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1 VAZÕES MÁXIMAS Eng. Walter Corrêa Carvalho Junior, Esp. GPA – CIÊNCIAS AGRÁRIAS, BIOLÓGICAS E ENGENHARIAS Conteúdo da Aula Importância das vazões máximas. Método Racional e Racional Modificado. Aplicações e Estatística para vazões máximas. 2 VAZÕES MÁXIMAS São aquelas vazões cuja magnitude não são esperadas em um período de tempo curto São entendidas como sendo valores associados a riscos de serem igualados ou ultrapassados (Tucci, 1993) Esses eventos são considerados extremos, podendo trazer prejuízos consideráveis às populações No estudo de vazões extremas, Villela e Mattos (1975) diferenciam enchentes e inundações – Enchentes são acontecimentos de vazões relativamente grandes e que, normalmente, promovem inundações – Inundações são elevações do nível d’água que extravasam o canal principal do rio • Assim, nem sempre as enchentes promovem inundações 3 Importância das vazões altas • Determinam o tipo de sedimento do fundo do rio; • Evitam a invasão do leito do rio por plantas terrestres; • Renovam a água armazenada em lagos marginais, braços mortos do rio e em regiões de estuários. Importância das cheias • Modificam a calha do rio, criando curvas, bancos de areia, ilhas, praias, áreas de maior ou menor velocidade de água, e diversidade de ambientes; • Inundam as planícies, depositando sedimentos e nutrientes necessários para a vegetação terrestre; • Inundam e criam lagoas marginais na planície, criando oportunidades de reprodução e alimentação para peixes e aves; • Indicam o início do período de migração ou de reprodução para algumas espécies de peixes; • Eliminam ou reduzem o número de espécies invasoras ou exóticas; • Controlam a abundância de plantas nas margens e na planície; • Espalham sementes de plantas pela planície. 4 F o n te : P la n o D ir e to r d e D re n a g e m U rb a n a d e P o rt o A le g re /R S Cheias União da Vitória PR Rio Iguaçu Cheia de 1983 Fonte: Collischonn (2003-UFRGS) 5 Cheias em Cuiabá? Ponte Julio Muller (ponte Velha - Inauguração, 1942) Cheia de 1974 6 Vazão de Projeto • É dimensionado de acordo com a probabilidade de falha de uma estrutura hidráulica sendo menor de que a falha provoque grandes prejuízos econômicos ou mortes de pessoas. Estrutura TR (anos) Bueiros de estradas pouco movimentadas 5 a 10 Bueiros de estradas muito movimentadas 50 a 100 Pontes 50 a 100 Diques de proteção de cidades 50 a 200 Drenagem pluvial 2 a 10 Grandes barragens (vertedor) 10.000 Pequenas barragens 100 • Podem ser estimadas por: – Regionalização de Vazões; – Com base nas precipitações. – Ajuste de uma distribuição estatística; VAZÕES MÁXIMAS 7 • Largamente utilizado para pequenas bacias (até 2 Km²), sendo utilizado também até 5 Km² (estendido até 10 Km²). • Com base nas precipitações locais. • Onde Q é a vazão em m³/s; • C é o coeficiente de escoamento superficial, ou seja, qual parcela da precipitação escoa superficialmente, admissional; • i é a intensidade da precipitação em mm/h • A é a área de drenagem em ha; MÉTODO RACIONAL 360 AiC Q • Intensidade de Precipitação – O ideal é que se tenha a curva I-D-F da região. – Há uma sugestão de valores, a favor da segurança, caso não se tenha em mãos a referida curva: MÉTODO RACIONAL Área de Contribuição (ha) Intensidade de Precipitação (mm/h) Até 10 300 De 10 a 20 270 De 20 a 50 250 De 50 a 100 200 De 100 a 200 180 De 200 a 300 150 De 300 a 400 135 De 400 a 500 120 Fonte: Lopez (2008) – Viçosa/MG – Construção de Pequenas Barragens de Terra 8 • Coeficiente C – Este é dado por Tucci (2009), sendo que sua variação depende do tipo de solo, relevo, topografia e uso e ocupação, fazendo uso de aspectos subjetivos. – Para área urbana segue: MÉTODO RACIONAL