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IED PRIVADO 1

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IED PRIVADO 1 – MAURICIO REQUIÃO
FACULDADE BAIANA DE DIREITO – ANNA BATRIZ OLIVEIRA GUIRRA SOUZA
INTRODUÇÃO
DICOTOMIA
- Existe uma divisão dentro do direito, que apresenta falhas, entre o direito Público e Privado (o que é interesse público e o que é interesse privado). Existem ramos do direito que ficam no meio termo entre o público e o privado (EX.: DIREITO DO CONSUMIDOR).
- Para fazer essa divisão também é usado o critério da a) titularidade do direito e b) interesses gerais e/ou individuais
A) Para que seja uma relação puramente pública: o ente público (NUMA POSIÇÃO DE SUPERIORIDADE) tem que tratar com outro ente, público ou privado, que terá que se sujeitar pois terá uma relação de império ou superioridade. (“O estado age com poder de império sobre o ente privado ou público – Ex Imposto de renda)
B). Os interesses gerais seria tudo que abrange o direito público e o interesse individual tudo que abrange o direito privado. Mas isso não é via de regra, interesses privados podem ser de uma coletividade também, (EX. Interesses dos alunos em relação a uma faculdade com a qual estiver uma relação de direito privado – contrato -, mas existe toda uma comunidade envolvida.
*A GENTE TAMBÉM PODE TER UMA RELAÇÃO ONDE SEJA DE DIREITO PRIVADO NA QUAL UM ENTE PÚBLICO ATUE – EX.: A UNIÃO CELEBRANDO UM CONTRATO DE CASAMENTO;
- No direito privado, um dos princípios basilares é a LIBERDADE (ou autonomia), respeitando a lei maior (EM TERMOS NEGOCIAIS). A privacidade também é um dos princípios. Já no direito público tem de haver uma transparência nas ações públicas, enquanto no privado, não.
SE OU COMO ESSES RAMOS INTERAGEM – TEXTO 
- Dicotomia público/privado é a grande dicotomia do direito – as coisas seriam ou de direito público ou de direito privado. Não existiria algo em comum.
- Atualmente essa visão é considerada ultrapassada, pois existira sim um meio termos entre eles. Esse meio termo seria explicado pela TEORIA DA ELIPSE – SERIA A IDEIA DA POLARIZAÇÃO E NÃO DE UMA IDEIA FIXA DE PERTENCIMENTO
PENAL
TRIB
PROC
EMPRES
CIVIL
TRAB
CONS
CONST
ADM
DIREITO 
PRIVADO
DIREITO 
PÚBLICO
*SE TORNA CADA VEZ MAIS PRIVADO COM AS REFORMAS TRABALHISTAS
DIREITO CÍVIL: tronco do direito privado
- Direito civil é o direito privado ordinário, direito privado comum. Ele é base de onde surgirão as variações do direito. EX: o contrato de compra e venda está no código civil e esse contrato é regulamentado pela ótica do Direito Constitucional.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA
DIREITO ROMANO: 
- Dois fatores mostram a importância do direito romano: vocabulário em latim e o direito civil vem do romano germânico. 
- Corpus Iuris Civilis (Justiano): não pode ser considerado um código civil nos moldes atuais, mas foi muito importante pela sua teoria e pela sua difusão (antiga e atualmente)
IDADE MÉDIA
- Roma cai, o governo fica fragmentado, fraco e se preocupa mais em se manter inteiro e houve uma baixa produção jurídica.
- Igreja católica como instituição mais forte tira proveito da situação e cria o seu direito próprio – direito canônico. O direito canônico influenciou muito o comportamento das pessoas na época, e hoje também, e influenciou o direito civil – principalmente na parte que diz sobre a família, a boa-fé.
- Na idade média muitas bibliotecas forma destruídas, mas a igreja católica (por ser muito forte) preservou e fez copias de muitos livros do âmbito jurídico – os copistas - (Filme: “O nome da Rosa”)
- Na época existiam pessoas chamadas de losadores, eram pessoas que pegavam os textos jurídicos romanos e faziam anotações interpretando esses textos – vale ressaltar que nem sempre as interpretações condiziam com o pensamento do autor, já que era a época do absolutismo e os reis comandavam bastante o pensamento das pessoas
CÓDIGO DE NAPOLEÃO (1804)
- Pós revolução francesa, Napoleão fez um código (primeiro código, nos moldes atuais) e é um marco principal para o direito em geral e o direito civil.
- Fruto da burguesia (produzido para os burgueses), o ápice do racionalismo/humanismo por conta do pensamento iluminista – base da criação do código
- Inauguração do Liberalismo Clássico
- Em primeiro momento pensado como solução definitiva para casos concretos (se eu tiver qualquer conflito no caso concreto – uma briga de vizinho, de homem e mulher - basta ir para esse código que a solução de tudo está ali). Ideia que decorre de três fatores ideológicos: a) ideologia da sociedade (igualdade), b) completude e c) interpretação
A) Parte do pressuposto que essa sociedade francesa, é uma sociedade homogênea, em que todos são iguais. Não é verdade nem em sentido formais quanto materiais;
B) esse código conseguiria tratar tudo de tudo
C) A ideia de que a solução já estaria colocada no código civil de modo claro e expresso, dispensando qualquer interpretação além da mera subsunção (bastaria o juiz olhar o que a lei diz e aplicar)
- Código civil é, até hoje, o código napoleônico
- Inaugura a era das codificações.
BGB (CODIGO CIVIL ALEMÃO) – 1900
- No primeiro momento teve uma influência no código brasileiro de maneira mais estrutural.
DIREITO PORTUGUÊS
- Aplicação total do direito português enquanto Brasil colônia.
- Período pré independência não existia códigos, e sim as ordenações (afonsinas, filipinas e manoelinas)
CODIGO CÍVIL DE 1916
PERÍODO PRÉ CODIGO CIVIL – 1916
- Na constituição de 1824 previa a criação do código civil, mas sempre foi prorrogado. Em 1830 criou-se o código penal e depois o empresarial.
- O primeiro código civil surge em 1916. Durante esses intervalos houveram várias propostas de códigos, a principal de Teixeira de Freitas: tentou reunir/sistematizar todas as leis já aplicadas, mas não conseguiu terminar tanto pelo prazo de elaboração, quanto pela aprovação na Câmara, já que precisava de uma maioria – era um esboço de código civil bem avançada, já com parte geral e especial e serviu de inspiração para muitos outros.
