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OCASO DO ALVORECER

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OCASO DO ALVORECER 
 
 
 
 
CAPA: 
Ateu Poeta 
 
CORREÇÃO: 
Rosimar Brito, autora do livro "Ditames Do 
Coração". Historiadora e Escritora. Formada em 
Estudos Sociais e pós-graduada em 
Administração Escolar. 
& 
Adriana Arruda, mestra em Administração 
Empresarial 
DEDICATÓRIA: 
 
Em memória de Cristiano e Tati Oliveira que 
deixaram um infinito vazio em meu coração. 
 
A ele dedico a poesia A morte Do Capoeira; a ela 
dedico Ocaso do Alvorecer e Escuridão Profunda 
dentre outras que fiz mas que guardarei para 
próximos livros. 
 
Ambos morreram muito jovens e é isso a que o título 
do livro se refere; um ocaso forçado quando deveria 
ser ainda alvorecer em suas vidas. 
 
Ateu Poeta 
30/04/2014 
 
1 
A MORTE DO CAPOEIRA 
A capoeira, hoje, ficou menor 
Um vazio se estende durante o dia 
A juventude abreviada 
O capoeirista não acorda 
Seu talento se perdeu para sempre 
Agora, a lembrança embala 
A canção, o berimbau, o pandeiro e o atabaque 
É tão estranho, mas todos, um dia, morrerão 
Só não precisava ser assim, cedo demais 
Deixando para trás todo o potencial 
Os ideais e os amigos sem resposta 
A capoeira foi vencida pela tristeza 
O capoeira nunca mais jogará 
 
ATEU POETA 
7h e 37 min 
 
2 
OCASO DO ALVORECER 
 
A vida é a mesma mortalha que nos fez nascer 
Como é triste o alvorecer virando ocaso 
Acasos fatais nos levarão novamente ao caos do 
universo 
Viraremos simples versos de um poeta sentimental 
 
Um dia haverá luz 
No outro a escuridão total 
Não seremos mais que memórias 
Na História renasceremos 
 
Em tudo que antes fomos nos transformaremos 
A morte é apenas um regresso à matéria original 
Apesar de não ser o bastante para o coração calar 
Um retrato na estante melhor falará 
 
Ou trará paz sem a presença de antes 
O infinito se faz a cada instante 
 
ATEU POETA 
1:1 
19/04/2012 
 
3 
OS ANJOS TOCAM VIOLINO 
 
Um Fá sustenido em teus lábios 
Hum! Quero beijá-los com amor febril 
Dó com sétima em teu seio 
Pestana em Si e o receio de não saber 
As menores angústias 
Que dominam a ti 
Das maiores dores que senti 
Tua falta é aquela real 
És meu Sol matinal 
O Mi em mim no raiar de meus dias 
Oh! Sinfonia, tenha dó deste escritor! 
Ré nos tribunais do amor 
Vou prender-te Lá no Céu 
De meu âmago em sonhos 
Andante passan de catavina 
Prima donna, roubaste meu coração 
Pagarás com uma canção de limiar arpejante 
Tarantella, meu sopramo belo! 
Si non é vero, é bene trovato 
No Firmamento há uma orquestra para ti 
Os anjos tocam violino 
Enquanto eu finjo ser o maestro 
Empunho a canebatuta 
Vejo-te a bailar 
Tocas com os pés o piano em meu olhar 
Teu semblante me faz triunfante 
Ao compor-te com porte musical 
Matemática artesanal do pensamento cognitivo 
Poesia, és meu forte cativo 
Adoro-te, no imaginário ideal 
Abraço-te, por seres surreal... 
 
ATEU POETA 
 
4 
SINFONIA MAGNÉTICA 
 
 Poesia é tua boca 
O teu seio, maresia 
Teus esses, a essência do esplendor e fantasia 
Em meus sonhos, surreal 
Ao me ver, tão fugidia 
Mas teus olhos me atraem, magnética sinfonia 
Teu corpo é violino de natural maestria 
A natureza te fez para minha doce agonia 
Poeira-cósmica de galáxias, És espectro do desejo 
O universo por teu beijo, musa de cristal 
Partículas químicas, em milhões de anos, talvez 
Deram-te vida em formas sinuosas sem igual 
Tempestade-nebulosa, és canção do meu dia 
Limiar universal de tudo em que há sentido 
Pois sem ti apenas o vazio é sentido 
Pelo próprio lirismo extasiado em tua figura 
enigmática 
Menina supernova, és a diáfana explosão da 
maiêutica 
Cataclisma da lógica pura que me guia 
Ebulição dos vulcões no sistema límbico 
Pane no esquema dos corações 
Nenhuma equação decifra teus filamentos neurais 
Corrente de pensamento ao poema te traz 
Quais os critérios para a tua real conquista? 
Dê-me uma pista para o que te abrasa o ser! 
O amante que te abraça eu queria ser 
Mas não sei se poderei te conhecer 
Nada mais sinto, sou sintagma a fenecer 
 
ATEU POETA 
 
5 
SENHORA DO CAOS 
 
A vida real não tem trilha sonora 
Teus olhos, duas bolas que prendem meu coração 
Gaiola das minhas asas 
Abrasas sem dar calor 
 
Se esvai em vapor 
A pouca razão da minha trajetória 
Fascinação peremptória 
História longínqua 
 
À míngua, eis um poeta em solidão 
À deriva nesse mar de ilusão 
Abraçado à imagem 
Perdido, à margem do mundo 
 
À sombra da tua aurora 
És senhora do caos profundo 
 
ATEU POETA 
27/10/2012 
 
6 
SORRISO DE MELODIAS 
 
Quem sabe... 
Se o mundo não foi feito em oito dias 
Ou teu sorriso construído de dezoito melodias 
Será que hei de cantá-las algum dia? 
No violão de teu corpo 
Com microfone de minh’alma 
Todas as placas traçam o mesmo rumo 
Sumo... 
És naturalmente encantada 
Surgiste de meus sonhos 
Os olhos meus suspiram 
Transpiram 
Deliram 
Quando refletidos aos teus 
Fugiste por acaso do Éden? 
Por que estais livre de meus braços e presa em 
minha mente? 
Só deveria ser tímido quem nada sente... 
 
ATEU POETA 
Fortaleza-ceará, 2004 
 
7 
VALKÍRIA 
 
Verve é o verde dos teus olhos de maré 
Em tua boca mora céu de Júlio Verne 
E o inferno de Dante que me aquece 
Mulher: mais perigoso jogo de Nietzsche 
 
Brinquedo na estante de Afrodite 
Segredo da natureza no desiderato instante de 
frenesi 
Razão inconstante da evolução darwinista 
Poesia da vida sob a pena simbolista de Florbela 
 
Estrela de Cecília em noite de aquarela 
Carisma em beleza, guarida e afã 
Paz em caos, impossível não querê-la 
Aventura de querela e mar de avelã 
 
Estação paisagista na ópera de Wagner 
Valkíria do Valhala, faz da Terra rara fantasia 
 
ATEU POETA 
3:34 
10/07/2011 
 
8 
FERA À SOLTA 
 
A longa espera é quimera em meu coração 
Nessa esfera azul e infinda 
A flor mais linda reverbera na primavera do teu olhar 
A virtualidade é lugar que alitera 
 
A poesia é fera em mim que se solta 
Pelo universo à solta 
Dá a volta nas galáxias 
Supera qualquer reviravolta 
 
A ópera de Vivaldi transcende a Via Láctea 
Matemática sonora que opera a mente mais insone 
Teu corpo é canção de notas surreais 
Frisson de amálgama em cada filamento neural 
 
Tudo fica inverso 
Nem sei mais o que é verdade e o que é verso 
 
ATEU POETA 
3:38 
06/07/2012 
 
9 
DIVA NEGRA 
 
É preciso sentir a solidão de mil mundos para que da 
dor a poesia prospere 
O furor mina o instante de calmaria por que nada 
jamais será imbatível 
Ninguém vive a ponto de ser inatingível ou imortal 
A vida é feita de forma que a arte impere 
Só quero, dama, do teu sabor um ampére desiderato 
que ao poeta ampare 
Me ressuscite 
Porque a beleza feminil excita a ponto da própria 
decadência da morte sublimar 
Eleva tanta jactância que cada entrância vira 
instância do prazer mais supremo 
A mulher é a flor da real estância 
Rainha de tudo que é surreal 
Louco é quem a renega 
Diva negra que supera o simbolismo da razão da 
letra mais fiel 
Dá sentido a existência 
Faz fenecer da tristeza a essência e florescer da 
manhã a virtude com afã infinito que transforma a 
literatura em fã 
Aquece o coração mais álgido 
Suprimindo em festa a carência da paixão mais 
nefasta 
Na mais fantástica fantasia que o mal afasta 
Doce maré de avelã 
Fascinação à revelia 
Faz sumir o chão com o olhar e um sorriso mais 
lindo que o mar que inebria 
 
ATEU POETA 
3:40 
Pacoti, Ceará 
14/03/2012 
 
10 
SORRISO VIRTUAL 
 
Teu sorriso contagia 
Com uma alegria estranha 
Um carisma que chega 
Às entranhas do pensamentoSó lamento a distância 
Que a vida nos impõe 
A natureza te compõe 
Feito linda poesia 
Tens um quê de harmonia 
Que intensifica o dia 
Em leveza 
E brilho surreal 
Que esse mundo virtual 
Em silêncio cadencia 
 