Superfície Valor do C pavimento Asfalto 0,83 Concreto 0,88 Calçadas 0,80 telhados 0,85 Cobertura: solo arenoso Plano (2%) 0,08 Médio (2 a 7%) 0,13 Alta (7%) 0,18 Grama ou solo pesado Plano (2%) 0,15 Médio (2 a 7%) 0,20 Alta (7%) 0,30 • Calcular a vazão máxima de enchente (Qmax) que deverá passar em um extravasor de uma barragem de terra construída em uma garganta, no final de uma microbacia hidrográfica com área igual a 20 ha e coeficiente run off de 0,39. EXERCÍCIO MÉTODO RACIONAL 9 • Utilizado para bacias de até 150 Km². • Pondera por um coeficiente de retardamento (ϕ). • Onde Q é a vazão em m³/s; • C é o coeficiente de escoamento superficial, ou seja, qual parcela da precipitação escoa superficialmente, admissional; • i é a intensidade da precipitação em mm/h • A é a área de drenagem em há; • Φ é coeficiente de retardamento, dado pela equação: MÉTODO RACIONAL MODIFICADO 360 AiC Q A 0000034,0278,0 • Para se utilizar o ajuste estatístico, os dados históricos devem possuir: – Independência das vazões: os eventos não dependem de si para ocorrerem. Para vazões máximas geralmente segue esta condição devido ao tempo que separa uma estação chuvosa de outra. – Série estacionária: quando não ocorrem modificações nas características estatísticas da sua população ao longo do tempo. – Amostra representativa: depende do número de valores da série e das incertezas associadas. • Deve ter no mínimo 30 anos de dados. VAZÕES MÁXIMAS Ajuste Estatístico 10 • Utiliza-se muito para garantir segurança estrutural de barragens!! • Recomendações para período de retorno de barramentos DAEE (2005) – Guia Prático para projeto de pequenas obras hidráulicas – Seleção da melhor distribuição para ajustes de vazões máximas • A ELETROBRÁS recomenda que a escolha da distribuição estatística seja feita com base na assimetria da amostra Coeficiente de assimetria ≤ 1,5 Gumbel Coeficiente de assimetria > 1,5 Exponencial II parâmetros VAZÕES MÁXIMAS Ajuste Estatístico 11 Série de vazões Máximas Anuais Distribuição de Gumbel • Também conhecida como Distribuição de Valores Extremos do tipo I ou ainda Distribuição Assintótica dos Extremos Tipo I. • É recomendada para ajustar série de valores máximos anuais, tais como chuva e vazão. • É uma distribuição assimétrica positiva (moda > mediana > média). 12 • Definida por dois parâmetros: • é denominado parâmetro de mudança de escala • é denominado parâmetro de locação • Esses dois parâmetros têm relação direta com a média e o desvio padrão amostral. Distribuição de Gumbel S7797,0 5772,0x • A expressão que relaciona a vazão máxima com seu tempo de retorno é: • Onde: • é a média das vazões máximas anuais; • S é o desvio padrão das vazões máximas anuais; • Tr é o tempo de retorno ou recorrência. Distribuição de Gumbel TrSSxx /11lnln7797,045,0 x 13 Distribuição Exponencial de Dois Parâmetros • Também é uma distribuição assimétrica positiva utilizada para eventos extremos máximos (vazão e chuva). • Semelhante a distribuição de Gumbel com a mesma significação e denominação para os parâmetros e . Distribuição Exponencial de Dois Parâmetros • Sendo: e A expressão que relaciona a vazão máxima com o período de retorno é:S Sx Tr/1lnSSxx Onde: é a média das vazões máximas anuais; S é o desvio padrão das vazões máximas anuais; Tr é o tempo de retorno ou recorrência. x 14 Exercício Exemplo No posto fluviométrico do Rio Cuiabá, a análise estatística da série de vazões máximas anuais de 66 anos (N=64) forneceu como média a vazão de 1857,3 m³/s, desvio padrão de 505,7 m³/s e coeficiente de assimetria de 0,44. Determinar pelos métodos de Gumbel e Exponencial de Dois Parâmetros as vazões máximas com Tr de 10, 20, 50 e 100 anos.
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