Buscar

Proteção da Fauna e Introdução de Espécies Exóticas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PLANO DE AULA
FAUNA
Profª Erika Bechara
Março/2014
A FAUNA NA CF/88
Art. 225, §1º, VII da CF/88: incumbe ao Poder Público “proteger a flora e a fauna, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção das espécies ou submetam os animais à crueldade” 
tratamento uniforme para toda a fauna (silvestre, aquática e doméstica. A diferenciação - fauna silvestre, fauna aquática e fauna doméstica - existe apenas nas leis ordinárias. Ex: Lei de Proteção à Fauna (Lei 5.197/67) e Código de Pesca (Decreto-lei 221/67) 
FUNÇÃO ECOLÓGICA DA FAUNA 
Missão que os animais têm a cumprir para garantir o equilíbrio do ecossistema, como, p.ex., polinização de plantas, manutenção da cadeia alimentar etc.
EXTINÇÃO DAS ESPÉCIES
Espécie: grupo de organismos que se cruzam na natureza e cujos descendentes são férteis
Efeitos da extinção das espécies: desequilíbrio ambiental, perda da biodiversidade, superpopulação e extinção de outras espécies da cadeia alimentar etc.
Causas da extinção das espécies: destruição do habitat, caça e comércio ilegal e introdução de espécies exóticas 
INTRODUÇÃO DE ESPÉCIE EXÓTICA
Fauna exótica invasora: “animais introduzidos a um ecossistema do qual não fazem parte originalmente, mas onde se adaptam e passam a exercer dominância, prejudicando processos naturais e espécies nativas, além de causar prejuízos de ordem econômica e social” (Instrução Normativa IBAMA 141/2006, que regulamenta o controle e o manejo ambiental da fauna sinantrópica nociva) 
Os perigos da introdução de uma espécie exótica (de outro ecossistema) ou alienígena (de outro país) no ecossistema: causa de desequilíbrio ecológico e, eventualmente, extinção das espécies nativas.
Considerada a segunda maior causa de perda de biodiversidade no mundo, atrás apenas do desmatamento (a primeira é a conversão dos habitats naturais das espécies para uso humano) 
Sílvia R. Ziller (Presidente Instituto Hórus de Desenvolvimento e Conservação Ambiental): Invasões biológicas ocorrem quando uma espécie exótica animal ou vegetal, introduzida em determinado ambiente, se adapta, se estabelece, passa a se propagar e a dominar espécies nativas, expulsando-as e gerando conseqüente perda de biodiversidade e alterações nos ciclos ecológicos naturais. Nem todas espécies exóticas introduzidas a outros ambientes se tornam invasoras. A problemática não está ligada ao número de espécies invasoras presentes numa área, mas sim em seu nível de agressividade e dominação das espécies nativas. Isto quer dizer que uma única espécie pode causar estragos em grandes áreas.” (http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=./noticias/index.php3&conteudo=./noticias/entrevista/ziller.html)
Espécies invasoras no Brasil: mexilhão dourado (Ásia), javali (Europa), Aedes aegypti (Egito), caramujo gigante (África), pombo (Europa)
Introdução de espécie exótica na legislação brasileira
Art. 4º da Lei 5.197/67 (Lei de Proteção à Fauna): “Nenhuma espécie poderá ser introduzida no país, sem parecer técnico oficial favorável e licença expedida na forma da lei”
Art. 31 da Lei 9.605/98: “Introduzir espécime animal no País, sem parecer técnico oficial favorável e licença expedida por autoridade competente – PENA: detenção de 3 meses a 1 ano e multa
Art. 25 do Decreto 6.514/08. Introduzir espécime animal no País, ou fora de sua área de distribuição natural, sem parecer técnico oficial favorável e licença expedida pela autoridade ambiental competente: 
Multa de R$ 2.000,00 (dois mil reais), com acréscimo por exemplar excedente de: 
I - R$ 200,00 (duzentos reais), por indivíduo de espécie não constante em listas oficiais de espécies em risco ou ameaçadas de extinção; 
II - R$ 5.000,00 (cinco mil reais), por indivíduo de espécie constante de listas oficiais de fauna brasileira ameaçada de extinção, constante ou não da CITES.  