ATEU POETA 
 
11 
SÓ A FELICIDADE EXISTE 
 
Teu sorriso tem um quê que me fascina 
Raro diamante a iluminar o céu 
Dos pensamentos infinitos 
Linda menina 
 És a razão de toda a poesia 
O universo só faz sentido no brilho do teu olhar 
Tua imagem justifica milhões de anos de evolução 
E bilhões, até que do carbono surgisse a vida 
Da existência és melodia 
A emoção surge no coração mais petrificado 
Em teu regaço o paraíso está guardado 
A teu abraço nenhum poeta resiste 
E toda a dúvida se desfaz 
Só a felicidade existe 
 
ATEU POETA 
11/02/2012 
 
12 
NÔMADE 
 
Morrerei neste estado 
Minha musa em qual Estado me espera? 
A vida é mesmo uma quimera 
A perfeição tão longe me corrói 
Nem sei mais se a solidão que dói 
Ou se este abismo dilacera 
Devia eu ter outro lar 
E nunca aqui estado 
Pra não ter um peito perfurado 
Num engasgo que não consigo cantar 
 
ATEU POETA 
23/01/2011 
Fortaleza, CE 
8h e 38 min 
 
13 
EURÍDICE 
 
Tudo é tão abstrato quanto virtual 
Quando sairá no extrato o teatro da 
desfragmentação racional do silício? 
Viver é mesmo um risco, uma louca aventura do 
ocaso que gera casos ao acaso 
Caso seja um descomunal caso do desatino, uma 
vez que destino não existe também a perfeição não 
há; o que não impede o impávido de buscar numa 
luta torturante com a ilusão 
E na desilusão o que fará o coração do cavaleiro 
errante? 
Tão incerto quanto o deserto de Dante em sua longa 
jornada ao encontro da antiga amada, atendendo ao 
místico chamado 
Cruzada do passado que não convenceria Kant 
Qual sabiá que não cante diante da aurora em 
aquarela por não ser o mesmo de antes, também o 
poeta esquece a canção perante a poética apostasia 
Talvez faleça qual borboleta em chama de falsa 
estrela-guia 
Valerá à pena jogar todas as fichas no ideal mais 
raro? 
E se a aposta custar caro, que fará o perdedor? 
A porta se abrirá ao Sigurd salvador ou se fechará 
em mero sonho? 
Por que a flecha com esmero não feriu outro 
Homero, Orfeu, ou Platão? 
Desferiu com tanta precisão o alvo preciso? 
Qual a maior prisão, utopia ou solidão? 
_Em meu peito arde uma alegria triste, profana, por 
que acha que se engana o desejo a si mesmo 
Entre a ânsia do beijo, angústia geográfica e o medo 
de ser um erro os pensamentos vão embora 
A falsa paz de outrora já quebrou o elo 
Consigo mesmo travando um duelo entre razão e 
instinto talvez o gladiador seja extinto pela própria 
nostalgia 
Não importa se é noite ou dia, ou se o presidente 
morreu 
_Neste instante morro eu, o poeta encantado pela 
inatingível donzela que tingiu imagem tão bela na 
imaginação do ser mais desatento 
Mas, será que ela existiu? 
 
ATEU POETA 
Pacoti-Ceará, 26/01/2011 
11h e 53min 
 
14 
FORTALEZA 
 
Sim, teus belos olhos me fascinam, teu rosto me 
atrai e tuas curvas me dobram o senso 
É verdade que tenho pressa, mas quem não teria 
quando tão curta é a vida? 
Sinto se emudeço, mas quem nunca perdeu a fala 
diante da beleza? 
Espero, mas não pra sempre, agir é preciso e faz 
parte do viver tomar decisões 
Mesmo que minhas fortalezas desaguem me 
fortalece o intenso momento que passou 
A felicidade é simples, nós é que inventamos 
desculpas para não tê-la por completo pelo medo 
talvez de arrepender-se 
Se faz necessário do temor desprender-se 
 
ATEU POETA 
2 h e 20 min 
16/02/2011 
Pacoti-CE 
 
15 
GLACIAL 
 
Tua boca é o pergaminho da mais bela literatura 
Da poesia o lirismo em ternura embebido 
Que gera aforismos de cristal 
Teu corpo, o caminho dos meus sonhos errantes, 
tímidos, delirantes 
És canção monumental que faz vibrar meu peito 
Estátua artesanal da natureza em sofismo 
Não te possuir é a dor mais intensa e fria, glacial 
 
ATEU POETA 
2011 
Fortaleza-CE 
 
16 
AMARA 
 
O poema traduz tudo que calo 
Cura os calos raros da razão 
Na emoção que seduz 
Traz paz ao coração 
 
A pena é imensidão de luz 
Reduz a pena que o mundo prega 
Onde o poeta mudo renega a pena de si mesmo 
Muda sem sombra de transubstanciação 
 
Estância que demais demora 
Aurora dos mais sublimes dias 
Amara amara maré de amora 
 
Amar aprendia 
Mas essa poética não é de amor 
Pura estética sem nostalgia 
 
ATEU POETA 
00:22 
28/03/2012 
 
17 
DEUSA AMORDAÇADA 
 
Os gregos se inspiravam nas deusas para compor 
Nas mortais é que eu piro 
Elas que me causam o delírio de ser poeta 
São o real portal da poesia 
Portadoras da beleza de maestria mais sublime 
Carregam consigo uma força quase surreal 
Levam do céu ao abismo 
Resgatam do inferno mais profundo 
Os que as tratam como produto no tráfico europeu 
Envergonham a própria essência do menor pedaço 
de matéria 
 Não merecem nenhuma de suas artérias 
 Pois profanam a razão de ser do mundo 
Das mulheres é que o prazer emana 
Nos dão afeto 
Abrigo 
Alimento 
Pulam de peito aberto no perigo mais cruel 
E ainda entram nos padrões exigidos por cada 
sociedade 
Cada mulher tem em si uma força semântica que 
nem sabe 
Conquista qualquer sabre 
Constrói monumentais castelos 
Derruba muralhas 
Cria elos 
Seduz Zeus e Eros 
Faz do covarde herói 
E apesar de tudo é subestimada 
A gana de deusa faz morada em cada escrava 
sexual 
 
ATEU POETA 
Pacoti-Ceará 
4h. 
17/03/2012 
 
18 
FLOR-MULHER, A PRÓPRIA POESIA 
 
A mulher é Floranjo a voar na mente 
Absorta do Poeta insone 
Em si mesma é poesia 
Base de todas as artes 
Musa e utopia 
Afago de ufanias 
Dá-me asas, óh Bela Fantasia! 
Faz-me crer no fim da nostalgia que me consome 
Traz-me o fôlego que perdi no dia-a-dia 
Enquanto a vida não me some 
A mais um daqueles que se vão 
Quero bailar contigo um 
Fervoroso tango de ilusões 
O verdadeiro é vão... 
 
ATEU POETA 
 
19 
AVE DE RAPINA 
 
-Quem dera ser 
-Na aurora mais soturna 
-Um voo de eufemismo 
-Ave de outra era 
 
-Gavião branco a caçar 
-Falcão peregrino do ar 
-Coruja negra mais noturna 
-Fera à solta sem bando 
 
- Rapinar a Baviera 
-Sentir o infindo azul nas asas 
-No céu estar em casa 
-Longos sonhos de menino 
 
-Para a primavera florescer 
-Sem mero medo de quimera 
 
ATEU POETA 
15/11/2012 
 
20 
ASAS AZUIS 
 
-Azul 
-Cara cor de querelas 
-O blues dos olhos dela 
-Lápis lazule dos senhores 
 
-Esplendor de mil bandeiras 
-Orgulho de países e hinos 
-Tua simples existência 
-Faz feliz hirtos ferinos 
 
-Do céu ao ultramarino 
-Quantos por ti morreram? 
-Continuas nas safiras 
-Diamantes que esmeram 
 
-Dos colibris mais belos 
-Às mais raras flores 
 
ATEU POETA 
14/11/2012 
 
21 
EVANESCENTE 
 
Ela desapareceu dos meus braços e meus passos a 
seguem em poesia 
Por vezes penso que esqueço, perco o senso, a vejo 
aqui perto 
Quem me dera ser pedra, jamais sentir nostalgia, 
porém sou um parco poeta que não enfrenta as 
quimeras da vida 
O amanhã é uma mera caixa de Pandora que vira 
mausoléu 
Hoje a dor é mais forte que a canção, mas quem 
sabe o que virá ao léu? 
O tempo passa sem existir e nos apaga de muitas 
mentes, umas juram que entramos para a sua 
história, outras profetizam o delete 
No fim, todas as tristezas serão estórias sem leitor, 
então, pra que, poeta, insistir em transcrever? 
O verso é, por acaso, o leito do letárgico escritor? 
O breve futuro é evanescer 
 
ATEU POETA 
16/02/2011 
Pacoti-CE 
2 horas 
 
22 
TUA NUDEZTua nudez, oh! Bela! 
Veste meus olhos de sonhos 
E o mundo de alegria 
Produz mudez à primavera 
Envergonha as deusas 
E encanta os mortais 
Abre portais para paraísos negados 
Torna imortal e santo o pecado 
Com a transubstanciação do desejo consentido 
Tudo fica mais lindo com o toque do teu beijo 
 