CÓDIGO CIVIL DE 1916
- Primeiro código civil
	CODIGO BRASILEIRO
	CÓDIGO NAPOLÊONICO
	Sociedade Rural
	Sociedade Burguesa
	Escravocrata
	Absolutismo
Não é tão correto afirmar que o código de 1916 se inspirou totalmente no código civil napoleônico, pois eram sociedades muito diferentes. Mas existem fatores que eram de interesse de um de outro: propriedade (importância absurda), contratos (autonomia da vontade- não uma preocupação com a justiça contratual), família (patriarcal e fundada no casamento - pátrio poder- ,família como um fim em si mesmo)
- Paradigma do Código: direito da personalidade
-Durou até 2002 – 2º código civil 
CÓDIGO CIVIL DE 2002
PRÉ CÓDIGO DE 2002
- Industrialização, formação de grandes centros urbanos, ditadura – mudanças que clamaram por um novo código
- Código de 2002 começa a ser pensado em maio de 1969, formou-se uma comissão e o ordenador era Miguel Reale
- 1975 – código vira projeto de lei e recebe mais de +1000 emendas
- 1984 – o processo do código civil sai da Câmara, mas não emana caráter de urgência para a formalização por conta da redemocratização (fim da Ditadura) e por conta necessidade de uma nova constituição (1988)
- Essa lacuna entre 1984 e 2002, fez com que surgissem várias leis espaças fora de código de 1984, por conta dessas leis espaças muitos autores questionaram se não seria prudente criar um novo código.
- 1995 – volta o código para a Câmara e recebe mais +300 emendas e é 2002 é aprovado
- Alguns autores consideram esse código como algo que já nasceu ultrapassado (Ex.: O código não fala nada sobre a internet) – Orlando Gomes é um dos críticos. 
CÓDIGO DE 2002
- Miguel Reale descreveu esse código com 3 diretrizes: a) eticidade - ter comportamentos e agir de acordo com a boa-fé, b) socialidade - superar, abandonar os valores individualistas e c) operabilidade – verificar problemas no código anterior, para que não se repitam nesse novo código.
	
	1916
	2002
	PROPRIEDADE
	- Função social
	+ função social (ñ liberdade para abuso da sua propriedade - regulamentação mais fácildo usucapião)
	CONTRATUAL
	Autonomia da vontade
	Autonomia da vontade e privada – existe uma autonomia, mas com limites e regras
	FAMILIA
	Único modelo – patriarcal, pátrio poder, família como um fim em si mesmo
	Vários modelos, supera a ideia do patriarcalismo
	RESPONSAB. CIVIL – ter que indenizar ou não alguém. 3 elementos: conduta (ter a ação ou omissão) + nexo causal (ligação entre o ato e o resultado) + dano (resultado)
	Subjetiva – além dos 3 elementos, tem também a culpa, ou seja, tem que ser uma conduta culposa – quando o indivíduo age com imprudência, negligencia ou imperícia e causa um dano
	Subjetiva e objetiva – a culpa deixa de ser um fator decisivo e é analisado se a conduta foi a causa ou o dano
ESTRUTURA DO CÓDIGO CIVIL 2002
- Divido em partes: GERAL (normativa que é aplicável a tudo do direito civil -pessoa, bens e fatos) e ESPECIAL (sub-ramos do direito civil)
- Livros: são as divisões mais de temas, cada livro vai tratar de um tema. EX. Parte Geral (3 livros – pessoas, bens e fatos) e Parte Especial (6 livros – obrigações, empresarial/societário, coisas, família, sucessões, disposições finais transitórias – regras de transição entre o código de 1916 e o de 2002)
- Titulo
- Capitulo
- Seção
- Subseção 
* Divisão Secundaria:
- Artigos ou art. Caput ou “cabeça”: parte principal| Parágrafos ou §: complementa ou traz alguma exceção do que está no artigo |incisos ou algarismos romanos: enumerar | alíneas ou letras minúsculas: enumerar
	
	CÓDIGO
	CONSOLIDAÇÃO
	ESTATUTO
	INOVADOR
	SIM
	NÃO
	SIM
	RAMO DO DIREITO
	ESPECIFICO
	ESPECIFICO
	Ñ ESPECIFICO
	PROPOE
	Reúne diversas leis sobre um ramo especifico do direito
	Reúne diversas leis que existem sobre um tema/ramos do direito que estão espaças e as reúne em um texto mais sistematizado
	Faz o recorte temático e regulamenta tudo aquilo sobre esse tema nos mais diversos ramos/áreas do direito
	EXEMPLO
	Código civil
	CLT – Consolidação das leis trabalhistas
	Estatuto do Idoso, da Criança e do Adolescente, do Deficiente
CÓDIGO CIVIL DE 2002
PARTE GERAL
LIVRO I – DAS PESSOAS
- (Art 1º) Uma das consequências de você ser pessoa é você poder ser titular de direitos e deveres. Mas se você não for pessoa (ente despersonalizado), você também tem direito e deveres – Ex: um prédio.
TÍTULO I – DAS PESSOAS NATURAIS (ART. 1º A 39º)
NOÇOES GERAIS
- Quem é pessoa tem personalidade (ideia muito mais qualitativa), então tem direitos da personalidade e isso faz com aquele ente do ordenamento tenha um tratamento do ordenamento diferenciado dos outros entes. A personalidade da pessoa começa pelo nascimento com vida (Art. 2º)
- Há noção de pessoa não tem coincidência com a noção de ser humano (o direito não discute nesse momento o que é um ser humano – não uma discussão biológica). 
*O animal, formalmente falando, no nosso ordenamento tem o status de coisa e não de pessoas. Mas tem pessoas que acham que o animal deve ser considerado pessoa (e não ser humano) e existe ainda que afirma que o animal possa ser sujeito de direito (não sendo pessoa) – Ex.: Há anos atrás alguns promotores impetraram um habeas corpus para libertar e transferir um chimpanzé de um zoológico de Salvador, para um santuário animal.