§ 1o  Entende-se por introdução de espécime animal no País, além do ato de ingresso nas fronteiras nacionais, a guarda e manutenção continuada a qualquer tempo. 
§ 2o  Incorre nas mesmas penas quem reintroduz na natureza espécime da fauna silvestre sem parecer técnico oficial favorável e licença expedida pela autoridade ambiental competente.  
Art. 38 do Decreto 6.514/08. Importar ou exportar quaisquer espécies aquáticas, em qualquer estágio de desenvolvimento, bem como introduzir espécies nativas, exóticas ou não autóctones em águas jurisdicionais brasileiras, sem autorização ou licença do órgão competente, ou em desacordo com a obtida: 
 Multa de R$ 3.000,00 (três mil reais) a R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais), com acréscimo de R$ 20,00 (vinte reais) por quilo ou fração do produto da pescaria, ou por espécime quando se tratar de espécies aquáticas, oriundas de produto de pesca para ornamentação.  
 
§ 1o Incorre na mesma multa quem introduzir espécies nativas ou exóticas em águas jurisdicionais brasileiras, sem autorização do órgão competente, ou em desacordo com a obtida.  
  
§ 2o A multa de que trata o caput será aplicada em dobro se houver dano ou destruição de recife de coral. 
  
TRÁFICO DE ANIMAIS SILVESTRES
Tráfico de animais silvestres: movimenta de 15 a 20 bilhões de dólares por ano, sendo que o Brasil participa com cerca de 10% deste valor (no Brasil, 12 milhões de animais são extraídos anualmente da natureza)
Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e Flora Selvagens em Perigo de Extinção - CITES (Washington, 1973). 
Ratificada pelo Brasil pelo Decreto 54, de 24 de junho de 1975 e promulgada pelo Decreto 76.623, de novembro de 1975.
Decreto 3.607, de 21 de setembro de 2000: dispõe sobre a implementação da CITES
Objetivo: evitar e/ou controlar a o comércio internacional de espécies da flora e da fauna ameaçados de extinção 
TRÁFICO X COMÉRCIO LEGAL 
Caça profissional: caça destinada ao comércio. PROIBIDA.
Art. 2º da Lei 5.196/67: “É proibido o exercício da caça profissional.” 
Art. 29 da Lei 9.605/98. “Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida: 
Pena - detenção de seis meses a um ano, e multa. 
Art. 27 do Decreto 6.514/08. “Praticar caça profissional no País: 
	Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), com acréscimo de: 
	I - R$ 500,00 (quinhentos reais), por indivíduo; ou 
	II - R$ 10.000,00 (dez mil reais), por indivíduo de espécie constante de listas oficiais de fauna brasileira ameaçada de extinção, constante ou não da CITES. 
 
Comércio de espécies silvestres
A Lei 5.197/67 proíbe o “comércio de espécimes da fauna silvestre e de produtos e objetos que impliquem na sua caça, perseguição, destruição ou apanha” (art. 3º), mas excetua “os espécimes provenientes de criadouros devidamente legalizados” (§1º) 
Criação (em cativeiro) de capivaras, jacarés, tartarugas e outros animais silvestres para comercialização: Instrução Normativa 169/2008, que institui o SISFAUNA 
SISFAUNA: normatiza as categorias de uso e manejo da fauna silvestre em cativeiro em território brasileiro, visando atender às finalidades socioculturais, de pesquisa científica, de conservação, de exposição, de manutenção, de criação, de reprodução, de comercialização, de abate e de beneficiamento de produtos e subprodutos
Todavia, a IN 169/08 não será mais aplicada aos novos empreendimentos, visto que a Lei complementar 140/2011 alterou a competência para aprovação de criadouros:
“Art. 8o  São ações administrativas dos Estados: 
[...]