ATEU POETA 
 
23 
RAZÃO DO SONHAR 
 
O sentido da vida não está na continência que se 
presta 
Talvez se esconda na iminência do incontinente 
_Sentido!_ Dirá o incontinenti às leis intransigentes 
do universo 
Meu verso longo diminuirá o tempo ditongo no 
inverso do hiato que não sou? 
Onde cantam as partículas que vêm e vão num 
verdadeiro-falso eu? 
Morrerei sem compreender os aforismos do teu olhar 
Sem navegar nos sintagmas de tua mente 
Ou mergulhar no infinito do teu continente 
Que será de fato ser gente? 
Os desejos atêm o instinto ou o caráter que me tem? 
Viver será um desdém ao deus-dará? 
Um sorriso me apaga ao luar 
Esqueço qualquer indagação 
Perdido na razão do sonhar 
 
ATEU POETA 
 
24 
MÔNICA 
 
Música é a ânima da poesia 
Fantasia magnânima de ateu sem alma, céu, inferno 
ou purgatório 
Grande idiossincrasia do real em precatório 
Prazer artificial que me liga à natureza 
Beleza paisagista de leveza surreal 
Aprimorada pela femme fatal 
Na pista 
No palco 
Ou na mente artista 
O feminil traz um próprio quê de austero 
Aroma que inebria a fio a festa 
Atesta o que o poeta cria 
Ao dançar com maestria 
Embala todo o desejo 
O seu beijo deságua qualquer agonia 
Faz tudo entrar no ritmo da harmonia 
Em seu corpo a matemática perde os logaritmos 
Sobra apenas o algoritmo do sonhar 
Das ciências só existe a química mnemônica 
Sob a mímica astronômica mais simples do ciúme 
A História em seu perfume se transformará 
Tudo vira sinestesia em Mônica 
Frente a esta presença que se faz constante 
O universo é pura consoante 
O diamante mais preciso é a fascinação do seu 
suave gemido de amante que preciso 
Na sua boca de carmim a foz da existência se 
resume 
Vogal doce da vida num buquê de rosas vermelhas 
Que deixa o poeta sem voz 
 
ATEU POETA 
21:05 
02/04/2012 
 
25 
SEM MUSA 
 
Todos os caminhos percorro 
Feito pássaro sem ninho 
Sem carinho passa-frio 
Sem calor, só calafrio 
Espinho da solidão perfura o peito 
Triste leito sem socorro 
Sem musa morro 
 
ATEU POETA 
 
26 
JOGADORA 
 
Vida: jogo ou magia? 
Maestria em teu corpo de utopias 
O mundo ficou nu 
Lábios que escondem verdades 
 
Frenesi de mocidade nesses olhos de maré 
Força de mulher que encanta com destreza 
Fortaleza de frialdade ou surfar em Malibu? 
Fator artificial fere vários artifícios 
 
Variável fractal do inanimado dito morto 
Porto para outro estado de matéria em frágil ofício 
Parto: sinfonia magnética fragmentária 
Pó de estrela, carbono e fusão, sem secretária 
 
Explosão para o caos da Via Láctea 
Razão sideral de todos os paradoxos arbitrários 
 
ATEU POETA 
06/10/2012 
 
27 
MINERVA 
 
Minerva 
Das trevas me resgatas 
Tua tocha racional 
Para Zeus ingrata 
 
Sofre Prometeu pela bravata 
Zaratustra despedaçado 
Toca seu ditirâmbico violino 
Renovado em teu seio 
 
Entre o regaço e o receio 
A deusa traz sabedoria 
A humanidade faz mau uso do fogo 
Das ervas criou-se o tráfico 
 
Era onde a guerra é um jogo 
De furor e nostalgia 
 
ATEU POETA 
23:41 
05/06/2012 
 
28 
ASAS SIDERAIS 
 
 Não corte minhas asas 
 Voar é a minha razão 
 Meu mundo é o espaço sideral 
 Em cada estrela e constelação 
 
 O chão é profundo abismo 
Triste aforismo de perpétua prisão 
 Quero prisma ao invés da caverna de Platão 
 Iludir-me com ouro de tolo já não traz satisfação 
 
O sonho mais alto é a meta que traço 
Laço sem qualquer consternação 
Liberdade é a vida em palimpsesto 
O carpe diem passado a limpo 
 
Onde o traço do verso se aprimora 
É lá que mora o meu coração 
 
ATEU POETA 
1:00 
20/07/2012 
 
29 
LETÍCIA 
 
Letícia let’s go 
Vou para a pista 
Meu impulso de artista é voar 
Consagrar, nessa dança, o teu corpo de carícias 
 
Ser malabarista que te encanta 
Acalantar a tua linda poesia 
Enquanto canta o teu desejo ardente 
O teu sorriso ilumina uma estrela cadente 
 
Do colibri à libido és o sonho que preciso 
O jardim da beleza mais precisa 
Mora em teus olhos azuis 
Minha cruz é não gostar de blues 
 
O vinho da paixão não veio 
O víride no vidro desse chão terá freio? 
 
ATEU POETA 
8:07 
02/07/2012 
 
30 
FEMME 
 
Meus bucólicos olhos 
Em teu sorriso se perdem 
Em tua boca mora o paraíso 
Teu corpo é o monoteísmo de um ateu poeta 
 
Que os céus não me deserdem 
Templo de beleza que vicia meus filamentos 
Mil pensamentos 
Todos de contemplação 
 
Femme fatal 
Nem os quadros de Magritte 
Ou as notas de Chopin 
Fariam tão nobre Afrodite 
 
Em Neverland de Peter Pan 
Teu olhar me congela, acredite... 
 
ATEU POETA 
1:12 
01/06/2012 
 
31 
ÁTOMO 
 
A vida não é movimento 
Por que, de fato, nada para 
E é coisa tão rara aquela que não está morta 
Não há nenhuma porta 
 
Para nenhum paraíso 
Nenhum inferno 
Tudo é eterno, mas só em essência 
Tuas carências sanadas ou não, morrerás 
 
Porque és mero defeito 
Nada jamais será perfeito 
Ou não seria real 
E o movimento acabaria 
 
Nem teria começado este momento 
Não voltarás para o pó, mas para o átomo 
 
ATEU POETA 
6:51 
11/06/2012 
 
32 
VAMPIROS E DEUSES 
 
Hoje os deuses sagram 
Vampiros assombram e se fartam 
Mesmo demônios desandam 
A humanidade arde em loucura 
 
Usura é pecado e crime 
Mas, nenhuma lei reprime 
A cultura já instalada 
Na estalagem uma cilada 
 
O cálice cala qualquer um 
Ídolos célebres sem valor 
Moldam o mundo a seu favor 
Poetas incríveis se perdem nas ruas 
 
Sem glória nenhuma 
Nem lugar na História 
 
ATEU POETA 
3:56 
08/06/2012 
 
33 
LOBO GREGO 
 
São tantos lobos em pele de cordeiro 
Estúpido tribunal dos urubus 
Que se perdem rebanhos inteiros 
Os rios vermelhos já foram azuis 
 
O céu já não reluz o verde das montanhas 
O forasteiro se banha na luz alheia enquanto a reduz 
Rouba ideias e ideais 
Quebra telhados e sonhos sem fim 
 
 O pastor pastora tudo de coração ferido 
Reforça a cerca entre escombros aferidos 
Máscaras se partem para além 
Há gregos por toda parte 
 
Agregados entre cegos que dizem amém 
Egos faíscam sempre em esgrimas desnecessárias 
 
ATEU POETA 
6:47 
19/06/2012 
 
34 
O GRITO DE GOL 
 
Questionadores calados são vapores 
Atores alados no asfalto 
Um caça fere as janelas do planalto 
Eleitores amarrados a favores de elite 
 
A lei anula seus próprios caçadores 
Nem os franco-atiradores barram a cachoeira 
Escusas franquias à brasileira 
Transgressores querem habeas-corpus 
 
O euro não salva o ouro europeu 
Onde o capitalismo escondeu o tesouro? 
Ainda vive a lenda do Besouro 
Afrodite engana os tolos fariseus 
 
Futebol é o maior ópio do país 
O povo grita e finge que é feliz 
 
ATEU POETA 
3:00 
03/07/2012 
 
35 
INSANO SANATÓRIO 
 
O mundo é um sanatório insano 
Onde a verdade é sacrilégio 
O poder é privilégio usurpado 
E a arte ludibria 
 
Crime, pecado e razão não se entendem 
O plagio é chamado de genialidade 
A criatividade alcunhada de hipocrisia 
Quem rouba a ideia recebe o credito 
 
Quem merece o mérito é conhecido como ladrão 
O escorpião é feito de hóspede 
O coelho é acusado do ferrão 
E nunca se prende o culpado 
 
ATEU POETA 
2:38 
08/06/2012 
 
36 
SHARONSTONE 
 
 Nenhuma diva mora ao lado como no cinema 
 De repente uma Sharon Stone fosse dilema 
 E o instinto selvagem haveria 
 As câmeras escondidas seriam destruídas no 
final? 
 
