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HISTÓRIA CULTURAL

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Universidade Federal de Mato Grosso 
Instituto de Geografia, História e Documentação 
Departamento de História 
Disciplina: Teoria e Metodologia da História II
Docente: Professor Dr. Pablo Diner 
Discente: Andréia Martins Diemer 
PESAVENTO, Sandra Jatahy. História e História Cultural. Belo Horizonte: Autêntica, 2003.
Análise do Capítulo 3.
As representações do mundo compostas/expressas, por normas, instituições, discursos, imagens e ritos, elaboradas a partir do real, irão dar um norte ao homem. Essas representações do real são “explicadoras”, são códigos. As representações são simbólicas, estando carregadas de sentidos ocultos necessitam uma interpretação. Essa interpretação deve ser feita pelos historiadores. Por tratar-se de códigos que expressam um outro tempo a interpretação torna-se uma tarefa complexa.
Sendo a representação construída no passado cabe ao historiador o seu resgate para, desta forma, tecer uma nova representação a cerca do já representado.
O imaginário é a representação da representação.
Bronislaw Bacsko atribui ao imaginário características de historicidade e abrangência (PESAVENTO, p.28).
O imaginário é a capacidade que o homem tem de criar e recriar o real.
O conceito do imaginário para Jacques Le Goff suplanta o de mentalidade que era carente em seu posicionamento.
Por muito tempo o imaginário foi tido como fantasia e por isso foi posto de lado. Com o surgimento da História Cultural o imaginário passou a ser ideia central para o exame da realidade. Se de um lado, o imaginário remete à vida, de outro remete ao sonho e é a junção destes dois lados que constrói o real.
Ao longo do tempo a maneira de pensar a história foi se alterando. Já foi apontada como experiência vivida; como ciência, que através de leis e métodos resgatava a verdade do acontecido; como narrativa que fazia uma descrição dos acontecimentos de maneira sequencial e cronológica, esta narrativa foi apontada por historiadores marxistas como retórica e não analítica. Provocando uma crise de paradigmas causando o retorno à narrativa histórica, onde o narrador-historiador deve selecionar os dados apoiando-se em provas, e relaciona-los entre si.
Na História Cultural o historiador deve ter a consciência que o acontecimento objeto de sua narrativa poderá vir a ter diferentes versões, tendo em mente que sua compreensão não constitui verdade absoluta podendo vir a ser contado de maneira diferente, o que não quer dizer que não tenha acontecido, apenas há uma mudança na forma de narrar.
A variação na forma de narrar pode colocar em dúvida a autenticidade dos fatos.
A História Cultural introduz um novo conceito na produção histórica, o da ficção, o que implica numa aproximação perigosa do limite entre a ciência histórica e a literatura.
A distância existente entre o tempo em que o fato ocorreu e o momento em que este é descrito leva a uma ideia de construção imaginária sobre o acontecido, uma construção ficcional dos fatos.
O historiador busca nas fontes elementos que respondam às perguntas a cerca de determinada época e procura construir uma narrativa historiográfica que leve o leitor, assim como na literatura, a “viajar”. Assim a narrativa histórica toma um ar ficcional tanto para quem escreve, quanto para quem lê. A expectativa do historiador é imprimir realidade em seu texto de forma que o leitor reconheça nele verdade.
Esses conceitos postulados até aqui sinalizam para um novo nível de observação da História, levando o historiador a explicar o mundo de uma nova forma a partir das sensibilidades.
As sensibilidades dizem respeito à percepção sensorial – sensações e emoções – de cada indivíduo, as maneiras como esses indivíduos e grupos se fazem perceber, levando-se em conta sentimentos, emoções, sensações e valores, compondo-se uma história de pessoas. Percebendo-se o real e o não real.
As sensibilidades fazem a “amarração” entre a representação, o imaginário, a narrativa e a ficção.
Ao Historiador da Cultura cabe recuperar os registros do passado dando ao outro singularidade.
A singularização do outro pelo historiador não é garantia de compreensão. O historiador escolhe um tema e formula uma pergunta (problematiza) a partir da qual desenvolve sua pesquisa, e expõe em seu texto as conclusões (respostas) a que chegou. Ao ler, o leitor dará sua própria interpretação chegando a sua própria conclusão que nem sempre é a mesma do historiador, por melhor que sejam as fontes utilizadas.
Ao final o que se percebe é que ao historiador ficam mais dúvidas do que certezas.

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