NASCITURO
- Começa do nascimento com vida os seus direitos da personalidade e de ser considerado pessoa, mas desde a concepção ele já tem direitos.
- Existem 3 teorias: a) natalista, b) concepcionista e c) personalidade condicional.
A) Natalista: o nascituro não tem personalidade jurídica, a personalidade jurídica só começaria a partir do nascimento
B) Concepcionista: existe personalidade jurídica a partir da concepção. CORRENTE RADICAL - encontrou ovulo e espermatozoide, já está concebido e está protegido. CORRENTE MENOS RADICAL - a partir de tantas semanas ou a formação de terminações nervosas, ele já terá direitos – A QUE MENOS ENCAIXA NO TEXTO DO ART. 2º
C) Teoria da personalidade condicional: o nascituro tem personalidade, porem essa personalidade não está ainda produzindo efeito, essa personalidade só vai ter produção de efeitos na ocorrência de uma condição: o nascimento.
- Lei de biossegurança: trata basicamente de pesquisas com materiais biológicos e nessa lei você tinha um artigo 5º que havia a previsão da possibilidade de pesquisa nas chamadas células tronco embrionárias dos embriões doados para inseminação que não vão ser mais utilizados (pela “validade” dos embriões para serem inseminados) – Algumas pessoas entraram com uma AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE alegando que esse artigo seria inconstitucional pois seria a mesma coisa de você fazer o aborto, pois você o impossibilita de nascer. A decisão foi dada se baseando na ideia de que esse embrião só terá direitos quando se tornar nascituro, e nesse momento só se caracteriza com um embrião, além do mais, essa pesquisa possibilita a cura do de inúmeras doenças e não se caracteriza aborto pois o embrião não foi implantado. Finalizando com a consideração de que a lei é constitucional e sem nenhuma mudança.
*PEC PARA FAZER A ALTERAÇÃO DO ARTIGO 5º QUE GARANTE, NO MININO, O ABORTO PARA ALGUMAS SITUAÇÕES ESPECIFICAS – O NOVO ARTIGO IRIA AFIRMAR QUE O FUTURO NASCITURO TERIA DIREITO A VIDA DESDE A SUA CONCEPÇÃO, AFIRMANDO ENTÃO QUE O FETO TEM DIREITO DESDE O MOMENTO DA FERTILIZAÇÃO, ANULANDO ENTÃO O ABORTO MESMO EM CASOS ESPECIFICOS (ANENCEFALOS, ESTUPRO OU RISCO A MÃE)
CAPACIDADE
CAPACIDADE DE DIREITO OU CAPACIDADE DE GOZO: Art. 1º, toda pessoa tem a capacidade de ser titular de direitos e deveres. A ideia de capacidade é quantitativa, ou seja, a quantidade de direitos e deveres que você pode exercer. 
CAPACIDADE DE FATO OU DE EXERCICIOS OU DE OBRAR: existem alguns atos da vida civil que não se permite que todo mundo pratique. Nem todo mundo teria a capacidade de consumar alguns atos, isso parte do pressuposto que seja pela experiencia, e ou, pela capacidade psíquica essas pessoas não teriam o discernimento necessário para praticar esses atos ou para praticar esses atos sozinhas. Para proteger essas pessoas, elas não terão ou terão de forma limitada a capacidade de exercício. A capacidade de fato é, na verdade, uma pessoa capaz ter o direito de praticar certos atos civis. 
*2 categorias de capacidade: A questão da capacidade afeta basicamente os atos jurídicos: que são tipos de fatos jurídicos em que a vontade é um elemento essencial, por exemplo, para fazer um contrato eu preciso de um ato de vontade, para fazer um testamento eu preciso de um ato de vontade. 
	CAPAZ
	INCAPAZ
	ABSOLUTAMENTE
	RELATIVAMENTE
	
	
	- Não pode fazer, alguém ira o representar e irá fazer por ele. 
	- Pode fazer, com intermédio de uma outra pessoa capaz que lhe ajude, assista
	- Se uma pessoa que é capaz pratica um ato desse, esse ato existe, é valido e é eficaz
	- Se uma pessoa que é incapaz praticas esse ato ele existe, mas é invalido e ele pode ou não produzir efeitos por conta do seu grau de validade (Ex. Não vamos validar um contrato feito por uma criança de 10 anos, porque as chances de ela ter disso manipuladas são maiores, então por proteção eu irei declarar ela como incapaz)
	- Se o indivíduo for absolutamente incapaz o ato dele é nulo (necessariamente não vai chegar no plano da eficácia)
	- Se ele for relativamente incapaz o ato é anulável (produz os efeitos até que o interessado reclame – Ex: eu tenho 17 anos e celebrei um contrato, o contrato é anulável, e se eu celebrei esse mesmo contrato com alguém maior de idade, essa não pode alegar que o contrato é anulável, apenas o sujeito de 17 anos pode alegar. Esse sujeito de 17anos não pratica o ato, ele terá um representante e vai atuar por ele, em nome dele. 
DIREITO AO CORPO
- O Código Civil traz somente nos artigos 13, 14 e 15 sobre o Direito ao Corpo. 
Transferência de parte do corpo
- Artigo 13 do CC. 
- De início, o ser humano tem uma certa vedação em relação a transferênciade parte do corpo, se essa transferência for contra os bons costumes ou gerar redução permanente. Existem várias transferências de parte do corpo que não se encaixam no artigo 13 do Código Civil, porque não são transferências que geram diminuição permanente, como é o caso de cabelo que é permitido até a venda. Sangue, leite e esperma também. 
- No Brasil, apesar de sangue e esperma não gerarem redução permanente e não se encaixarem no artigo, só podem ser doados, porque justamente pela ideia de não se “coisificar” a pessoa. 
- O sangue não pode ser vendido porque ampliaria as chances do sangue só chegar a quem pudesse pagar, gerando um grande problema.
- A Lei que regulamenta o transplante de órgãos é a lei 9.434/97. O transplante pode ocorrer em 2 circunstâncias, durante a vida ou após a morte. A doação após a morte, não há escolha para quem irá o órgão doado. A pessoa escolhida é a que está na lista única. 
- Em vida, o doador escolhe para quem irá seu órgão doado sendo cônjuge ou parente até 4º grau de parentesco, a priori. A lei não proíbe a doação para não parentes, mas há uma investigação sobre laços afetivos para não haver fraude e comercialização de órgãos.