 A moça loira seria ideal? 
 As atrizes são tão lindas com maquiagem e 
fotoshop 
 As verdades dos filmes não se aplicam à vida 
real 
 Os novelos das novelas nos trazem mentiras 
repetidas 
 
 E propagandas sem fim 
 A garota não está ali 
 Nunca esteve 
 A dama de vermelho de Matrix não percebe meus 
olhares 
 
 As valkírias moram longe demais 
 E eu não tenho cara de Siegfried 
 
ATEU POETA 
6:09 
26/04/2012 
 
37 
LINGERIE 
 
As mulheres do televisor 
São iguais às reais 
Só que siliconadas 
Modificadas por foto shop 
 
Carregadas de carmim 
Blush 
Pó de arroz 
Rudge 
 
Purpurina 
Caro esmalte 
Chapinha 
Roupa da moda 
 
Vários tipos de linguagem 
O espelho da razão derruba toda a maquiagem 
 
ATEU POETA 
22:53 
21/05/2012 
 
38 
REVOLUÇÃO 
 
(versão soneto) 
Sonhei com um mundo diferente 
Eu não podia acreditar 
Em tanta coisa dessa gente 
Tão estúpida e atroz 
 
Mais um dia, sigo em frente 
Temos que acordar 
Porque tudo que existe 
Na essência é igual 
 
Toda a beleza é igual a nós 
Os monstros, o universo é igual a nós 
Mendigo, deputado é igual a nós 
 
Bancário ou favelado é igual a nós 
Não deixe os poderosos no poder 
Faça a revolução 
 
ATEU POETA 
20/03/2012 
7:00 AM 
 
39 
DAYMON 
 
Para o poeta 
A poesia é o mais próximo do ânima 
Aquilo que aprendemos a chamar de alma 
Seu sentido de existência e alegria 
Apenas a musa é seu real sustentáculo 
Que os gregos chamam Daymon 
E o tempo romano de Demônio denomina 
A verdade é que a mulher é a única mina 
Fonte dos tesouros mais caros 
Da sublime inspiração 
Que justifica a transpiração sem igual 
A única razão de ser de todo artista 
Símbolo natural de maestria e beleza 
Sem a qual a pluma perde a total destreza que a 
guia 
 
ATEU POETA 
 
40 
VIL COVIL 
 
O poder faz da verdade um dégradé. 
Cria alcunhas mil quando teme o tête-à-tête. 
A força da prata ultrapassa o direito da massa 
Por que a História se repete 
Mentira, clichê e démodé já não são palavras novas 
no covil 
Em discurso sofista e voraz 
Com graças de encanto 
O abutre domina feroz 
Rege com a falsa bondade 
Sem o mais sutil acalanto 
Afunda a balsa que inova 
O medo é uma arma eficaz 
Áureo ás na manga do algoz 
Ateia guerra ao que aprimora a voz 
Dança com o terror uma valsa 
Comina grades fortes à liberdade 
Prega humildade enquanto é vil 
Transforma lobos em ovelhas 
Chama idiossincrasias de razão 
Faz lavagem-cerebral em suas orelhas 
Faz nonsense do bom senso 
Instaura cavernas de Platão 
Se diz democrata 
Com hipocrisia que mata 
Destrói a cidade e a mata 
E corrói seu coração 
 
ATEU POETA 
 
41 
SEUS OLHOS AZUIS 
 
Sonho: simples sinestesia da razão 
Senti seu perfume-saudade no ar 
Meus versos são seus olhos azuis 
Duas bolas de safira que perfuram o senso do 
mundo 
 
Seu corpo é miragem 
Labirinto onde mil vezes me perco moribundo 
Mar de ilusão profundo 
O universo é sinfonia de excesso e escassez 
 
Que não me fira nenhuma solidez 
Poeta não tem escolta 
E as escolhas são instinto à solta 
Estamos todos em extinção 
 
Essa vida é só fração sem volta 
Fascinação é você, não tem outra 
 
Ateu Poeta 
4:55 
10/05/2012 
Pacoti-CE 
 
42 
MECANISMO SUBATÔMICO 
 
 Não é a vida mais que uma fração 
 Mecanismo subatômico em estrutura nada firme 
 O que nos define como ser realmente? 
 Somos semente de seres que se vão 
 
 Em vão tudo finda 
 Não existe nenhuma razão para existir 
 Embora haja sentimentos pela veia poética 
 O lirismo que enfeita completa essa doce e mera 
ilusão 
 
 E a morte, tão megera, nos deu a vida que leva 
 Mas nada se fez de fato 
 Tudo sempre esteve a rodar no defeito da matéria 
 Viemos do berço da cratera de alguma essência 
cósmica 
 
 Da poeira estelar por explosões astronômicas 
 Mas da fusão é que a poesia pulsa a sonetar letras 
harmônicas 
 
ATEU POETA 
10:12 
20/04/2012 
 
43 
CULTA DITADURA 
 
A cultura é uma ditadura imposta 
Lavagem-cerebral de tenra idade 
 Tensa é a mocidade por quebrar padrões 
Um grilo rouco vencerá os loucos, Pinóquios e 
outras pedras? 
Pular de pára-quedas é mais mortal do que parece 
Será o lobo mau? 
 Ou maldade é a destreza de adestrá-lo? 
 
Mito, mito, mito 
Mil marchas sem brasões 
Grito, grito, grito 
Penúrias e aflições 
 
Muitas posam de Chapeuzinho 
Vermelho é a cor da estação 
Temporada de caça aberta 
Abra bem seu coração 
E os olhos mais ainda 
O falso amigo trai 
Arquiteta sua queda 
 
Mito, mito, mito 
Mil marchas sem brasões 
Grito, grito, grito 
Penúrias e aflições 
 
Aleije a mão do caçador 
Estraçalhe o adestrador 
Rebata choque com trovão 
A audição do inimigo não é pára-raios 
Seja relâmpago paralelo 
Encandeie quem tenta lhe apagar 
Faça da razão um elo 
 
Mito, mito, mito 
Mil marchas sem brasões 
Grito, grito, grito 
Penúrias e aflições 
 
ATEU POETA 
PACOTI-Ceará 
1h e 12 min 
19/09/2011 
 
44 
DEMÔNIO 
 
A minha face oculta o teu algoz 
Alvoroço pela imagem negada 
Cravei, veloz, em teu pescoço espada 
Sou ateu, tudo de sagrado morrera 
Minha vertente feroz não fenecera 
Não passaste de pintura deformada 
Pela megera Igreja construída 
Amargurada, torpe e consumida 
Por insanas mentes desumanizadas 
Parece, hoje, uma doce piada 
Assombrar-me essa tremenda ilusão 
O grande Inferno eterno explodi 
Com mil granadas na mão o Céu invadi 
Mar-vermelho sem Egito, nenhum brasão 
 
ATEU POETA 
 
45 
TRÁFICO 
 
Tudo é produto a traficar 
Drogas 
Armas 
Mulheres 
Órgãos 
Crianças 
 
O que mais a se roubar? 
Sonhos 
Vidas 
Esperanças 
 
Quanto a transportar? 
Bilhões 
Trilhões 
Até o mundo desmanchar! 
 
É um rastro só de sangue 
A fonte há de jorrar 
Nada mais a declarar 
 
ATEU POETA 
 
46 
O SIGNO DO LOBO 
 
O poder paira sobre os seus propósitos com as 
garras de rapina estendidas na perseguição à lebre 
Enquanto armas de fogo permeiam o dia e a noite 
sem temer punição 
Sempre é diagonal a trama secreta acima do bem e 
do mal 
Para quem patrimônio é sinônimo de cabresto a 
História não é assunto destro 
―Deixa estar que te adestro ― Diz o caçador 
enquanto o lobo uiva a fugir para a selva enquanto a 
floresta existe 
Mesmo sem as árvores a selvageria estará sempre 
consigo 
A liberdade naturalmente é seu signo 
Caçador vira presa 
A natureza é maior que a mesquinhez humana 
Lobo caça caçador 
 
ATEU POETA 
 
47 
ÁGUIA-TROVÃO 
 
A verdade rasga 
Queima e mata 
Pesa sobre os ombros de quem conduz 
 
Verdade é a cruz do não-Cristo 
É o crime imprevisto com punição digital 
 
Hermes, testa de ferro de Zeus 
Impôs a pedra eterna a Sísifo 
Por sobrepujar Thanátos e Hades 
 
Um mero mortal fugiu das garras da morte 
Mas não pode desafiar os deuses sem ir para o 
Tártaro 
 
Perdera o Monte Eleusis 
Mesmo sem moedas para Arqueronte 
Passagem direta sem o Queronte 
Por apontar o defeito da águia 
 
ATEU POETA 
 
48 
ATÉ NANDO 
 
Até Nando é hostilizado 
Por não comer da hóstia vil 
Saber que vinho não é sangue 
Salve, salve! Meu Brasil de livre arbítrio 
 
Hipocrisia do Estado Laico 
Religiosos pregam Inferno aos bons 
Fazem o Paraíso fiscal dos maus 
 
Até Nando! Até quando? 
Atos torpes damais profunda ignorância 
Intolerância contra quem canta sua verdade 
 
Atores do século XXI 
Queriam estar na Idade Média 
A Idade das Trevas acabou 
Mas as bestas andam soltas pelo mundo 
 
ATEU POETA 
Pacoti-Ceará 
09/09/2011 
18h E 34 min 
 
49 
PRESENTE 
 
Para sempre nada há de ser 
Seja, então, minha 
Para o sempre que vier 
Para o então de agora 
Senhora, seja minha manhã 
Doce avelã da poesia, aurora 
Pois tudo o que há é o presente 
 
ATEU POETA 
 
50 
CRIME 
 
Sou mero poeta, cara musa! 
Ínfimo a 
Na longa lista do universo 
Analiso lindo verso 
Teu corpo nu expresso 
Em linhas derrapantes 
Em cada curva me perco 
Em inteira adoração 
És Afrodite, deusa do amor 
Tens meu louvor 
És sedução 
E eu, um ateu mudo 
Diante de ti, sem temor ou razão 
Sem coração errante 
Livre colibri à procura 
No jardim sagrado 
No templo de teu misterioso monte 
Teu beijo é néctar que mata e cura 
No inverso do olhar me tens 
Pelo avesso 
Do reverso és fonte 
Doravante o pensamento mais complexo 
Perderá a hermenêutica mais sutil 
Virará expressão do amplexo 
Enquanto a vida é tão vil 
Cada ser é seu próprio capataz quando se reprime 
A nostalgia do não nenhuma paz suprime 
Acalme, de repente, com canção de orquestra 
Tua beleza é festa 
Deusa fugaz 
És um crime! 
 
