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Atividade Estruturada matematica financeira

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Atividade Estruturada – Matemática financeira
Questão 6.
Resumo
Os critérios de rentabilidade, baseados em Fluxos de Caixa Descontados (FCD), encontrados com maior frequência na literatura são: o critério do Valor Presente Líquido (VPL); o critério do Índice de Lucratividade (IL) e o critério da Taxa Interna de Retorno (TIR). Entre os vários critérios não preconizados pela teoria destacam-se, por sua relativa popularidade ao longo dos anos, o do tempo de recuperação do capital (pay-back) e o da taxa de retorno contábil. Entre todos estes métodos, o VPL e a TIR são geralmente os mais utilizados, sendo a TIR o método mais popular. Para solucionar os diversos problemas do método da TIR, surgiram os métodos conhecidos como Taxa Interna de Retorno Modificada (TIRM). Este trabalho tem por objetivo realizar uma discussão crítica sobre os métodos da TIRM. Além disso, será feita uma comparação entre esses métodos, mostrando sua superioridade em relação à TIR tradicional, por sanar suas limitações e se adequar à realidade de cada empresa quando bem aplicados. 
Critérios de Avaliação
Galesne et al. afirmam que dentre esses critérios, os encontrados com maior frequência na literatura são os três seguintes, ou variantes deles: o critério do Valor Presente Líquido (VPL); o critério do Índice de Lucratividade (IL) e o critério da Taxa Interna de Retorno (TIR). Entre os vários critérios não preconizados pela teoria, destacam, por sua relativa popularidade ao longo dos anos, o do tempo de recuperação do capital (pay-back) e o da taxa de retorno contábil.
Taxa de Retorno Contábil
A análise de investimentos que tem por parâmetro uma medida de retorno contábil, é muitas vezes utilizada por dirigentes de empresas preocupados com resultados de balanço. Ela pode incluir medidas como o retorno sobre o investimento, o retorno sobre os ativos ou o retorno sobre o patrimônio líquido investido no projeto. Nesse método, os lucros médios projetados – após depreciação e impostos – são divididos pelo investimento no projeto, pelo valor do ativo no projeto, ou pelo patrimônio líquido correspondente, sendo então comparados com a mesma medida para a empresa como um todo ou com um padrão de escolha dela (GALESNE et al., 1999).
Estes autores consideram esse método desaconselhável por utilizar valores médios que não levam em conta o valor do dinheiro no tempo e por considerar valores contábeis e não fluxos de caixa, tornando os resultados viesados pelo critério contábil utilizado pela empresa. Além disso, como depende de um padrão externo, contábil, o critério é também arbitrário, não econômico. 
Tempo de Recuperação do Capital (Pay-back)
Torres et al. (2000) definem o tempo de recuperação do capital (pay-back) como o prazo para recuperação de um investimento em um projeto. O investimento será recuperado quando o lucro gerado pelo projeto igualar o valor do investimento realizado. É encontrado somando-se os valores dos fluxos de caixa negativos com os valores de fluxos de caixa positivos, até o momento que essa soma resulta em zero. A partir dele, é possível visualizar em quanto tempo o projeto irá retornar seu investimento. 
Valor Presente Líquido (VPL)
Segundo Torres et al. (2000), o Valor Presente Líquido (VPL) é obtido através da diferença existente entre as saídas de caixa (investimentos) e as entradas de caixa (recebimentos), descontados a uma determinada taxa, geralmente a Taxa Mínima de Atratividade (TMA) da empresa. Considera-se atraente o projeto que possui um VPL maior ou igual a zero. Através dessas análises, o produtor pode escolher pela aceitação ou rejeição do projeto. Há também de se considerar o custo de oportunidade em relação a atividades semelhantes. Galesne et al. (1999) definem a TMA como a taxa utilizada para descontar os fluxos de caixa de um projeto, representando uma taxa de juros que reflete a preferência intertemporal do dinheiro, ou seja, que faz com que 1 Unidade Monetária (UM) hoje seja equivalente a (1+ TMA) UM em um período. Os mesmos autores afirmam que, no âmbito da avaliação de um projeto de investimento, a taxa de desconto TMA terá outra interpretação: é a taxa mínima de rentabilidade exigida do projeto. Esta taxa representa o custo de oportunidade do capital investido ou uma taxa definida pela empresa em função de sua política de investimento. 
Taxa Interna de Retorno (TIR)
De acordo com Torres et al. (2000), a Taxa Interna de Retorno (TIR) é a taxa que produz um VPL igual a zero. Considera-se atraente o projeto que apresentar uma TIR maior ou igual à TMA. Apesar de ser um dos métodos preferidos na análise de projetos, são necessários alguns cuidados especiais em sua utilização. Mesmo não sendo um dos melhores indicadores, a TIR é uma das formas de avaliação de projetos mais utilizadas no meio empresarial. Stanley e Block (apud Berkovitch; Israel, 1998) fizeram uma pesquisa em 1981 com 121 empresas multinacionais para Identificar quais os métodos de análise de projetos que eram utilizados por seus executivos. O resultado mostrou que a TIR era utilizada como o método primário por 65,3% dos gestores, enquanto que o VPL era utilizado apenas em 16,5% dos casos. 