- Se proíbe a venda de órgãos porque, primeiramente, começaria a prejudicar pessoas que realmente precisariam de doação e também porque pessoas com mais condições de comprar teriam maior facilidade.
Cirurgia Estética
- Em alguns casos, há uma diminuição permanente do corpo, sem exigência médica, que ocorre o tempo todo. Exemplo: cirurgia no nariz. 
- Colocar silicone, não ocorre diminuição permanente no corpo. 
Disposição do corpo para fins profissionais
- Exemplo são as modelos que precisam emagrecer vários quilos para desfilar em uma coleção. 
- O que é necessário levar em consideração é que se a modificação tem relação direta com a atividade ou não, porque, exemplo é um ator que ganha ou perde peso para determinado papel, essa modificação tem ação direta com a atividade. O que é diferente de exigir que uma secretária mude a cor do cabelo para exercer atividades administrativas, o que o cabelo não tem relação com sua atividade.
Mudança de sexo
- Artigo 13 do CC. 
- Há pessoas que não concordam com a cirurgia de mudança de sexo, porque, “contrariariam os bons costumes”. É uma discussão que demanda paciência, porque a cirurgia do masculino para o feminino o próprio SUS (Sistema Único de Saúde) faz. Do feminino para o masculino é mais complicada de se efetuar, então o SUS não faz.
- A cirurgia não pode ser feita de uma maneira completamente irrefletida pois, a cirurgia de mudança de sexo acaba tendo todo um tratamento hormonal pesado, que impacta o corpo da pessoa de maneira grave.
- Não tem como se negar a adequação do corpo físico ao gênero psíquico da pessoa. É um Direito da Personalidade. Normalmente, há um acompanhamento psicológico para averiguar se a pessoa está realmente decidida a mudança. 
- O transexual tem direito ao nome social. 
Integridade física 
- As pessoas, em muitas situações, permitem a violação da integridade física as vezes até mesmo de modo permanente e pelas motivações mais genéricas, motivações estéticas (homem lagarto), religião (católicos que se açoitam), brinco em bebês, artes-marciais (permissão de ser machucado). 
- Em todas essas situações, eventualmente, se pode permitir a lesão em terceiros ou autolesão. 
Tratamento médico
- Artigo 15 do CC. 
- A escolha de se submeter a tratamento médico, especialmente, um tratamento que possa trazer risco a vida do sujeito, é garantido pelo Código, o sujeito não é obrigado a se submeter a tratamento médico. 
- Caso dos Testemunhas de Jeová, não podem receber transfusão de sangue. E há a discussão se um médico deve ou não fazer o caso da transfusão em caso de emergência. E um caso de uma pessoa que está com uma doença terminar, há um tratamento que vai prolongar em alguns meses a vida dessa pessoa, porém ela recusa o tratamento, leva em consideração a autonomia do paciente ou decisão do médico. 
- Não se pode desprezar a escolha de uma pessoa que é motivada pela religião (Testemunhas de Jeová), porque há a proteção da vida (pelo Código) mas é pela vida digna. 
Experimentação humana
- Boa parte de cosméticos e medicamentos são experimentados em humanos na última fase de testes. No Brasil, precisa ser voluntário para se submeter as experiências e normalmente as pessoas que vão se submeter as experiências sejam as mesmas pessoas que poderiam se beneficiar com os resultados. 
- É importante manter a integridade física do sujeito. 
Pacto de gestação por substituição
- No popular chamado de Barriga de Aluguel. Não pode ser alugada, tem que ser alguém que voluntariamente aceite gestar o filho de outra pessoa. Na prática, não é assim que funciona. 	
- A medicina tenta minimizar essa necessidade determinando que, em regra, para poder fazer o pacto de gestação por substituição só pode ser parente em até 2º grau (mãe com filha, neta com avó, irmã com irmã). 
- Mas na prática, o pacto de gestação por substituição, ocorre em pessoas que não possuem grau de parentesco. 
- No Direito, a mulher quem gestou, não possui qualquer tipo de filiação com a criança nascida. 
- É um ato de exposição do corpo porque há a permissão do uso ativo do seu direito da personalidade. 
DIREITO AO NOME
- Artigos 16, 17, 18 e 19 do CC.
- Toda pessoa tem direito ao nome, composto pelo prenome e o sobrenome (artigo 16).
- O direito ao nome não depende do registro, o registro é um ato formal que a partir do momento que a pessoa é registrada com um nome passa a estar vinculada a esse nome embora haja possibilidade de mudança.
- O pseudônimo (artigo 19) é um nome fictício que para praticas lícitas tem a mesma proteção que o nome. Normalmente, funciona de maneira substitutiva ao nome. Alcunha é um apelido que normalmente não substitui o nome e sim se acrescenta a ele. Exemplo é o Luís Inácio Lula da Silva. 
- O nome que a pessoa é registrada, pode ser modificado, podendo ser uma parte (casamento ou quando se completa 18 anos por um período de 1 ano) ou o prenome (pessoas transgênero), porém ainda hoje essas pessoas possuem muita dificuldade para mudar o registro. A mudança de nome também pode se dar devida a exposição ao ridículo, ao constrangimento.
Proteção ao nome
- Artigos 17 e 18 do CC.
- De regra, não pode se utilizar o nome de alguém, em qualquer publicação, que vá expor ao desprezo público, exceto que seja para noticiar fatos.
- No artigo 18, trata sobre sem autorização utilizar o nome alheio em propaganda comercial, com autorização pode, o que é o caso das pessoas famosas que tem o nome vinculado ou até mesmo sendo uma marca. Exemplo: Kylie Cosmetics. 
- Muitas vezes não é simplesmente o nome e sim a imagem atribuída a pessoa, não se utiliza o nome da pessoa somente pelo nome e sim pelo o que se associa aquela pessoa. Tanto que quando algum famoso vai assinar um contrato, tem uma série de exigências do que ele não pode fazer para a marca não ser associada aquelas condutas.
- Ao contrário do corpo, nome é algo que tem sentido para se pensar quanto a Direito a Personalidade em relação as pessoas jurídicas. A pessoa jurídica também tem um nome. Exemplo: Faculdade Baiana de Direito (já há identificação de qual empreendimento educacional é, agrega o valor que o nome gera...)