ATEU POETA 
 
51 
FERA MORTA 
 
Tua luz é ilusão 
Cega o sol que celebra 
A cruz prega o que o poeta nega 
Pouca lebre na febre ébria 
 
Quem de fato esteve sóbrio algum dia? 
A própria vida é um grande delírio 
Um suspiro e tudo evanesce 
A razão tece onde o sentimento permite 
 
Se esvairá o peixe e o pão 
O chocolate adoçará a imensidão 
Ninguém mais irá pescar 
Porque o mar já não existe 
 
A besta é uma fera morta 
Nenhuma porta haverá 
 
ATEU POETA 
10:30 
07/04/2012 
 
52 
ODE AO ENCANTO 
 
Encanto, em teu nome amigos se traem 
A serenidade se desfaz de toda a sobriedade 
Amores se contraem 
O ódio aflora o eixo das virtudes 
Estas por si mesmas não valem 
Nem mesmo o tempo a elas desperdiçado 
Em elogios supérfluos 
São mentiras que movem a todos 
Beleza, força, perfume e sapiência nada são 
Sem o agente perceptor, receptáculo de olhar turvo 
Caçador de latitudes 
Transeunte da suposta matéria imortal 
Poeira-cósmica 
Não sabe por que vive, mas se encanta 
E acalanta sonhos infelizes 
Quando se abrem as cicatrizes químicas 
Na torrente das incertezas astronômicas 
A natureza nunca foi harmônica 
Embora, repleta de gás hélio 
Que tudo forma em teoremas 
De tabelas periódicas 
Ou em gráficos de Gals 
O mundo é um caos e não as nuvens de Magritte 
 
ATEU POETA 
Pacoti-CE 
 26/09/2012 
 
53 
VONTADE 
 
Viver é volver-se em prol do tangível 
O desejo do inatingível é matar-se de tédio 
Desejo não querer nada 
Pois o desejo é sofrer em vão 
Agora, só tenho vontade 
Uma fortaleza racional: frialdade 
A destruição é ideia ilusória de quem teme 
Meu lema: meu leme 
Meu mar: solidão 
Ontem, uma valsa 
Hoje, silêncio 
O que sei nada vale: uma migalha metafísica 
Conhecimento: fornalha 
Um corpo que arde 
Uma mente cansada... 
Um sorriso que passa... 
Não sei... 
Tanta risada esquecida... 
Depois das chamas... 
Escuridão... 
 
ATEU POETA 
Pacoti-Ceará 
09/09/2012 
 
54 
DILÚVIO 
 
Adoro os reflexos dos olhos 
Olho para a triste face da ausência 
Quem dera ser navegante 
Nessa insólita mente inacessível 
Influência incandescente dentro de ti 
Imagem magnética em teus nobres filamentos 
Em vez de poetas em lamentos, reflexão 
Poesia cara 
Não esquecimento, mas paixão 
Sinfonia rara 
De ideia reflexiva a eflúvio 
Um dilúvio de emoção 
Dueto em vez de solidão 
Desejo em teu peito vão 
 
ATEU POETA 
Pacoti-CE 
15/12/2009 
23h e 53min 
 
55 
MENINA PAZ 
 
Esses olhos de sol iluminam minhas ilusões mais 
sombrias 
Dia e noite viajo nas curvas caras dessa sinfonia em 
corpo de mulher 
Mas não chego a nenhum caminho para tirar-te de 
minha mente insana 
E penetrar o seio obtuso de teus pensamentos 
longínquos, profundos, intimistas 
És um misto de loucura e caos sem o qual minha 
sensatez já não vive 
Menina-paz, a solidão esconde o desejo 
Teu beijo tem sabor da vida mais doce e profana 
És tempestade leviana na qual quero voar 
Uma vez nas nuvens quem anseia retorno? 
Onde se esconde a beleza de Vênus? 
Rapel no monte de verde aquarela 
Asa-delta em vôo ao templo de Delfos 
Não és Pitonisa, mas aqui estão os versos 
Basta me olhar para saber qual a inspiração do 
poeta 
Mas, se tu não lês, a poesia não existe 
Até o encanto é triste quando tu não vês 
E se tu não vens, não existo eu 
Fui apenas mais um na multidão imensa 
Sem identidade 
Que não pensa 
Pois, tu és minha razão 
 
ATEU POETA 
Pacoti-CE 
17/03/2010 
9h e 49min 
 
56 
ARGONAUTA DE PEDRA 
 
Teu olhar de musa petrifica meus filamentos 
Sem pensamentos, viro pedra. Sem Medusa 
Tenho medo da desilusão que às vezes me 
nostalgia 
Teu corpo é um perigoso novo mundo de encanto 
Onde desejo velejar, para ouvir teu canto 
 
Nesse peito de pedra bate uma vã correnteza, que 
pronuncia: 
_Quem te faz querer o beijo é a natureza 
E o pensamento racional, num repente, atrapalha: 
_Isso é fogo de palha, mas logo se apaga 
Por que não desistes? Pois o sentimento não se 
propaga 
A beleza é alguma divina realeza? 
 
De teus olhos fujo, pois é causa perdida 
Uma bala de realidade me acerta 
Desfaz a poesia da vida 
Mas não me dá certeza 
A ilusão é minha fortaleza 
A minha última guarida 
Na escrita incerta 
De minha mente deserta 
 
ATEU POETA 
Pacoti-CE 
27/03/2012 
 
57 
MENINA DO GELO 
 
Rodopias com tamanha graça no ar 
Tanto rodas que meus olhos ficam tontos 
Deslizas de tão bela forma 
Que pareces aquarela de andorinha a voar 
Bailarina de brinquedo 
Nem imagino o segredo 
Que te faz dançar 
Sei que medo algum te domina 
Há ouro de minas em teu olhar 
Menina do gelo, a platéia gela de emoção 
A canção é teu lar 
E nela, ora és fascinação 
Ora pareces o chão dominar 
Sob teus pés nada tem importância 
Toda a luz emana de ti 
A poesia é teu par 
Estrela e ginasta 
Musa de elástico 
Ave do balé 
Formosa 
Mais que linda, és poderosa 
Diva, divago em ti 
O outono em jasmim 
No balé-cósmico do prazer visual 
 
ATEU POETA 
30/03/2010 
 
58 
AOS AMIGOS 
 
A cada dia a poesia me acolhe 
Mas, já não é o bastante 
Pois a solidão me aperta o peito 
Sufoco... 
As amizades antigas às vezes nos tiram do sufoco 
Mesmo sem saber 
Amizade é certeza de que não estamos sós 
Nesse mundo caos 
Onde pessoas nos ferem 
Talvez sem querer 
Mas o poeta não está só 
Neste momento 
Podemos dividir nossas dores 
Dividendo da cooperação 
A tristeza dividida some 
A alegria compartilhada vira número infinito 
O superávit na vida 
É estar com aqueles que são verdadeiros conosco 
E que aceitam nossas verdades mais duras 
Aos verdadeiros amigos, poesia! 
Que a sinfonia da vida não nos separe tanto quanto 
agora 
Mas, se separar, ainda assim, tenho amigos 
A solidão nunca mais comigo estará 
 
ATEU POETA 
Pacoti-CE 
08/04/2010 
20h e 30min 
 
59 
INALCANÇÁVEL 
 
A fascinação corrompe a poesia mais pura 
Por que desejar o inalcançável? 
O sonho nos faz querer viver, mas já não posso 
acordar 
A vontade me domina, já não sou dono de mim 
A perda é sempre impactante 
O que nunca possuí é importante? 
Cada derrota mata um pouco, mesmo quando o 
guerreiro não lutou 
Por que a amarga nostalgia o persegue? 
És quadro harmônico na arcádia da vida 
Arquitetura bela, simplese inteligente 
Teus olhos me prendem 
Numa prisão atraente que liberta 
Com uma liberdade que outras anula 
Mas, não sou teu pintor 
O poeta apenas admira a obra-prima que nunca será 
sua 
Dói lembrá-la e esquecê-la 
Por isso a transfigura em poética 
Queria eu ser estátua imponente, sem dialética 
Para não ser um dolente condoreiro e simbolista 
À fascinação a poética se curva nessa estrada turva 
que sigo 
Não posso ir pelos caminhos que quero 
Nem ter vontade do que desejo 
Nem fazer do sonho vontade 
Para não perder o foco do querer 
Cada sonho por vez 
Sê feliz, poeta, apesar das perdas! 
Pelo menos vistes de perto o encanto 
Não cales teu canto por que o acalanto te faltas 
Colhe a estrela mais alta o astrônomo pela vista 
Desvendando pistas do que existe de mais lindo 
Artista, não fiques triste 
Amarre no desejo uma venda de sensatez 
Quem sabe, talvez, seja agradável o viável que dê 
sustento 
Mas, a quem engano? 
O intento que nos move é o inalcançável! 
 
