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FARMACOLOGIA DO SISTEMA COLINÉRGICO E COLINOLÍTICO Marina M. Antunes Prof. Roberto B. Bazotte UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ 2017 •As ações muscarínicas predominam no órgão efetor e as ações nicotínicas nos receptores ganglionares. NICOTINA MUSCARINA Receptores Colinérgicos Muscarínicos São ativados pela acetilcolina e muscarina e bloqueados pela Atropina Muscarina Acetilcolina Receptores muscarínicos M1 M2 M3 M4 M5 EXCITATÓRIOS “Neurais” SNC, periféricos e células parietais do estômago “Glandulares (secreções como saliva, suor)/músculo liso” ? SNC Receptores muscarínicos M1 M2 M3 M4 M5 INIBITÓRIOS “Cardíacos” Coração, terminações pré- sinápticas de neurônios centrais e periféricos ? SNC AGONISTAS COLINÉRGICOS MUSCARÍNICOS Ação Direta • Atuam no receptor colinérgico muscarínico como agonistas da acetilcolina Ação Indireta • Atuam na terminação nervosa colinérgica de maneira a aumentar a quantidade de acetilcolina disponível para atuar no receptor colinérgico muscarínico Agentes diretos Esteres de colina • ACETILCOLINA • Metacolina • Carbacol • Betanecol Alcalóides Naturais • Muscarina • Pilocarpina • Arecolina AGONISTAS MUSCARÍNICOS Efeitos dos Agentes Muscarínicos de ação direta Efeitos Cardiovasculares - Redução da frequência cardíaca - Diminuição do débito cardíaco (redução da força de contração do átrio) - Vasodilatação generalizada (mediada pelo NO) - Queda da pressão arterial Efeitos sobre a musculatura lisa - Contração do músculo liso do TGI - Contração da bexiga e dos brônquios Usos clínicos dos Agentes Muscarínicos Tratamento do glaucoma e xerostomia(boca seca) : Pilocarpina Esvaziamento da bexiga pós-operatório: Betanecol Estimulador da motilidade gastrointestinal: Betanecol Agentes indiretos ACETILCOLINESTERASE (AchE) Principal responsável pelo término de ação da ACh Degradação rápida hidrólise da ACh liberação de colina Anticolinesterásicos Anticolinesterásico •Duração da ação - ação curta - edrofônio - ação intermediária - neostigmina, fisiostigmina - irreversíveis – organofosforados • Potencializam a transmissão colinérgicas nas sinapses autônomas colinérgicas e na junção neuromuscular. • Efeitos no SNC - fisiostigmina e organofosforados (atravessam a BHE) Organofosforados Gases tóxicos e pesticidas Fosforilam o grupo hidroxila da serina da AChE Intoxicação fraqueza e comprometimento sensorial progressivo Enzima fosforilada inativa é muito estável recuperação da atividade enzimática depende da síntese de novas moléculas da enzima (semanas) Efeitos dos anticolinesterásicos •Efeitos autônomos - bradicardia - hipotensão - secreções excessivas - broncoconstrição - hipermotilidade gastrointestinal - redução da pressão intra ocular • Ação neuromuscular - fasciculação muscular - aumento na tensão da contração espasmódica - bloqueio de despolarização Reativação da AchE Pralidoxima: Reativa a enzima AChE através da eliminação do grupo fosfato que foi introduzido no seu sítio ativo pelos organofosforados Antídoto para o envenenamento por organofosforados Desvantagem: em poucas horas a enzima fosforilada sofre alteração química (envelhecimento) que a torna não suscetível à reativação administração o mais cedo possível para que funcione Aplicações clínicas Glaucoma Atonia músculo liso do intestino e bexiga Reversão da paralisia dos agentes bloqueadores neuromusculares competitivos neostigmina Miastenia gravis - Tratamento : Neostigmina e piridostigmina - Diagnóstico: edrofônio ANTAGONISTAS MUSCARÍNICOS Parassimpatolíticos Antagonistas muscarínicos Alcaloides naturais: ATROPINA (Atropa belladonna) (Datura stramonium) ESCOPOLAMINA (Hyoscyamus niger) Alcaloides semissintéticos: Homatropina Alcaloides sintéticos: Aminas terciárias e quaternárias Pirenzepina (M1) Ipratrópio, tiotrópio Principais efeitos da ATROPINA Inibição das secreções (lacrimais, salivares, brônquicas e sudoríparas), com aumento da temperatura corpórea Efeitos sobre a freqüência cardíaca - Taquicardia (bloqueia os receptores muscarínicos cardíacos) - Não há alteração na pressão arterial Efeitos oculares - Midríase - Paralisia da acomodação do olho (cicloplegia) - Pode ocorrer da pressão intraocular Principais efeitos dos ATROPINA Efeitos sobre o TGI - inibição da motilidade - inibe a secreção de ácido gástrico Efeito sobre a musculatura lisa - relaxamento da musculatura das vias brônquicas, urinárias e biliares. Efeito sobre o SNC - efeitos