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******************************************************************************************* PARTE GERAL PARTE ESPECIAL - - - - - - - - - - - - - - LIVRO I – DAS PESSOAS LIVRO II – DOS BENS LIVRO III – DOS FATOS JURÍDICOS - - - - - - - - - - - - - - TÍTULO I – DO NEGÓCIO JURÍDICO TÍTULO II – DOS ATOS JURÍDICOS LÍCITOS TÍTULO III – DOS ATOS ILÍCITOS TÍTULO IV – DA PRESCRIÇÃO E DA DECADÊNCIA TÍTULO V – DA PROVA - - - - - - - - - - - - - - (Arts. 186 a 188) ******************************************************************************************* 1. CONCEITO Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. Ato ilícito é toda a infração ao dever legal de não causar lesão a outrem. Também são infrações causadas por abuso de direito. Para que haja ato ilícito necessariamente deve possuir elemento subjetivo (ação ou omissão dolosa ou culposa), que viole o direito e cause dano. No entanto, mesmo que haja violação do direito (culposa ou dolosamente) nenhuma indenização será devida se não causar dano. Ex: motorista que dirige em alta velocidade, mas não atropela ou colide com outro veículo. 2. ELEMENTOS DO ATO ILÍCITO - conduta: ação ou omissão A conduta é toda ação ou omissão, consciente e voluntária. Só pratica ato ilícito o agente que tenha capacidade de discernimento. Os absolutamente incapazes (art. 3°, CC) gozam de “ausência de necessário discernimento”. Os relativamente incapazes (art. 4°, CC) gozam de “discernimento reduzido”. Os pais, tutores e curadores respondem pelos atos dos relativamente e absolutamente incapazes (art. 932). ***Os emancipados respondem civilmente?. A emancipação é o instituto do direito civil que confere ao menor (maiores de 16 e menores de 18) a capacidade de exercer por si só atos da vida civil. - culpa: dolo e culpa (imprudência, negligência ou imperícia) - nexo causal - dano: patrimonial ou moral. 3. RESPONSABILIDADE CONTRATUAL E EXTRACONTRATUAL Pode ser de duas espécies. - contratual: a violação do direito e o dano são causados na manifestação de vontades (credor e devedor). Apenas surge do dever contratual. Surge apenas entre as pessoas envolvidas no contrato. - extracontratual: a violação do direito e o dano são causados na conduta. Surge na infração do dever legal imposta pela lei. Todas as pessoas podem ser envolvidas. 4. EXCLUDENTES DE ILICITUDE Art. 188. Não constituem atos ilícitos: I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido; a) Legítima defesa Constitui legitima defesa ato que visa repelir injusta agressão, usando meios moderadamente meios necessários. Atingindo-se terceiros, o agente em legítima defesa responde pelos danos causados, mas pode entrar com ação regressiva contra o agressor. Legitima defesa putativa não exime o agente da responsabilidade civil. Se exceder os meios necessários, responderá por eles. b) Exercício regular de um direito Exercício regular de um direito emana tanto da autorização da lei como pela observância dos bons costumes. Pode se incluir no exercício regular de um direito o estrito cumprimento do dever legal. O exercício regular de um direito é a manifestação dentro dos limites impostos pelo seu fim. Será considerado abuso de um direito, independente de dolo ou culpa, quando se desviar do seu fim social. II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente. Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo. c) Estado de necessidade Estado de necessidade visa salvar alguém de perigo atual ou iminente (no CP só considera-se perigo atual) o qual ocorra um dano. Contudo, no âmbito civil, embora o ato não seja ilícito, não exime a pessoa de reparar o dano. Se um motorista, por exemplo, atira o seu veículo contra um muro, derrubando-o, para não atropelar uma criança que, inesperadamente, surgiu-lhe à frente, o seu ato, embora lícito e mesmo nobilíssimo, não o exonera de pagar a reparação do muro, conforme art. 929, CC. Desse modo, o dono do muro poderá ajuizar ação contra o motorista, e este uma ação regressiva contra o tutor da criança, conforme art. 930, CC.
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