- Pessoa jurídica muitas vezes tem o nome da empresa e um nome fantasia (o nome que aparece). Nome é direito da personalidade, marca é direito da propriedade industrial, porém tem marcas que, a priori, é direito da propriedade industrial, termina assumindo, para a pessoa jurídica, o direito de nome. Porque a pessoa jurídica passa a ser conhecida pela marca. 
DIREITO A HONRA, IMAGEM E PRIVACIDADE
Direito a honra e a imagem
- Imagem e honra estão previstos no Art 20 do CC. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de umapessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais.  
- A proibição está vinculada a questão da própria ofensa e a outra vinculada a ideia do trabalho. (Analisar isso melhor no áudio)
- A palavra imagem pode significar duas coisas: retrato (aparência física da pessoa) e atributo (não é tratada como algo físico, seria um conjunto de características que as pessoas costumam associar a você). O fato de uma imagem ser ferida, não significa a outra também será (colocar o exemplo que deu no áudio – modelo)
- Já a honra pode ser de forma: subjetiva (sentimento do sujeito, a ele considerar aquilo como ofensa a sua honra) e objetiva (é medida enquanto uma má impressão acerca da sociedade a partir daquilo.) 
- Distinção entre a honra e a imagem, não são coisas que se encontram necessariamente juntas. 
- A proibição da captação da imagem varia muito também, pois existem n’s formas de serem capturadas. Ex: você está em um estádio e a câmera da TV está filmando todo mundo e capta você, você não poderia reclamar pois está em um contexto público. 
- Caso de Maitê Proença com a revista é massa + caso Richalison 
- A proteção da voz goza da mesma propriedade da proteção da imagem. Ex: dublador do Homer Simpson
Direito a privacidade
- Privacidade está no Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma
- A privacidade se manifesta no sentido de que fatos da nossa vida não sejam levados a público, como também a privacidade envolve o nosso direito de estar só. 
- Quando a doutrina fala de privacidade, ela ainda distingue a intimidade (informação sobre a sua vida como ter uma doença, algo que você fez) da privacidade.
- Existem certas coisas que acontecem no ambiente público podem, mesmo assim, ainda gozarem de privacidade. 
- Direito ao Esquecimento (aspecto da privacidade): as pessoas têm direito a que fatos do seu passado não sejam, em tempo presente, trazidos à tona. Porque as pessoas têm direito a mudar na vida, seus valores, e coisas que elas fizeram em alguns momentos podem se arrepender em tempo futuro. Exemplo: Caso da Xuxa que nova fez um filme brasileiro em que ela seduz uma adolescente. No filme, mostra nudez. Futuramente, Xuxa se tornou a “Rainha dos Baixinhos” e não quis que o filme fosse trago para o futuro.
MORTE
Noções gerais:
- Artigo 6, 7 e 8
- Assim como se faz o registro de nascimento, também desse feito o registro de óbito de alguém. 
- Em havendo a morte, cessa a existência da pessoa e cessa também a personalidade.
Eutanásia, distanasia e ortotanasia
- Essa discussão passa pela questão do momento da morte e seria uma discussão mais de bioética ou da medicina, do que uma discussão jurídica. 
- Parte- se do pressuposto que a pessoa teria uma vida e uma morte digna, e existem práticas que podem ser consideradas como uma afronta a isso.
- A eutanásia ocorre quando o médico ou outro sujeito, com autorização de um responsável ou com a pessoa que vai morrer, pratica algo que cause a morte do outro. No Brasil não existe essa autorização, então alguém que pratique a eutanásia, respondera por homicídio. Nem sempre a eutanásia vai repercutir na morte imediata. Quando a morte for iminente, o médico tem duas possibilidades: agir de forma que a morte seja algo mais rápido, ou postergar o processo de morte (distanasia – ela é condenada pelo conselho de medicina, por você usar métodos mais invasivos para deixar aquele indivíduo vivo – Ex: ressuscitar o indivíduo várias vezes, entuba ló, ligar o indivíduo a uma máquina). Já a ORTANASIA é quando você deixa a morte seguir o seu curso natural e é recomendada pelo Conselho de Medicina. 
Morte presumida:
- Pode ser declarada morte presumida quando uma pessoa desaparece de seu domicilio sem se tenha notícias dela (sem determinação de tempo quanto a isso), em situações de grande perigo e após o cessar das buscas (ex: acidentes de avião), guerras. 
Comoriência 
- Uma ficção que o direito cria para determinar a morte de várias pessoas, desde que não seja possível identificar quem morreu primeiro, você não pode adivinhar quem morreu primeiro. Essa comoriência é pensada para pessoas com sucessão. 
AUSÊNCIA
Presente no art. 22 do código civil: Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se não houver deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador.
- A ausência é considerada um dos ramos morte presumida e só é dado na última etapa.
	CÓDIGO DE 1916
	CÓDIGO DE 2002
	ausente era considerado incapaz
	considerado capaz
	Prevê o curador do ausente
	Prevê o curador do ausente
- A ausência está dividida em 3 fases: 
Curatela dos bens (Art. 22 ao 25): A declaração da ausência e a curadoria dos bens do ausente
- Terá uma preocupação grande com o ausente e os seus bens, preservando para que não ocorra deterioração dos mesmos. 
- Não deixa representante ou procurador, os interessados ou o MP pedem o arrolamento/listagem dos bens e um curador vai ser designado para cuidar desses bens (salvo exceção se for deixado um mandatário e esse mandatário não puder continuar ou não quiser exercer o mandamento, também, é nomeado um curador)Art. 23. Também se declarará a ausência, e se nomeará curador, quando o ausente deixar mandatário que não queira ou não possa exercer ou continuar o mandato, ou se os seus poderes forem insuficientes.
- Ele vai ter uma lista de curadores que tem uma ordem para ser seguida: 
Como primeiro solicitasse o cônjuge, que será o curador legítimo, com tanto que não esteja separado judicialmente ou de fato por mais de 2 anos antes da declaração de ausência| Quando se fala em cônjuge, abrange-se a cônjuge e companheiro. Art. 25. O cônjuge do ausente, sempre que não esteja separado judicialmente, ou de fato por mais de dois anos antes da declaração da ausência, será o seu legítimo curador.