ATEU POETA 
Pacoti 
26/04/2010 
 
60 
BEIJO EFÊMERO DE PSIQUÊ 
 
Teu beijo é desigual iguaria, criatura serena 
Os deuses te clamam a inestimável existência de 
prová-lo 
Sem ti não sou, sentido me some 
Contigo perduro o deleite puro da vida, amor-perfeito 
em miríades 
Querida, conceito do afluente desejo efluente 
Candura, oásis orvalhada de sonhos 
Ternura, imanência da beleza divina 
A verdade te pede licença para contemplar o brilho 
que emanas 
Certeza, és imagem que seduz com louvor e 
maestria 
Anjo, transcendência de mulher em serenata de 
perfume 
Encanto, um ateu te adora 
Musa, sou Deus em teus braços 
Teus abraços me constroem, literatura 
Há primavera em ti, estimável criatura 
 
ATEU POETA 
Pacoti-Ceará, 08/03/2008 
 
61 
AQUARELA 
 
Será que a vida surgiu num dia de chuva 
Sobre a serra atlântica 
Embebida nágua desse rio 
No reluzir de relâmpagos 
Sob cúmulo-nímbus 
Na cadência poderosa de raios tempestuosos 
À voz afônica dum falso trovão? 
Fusão de sons costurando a harmonia sem sentido 
da sopa-elemental 
Orquestra primordial por tempero 
Iguaria química da incógnita agnóstica 
As leis do Universo são confusas pela variedade 
Será que o primeiro ente adveio do ventre-livre do 
H2O? 
De onde viemos? 
Para onde vamos? 
Não importa 
Estamos e basta 
Desaguaremos no rio biológico do genoma 
Torrente a fluir nessa teoria bela 
Nosso código genético foi escrito pelo elétron do 
eletro magnetismo 
Banhado em termo-dinâmica? 
Somos a amalgamação de gotas ao longo dum fio 
Presas numa teia de dominância e recessividade 
hereditária? 
A heresia científica ou cosmológica tem faixa-etária? 
Nossos conflitos étnicos 
Nossas confusões 
Meros pecados naturais 
Mas os ateus não pecam 
Estamos livres do Pecado Original 
O Inferno é a morte 
Todavia, ele é só mais uma via-láctea 
Para a conservação da massa 
Ainda não creio no big-bang 
Só vejo a aquarela 
 
Ateu Poeta 
19/04/2009 
 
62 
TANGO 
 
Todo vínculo é uma prisão 
A vida não tem mesmo razão de ser 
Então, pra que prender-se a algo ou alguém 
 
O homem é um ser contraditório 
Quando está livre quer prender-se 
E uma vez preso chora o enferrujar das asas 
 
Muito do que existe ilude 
O mundo é uma casa nada firme 
O único sentido é estar livre 
Ou pelo menos tentar 
 
Uma vez que a liberdade plena é inatingível 
Tenha pelo menos o pensamento imbatível de um 
questionador 
Deixe as amarras pra trás 
Mesmo que só as intelectuais 
 
O intelecto é um lugar indetecto 
Onde podemos fingir liberdade 
Esqueça! 
 
Vícios, virtudes, rostos 
Latitude , longitude e a História 
Viver é a única glória 
 
 
Nada faz sentido 
Então sinta 
Tudo o que tiver que sentir 
Se permita 
 
Baile um tango com a felicidade 
Voe sobre o sonho dos incrédulos 
Creia em si quando todos duvidarem 
Esqueça a fé daqueles que não criam 
Esculpa arte no ar 
 
Fantasie 
E esqueça tudo 
Pra recomeçar 
 
Ateu Poeta 
Agosto/2010 
 
63 
FEMME NUE 
 
Dame de nuit, et la essence de la vie! 
L'eau de ma vie, oh bacante! 
És via que o viking não atravessou 
Estás vestida de poesia em my sonis 
"Quando canto le mi cansione" 
Mio coracione já não sabe em que idioma parlare 
Mas navegou, "u'nonda come in nel mare" 
Maré de amore piu vicine 
Femme nue, per te tutti el universi cambierá 
E emudecerá per que todo Peter Pam amadurece 
A poesia mais singela carece de musas na 
passarela da musical literatura que alitera, 
literalmente o litoral 
Ceará, sertão, sei lá! 
Ser tão cosi come l'art 
Sem explicación que la quitarra scriviré vicine à 
cárdio 
"Mavo depoi, basta um soriso" and the peace is 
reality show 
Na hightway das letras que te escrevem, acelero 
Pero my pensamiento, "a cantare una cancione que 
non sai come fa", pára ou parece que fotografa a 
mesma criatura a todo instante 
És, em si, a beleza 
A pena que não te contemple não merece entrar no 
templo da cintilante poesia 
Perco-me em tuas curvas 
Mas, sem elas, só a nostalgia paira reta no ar 
 
Ateu Poeta 
Fortaleza-Ceará 
21 de agosto de 2010 
 
64 
DESDELIRIUM 
 
Delirium 
Delusion 
Delírio 
 
Deus: é a ilusão pela qual a humanidade vive tão 
dividida, movida por guerras insanas, por que 
alguém criou a divindade e nunca a matou ou lhe 
deu criptonita, mas a pedra seria outra até: a 
descriptonizadora de mistérios. Aí sim, estaríamos 
desmistificados, sem cabresto, portanto, mais 
pacíficos e saudáveis. 
 
Porém, não é rentável ser ateu, pois o mundo 
capitalista precisa de escravos sanguinários, zumbis 
nas sextas-feiras 13 que assombrem outros futuros 
zumbis e daí por diante. 
 
A delirante fábrica febril arrecada dinheiro em meio a 
escândalos e crimes infindos que serão sempre 
justificados pela fé. 
 
Descriptonize-se. Desdelire. Desfabrique a lavagem-
cerebral que fizeram em você por toda a sua vida. 
 
Esqueça a guarida ficcional. Desmistifique-se. 
Desacredite por um minuto, mesmo que retorne ao 
antigo modo de pensar. Vale à pena desprender-se 
para desenganar-se um pouco. 
 
Desaprisione-se. Desfigure as figuras míticas 
implantadas em sua mente pela cultura. 
Desaculture-se se preciso for. Ser acultural é melhor 
que ser aculturado. 
 
Desaprenda para desprender-se do vão. Deslembre 
para olvidar o que já deveria ter esquecido. 
 
A busca pelo sentido requer reflexão. 
 
Faça auto-análise. Seja o mais independente quanto 
possível e verá que não é crível a verdade que tanto 
pregam. 
 
O que é veraz assim permanecerá sem que importe 
se celebram. Não seja mais o mesmo de antes. 
 
ATEU POETA 
Pacoti-CE, 26/10/2010 4h e 14 min 
 
65 
DANÇARINA DAS ESTRELAS 
 
Tua boca é o único firmamento 
Que o ateu desejaria 
Teu seio é o diadema da vida 
Abraçar-te é a solidão a dois 
Que dá sentido ao universo 
Habitas cada verso 
De minha simples poesia 
Porque és essência do verbo 
E adjetivo do substantivo surreal 
Por vezes, nostalgia 
Mas, também, paliativo sem igual 
Para cada noite fria 
És cobertor sem rival 
Dançarina das estrelas 
Tua voz é eufonia 
Foz de toda a gama literária 
O balé-cósmico de teu corpo 
É a mais doce euforia 
Sine qua non o poeta sumiria 
Nobre inspiração das belas-artes 
Símbolo feminil da completa maestria 
Consoante à indecifrável beleza natural 
Quanto à transcrição da letra harmônica 
És a mais comovente melodia 
Da orquestra filarmônica 
 
ATEU POETA 
Pacoti-CE, 16/10/2010 
5h e 5min 
 
66 
ELIXIR 
 
Teu beijo é sinfonia 
Para os ouvidos dos meus pensamentos 
Tuas dores são lamentos 
Que desejo balizar 
A cadência de teu corpo 
ReverberaEm meu olhar 
Magnetizado 
Por teus olhos álgidos 
Calmos 
E poéticos 
Não te posso olvidar 
Pois tamanha beleza 
Faz da dissonante natureza 
Addictu 
De tua uníssona imagem-emplastro 
És femme-astro 
Na antropoética da vida 
Monocórdio do sentido cosmológico 
Na desvairada razão do existir 
Elixir da poética 
Ou guarida literal 
Talvez, aporética 
E musa teatral 
Da mesma melodia 
O diamante parodia 
A cintilância 
De teu rosto alvo 
Teu coração 
É meu desiderato alvo 
Será que tenho pontaria? 
Teu sorriso, então, me encandeia 
E me incendeia de fantasia 
Seduz em cadeia 
Na tênue teia do lirismo 
Até teus aforismos 
São centelha de poesia 
O universo sem ti 
É centeio 
Que não floria 
 