XVIII - controlar a apanha de espécimes da fauna silvestre, ovos e larvas destinadas à implantação de criadouros e à pesquisa científica, ressalvado o disposto no inciso XX do art. 7o; 
XIX - aprovar o funcionamento de criadouros da fauna silvestre”
3.3.3 LISTA DAS ESPÉCIES AMEAÇADAS
Instrução Normativa MMA 3/2003: Lista de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção (revogou aPortaria Ibama 1.522, de 19/12/89)
Instrução Normativa MMA 5/2004 (alterada pela IN MMA 52/2005): reconhece como espécies ameaçadas de extinção e espécies sobreexplotadas ou ameaçadas de sobreexplotação, os invertebrados aquáticos e peixes constantes dos Anexos da própria IN. 
CRUELDADE CONTRA OS ANIMAIS 
sujeito passivo da crueldade: a coletividade, ferida em seus sentimentos comuns de compaixão, de “afetividade” para com os seres irracionais, de repúdio à violência etc. 
conceito jurídico da crueldade: extraído a partir do critério da necessidade: crueldade, para a CF, é submeter os animais a um mal (maltrato) além dos limites do estritamente necessário 
Helita Barreira Custódio: pondera que a razão de ser da repressão à crueldade contra os animais ”é a dupla exigência de tutelar o sentimento comum de piedade para com os animais e promover a educação civil, evitando exemplos de crueldade que habituam a pessoa humana à dureza e à insensibilidade para a dor dos outros” (parecer jurídico elaborado a requerimento da UIPA - União Internacional Protetora dos Animais, fevereiro de 1997) 
A crueldade contra os animais na legislação brasileira
Decreto nº 24.645/34: dispõe sobre maus-tratos contra os animais 
Art. 64 da Lei das Contravenções Penais: “Tratar animal com crueldade ou submetê-lo a trabalho excessivo: 
Pena - prisão simples, de 10 dias a 1 mês, ou multa
§1º: Na mesma pena incorre aquele que, embora para fins didáticos ou científicos, realiza, em lugar público ou exposto ao público, experiência dolorosa ou cruel em animal vivo” 
	§2º: Aplica-se a pena com aumento de metade, se o animal é submetido a trabalho excessivo ou tratado com crueldade, em exibição ou espetáculo público”   
Art. 32, caput da Lei 9.605/98: “Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou EXÓTICOS” 
Pena: detenção, de 3 meses a 1 ano e multa
Art. 29 do Decreto 6.514/08:  Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos: 
Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais) por indivíduo.
Art. 30 do Decreto 6.514/08: Molestar de forma intencional qualquer espécie de cetáceo [p.ex.baleia, boto e golfinho], pinípede [p.ex., lobo e leão-marinho, foca e morsa] ou sirênio [p.ex., peixe-boi] em águas jurisdicionais brasileiras: 
Multa de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais).  
Lei estadual (SP) 11.977, de 25 de agosto de 2005: institui o Código Estadual de Proteção dos animais.
O PL foi vetado pelo Governador Geraldo Alckmin mas a Assembléia Legislativa derrubou o veto.
ADIN 3595 (STF) e ADIN 127.275-0 (TJSP)
Animais utilizados em experimentos científicos
Art. 32, §1º da Lei 9.605/98 (Lei dos Crimes Ambientais): diz que é crime sujeito a pena de 3 meses a 1 ano e multa realizar “experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos”
Lei 6.638/79 - dispõe sobre a vivissecção de animais (operação feita em animais vivos para estudos de fenômenos fisiológicos). REVOGADA PELA LEI 11.794/09
Lei 11.794/08: regula a criação e a utilização de animais em atividades de ensino e pesquisa científica, em todo o território nacional
Decreto 6.899/09: regulamenta a Lei 11.974/08 
Lei estadual/SP 15.316/2014: Uso de animais no teste de cosméticos
Artigo 1º - Fica proibida, no Estado de São Paulo, a utilização de animais para desenvolvimento, experimento e teste de produtos cosméticos e de higiene pessoal, perfumes e seus componentes.