Os pais e os descendentes (Nessa ordem). 
Se estes não tiverem como exercer o cargo ou não existirem, o juiz nomeara um curador.
- A curadoria dos bens dura 1 anos e serão lançados editais para que o ausente saiba quem está cuidando dos seus bens e quem sabe voltar.
- Motivos para cessar a curadoria: aparecimento do ausente ou representante, a certeza da morte e a sucessão provisória
Sucessão Provisória (Art. 26 ao 36) Pensar nos interesses dos herdeiros
- Na sucessão provisória existe uma grande ligação com os herdeiros, mas ainda se tem uma preocupação grande com o ausente.
- Passado 1 (um) ano em que o ausente não apareceu, surge a sucessão provisória de acordo com os interessados. O juiz dá a sentença de sucessão provisória e fica decorrendo 180 dias para produzir todos os efeitos para os herdeiros terem de fato a “posse”. Os bens são entregues de uma forma com caráter condicional (prestam garantia de que vão assumir esses bens) e provisório (se o ausente aparecer, cessa a sucessão). Se o herdeiro não prestar garantia – ele tem o direito de justificar porque não prestou garantia - daqueles bens, ele não os recebe e é eliminado, então será mandado para um outro herdeiro ou curador.Art. 30. Os herdeiros, para se imitirem na posse dos bens do ausente, darão garantias da restituição deles, mediante penhores ou hipotecas equivalentes aos quinhões respectivos.
§ 1o Aquele que tiver direito à posse provisória, mas não puder prestar a garantia exigida neste artigo, será excluído, mantendo-se os bens que lhe deviam caber sob a administração do curador, ou de outro herdeiro designado pelo juiz, e que preste essa garantia.
- O cônjuge, os ascendentes e os descendentes não precisam prestar garantia. Os frutos se forem desses sujeitos eles vão ter direitos aos frutos integramente.- Se o ausente aparecer ele irá receber os bens no estado que ele tinha deixado quando sumiu e caso tenha mudado, o ausente deve ser ressarcido.Art. 30. Os herdeiros, para se imitirem na posse dos bens do ausente, darão garantias da restituição deles, mediante penhores ou hipotecas equivalentes aos quinhões respectivos.
§ 2o Os ascendentes, os descendentes e o cônjuge, uma vez provada a sua qualidade de herdeiros, poderão, independentemente de garantia, entrar na posse dos bens do ausente.
Art. 36. Se o ausente aparecer, ou se lhe provar a existência, depois de estabelecida a posse provisória, cessarão para logo as vantagens dos sucessores nela imitidos, ficando, todavia, obrigados a tomar as medidas assecuratórias precisas, até a entrega dos bens a seu dono.
Sucessão definitiva (Art. 37 ao 39) não se preocupa com o ausente e seus bens, mas sim com os interesses definitivos dos sucessores
 - Vai ser iniciada a sucessão definitiva em 3 situações: morte confirmada do sujeito, 10 anos após o julgamento da sucessão provisória e quando o ausente já tenha 80 e no mínimo, 5 anos de ausência – considerada a data que se teve notícia pela última vez. Em todos os casos, após o início da sucessão definitiva, os herdeiros ou curadores se tornarão donos dos bens e podem aliena-los. Se o ausente retornar nos 10 anos seguintes que foi iniciada a sucessão definitiva, o ausente poderá pegar de volta os bens, porém não no estado em que ele deixou.Art. 39. Regressando o ausente nos dez anos seguintes à abertura da sucessão definitiva, ou algum de seus descendentes ou ascendentes, aquele ou estes haverão só os bens existentes no estado em que se acharem, os sub-rogados em seu lugar, ou o preço que os herdeiros e demais interessados houverem recebido pelos bens alienados depois daquele tempo.
Parágrafo único. Se, nos dez anos a que se refere este artigo, o ausente não regressar, e nenhum interessado promover a sucessão definitiva, os bens arrecadados passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União, quando situados em território federal.
Art. 38. Pode-se requerer a sucessão definitiva, também, provando-se que o ausente conta oitenta anos de idade, e que de cinco datam as últimas notícias dele.
- Dissolução da sociedade conjugal Art. 1.571. A sociedade conjugal termina:
I - pela morte de um dos cônjuges;
II - pela nulidade ou anulação do casamento;
III - pela separação judicial;
IV - pelo divórcio.
§ 1o O casamento válido só se dissolve pela morte de um dos cônjuges ou pelo divórcio, aplicando-se a presunção estabelecida neste Código quanto ao ausente.
§ 2o Dissolvido o casamento pelo divórcio direto ou por conversão, o cônjuge poderá manter o nome de casado; salvo, no segundo caso, dispondo em contrário a sentença de separação judicial.
- O cônjuge pode requerer o divórcio direto em um edital após 2 anos da ausência. Caso o ausente apareça, além dele reaver os bens que ele deixou, para ele reaver o antigo casamento, terá que ser feita a dissolução do casamento atual do cônjuge pois esse novo casamento é válido e só assim eles podem se casar novamente.
EXTRA:Art. 29. Antes da partilha, o juiz, quando julgar conveniente, ordenará a conversão dos bens móveis, sujeitos a deterioração ou a extravio, em imóveis ou em títulos garantidos pela União.
- Então o juiz pode converter em valores que não seja tão deteriorável. (Mas não é obrigatório, o juiz deve examinar o caso.)
- Se o herdeiro ver que o ausente deixou mais dividas que os bens o herdeiro pode abrir mão, então deve vender os bens que tiver para quitar parte das dívidas e o herdeiro não receberá nada.
PARTE GERAL
LIVRO I – DAS PESSOAS
TÍTULO II – DAS PESSOAS JURÍDICAS (ART. 40º A 69º)
Noções Gerais 
- Enquanto fenômeno social, a pessoa jurídica ou algo similar, existiram desde sempre pois o ser humano tem natureza gregária – tende a se associar, com as exceções, mas que tende a se associar para tentar alcançar objetivos que sozinhos não conseguiríamos (objetivos empresariais, de lazer, de melhora da sociedade) e essa natureza gregária que fez surgir a necessidade de regulamentar a pessoa jurídica. 
