante escritura pública e Registro no Cartório de Registrode Imóveis enquanto que os bens móveis são adquiridos por tradição, em regra.
	A alienação dos imóveis exige a outorga uxória, salvo no regime de separação total de bens e no de participação final nos aquestos, se o pacto antenupcial liberar tal exigência, já a alienação dos bens móveis não exige a outorga uxória. 
	Usucapião dos bens imóveis se dá em prazo maior que os móveis.
	O direito real de garantia dos bens imóveis é a hipoteca (salvo aviões e navios) e o dos móveis é o penhor. 
	Os imóveis encontram-se sujeitos à Concessão da Superfície. Os móveis prestam-se ao contrato de mútuo.
6 CLASSIFICAÇÃO DOS BENS MÓVEIS
 
6.1 Fungíveis e infungíveis 
Fungíveis são os bens móveis que podem ser substituídos por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade, a exemplo as soja, café, dinheiro, etc. Sendo infungíveis aqueles de natureza insubstituível, a exemplo de uma obra de arte.
	O contrato de comodato se refere à bem infungível, que não se confunde com o contrato de mútuo, cujo objeto é coisa fungível.
	A vontade das partes pode tornar um bem fungível em infungível, como nos empréstimos para ornamentação.
6.2 Consumíveis e inconsumíveis 
São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação.
	A noção de consumo pode ser natural – quando o bem não suporte o uso sem sua imediata destruição, ou jurídica – quando, apesar de inconsumível, considera a norma consumível por estar destinado à venda.
6.3 Divisíveis e indivisíveis 
Divisíveis são os bens que podem ser repartidos em porções reais e distintas, sem alterar a sua essência, promover diminuição considerável de valor ou prejuízo na destinação, formando cada uma das porções um todo perfeito, a exemplo da saca de café. E são indivisíveis os bens que não admitem divisão cômoda sem desvalorização ou dano.
	São indivisíveis por determinação da legislação a herança até a partilha, a hipoteca, a servidão predial e o módulo rural que, por lei, não pode ser dividido em fração inferior a 125 m²;
	Por vontade das partes, a exemplo do condomínio.
	Em virtude da sua natureza, a exemplo dos animais.
	Pelo seu caráter econômico quando o bem é naturalmente fracionável, mas a diminuição significativa dessa fração não autoriza, juridicamente, considerá-lo divisível.
	Pelo critério da finalidade, a exemplo do módulo rural que perde essa finalidade jurídica se for fracionado. 
6.4 Singulares e coletivos
Singulares são os bens considerados em sua individualidade, representados por uma unidade autônoma e, por isso, distintos de quaisquer outras, mesmo que no meio de uma coletividade, a exemplo de um lápis, daí porque embora reunidos se considera, de per si, independentemente dos demais. 
	Os bens coletivos, considerados em seu conjunto, também são chamados de universalidades, ou seja, aqueles que em conjunto formam um todo homogêneo. Podem ser;
Universalidades de fato: uma pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham uma destinação unitária, como um rebanho, uma biblioteca ou um estabelecimento empresarial. Mas é possível que os bens formadores dessa universalidade possam ser objeto de relações jurídicas próprias.
Universalidade de direito: traduz um complexo de relações jurídicas dotadas de valor econômico, como um patrimônio, uma herança ou a massa falida.
Enunciado 288 do CJF: A pertinência subjetiva não constitui requisito imprescindível para a configuração das universalidades de fato e de direito. 
6.5 Bens reciprocamente considerados
Dividem-se em principais e acessórios.
6.5.1 Principal
	
Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente, de forma autônoma; 
6.5.2 Acessório
Acessório é o bem cuja existência supõe a do principal.
	Princípio da Gravitação Jurídica. O acessório segue a sorte do principal (accessorium sequitur principale). Exceções: acessão invertida (art. 1.255, parágrafo único, CC); quando o dono do terreno construído se torna proprietário do solo, no caso do direito real de superfície (art. 1.369) e no caso de pertença (arts. 93 e 94)
Art. 1.255. Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno alheio perde, em proveito do proprietário, as sementes, plantas e construções; se procedeu de boa-fé, terá direito a indenização.
Parágrafo único. Se a construção ou a plantação exceder consideravelmente o valor do terreno, aquele que, de boa-fé, plantou ou edificou, adquirirá a propriedade do solo, mediante pagamento da indenização fixada judicialmente, se não houver acordo.
Art. 1.369. O proprietário pode conceder a outrem o direito de construir ou de plantar em seu terreno, por tempo determinado, mediante escritura pública devidamente registrada no Cartório de Registro de Imóveis.
Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro.
Art. 94. Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das circunstâncias do caso.
	Os bens acessórios se dividem em:
6.5.2.1 Frutos (utilidades renováveis que a coisa principal periodicamente produz, cuja percepção não diminui a sua substância) – naturais quando gerados pelo bem principal sem necessidade da intervenção humana direta; industriais quando decorrentes da atividade industrial humana, como eletrodomésticos; civis ou rendimentos que são utilidades que a coisa periodicamente produz, mas não resultam da natureza, como alugueis. 
O possuidor de boa-fé tem direito subjetivo aos frutos percebidos, mas não terá direito àqueles pendentes ou aos colhidos por antecipação. Já o possuidor de má-fé não terá direito a nenhum fruto, mas apenas indenização pelas despesas de produção e custeio dos frutos pendentes.
Os frutos podem ainda ser colhidos ou percebidos quando já destacados da coisa principal; pendentes quando ainda se encontram ligados à coisa principal; percipiendos aqueles que deveriam ser colhidos, mas não foram; estantes quando os frutos já destacados se encontram estocados e armazenados para a venda; consumidos quando não mais existem.
6.5.2.2 Produtos – utilidades não-renováveis (esgotáveis), cuja percepção diminui a substância da coisa principal, a exemplo da extração de carvão, e que são produzidos sem periodicidade.
No CDC é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial. 
6.5.2.3 Pertenças – são bens que não constituindo partes integrantes, acoplam-se às coisas principais, se destinando de modo duradouro ao seu uso, aformoseamento ou serviço, como a máquina de colheita da fazenda.
Enunciado 353 CJF - Para a existência da pertença, o art. 93 do Código Civil não exige elemento subjetivo como requisito para o ato de destinação.
Não sendo necessário que elas tenham sido afetadas com a intenção de atender as finalidades econômico-sociais da outra coisa.
Princípio da Gravitação Jurídica não se aplica as pertenças.
6.5.2.4 Benfeitorias – consistem tudo aquilo que acrescentamos (acréscimos) a um bem móvel ou imóvel para melhorá-lo, para lhe dar nova utilidade ou aprazimento. 
As benfeitorias possuem o propósito de conservar (necessárias); melhorar (úteis), aumentar ou facilitar o uso do bem; ou embelezar (voluptuárias).
Art. 97. Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos sobrevindos ao bem sem a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor.
Portanto, não serão indenizados os melhoramentos que decorrerem da natureza.
As benfeitorias úteis e necessárias devem ser indenizadas pelo locador, podendo, em relação a essas, o locatário valer-se do direito de retenção do bem. (Lei do Inquilinato).
Súmula 335 STJ - Nos contratos de locação, é válida a cláusula de renúncia à indenização das benfeitorias e ao direito de retenção.
Para a doutrina, caso o contrato de locação seja um contrato de adesão a cláusula de renúncia antecipada à indenização pelas benfeitorias será inválida, pois:(1) o ordenamento jurídico veda o enriquecimento ilícito sem causa, bem como tal conduta não se coaduna com os princípios da eticidade e socialidade, além da boa-fé; (2) não se coaduna a exclusão da Súmula 335 do STJ com o teor do artigo 567 do CC, o qual permite ao locatário pretender a redução do aluguel em face da deterioração da coisa; (3) igualmente não é sistemática a previsão sumular com o artigo 22 da Lei do Inquilinato, o qual impõe ao proprietário do bem o dever de arcar com as despesas extraordinárias; (4) é possível invocar o art. 424 do CC “nos contratos de adesão são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio. 
Enunciado 433 CJF: A cláusula de renúncia antecipada ao direito de indenização e retenção por benfeitorias necessárias é nula em contrato de locação de imóvel urbano feito nos moldes do contrato de adesão.
 6.5.2.5 Partes integrantes: integram a coisa principal de maneira que a sua separação prejudicará a fruição do todo, ou seja, a utilização do bem jurídico principal.
6.5.2.6 Acessões: tratam-se da criação de um novo bem e não de um bem acessório. São indenizáveis quando realizadas de boa-fé e admitem por disposição analógica o direito de retenção (doutrina)
6.6 Bens públicos e particulares 
São públicos os bens do domínio nacional, pertencente às pessoas jurídicas de direito público interno sendo que todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem. 
Aplica-se o critério do titular do domínio. 