ATEU POETA 
Pacoti-CE, 2h e 45min. 
16/10/2010 
 
67 
DUBLÊ 
 
Adoro a dor, às vezes, por que nela se esconde a 
pérola 
Aquela pela qual o escafandrista escarafuncha o 
mar 
Por vezes colhe algo mais raro até 
Mas nem sempre o belo está tão longe 
Ou se esconde em paços tão profundos 
Do lugar comum também brotam flores 
E cabe ao bom jardineiro a técnica de bem cultivá-
las 
Eis que o jardim da poesia surge 
A dor de que falo não é verdadeira 
Por que faltariam letras para descrever o que 
sempre se sente 
E nem todo sentimento aduba o lirismo 
Logo, o poeta precisa atuar, mesmo longe dos 
palcos 
Sentir pelos outros, chorando o pranto alheio 
Da lágrima emprestada chovem pérolas 
E o dublê-escriba vira contador de histórias 
Brincando de confundir realidade com ficção 
Quando tudo o que importa é a convicção 
 
ATEU POETA 
1h e 30 min 
15/09/2010 
 
68 
OLHOS DE FOGO 
 
Teus olhos de fogo me deixam febril 
Em tuas madeixas mora um rio que fascina 
Tuas curvas são um jogo de loucura 
Rosto, regaço, cintura, quadril... Nada mais que 
formosura 
 
Juras que serás minha, guria? 
No dia em que não fores fugidia 
Viveremos felizes em flores 
Neste país ou em Singapura 
 
Ou na Europa, sob mil cobertores 
No swing que a vida deixar 
Na sina que pudermos traçar 
À sorte de cada esquina 
 
O lago sorri para a estrela cadente 
Divago, porque em ti está o meu norte 
 
ATEU POETA 
10/09/2012 
 
69 
RED BULL 
 
Red Bull não me deu asas de cera 
Nem Coca-Cola explica a minha geração 
La belle de jour não curte blues 
Seus olhos azuis nem se apaixonam 
 
Mas derretem qualquer coração 
Minha guitarra quebrou ao som de Scorpions 
Perdi a escala harmônica 
Desencontrei a prima-donna 
 
Mônica nem Madonna nenhuma apareceu 
O azul do céu retrocedeu na voz de Carla Bruni 
Será patriotismo um quartel? 
Ou o mundo que é um grande cartel de grades 
astronômicas? 
 
Depois do capitalismo qual o sistema que virá? 
Quem viver verá a nova caverna de Platão? 
 
ATEU POETA 
10/09/2012 
 
70 
TRAGÉDIA GREGA 
 
Não tenho tempo para tuas gregas tragédias 
Em tua leve imaginação fugaz 
Nem dou cartaz às macabras comédias 
Fazer a média não será eficaz 
 
Romantismo barato não me faz a cabeça 
Não me importa teu às na manga 
Quiromancia nunca me pôs rédeas 
Cada um manda na própria jornada 
 
A estrada aberta leva a vários caminhos 
Há mil espinhos em cada highway 
Mas sei que também existe carinho 
Nunca estará sozinho quem tiver amigos de verdade 
 
Músicas, livros e a poesia da serra 
Zeus que fique com suas guerras 
 
ATEU POETA 
10/09/2012 
 
71 
 PEREMPTÓRIA 
 
Teu corpo é caro papiro 
Piro se miro teus olhos raros 
Firo sentimento que respiro 
Afiro desiderato suspiro 
 
Prefiro nada dizer 
Com que sonha o teu ser? 
A descrição não escreve o momento 
A sensatez que me refiro de quem será criação? 
 
Cautela demais faz fenecer 
Para que paro se o mundo em teu seio é canção? 
Poeta sem amparo à mercê da tua inscrição 
Quem dera ser protagonista de tua trajetória 
 
Tornar real o desatino sem discrição dessa história 
Ser poesia peremptória em teu coração 
 
ATEU POETA 
2:00 
26/05/2012 
 
72 
ALICE 
 
 Alice volta do seu maravilhoso país 
 Vai jogar xadrez no mundo dos espelhos 
 Depois de virar rainha retorna de costas 
 Nada demais atrás do espelho que uma lâmina de 
prata 
 
 Mas quem nunca sonhou com o diáfano mundo? 
 Este poeta já temeu o mundo por trás do reflexo 
aquático 
 Medo de cair e não poder sair 
 Tolice que na infância ficou 
 
 Hoje outra prisão me adestrou 
 São tantas cavernas de Platão que desejo e renego 
 Sonego alguns sonhos e insisto nos mais viáveis 
 Aprendendo a ser rei e a me libertar aos poucos 
 
 A pregar num deserto rouco 
 O mundo ainda é muito pouco 
 
ATEU POETA 
5:53 
26/04/2012 
 
73 
ODE AO IMPOSSÍVEL 
 
Impossível é a palavra de quem desiste 
Aquele que insiste faz 
Perseverança é o ás na manga 
O artifício mais eficaz 
 
Pessimismo só cava fracasso 
Na visão de curto prazo se escondem erros 
Maiores que o do Crasso romano 
Na batalha da aniquilação 
 
Aníbal derrubou uma tropa maior 
5 mil derrotam 50 mil em um feito incrível 
Uma impossível missão concretizada 
Tudo proporcionado pela aposta no novo 
 
Uma batalha sem medo 
Na aplicação de uma estratégia que nunca antes se 
fez 
 
ATEU POETA 
18:05 
22/04/2012 
 
74 
VINHO TINTO 
Levou para a rua o carnaval que se escondia no 
último copo de vinho 
Baco tocava seu lírico violino 
Thanátos o ajudou a levantar-se 
Conversaram à noite inteira 
 
Até que o deus embriagou-se 
Vieram mil nereides 
Mais belas que as gregas 
Nessa hora o sol bateu-lhe nos olhos 
 
Com uma força brutal que o cegou 
Acordou nu 
Ao meio-dia 
Em alto mar 
 
Sem ar 
Nem ideia de como fora naufragar 
 
ATEU POETA 
14:10 
15/04/2012 
 
75 
CORRENTES DE OURO 
 
Perseguição política é ato covarde 
De quem morre de medo de sair do trono 
Por que o poder não é dado aos competentes? 
Quem implanta o terror chorará ao cair 
 
Sem talento é fácil sucumbir 
O cabresto no voto é uma vergonha cultural 
O progresso só existe onde a mentalidade muda 
Retrocesso não dá ajuda a quem precisa 
 
Negócios escusos movem o país 
Rabos presos em correntes de ouros 
Poucos quilates 
Muitos que ladram 
 
Todos se mordem 
E a máfia nunca muda, porque ninguém se move 
 
ATEU POETA 
1:44 
13/06/2012 
 
76 
O BEIJO DO VAMPIRO 
 
Estamos fadados a viver tudo o que é incompleto 
Conto sem fadas 
Dialeto que Portugal muda 
Não há como viver sem ser artista 
 
Mesmo o espírito mais livre vive em suas próprias 
prisões fascistas 
Sexta-feira 13 dos vampiros, zumbis e lobisomens 
Presos por pastéis de carne humana 
Jornalistas demitidos por sindicalismo 
 
Alguns querem beijar muito 
Outros com medo do Demo e dos gatos pretos 
Fortaleza comemora aniversário 
O planalto homenageia Valdomiro e Malafaia 
 
Aborto dos acéfalos ainda em votação 
Enquanto a maioria só quer drogas, sexo e rock 
n’roll 
 
ATEU POETA 
15:31 
13/04/2012 
 
77 
RETÓRICA 
 
Um dia olharei para trás com saudade na lapela 
A mocidade tão bela que não dura 
Quem dera a pura madrugada fosse jornada infinda 
E a vida à deriva no seu coração não se perdesse 
para a imensidão do nada 
Ainda uma sonata doce brilha no seio do seu olhar 
parasita 
Que em cada sinapse transita 
O universo vaga nos espelhos profundos deste 
semblante que enfeitiça, oh, linda! 
Onde a poesia nada nua enluarada de paixão mais 
infortúnia 
Uma betúnia nasce na aba de quem cobiça 
Larissa laça com um sorriso a quem profere 
Um alqueire dessa boca fere ou mata de amor 
Será Rosa a flor que procuro? 
Ou Júlia que me salvará do escuro eterno?A noite me cobrirá com seu terno nobre 
Sem sonhos que cobrem a luz por ouro ou cobre 
Momento em que a pluma se perderá para sempre 
em criptografia histórica 
Então, de que serviu tanta retórica? 
Pois a vida não é arte pictórica 
 
ATEU POETA 
00:47 
02/04/2012 
 
78 
ODE À POÉTICA 
 
Ninguém nasce poeta 
A poesia não existia 
Foi caminho que forjei 
Sem dom especial 
 
Não era bom 
Mas embarquei no ideal 
Me inspirei em professores e livros 
De cabeça na poética me lancei 
 
