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Aula 7 20 10

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Aula 7 (20-10)
	Na digestão de monogástricos e aves...(?)
	No intestino delgado ocorre a hidrólise enzimática. É a fase mais importante do processo de digestão, porque ocorrerá a transformação de lipídeos, proteínas e carboidratos em subprodutos que irão atravessar a parede intestinal para serem absorvidos. Sua parede é repleta de vilos para concorrer nessa digestibilidade. 
	O intestino delgado é composto por duodeno, jejuno e íleo. No cão, já o estômago, duodeno, jejuno e íleo, compondo o intestino delgado, e depois o ceco, bastante rudimentar, cólon e reto. Portanto, com essas condições de ceco rudimentar, não se pode esperar altas digestibilidades de fibras nesses animais, já que esse processo ocorre no ceco. No duodeno há o derrame do suco pancreático, onde haverão enzimas lipolíticas, aminolíticas e carboidrases; é uma área relativamente pequena e à medida em que o alimento entra em contato com essas enzimas é hidrolisado. Depois passa para o jejuno, onde há maior absorção do intestino delgado, e alcança o íleo. O trabalho do intestino grosso é bem pequeno.
	Já no bovino, o alimento sai do estômago químico, alcança duodeno, jejuno, íleo e depois há um ceco relativamente bem desenvolvido, um cólon desenvolvido e o reto. É um típico animal de máximo aproveitamento. Há um processo digestivo enzimático que tira pra ele o máximo de energia (ácidos graxos voláteis). O que passa pelo intestino delgado sem ser reabsorvido completamente, alcança o intestino grosso, onde ocorre fermentação desse quimo e dele retira-se a energia. As bactérias que se multiplicaram irão sofrer todo o processo de hidrólise, assim como seus produtos (carboidratos, lipídeos e proteínas). Para a gordura, as bactérias fermentam e pelo processo de hidrólise e formação de corpos cetônicos, pouco irá chegar no TGI.
	Equinos apresentam estômago relativamente pequeno (se comparado com os demais animais domésticos), seguido de duodeno, jejuno e íleo, além de um ceco, cólon e reto. A capacidade fermentativa do final do TGI do equino é considerável. Sua alimentação deve ser, obrigatoriamente, mista, composta de fibras e concentrado proteico e de gordura. Dessa forma, esse intestino delgado pode tirar o máximo proveito desse tipo de alimento. As bactérias, diferentemente do que ocorre nos ruminantes, não são absorvidas (seus componentes), mas eliminadas com as fezes.
	Os suínos apresentam boa capacidade fermentativa, que é essencialmente aproveitada para determinadas situações. Caso temos um suíno que vai para o abate, procura-se máximo ganho de peso, e por isso tem-se ter uma digestão enzimática (hidrólise de amidos, carboidratos simples, lipídeos, etc). Já para uma matriz lactante utiliza-se o aumento no uso de fibras e consequentemente favorece o ganho de energia com o aumento da produção de ácidos graxos voláteis – a fêmea fica muito tempo deitada e absorve muito água, podendo entrar em prolapso intestinal.
	O intestino grosso apresenta uma conformação bem diferente do intestino delgado, porque é onde haverá fermentação e produção de gases. Há uma estrutura anatômica para essa função, e não uma superfície de absorção como é no intestino delgado. 
	O esôfago do equino mede cerca de 1,5m para um volume total de 10L de estômago e 50L para intestino delgado e 120L para intestino grosso, somando 170L de volume/capacidade intestinal. Com isso, pode-se dizer que o equino deve comer pequenas quantidades e mais vezes. Comparativamente, equinos e suínos apresentam ceco bem desenvolvido, sendo o do equino maior. 
	A capacidade microbiana fermentativa irá produzir ácidos graxos voláteis como fonte de energia.
A absorção compreende a passagem de nutrientes pelo lúmen intestinal. Os produtos da digestão de carboidratos são monossacarídeos como glicose, galactose e frutose, além de di e trissacarídeos. Quando há uma injúria da mucosa, a absorção de dissacarideos fica comprometida. O transporte se dá por difusão facilitada.
Já o produto da digestão de proteínas são aminoácidos, absorvidos por transporte ativo secundário. No momento da absorção, há competição pelo transportador; a presença de açúcares inibe a transferência de aa, sendo a absorção influenciada pela estéreo especificidade (os L-aa são transportados contra o gradiente de concentração, enquanto que isso não ocorre para D-aa – há, preferencialmente, transporte de L-aa).
No estômago, não há digestão. Ela ocorre a partir do duodeno. E a absorção a partir do jejuno.
As gorduras, sais biliares, mais especificamente, confluem para a formação de micelas.
Em aves há a chamada “síndrome da passagem rápida”, em que, por alguma razão, o alimento passa rapidamente pela moela e intestino delgado, de forma que o aumento da velocidade de passagem reduz a digestibilidade, já que diminui-se o contato enzima-alimento.
A ingestão de fibras aumenta a velocidade de passagem do bolo alimentar. 