Artigo 2º - Para os fins do disposto no artigo 1º, consideram-se produtos cosméticos, de higiene pessoal e perfumes as preparações constituídas por substâncias naturais ou sintéticas de uso externo nas diversas partes do corpo humano, tais como pele, sistema capilar, unhas, lábios, órgãos genitais externos, dentes e membranas mucosas da cavidade oral, com o objetivo exclusivo ou principal de limpá-lo, perfumá-lo, alterar sua aparência ou os odores corporais, protegê-lo ou mantê-lo em bom estado. 
Parágrafo único - São exemplos dos produtos de que trata o “caput”, entre outros:
1 - cremes, emulsões, loções, géis e óleos para a pele (mãos, rosto, pés etc.);
2 - máscaras de beleza (com exclusão dos produtos de descamação superficial da pele por via química);
3 - bases (líquidas, pastas e pós);
4 - pós para maquiagem, aplicação após o banho, higiene corporal etc.;
5 -sabonetes, sabonetes desodorizantes etc.;
6 - perfumes, águas de “toilette” e água de colônia;
7 - preparações para banhos e duches (sais, espumas, óleos, géis etc.);
8 - depilatórios;
9 - desodorizantes e antitranspirantes;
10 - produtos de tratamentos capilares;
11 - tintas capilares e desodorizantes;
12 - produtos para ondulação, desfrisagem e fixação;
13 - produtos de “mise”;
14 - produtos de lavagem (loções, pós, xampus);
15 - produtos de manutenção do cabelo (loções, cremes, óleos);
16 - produtos de penteados (loções, lacas, brilhantinas);
17 - produtos para a barba (sabões, espumas, loções etc.);
18 - produtos de maquiagem e limpeza da cara e dos olhos;
19 - produtos a serem aplicados nos lábios.
SANÇÕES para a instituição que desrespeitar a lei:
multa no valor de 50.000 (cinquenta mil) Unidades Fiscais do Estado de São Paulo (UFESPs)* por animal;
multa dobrada na reincidência;
c) suspensão temporária do alvará de funcionamento;
d) suspensão definitiva do alvará de funcionamento;
SANÇÕES para o profissional que desrespeitar a lei:
multa no valor de 2.000 (duas mil) UFESPs;
b) multa dobrada a cada reincidência.
*Ufesp 2014: R$20,14
Abate de animais para consumo
Segundo a Declaração Universal dos Direitos dos Animais, proclamada aos 27 de janeiro de 1978, em Assembléia da UNESCO (Bruxelas/Bélgica), “se a supressão de um animal é necessária, deve ser instantânea, sem dor nem angústia” (art. 3º, 2).
A mesma Declaração pontifica que “no caso de criação para alimentação, o animal deve ser nutrido, alojado, transportado e morto sem que disto resulte para ele ansiedade ou dor” (art. 9º).
Abate humanitário: É o conjunto de diretrizes técnicas e científicas que garantam o bem-estar dos animais desde a recepção até a operação de sangria (IN 3/2000, Ministério da Agricultura) 
 
Lei paulista 7.705/92 (alterada pela Lei 10.470/99): institui normas para o abate de animais para o consumo (abate humanitário)
"Artigo 1º - É obrigatório em todos os matadouros, matadouros - frigoríficos e abatedouros, estabelecidos no Estado de São Paulo, o emprego de métodos científicos e modernos de insensibilização aplicados antes da sangria por instrumento de percussão mecânica, por processamento químico ("gás CO2"), choque elétrico (eletronarcose), ou ainda, por outros métodos modernos que impeçam o abate cruel de qualquer tipo de animal destinado ao consumo, com exceção dos abates regidos por preceitos religiosos (jugulação cruenta), direcionados ao consumo pelas comunidades a que se destinam, mediante solicitação dos matadouros, matadouros - frigoríficos ou abatedouros aos órgãos oficiais, sem prejuízo da observância ao que dispõem os artigos 6º, 7º e 8º da presente lei.