Argonauta de outros tempos me fiz 
Finquei raiz 
Acreditei 
 
Ser poeta foi a sorte que sonhei 
E persisto para sempre navegante 
No mundo de Dante me encontrei 
 
ATEU POETA 
23/03/2012 
18:50 
 
79 
METAFORIZE 
 
O poeta tem que perder o medo 
Não há segredo na poesia 
Nem se engane, não há dom 
Apenas pegue a pluma 
Metaforize a dor 
Transforme nostalgia em diamante 
Faça da neve calor 
 
ATEU POETA 
 
80 
VAZIO 
Nenhum barulho matará o vazio dentro de ti 
A embriaguez não te fará esquecer de quem és 
Por que o silêncio que tu sentes é bem maior que 
isso tudo 
Muito maior que o mundo 
Nem o universo apraz 
Fingir-se pelo avesso não caberia 
Se soubesses de fato o que fazer ou onde ir 
Um carnaval de festas para suprir 
Tudo o que a cultura nos nega 
O que nos falta se celebra sem saber 
A alegria realmente é vital 
Mas da vida real não se esqueça 
É fácil demais perder a cabeça 
Recuperar nem sempre é possível 
 
ATEU POETA 
18/02/2012 
 
81 
ESCURIDÃO PROFUNDA 
 
Acendi uma vela em meu coração 
Para velar a escuridão que teu sorriso deixou ao 
partir 
Num barco à vela à deriva 
Velejando a poesia da vida 
 
A saudade é uma ferida que nunca sara 
Fica sempre mais profunda e cara 
De amizade rara vira abismo 
Um ostracismo da razão 
 
Teus olhos serão flores no infinito 
A ideia imortal de ti é que me dá a luz do dia 
Uma estrela nova nasceu no céu 
Plantei mil plêiades e pulsares 
 
Em meu branco chapéu 
Pra fazer pulsar a explosão de uma nova Via Láctea 
 
ATEU POETA 
17:27 
23/04/2012 
 
82 
MATILHA DELTA 
 
Antônio & Pantoja 
Uma Cachoeira inaudível 
12 milhões em corrupção 
Lobos e lobistas trajados de calada matina 
 
Comissão sob Inquérito no Parlamento 
A Ficha Limpa cria rugas 
Investidura de tartaruga 
Mesada vai e vem 
 
Fernando Cavendish 
Deputados estarão à venda? 
Bet Company e outros fantasmas 
A ferir os cofres da Fazenda 
 
Denit foi às compras? 
Veja as laranjas do Tesouro Nacional 
 
ATEU POETA 
17:57 
24/05/2012 
 
83 
A FLOR DO MAL 
 
 Safado sempre se safa 
 Safanão na orelha do inocente 
 A lei ausente não se sente violada 
 De flor em flor defloram sua mente 
 
 Idiossincrasia parlamentar para celebrar 
 Quem constrói o congresso tão vil? 
 Quantas vezes mais irão descerebrar em 
cadeia? 
 Somos a base dessa teia demente de mentiras 
 
 Cidadão que morre de promessa em promessa 
 E quem viu? 
 À mesa só os mais sublimes da corrupção 
 E seu coração os escolhe 
 
 Qual o problema? 
 Agora colhe a canção de uma democracia às 
avessas 
 
ATEU POETA 
4:05 
24/04/2012 
 
84 
ANTI-PSIQUÊ 
 
Não tenho braços tão largos que abarquem tudo que 
preciso 
Nem pernas tão rápidas que alcancem o que quero 
Ou olhos tão hábeis que mirem somente o vital 
Mais uma ave que voa para longe do ideal 
Minhas asas se encorujam no ostracismo da razão 
O frio da solidão me acerta forte o peito 
Os sentimentos são leito rarefeito 
Sou máquina sem cura 
Na torturante loucura de ser homem 
O universo é um cárcere gigante de vácuo e 
hidrogênio 
Ando preso na poesia de mim mesmo 
Um poeta a esmo na maresia do sonhar sem fim 
A procura da daymon ou Nefertári 
Uma anti-Psiquê que vá de deusa à mortal 
Desafiando o portal de tudo o que fora surreal 
Contrariando a prisão da matéria 
Que faça da paixão bactéria 
Sem antídoto 
Sem sentido 
Com o trágico torpor de nunca acordar 
Ou que sane de vez essa prima carência 
Antes que a estrela me resgate a subir 
A poeira-cósmica matará qualquer tristeza 
Não mais a ausência desfará a fortaleza 
Nem a consumirá 
Apenas sumirá tudo que um dia fui 
Flui a vida para o fluido da essência 
 A carência não mais terá urgência a suprir 
Não existirá sorriso 
E nenhuma lágrima irá cair 
 
ATEU POETA 
07/03/2012 
 
MINE BIOGRAFIA DO AUTOR: 
 
Ateu Poeta (Aroldo Filho) : 
 
 Historiador, Professor, Poeta, Blogueiro e 
Jornalista Independente. 
 Nascido em Pacoti-Ceará em 1º de abril de 1986. 
 Estudou no Jardim na Escola Menezes Pimentel, 
da alfabetização à 8ª série no Instituto Maria 
Imaculada em Pacoti. Fez cursinho no Evolutivo 
em 2005 em Fortaleza. Em 2006 iniciou estudo 
em Administração na Faculdade Evolutivo em 
Fortaleza, fazendo ainda um pouco mais de um 
ano e abandonou para fazer novo vestibular em 
Pacoti na UVA-Universidade Estadual Vale do 
Acaraú, onde criou o Jornal Delfos no primeiro 
dia de aula em 2007 com mais dois colegas e 
formou-se em Licenciatura Plena em História em 
2010. O Jornal Delfos foi impresso 13 vezes até 
agora e será doravante feito em PDF, fora os 
sites e o blog. Continuam como Presidentes 
iguais e Criadores e Idealizadores Ateu Poeta e 
Cristiano Viana Silveira (não é o mesmo Cristiano 
que cito na dedicatória). 
 Praticante de alguns esportes como: 
 
1. Xadrez, participando do 2º Campeonato de 
Xadrez de Guaramiranga em 2013; 
2. Futebol, participando de 3 campeonatos em 
Pacoti, no primeiro o time só perdeu, no segundo 
o time foi desclassificado do Festal por ter quase 
todos os jogadores maiores de 18 anos, ele com 
16 anos, ganhando ainda a primeira partida por 
W.O. e no terceiro campeonato seu time ganhou 
todas as partidas levando apenas um gol, 
terminando em 3º lugar e só o goleiro ganhando 
medalha; 
3. Basket, desde o Instituto Maria Imaculada, 
passando pelo cursinho no Evolutivo e de volta a 
Pacoti fez parte do 1º torneio de basket em Pacoti 
na quadra do Pólo de Lazer e do 1º torneio de 
baket meia-quadra também em Pacoti. Fez parte 
do time de Pacoti de basket em 2008; 
4. Vôlei pouco jogou 
5. Hadball pouco jogou; 
6. Capoeira, desde os 14 anos; 
7. Karatê, onde tirou 2ª faixa em Baturité em 2012; 
8. Muay-Thai, nível iniciante; 
9. Crav-Magá, nível iniciante 
10. E 4 cursos de Defesa-Pessoal. 
 
Consertou a idade do município de Pacoti, 
retirando um erro de 48 anos para menos, 
inicialmente questionando no Jornal Delfos-CE 
Impresso 2ª Edição em 2008. 
 Criador e Presidente e um dos Idealizadores do 
Jornal Delfos-CE, (2007). 
 Criador e Idealizador da Associação Cultural 
SEMPRE-Segmento dos Estudiosos da Memória 
e Patrimônio Regional da Serra de Baturité 
(2008). 
 Criador e Idealizador do 1° Arquivo Público do 
Interior do Nordeste (2009). 
 2° e 4° lugares, consecutivamente, no 1° e 2° 
concursos de poesia da comunidade do Orkut 
"Vamos Escrever um livro?"(2009 e 2010). 
 Criador, Idealizador e Curador da Exposição 
Histórica: "PACOTY: UMA HISTÓRIA EM 
DOCUMENTOS", aprovado pelo Banco do 
Nordeste (2010). 
 Sócio do Instituto Desenvolver (2011). 
 Trabalhou para o Governo do Estado do Ceará 
como Pesquisador no Porto do Pecém (2011). 
 Ministrou aulas de História, Geografia, Arte e 
Religião em Pacoti (de 2008 a 2011 no Colégio 
São Luís e na Escola Menezes Pimentel). 
 2° Lugar em concurso de pensamento na 
comunidade "Grupo de Poesia" no Facebook 
(2012). 
 Publica notícias, contos, crônicas, poesias, 
fábulas, romances, artigos, peça teatral e letra de 
música em 36 blogs desde 2005. 
 Foi candidatoa vereador pelo PT em Pacoti em 
2012, tendo 51 votos. 
 Atualmente publica em 8 páginas no Facebook 
e também em alguns grupos; destacando-se o 
grupo Nova Ordem da Poesia que nasceu no 
Orkut e agora tem grupo no Facebook e blog com 
vários poetas escrevendo em parceria. 
 Participa de 3 e-books pelo Balcão de Poemas: 
"Por onde andei?", "Quem sou?" e "Cantos do 
Brasil", organizados pelo poeta gaúcho Wasil 
Sacharuk.

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