Método da Taxa Interna de Retorno (TIR)
A Taxa Interna de Retorno (TIR) é a taxa de um determinado fluxo que torna o seu VPL nulo, ou seja, torna o valor presente dos itens futuros do fluxo de caixa igual ao valor do investimento inicial (GALESNE, 1999). Como já citado anteriormente, a TIR é uma ferramenta de mensuração bastante popular. Isso se deve à facilidade de assimilação do empresariado a percentuais que representem rentabilidade de fluxos de caixa. É muito mais fácil entender que um determinado projeto tem uma taxa interna de retorno de 13% do que compreender que o mesmo possui um valor presente líquido de 100,00 UM ou que o seu payback é de seis anos. O critério de seleção de projetos através da TIR é o seguinte:
Se a TIR de um determinado projeto for maior ou igual que a taxa considerada atrativa pelo investidor, tal projeto é considerado viável e geralmente aceito;
Considerações Finais
No panorama atual da economia mundial, no qual a competitividade obriga as empresas a trabalharem com custos extremamente controlados, não há espaços para erros na escolha de projetos. Mesmo assim, muitos gestores continuam utilizando métodos puramente qualitativos para a seleção dos investimentos, aumentando muito o risco de decisões errôneas. Entre as empresas que utilizam algum método específico, o Valor Presente Líquido (VPL) e a Taxa Interna de Retorno (TIR) são os mais utilizados, mesmo possuindo algumas limitações. As principais limitações da TIR são a possibilidade de existência de múltiplas taxas para um mesmo fluxo e a consideração de que todos os fluxos de caixa são financiados ou reaplicados a uma mesma taxa implícita, a TIR do projeto. Para resolver esses problemas foram desenvolvidos métodos que modificam o método da TIR Tradicional, como a TIR Integrada, a TIR Integrada Completa, a TIR Modificada e a TIR do VPL. Em todos os casos, há a incorporação de taxas de aplicação e financiamento externas ao projeto, e o cálculo da taxa é realizado a partir da comparação entre um valor presente e um valor futuro – calculado em cada caso de forma diferente. Cada método tem uma lógica diferente de aplicação que se adapta melhor a uma realidade de empresa. Por exemplo, o método da TIR integrada Completa serve a organizações que não possuem caixa próprio para custear seu projeto, utilizando financiamentos internos no momento em que o capital é necessário. Já os métodos da TIR Modificada e da TIR do VPL são voltados a empresas que fazem seu investimento a partir de capital próprio, o qual, usualmente, está disponível no orçamento deste o início do projeto. Os resultados numéricos são muito diferentes, motivo pelo qual os gestores devem utilizar apenas um deles para comparar todos os projetos de uma mesma carteira. Deste modo, embora resolvam os principais problemas da TIR tradicional,nenhum dos métodos analisados é hegemônico. Cabe aos gestores definirem o de sua preferência, ou mesmo criarem outro método a partir dos conceitos básicos. Além disso, deve ser tomado um cuidado especial na determinação das taxas de aplicação e financiamento, pois um erro nesses valores pode alterar muito os resultados finais. Outra possibilidade é alterar as taxas ao longo dos períodos ou considerar ainda o resultado de um período para financiar as necessidades dos anos seguintes para refinar os métodos.
Deve-se ressaltar a existência de diversos métodos que objetivam a análise de investimentos. Muitas vezes deve ser considerada a situação político-econômica do cenário para uma escolha adequada do método a ser utilizado. Após a escolha do método, com o intuito de manter sempre um referencial comparável, não se aconselha a substituição constante do mesmo. Como a maioria das empresas, principalmente em países como Brasil, não utilizam nem os métodos mais rústicos, a utilização dos métodos mais simples de TIR modificada já representará um grande passo rumo a uma tomada de decisão mais consciente e com resultados menos aleatórios. 
Referências 
BERKOVITH, E.; ISRAEL, E. Why the NPV Criteria does not maximize NPV. Review of financial
studies. Vol. 17. Issue 1, pág. 239-255. Tel Aviv: 1998. 
FENSTERSEIFER, J. E.; GALESNE, A.; ZIEGELMANN, J. A utilização de técnicas analíticas nas
decisões de investimento de capital das grandes empresas no Brasil. Revista de Administração. Vol. 22 N° 4. São Paulo: out./dez. 1987. 
GALESNE, A.; FENSTERSEIFER, J. E.; LAMB, R. Decisões de investimentos da empresa. São Paulo: Editora Atlas, 1999.

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