§ 1º - É vedado o uso de marreta e da picada do bulbo (choupa), bem como ferir ou mutilar os animais antes da insensibilização, com exceção dos abates regidos por preceitos religiosos e direcionados ao consumo pelas comunidades a que se destinam, desde que as atividades de insensibilização e abate sejam previamente normatizadas quanto às formas e efetuadas por profissionais competentes para o exercício da função, devidamente credenciados pelas entidades oficiais e religiosas específicas.“ (redação dada pela Lei 10.470/99)
Art. 2º, §2º. “O choque elétrico, para mover animais no corredor de abate, terá a menor carga possível, usado com o máximo critério, e não será aplicado, em qualquer circunstância, sobre as partes sensíveis do animal, como mucosa,vulva, ânus, nariz e olhos” 
Art. 5º. “O corredor de abate será adequado à espécie do animal a que se destina, visando facilitar seu deslocamento, sem provocar ferimentos ou contusões” 
Art. 6º. “Os animais quando estiverem aguardando o abate, não poderão ser alvo de maus-tratos, provocações ou outras formas de falsa diversão pública, ou ainda, sujeitos a qualquer condição que provoque estresse ou sofrimento físico e psíquico” 
Criação de animais para consumo
  
Art. 5º da Declaração Universal dos Direitos dos Animais, promulgada pela Unesco em 1978 - Cada animal pertencente a uma espécie que vive habitualmente no ambiente do homem, tem o direito de viver e crescer segundo o ritmo e as condições de vida e de liberdade que são próprias de sua espécie. Toda modificação imposta pelo homem para fins mercantis é contrária a esse direito
  
Lei estadual (SP) 11.977/05:
Art. 2º- É vedado:
[...]
II - manter animais em local desprovido de asseio ou que lhes impeça a movimentação, o descanso ou os privem de ar e luminosidade;
Art. 18 - É vedado:
I - privar os animais da liberdade de movimentos, impedindo-lhes aqueles próprios da espécie;
II - submeter os animais a processos medicamentosos que levem à engorda ou crescimento artificiais;
III - impor aos animais condições reprodutivas artificiais que desrespeitem seus respectivos ciclos biológicos naturais. 
Dispositivos suspensos liminarmente, na ADIN 127.275-0, TJSP.
Rodeios
Lei 10.220/2001: considera o peão de rodeio atleta profissional 
Lei 10.519/2002: dispõe sobre a promoção e a fiscalização da defesa sanitária animal quando da realização de rodeio 
Lei estadual 10.359/1999: Dispõe sobre normas a serem observadas na promoção e fiscalização da defesa sanitária animal quando da realização de rodeios. 
Artigo 8º : “Ficam especialmente proibidas as seguintes práticas lesivas às condições de sanidade dos animais: 
I - privação de alimentos; 
II - uso, na condução e domínio dos animais, ou durante as montarias, dos seguintes equipamentos: 
a) qualquer tipo de aparelho que provoque choques elétricos; 
b) esporas com rosetas que contenham pontas, quinas ou ganchos perfurantes; 
c) sedém fora de especificações técnicas, que cause lesão física ao animal; 
d) barrigueira que igualmente não atenda às especificações técnicas ora recomendadas. 
Parágrafo único - Não haverá restrições à utilização de: 
1 - esporas segundo modelos não agressores, usados internacionalmente e aprovados por associações de rodeio de outros países; 
2 - sedém confeccionado em material que não fira o animal. No sedém a ser usado em montaria, o segmento que ficar em contato com a parte interior do corpo do animal deve ser de material macio (lã ou algodão), excluídos, em qualquer caso, acessórios que importem em lesões físicas; 
3 - barrigueira confeccionada em largura de, no mínimo 17,0 centímetros, que não cause desconforto ao animal em montarias de modalidade “sela americana”, “bareback” e “cutiano”. 
Art. 22 da Lei estadual/SP 11.977/05: “São vedadas provas de rodeio e espetáculos similares que envolvam o uso de instrumentos que visem induzir o animal à realização de atividade ou comportamento que não se produziria naturalmente sem o emprego de artifícios.”
Dispositivo suspenso liminarmente, na ADIN 127.275-0, TJSP.