excitatórios - doses causa inquietação - doses causa agitação e desorientação Usos clínicos dos Antagonistas Muscarínicos Respiratório - Asma e DOPC – ipratrópio e tiotrópio por inalação - Pré-anestésico para ressecar secreções - atropina e hioscina injetáveis. Trato geniturinário - Bexiga hiperativa- oxibutinina Usos clínicos dos Antagonistas Muscarínicos Gastrointestinais - antiespasmódico- SII - suprimir a secreção de ácido gástrico - úlcera péptica - pirenzepina (seletiva M1) Oftálmico - Para dilatar a pupila: Gotas oftálmicas de tropicamida (ação curta) Gotas oftálmicas de ciclopentolato (ação prolongada) Usos clínicos dos Antagonistas Muscarínicos Cardiovascular - Tratamento da bradicardia sinusal (após o infarto do miocárdio) - Curto prazo ou procedimentos cirúrgicos - atropina Neurológico - Prevenção da cinetose (enjoo por movimento) - Parkinsonismo; efeitos extrapiramidais de agentes antipsicóticos AGENTES BLOQUEADORES NEUROMUSCULARES Receptor nicotínico Canais iônicos regulados por ligante Estruturas pentaméricas Medeiam a transmissão sináptica excitatória rápida Localização: Junção neuromuscular esquelética Gânglios autônomos Medula supra-renal SNC Receptor nicotínico Agentes bloqueadores neuromusculares Bloqueadores da JNM Nível pré-sináptico Nível pós-sináptico Síntese da Ach Liberação da Ach Agentes não despolarizantes Agentes despolarizantes Drogas Que Inibem a Síntese Da Ach Hemicolínio e Trietilcolina Bloqueiam o transporte da colina para a terminação nervosa. Vesamicol Bloqueia o transporte da Ach para o interior das vesículas. Drogas que inibem a liberação da Ach Agentes que inibem a entrada do Ca+2 Antibióticos: Aminoglicosídeos: Estreptomicina. Neomicina. Produzem paralisia muscular como efeito indesejado. Drogas Que Inibem a Liberação Da Ach • Toxina botulínica: inibe a exocitose. Para combater rugas faciais associadas à estimulação nervosa – Dose letal em camundongos: 10-12g. – Efeitos: • Paralisia motora e parassimpática: – Ressecamento da boca. – Turvação da visão. – Dificuldadede deglutição. – Paralisia respiratória. – Alta taxa de mortalidade. – Uso clínico: • Blefaroespasmo (contração involuntária da pálpebra) • Estética Agentes não-despolarizantes BLOQUEIO RECEPTORES ACH (ANTAGONISTAS COMPETITIVOS) Tubocuranina: Bloqueia os receptores pós-sinápticos da Ach. -bungarotoxina: Bloqueia os receptores pós-sinápticos da Ach. • Efeitos – paralisia motora: olhos face, membros e faringe respiração (consciência e percepção da dor permanecem normais) • O bloqueio não-despolarizante é reversível por agentes anticolinesterásicos • Uso – Anestesia relaxamento muscular (Iv) • Efeitos adversos – Hipotensão (tubocurarina) – Liberação de histamina Agentes não-despolarizantes •Pancurônio, atracúrio, vecurônio.- Diferem pelos tempos de ação Agentes despolarizantes AGENTES DESPOLARIZANTES AGONISTAS RECEPTORES ACH SUXAMETÔNIO (Succinilcolina) DECAMETÔNIO Observação: efeito intensificado com anticolinesterásicos O bloqueio despolarizante produz fasciculações iniciais e, com freqüência, dor muscular pós operatória Efeitos adversos •Bradicardia •disritmias cardíacas (liberação de K+ particularmente em queimados ou traumatizados) •elevação da pressão intra-ocular •hipertermia maligna (rara) Uso clínico dos bloqueadores neuromusculares • Adjuvante em anestesia geral: fazem com que não ocorra necessidade de anestesia mais profunda para obter relaxamento muscular; • Intubação endotraqueal, laringoscopia, bronquioscopia, esofagoscopia; •Controle de espasmos musculares e rigidez. DROGAS QUE AGEM NA NEUROTRANSMISSÃO GANGLIONAR Efeitos dos estimuladores ganglionares • Estimulação dos gânglios simpáticos e parassimpáticos (efeitos complexos) - Taquicardia e da pressão arterial - secreções brônquicas, salivares e sudoríparas Drogas que estimulam os gânglios autônomicos: gangliomiméticos • Nicotina (excitatório seguido de despolarização prolongada = efeito inibitório) • Lobelina (Tratamento do tabagismo) • Dimetilfenilpiperazínio (DMPP) Drogas que bloqueiam os gânglios autônomos (ganglioplégicos) Interferência na ação da Ach em receptores ganglionares Hexametônio Trimetafan Efeitos dos bloqueadores ganglionares •Bloqueio dos gânglios autônomos e entéricos: es efeitos são complexos -Hipotensão e perda dos reflexos cardiovasculares - Inibição das secreções - Paralisia gastrointestinal - Comprometimento da micção - Pouca utilidade clínica
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