Na avicultura, depois de se alimentar um peru passadas 3h já há formação de fezes. Nesses plantéis, há ganho de massa proporcionalmente maior que o crescimento cardiovascular e respiratório. O processo de digestão, em si, aumenta a produção de calor, e em ambientes/períodos quentes o animal entra em estresse calórico, que é representado na ave e suíno por aumento da frequência respiratória – consequentemente, elimina-se mais CO2 do que suas taxas metabólicas. Esse CO2 sai do ácido carbônico, que regula o pH sanguíneo. A ave morre por um distúrbio elétrico no coração. Geralmente, nesses casos, encontra-se mais machos mortos, porque se desenvolvem mais que as fêmeas. Dica: em picos de calor, não chegar nesses animais por trás, para evitar que levem susto e morram, também em decorrência desse estresse.
A velocidade de passagem é influenciada pela consistência, tamanho das partículas (quanto mais fibrosas, maior velocidade do bolo alimentar), conteúdo de água (sem água, há um trânsito mais lento e dificultoso). Além disso, é influenciada também pela composição de dieta, como fibras solúveis (glucanos e xilanos), que aumentam a viscosidade. 
A digestão é influenciada por: quantidade ingerida (ex. equinos devem comer pouco e mais vezes, de forma a manter a glicemia em certa constância); frequência de alimentação; distúrbios digestivos (ex. acidez, produção de HCl, diarreias); tipo de processamento do alimento (ex. amido composto de amilose, uma cadeia linear de glicose, e amilopectina, uma cadeia não-linear de glicose, que favorece a entrada de água e, com isso, a digestibilidade – diferentemente, quanto mais amilose, menor a digestibilidade) ; teor de fibra bruta; efeito associado e interativo dos alimentos (ex. a digestibilidade da proteína do farelo de soja e da farinha de carne e ossos pode, quando juntas, interferir de forma a facilitar ou dificultar a digestibilidade principalmente proteica).
Em uma ração à base de milho, há cerca de 60-65% desse composto; faz-se um pré-cozimento, de forma a favorecer a digestibilidade do amido e tornar a ração peletizada/extrusada. Ponto negativo: concorre para dificultar a digestibilidade de proteínas, que não suportam calor, além de vitaminas, principalmente do complexo B, as quais são altamente sensíveis ao calor. Com isso, as vitaminas são jogadas no pellet, após o pré-cozimento, em uma mistura oleosa ou em solução aquosa. 
Peletizar uma ração é importante porque diminui-se o tempo do animal no cocho e a competição por alimento com os demais animais. Diferentemente da ração farelada, que possui grãos em diferentes densidades, o que contribui para a segregação de partículas mais densas para o fundo e menos densas para a superfície, com o transporte desse composto, os pellets são mais homogêneos. 
Se dermos uma ração de cão para um gato, certamente a velocidade de passagem será maior, por conta da presença de fibra na ração do cão.
Digestibilidade aparente = nem tudo que entra no TGI é aquilo que o animal ingeriu, já que há presença de bactérias e outros microorganismos responsáveis pelo processo fermentativo. Assim, boa parte de proteínas encontradasnas fezes de equinos são proteínas bacterianas, assim como ocorre nas fezes de animais monogástricos, em geral. Já digestibilidade verdadeira é quando se retira das fezes um comprometimento das células descamação, muco, células bacterianas, metabólitos nitrogenados (endógenos e exógenos). As rações são formuladas com base na digestibilidade aparente. 
Provavelmente, a digestibilidade aparente do equino tem uma taxa menor do que se comparado com os cães, por conta da capacidade digestível com relação ao final do intestino grosso.
Nas fezes encontra-se resíduos de alimentos não digeridos, resíduos de secreção gástricos, bile, pâncreas e entérica, células de descamação da mucosa intestinal, catabólitos excretados, além de microorganismos.
A urina é outra via de excreção. A excreção das fezes conta a fração que não foi digerida, sendo importante para o cálculo da digestibilidade, enquanto que a urina, pela presença de metabólitos nitrogenados e sulfurados, por conta da gliconeogênese (esqueleto de carbono dos aminoácidos – glicose - nitrogênio é eliminado sobre a forma de ácido úrico, ureia ou amônia, além do enxofre), fala-se em catabólitos ou fração metabolizável dos alimentos. O gato, comparativamente ao cão, elimina muito mais compostos nitrogenados.
Os animais podem ser: amonotélicos, uricotélicos ou ureotélicos.
Aminoácidos sulfurados são metionina e cistina.
Energia não é nutriente, porque não faz parte do processo de digestão. Há, ao contrário, digestão de compostos, os quais, metabolizados, originarão energia.
Um adulto, que não lactante, precisa de baixas taxas proteicas, porque nesse período a proteína será utilizada estruturalmente (turn-over celular) e para a produção de anticorpos, por exemplo. Altas taxas proteicas irão comprometer o metabolismo renal. 
Além disso, a urina excreta elementos inorgânicos e eletrólitos (Cl, K, Na e P); pequena quantidade de vitaminas e seus metabólitos; elementos traços; pigmentos e células de descamação do trato urogenital.
A digestibilidade verdadeira é possível com a retirada do intestino grosso do animal, onde há coleção significativa de microorganismos e não há digestibilidade enzimática. Dessa forma, haverá um trânsito apenas de digestibilidade enzimática. Mesmo assim, o animal deve ser mantido em jejum por certo tempo para coletar muco e outros materiais endógenos produzidos.

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