Art. 1º da Lei municipal (São Paulo) nº 11.359/93: “Fica proibido, no âmbito deste Município, a realização de rodeios, touradas ou eventos similares que envolvam maus-tratos e crueldade de animais
§único: Excetua-se do disposto neste artigo, a exposição de animais, provas hípicas, utilização de animais em procissões religiosas e desfiles cívicos e militares’ 
(Sanção: multa no valor de 200 Unidades Fiscais do Município (UFMs) 
Decisões judiciais
 “AÇÃO CIVIL PÚBLICA – Obrigação de não fazer – Abstenção do uso de sedém confeccionado com qualquer material, nos espetáculos de rodeio – Admissibilidade – recurso parcialmente provido. 
[...]
... os documentos juntados pelo Ministério Público demonstram que a utilização do instrumento sedém visa produzir estímulos dolorosos nos animais, em que pese a conclusão do laudo elaborado pelo conceituado profissional da Unesp (Agravo de Instrumento 61.811-5/6, julgto. em 25.6.98) 
Como salientado nas razões recursais, ‘pouco importa a natureza do material utilizado na confecção do sedém. É certo e está demonstrado que a função deste instrumento é pressionar a virilha, o saco escrotal, o pênis e o abdômen do animal, provocando a dor e o sofrimento, que por sua vez levam o animal a pular, a corcovear’ (Ap.Cível 122.093-5/1, TJSP, Rel. Des. Clímaco de Godoy, j. 19.10.00) 
“AÇÃO CIVIL PÚBLICA AMBIENTAL - RODEIO - Obrigação de não fazer – Sentença que julgou improcedente o pedido sob o argumento de o mesmo ser genérico e amplo - Inadmissibilidade - O pedido deve ser parcialmente provido como medida de prevenção e proteção ao bem estar dos animais, conforme os pareceres do Ministério Público em 2a grau - Contundência dos laudos e estudos produzidos a comprovar que a atividade do rodeio submete os animais a atos de abuso e maus tratos, impinge-lhes intenso martírio físico e mental, constitui-se em verdadeira exploração econômica da dor - Incidência do art. 225, § Io, VII, da Constituição Federal, do art. 193, X, da Constituição Estadual, além do art. 32 da Lei n° 9.605/98, que vedam expressamente a crueldade contra os animais - Inadmissível a invocação dos princípios da valorização do trabalho humano e da livre iniciativa, pois a Constituição Federal, embora tenha fundado a ordem econômica brasileira nesses valores, impôs aos agentes econômicos a observância de várias diretivas, dentre as quais a defesa do meio ambiente, e a conseqüente proteção dos animais, não são menos importantes - Condenação do apelado MARCELO CHADDAD MAGOGA (DOCTOR'S RANCH) na obrigação de não fazer para que se abstenha de realizar provas de rodeio em festivais/eventos (bulldogging, team roping, calf roping e quaisquer outras de laço e derrubada), e ainda para que se abstenha de realizá-las em treinos e aulas na Fazenda Nascimento, sob pena de aplicação de multa diária - Apelo parcialmente provido.” (APELAÇÃO CÍVEL N° 0013772-21.2007.8.26.0152, Rel. Des. José Renato Nalini, j. 31/03.2011) 
Farra do boi
Relativismo cultural X Universalismo dos direitos humanos
O Supremo Tribunal Federal decidiu, em pronunciamento definitivo, que a “Farra do Boi” é uma prática INCONSTITUCIONAL, por submeter os animais à crueldade e, via de consequência, infringir o disposto no art. 225, §1º, inc. VII, in fine da Lei Maior. (RE 153.531-8/SC - j. 03.06.97). Voto vencido: arrimado nos arts. 215 e 216 da Constituição Federal, sustentou que a “Farra do Boi” era uma manifestação cultural.
      
	Apesar disso:
	“Armados com paus e pedras, grupos de até cem pessoas costumam se reunir às escondidas em praias catarinenses nesta época do ano para provocar bois e, em seguida, fugir das chifradas. 
	A farra do boi, considerada crime pela legislação e "uma tradição" pelos farristas, ocorre no litoral durante a Semana Santa e quase sempre termina mal para o bicho. 
	Nos últimos cinco anos, ao menos 72 bois e vacas precisaram ser sacrificados devido à gravidade dos ferimentos ou por serem apreendidos sem atestados sanitários. 