Quanto aos bens de uma empresa pública e os bens particulares afetados a um serviço público, a doutrina se divide:
Corrente 1 – Para Cretella Jr. e José dos Santos Carvalho Filho, seriam bens particulares já que o CC faz menção expressa às pessoas jurídicas de direito público.
Corrente 2 - Celso Antônio de Mello e Hely Lopes, o conceito de bens públicos deve abranger os pertencentes às pessoas jurídicas de direito privado quando essas o afetarem a determinado serviço público. 
O enunciado 97 do CJF preconiza que o melhor critério a ser adotado para considerar o caráter público ou privado de um bem nesses casos é o da afetação.
E o enunciado 287 complementa: o critério da classificação dos bens indicado no art. 98 do CC não exaure a enumeração dos bens públicos, podendo ainda ser classificado como tal o bem pertencente à pessoa jurídica de direito privado que esteja afetado à prestação de serviços públicos. 
O STF entendeu que: A Empresa Púbica [...] sujeitando-se aos princípios da Administração Pública, que são aplicáveis para as suas atividades fins, bem distanciado do Direito Privado. A rigor, a sua função administrativa consiste no dever do Estado, com regime jurídico-administrativo, com regras próprias e prevalecentemente [sic] de Direito Público.
6.7 De uso comum, especial e dominicais
Os bens de uso comum do povo são os rios, mares, estradas, ruas e praças. Podem ter o seu uso condicionado à tarifação
Os bens de uso especial são os edifícios, terrenos ou os móveis destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias.
Os dominicais são aqueles que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal ou real de cada uma dessas entidades.
Observações: os bens de uso comum e de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação; diferentemente dos dominicais, que observados os requisitos legais, podem ser alienados (arts. 100 e 101 CC)
Os bens públicos não estão submetidos à prescrição aquisitiva (usucapião).
Súmula 340 STF – Desde a vigência do CC, os bens dominicais, como os demais bens públicos, não podem ser adquiridos por usucapião. 
Observação para provas subjetivas: Há divergências sobre a possibilidade de se usucapir terras devolutas que são os imóveis originariamente de propriedade da Coroa Portuguesa e que foram transferidos ao particular pela concessão das sesmarias, mas, com a República, passaram à propriedade dos Estados mantidos com a União somente os de interesse nacional. 
Corrente 1 – Celso Antônio, Di Pietro, Diógenes Gasparini e José Santos Carvalho – não é possível usucapir terra devoluta que também é bem público dominical (majoritária).
Corrente 2 – Ives Gandra, Silvio Rodrigues e Marco Aurélio - é possível usucapir, pois terra devoluta não seria bem público, mas sim uma terceira categoria diversa dos bens públicos e dos bens particulares. Fundamento: existência de legislação específica disciplinando a mudança de terra devoluta para bem público, CC art. 99 e CF art. 188.
Observações:
(1) Os bens incorpóreos não podem ser objetos de ações possessórias, são defendidos por meio de tutelas inibitórias. São os bens corpóreos, tangíveis e suscetíveis de apropriação que podem ser defendidos por meio de tutelas possessórias.
(2) Domínio público em sentido amplo abrange tanto os bens pertencentes ao Estado (bens públicos – propriedade pública) como aqueles em relação aos quais sua utilização subordina-se às normas estabelecidas por este (bens particulares de interesse público) e ainda as coisas inapropriáveis individualmente, mas de fruição geral da coletividade (res nullius); assim, tal ideia abrange tanto o domínio patrimonial (sobre os bens públicos), como o domínio eminente (sobre todas as coisas de interesse público), entendido este como o poder político pelo qual o Estado submete à sua vontade todas as coisas de seu território, no ensinamento de Hely Lopes. Em nome do domínio eminente é que são estabelecidas as limitações administrativas, as servidões, etc.
(3) Art. 1.320. A todo tempo será lícito ao condômino exigir a divisão da coisa comum, respondendo o quinhão de cada um pela sua parte nas despesas da divisão.
§1º Podem os condôminos acordar que fique indivisa a coisa comum por prazo não maior de cinco anos, suscetível de prorrogação ulterior. 
(4) Bens imóveis são infungíveis.
(5) Bens coletivos são aqueles constituídos por várias coisas singulares, consideradas em conjunto e formando um todo individualizado, podendo decorrer de uma união fática ou jurídica.
(6) SÚMULA N. 449-STJ. A vaga de garagem que possui matrícula própria no registro de imóveis não constitui bem de família para efeito de penhora.
(7) O bem de família pode ser penhorado para execução de sentença penal condenatória. A impenhorabilidade do bem de família legal abrange as pertenças.

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