	Na madrugada de ontem, 11 pessoas foram detidas por essa prática em Florianópolis. Todas foram liberadas. 
	[...]
	A repressão resultou em queda de ocorrências, mas as farras resistem. Entre 2007 e 2012, a PM foi acionada 1.583 vezes para intervir em episódios ligados à farra do boi. Em 2012, houve confrontos em 12 dos 182 registros policiais.“ (Folha de S. Paulo, 27.03.13)
Circos
Os animais vivem fora de seu habitat, em acomodações inadequadas e realizando atividades que não são inerentes a sua espécie
Art. 10 da Declaração Universal dos Direitos dos Animais, promulgada pela Unesco em 1978: "Nenhum animal deve ser explorado para divertimento do homem. As exibições e espetáculosque utilizem animais são incompatíveis com a dignidade do animal".
Lei estadual/SP 11.977/05 (art. 21): veda a apresentação ou utilização de animais em espetáculos circenses. 
 
	“AÇÃO CIVIL PÚBLICA - Meio ambiente - Utilização de animais em espetáculos circenses - Obrigação de não-fazer – Proibição da utilização e exibição de animais nos espetáculos circenses – Constitucionalidade do artigo 21 da Lei Estadual n° 11.977/2005 - Recurso desprovido. (Ap Civ n° 704.103 5/1 - TJSP, Câmara Especial do Meio Ambiente, Rel. Des. Samuel Júnior, j. 31.01.2008, v.u)
	[...]
	A proibição de utilização de animais em espetáculos circenses mostra-se revestida de constitucionalidade, na medida em que não contraria legislação federal.
	Não há que se falar em inconstitucionalidade do artigo 21 da Lei n° 11.977/05.
	[...]
	Ademais, a alegação que os animais são bem tratados não merece prosperar. É incontroverso que os animais submetidos à vida circense sofrem abusos cotidianos, sendo subjugados pelos interesses e conveniências econômicas daqueles que exploram tal atividade. A sujeição de animais a comportamentos anômalos a sua espécie configura abuso.”
Lei municipal/SP 14.014/05: proíbe, no âmbito do Município de São Paulo, a utilização de animais de qualquer espécie em apresentação de circos e congêneres. O descumprimento ao disposto nesta lei implicará em multa no valor de R$ 1.500,00 (hum mil e quinhentos reais), dobrada na reincidência, com a posterior cassação da licença de funcionamento, sem prejuízo de outras penalidades previstas em lei. 
Decreto municipal/SP 46.987/06, alterado pelo Decreto 47.803/06 (regulamenta a Lei 14.014/05): condiciona o licenciamento para circos e congêneres que possuam animais à assinatura de Termo de Compromisso e Responsabilidade de Não-Exibição de Animais 
 “Ação civil pública. Proibição de utilização de animais em apresentações circenses. Lei municipal. Liminar concedida. Competência do Município para legislar sobre a matéria. Agravo de instrumento não provido. (AI n° 464.134.5/4, Associação de Proteção Ambiental e Animal Eugência Schaffman x Stankowich Produções Artísticas Ltda, TJSP, Rel. Aguilar Cortez, j. 30/03/2006, vu)
	[...]
	A Lei Municipal n. 14.014 de 30.06.05, nesse contexto, não invade competências de outras esferas de Poder e se mostra, em principio, constitucional, na medida em que não contraria a legislação federal ou a estadual. É que o legislador municipal, ao proibir a prática, partiu necessariamente do pressuposto de que as apresentações de animais circenses se fazem mediante técnicas de castigo e prêmio, ou seja, submetendo-os a tratamento cruel, que inclui seu confinamento em espaços exíguos de jaulas, também a configurar maus tratos. Por isto, não se vê, nesta fase como possa estar a Municipalidade impedida de legislar proibindo a utilização de animais de qualquer espécie em apresentação de circos e congêneres, no exercício de seu poder de polícia.
	Assim, e considerado o princípio da precaução, não se pode afastar de imediato a exigência legal municipal.”

Outros materiais