- Pessoa jurídica é uma entidade formada por indivíduos e reconhecida pelo Estado como detentora de direitos e deveres. O termo pode se referir a empresas, governos, organizações ou qualquer grupo criado com uma finalidade específica.
- Pessoas Jurídicas podem ser formadas de 2 maneiras:
Unicamente a partir de um patrimônio: não tem essa característica gregária completamente. 
Reunião entre os sujeitos. 
Natureza Jurídica 
- Até se chegar a ideia de pessoa jurídica, houveram diversos entendimentos jurídicos sobre o que seria a pessoa jurídica e começa-se a discussão sobre a natureza da pessoa jurídica (classificação no direito sobre aonde isso se encaixa) e se encaixa no âmbito de pessoa:
Teoria de negação da personalidade jurídica (Planiol): uma das primeiras teorias e que veio do direito francês. Ela diz que não existiria a pessoa jurídica, não haveria sentido você pretender qualificar como pessoa algo diferente do ser humano, pois a pessoa jurídica seria um ente abstrato, um ente de existência ideal. 
Teorias favoráveis a ideia da personalidade jurídica: é muito forte no movimento burguês, onde começa a existir empreendimentos de sujeitos que têm muito dinheiro e que é interessante para esses sujeitos conseguir separar o seu empreendimento da sua pessoa. Há a necessidade de se pensar essa pessoa jurídica sendo um ente diferente do dono. 
Teoria da ficção (Savigny): não se esta afirmando que exista no contexto social esse ente da pessoa jurídica, mas como existem muitas operações que precisam ser feitas vamos, para fins de direito, criar uma ficção de que existe este ente separado do outro sujeito da pessoa natural. 
Teorias realistas: reconhecem que a pessoa jurídica é uma realidade do mundo, ela não é simplesmente uma concessão do direito, não é algo abstrato. 
Teoria da realidade objetiva: equiparar de uma forma muito forte a pessoa jurídica com a pessoa natural, a pessoa jurídica existe e é igual a pessoa natural. 
Crítica: a pessoa jurídica não tem uma existência orgânica, então não pode afirmar que ela se equipara a pessoa natural. 
Teoria da realidade técnica: mais utilizada hoje em dia para explicar a existência da pessoa jurídica. Reconhece a existência da pessoa jurídica nesse meio social enquanto um ente, mas que a diferencia dos outros entes que também são pessoas, no caso as pessoas naturais. 
Direitos da personalidade da pessoa jurídica:Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade.
- Surge na doutrina uma certa discussão se é possível falar que a pessoa jurídica tem a proteção dos direitos da personalidade ou se ela é detentora deles. 
- Os direitos da personalidade foram fruto de uma luta histórica entre as pessoas naturais, então os direitos foram criados pensando na pessoa natural. Sendo assim, quando se fala de diretos da personalidade para a pessoa jurídica, deve-se notar que é no que couber e que a interpretação da doutrina vai mais o sentido de dizer que não haveria uma titularidade desses direitos da personalidade por parte da pessoa jurídica. O enunciado 286 da Jornada de Direito Civil vai dizer: “Os direitos da personalidade são direitos inerentes e essenciais à pessoa humana, decorrentes de sua dignidade, não sendo as pessoas jurídicas titulares de tais direitos.”
- Há uma parte da doutrina que não considera adequado dizer que a pessoa jurídica é titular de direitos da personalidade. 
-Existem direitos que são inaplicáveis a pessoa jurídica, como: proteção ao corpo, proteção da imagem retrato, direito de estar só, intimidade da pessoa jurídica, honra subjetiva... 
- Se admite dano moral para a pessoa jurídica, a ideia de dano moral não está mais associada ao sofrimento, mas sim a lesão da dignidade da pessoa humana ou pessoajurídica e os direitos da personalidade. Mas ainda existe a discussão se é realmente um dano moral ou se é um dano patrimonial por lesão a personalidade.
Ex: Sai uma matéria propagando notícias falsas sobre a empresa Dias Da’villa. Neste caso, pode-se pensar que quando ocorreu esse fato, houve uma ofensa a imagem atributo da Água Dias Da’villa. No entanto, na realidade, o que isso gera para a empresa é a redução no seu número de vendas.
Função Social: 
- Existe a tendência, principalmente em algumas cidades pequenas, que as PJ sejam mais poderosas do que as pessoas naturais, uma megaempresa tem um poder de interferir na sociedade que eu e você não temos 
- Não se pode pensar que a PJ possa agir como um elemento desestabilizador ou negativo na sociedade. Todavia, isso não quer dizer que ela deva praticar filantropia, mas se você constitui uma sociedade, você está abrindo essa empresa para obter lucro, o que eu não posso é obter esse lucro de qualquer maneira. Ex: criar um produto que cause danos aos consumidores, pois a matéria prima era mais barata. 
Exemplo Real: Caso Ford Após a produção e venda de um carro, a empresa descobriu que se houvesse uma colisão no fundo desse automóvel a partir de certa velocidade, havia uma chance razoável do mesmo pegar fogo. A atitude da empresa quanto a isso foi a de não tomar nenhuma providencia, pois, partindo de um calculado (tantos carros vendidos + trocas das peças com defeitos = determinado valor, hipoteticamente 1 milhão. / Tantos carros vendidos + supondo que 10% desses carros tenham acidente e 5% venham a pegar fogo e desses, somente 1% venham a processar a empresa = determinado valor, inferior a 1 milhão), seria mais barato pagar uma indenização para a família dessas pessoas que morreram, do que fazer a troca das peças. Nesse caso, a empresa foi condenada a pagar uma indenização não só pelo dano que a pessoa sofreu, mas também uma punição a conduta de quem causou o dano. Ou seja, a indenização prevista pela Corte Americana foi muito além, do que a que era prevista pelo cálculo da empresa, justamente para coibir esse tipo de conduta.
Classificação:Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito privado.
- Conforme o artigo 40 do Código Civil brasileiro de 2002, as pessoas jurídicas (admitidas pelo Direito brasileiro) são de direito público (interno ou externo), como fundações públicas e autarquias, e de direito privado, como associações e organizações religiosas. As primeiras encontram-se no âmbito de disciplina do direito público, e as últimas, no do direito privado.Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:
I - a União;
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III - os Municípios;
IV - as autarquias;
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas;         (Redação dada pela Lei nº 11.107, de 2005)
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas deste Código.
PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO INTERNO:
- Se dividem em entes de administração direta - União, Estados, Distrito Federal Territórios e Município - e entes de administração indireta - como é o caso das autarquias (Prefeitura de Salvador que é poder executivo, essa prefeitura pode pegar parte de sua competência criar uma pessoa jurídica e atribuir a essa pessoa jurídica uma parte de sua competência, como a Transalvador que é uma autarquia municipal) e das demais entidades de caráter público criadas por lei, como por exemplo as fundações públicas de direito público (fundação pública) - . Sua existência legal (personalidade), ou seja, sua criação e extinção, decorre de lei. 
- Mesmo sendo ente de direito público, se ele tiver uma organização de direito privado irá se aplicar as normas do código (ex: Petrobrás empresa pública, mas que parte das suas atividades que realiza serão regulamentadas pelas leis de direito privado).
 PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO EXTERNO:Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público.
- São exemplos de pessoas jurídicas de direito público externo as nações estrangeiras, Santa Sé e organismos internacionais (ONU, OEA, União Europeia, Mercosul, UNESCO, FAO etc).
PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO:
- As pessoas jurídicas de direito privado são instituídas por iniciativa de particulares. Dividem-se em duas categorias: de um lado, as estatais; de outro, os particulares. Para essa classificação interessa a origem dos recursos empregados na constituição da pessoaArt. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
I - as associações;
II - as sociedades;
III - as fundações.
IV - as organizações religiosas;          (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)
V - os partidos políticos.         (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada.           (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011)         (Vigência)
§ 1o São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento.         (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)
§ 2o As disposições concernentes às associações aplicam-se subsidiariamente às sociedades que são objeto do Livro II da Parte Especial deste Código.           (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)
§ 3o Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o disposto em lei específica.           (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)
	PARTICULARES
	ESTATAIS
	- Constituídas apenas com recursos particulares
A pessoa jurídica de direito privado particular pode revestir seis formas diferentes: a fundação, a associação, a cooperativa, a sociedade, a organização religiosa, os partidos políticos e as empresas individuais de responsabilidade limitada.
	- Capital houve contribuição do Poder Público (sociedades de economia mista, empresas públicas)
Associação: É uma Pessoa Jurídica criada a partir da reunião de pessoas para um objetivo que não seja o de obter lucro. Isso não quer dizer que a associação não possa ter receita, mas sim que o seu objetivo não é o de gerar lucro para as pessoas que dela fazem parte. Ex: Associação dos moradores da Pituba – fictício
Sociedades: Em regra também são formadas em reunião de pessoas, mas diferem das associações porque seu objetivo é o de gerar lucro. Cada sociedade tem seus requisitos específicos para serem criadas. Ex: Sociedade de Advogados
Fundações: Ao contrário das sociedades e associações, elas não são criadas pela reunião de pessoas, mas sim pela dotação de um patrimônio. Ou seja, uma pessoa por atos Inter vivos ou mortis causas, diz que uma parte dos seus bens será separada do seu patrimônio e irá ser destinada para que a partir dela seja criada uma PJ. Assim como acontece nas associações, as fundações não têm o objetivo de gerar lucro. Inclusive existe um rol de quais são as atividades que a fundação pode exercer. Ex: Herbalife Family Foundation – retirar uma parte do lucro das vendas da Herbalife e o envia para a sua fundação que tem um cunho social. 
Organizações Religiosas: A organização também tem uma estrutura associativa de certa forma, só que é uma estrutura mais simplificada, porque ela tem que atender/dar conta de garantir a liberdade religiosa prevista na Constituição Federal. Ou seja, não é possível criar um procedimento muito exigente, nem muito custoso de criação de uma organização religiosa, porque isso implicaria em impedir a criação de organizações religiosas. Entretanto, esse tipo de pessoa, recebe muitas críticas (negativas e positivas), um exemplo disso seria a parte tributáriadas organizações religiosas que é extremamente beneficiada, e isso muitas vezes pode ser utilizada para fins ilícitos (ex: organizações que são amplamente acusadas de lavagem de dinheiro) 
Partidos Políticos: Eles têm um modelo de criação mais complicado (ex: REDE).
Criação:
- Existem, basicamente, três formas de criação da pessoa jurídica: sistema de livre formação, sistema de reconhecimento e disposições normativas. 
Sistema de livre informação, ou seja, redigir um contrato social dessa sociedade, onde os criadores assinavam, e logo após isso automaticamente passaria a existir uma pessoa jurídica. 
*O Brasil não tem esse sistema e são adotados em poucos lugares, por conta da falta de controle sobre essa pessoa jurídica. Através desse sistema não se sabe se a pessoa jurídica realmente existe ou quando ela passou a existir.
Sistema de reconhecimento, ou seja, para que a pessoa jurídica passe a existir é necessário a autorização estatal (só poderia criar uma pessoa jurídica se fosse autorizada pelo Estado a sua aplicação). Não é uma regra, apenas aparece em alguns casos (Ex: abertura de banco, de seguros, de exploração da mineração). 
Disposições normativas, ou seja, para criar a pessoa jurídica por um lado há a liberdade, porém só vai se criar a pessoa jurídica a partir do momento do registro. É a regra do nosso ordenamento. Antes do registro, não existe a pessoa jurídica, apenas tem a existência de uma sociedade de fatos.
- O Estado só não irá deixar que a pessoa jurídica seja criada quando tiver algum documento pendente, ou uma das pessoas interessadas não assinaram etc.Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro.
Art. 46. O registro declarará:
I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver;
II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores;
III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente;
IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo;
V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais;
VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse caso.
Capacidade e (re)presentação:
- A capacidade de Direito, vista no início do curso, é evidente que a PJ possui, afinal ela tem aptidão para titularizar direitos e deveres na órbita civil. No entanto, a discussão acontece em relação a capacidade de exercício, apesar de que, hoje na doutrina acredita-se que essa capacidade de exercício não caberia na PJ, pois não é um ente biológico que viria por exemplo a sofrer alguma causa de incapacidade.
- Alguns autores, não gostam de falar da representação da pessoa jurídica, pois dá a ideia de ser um terceiro que está representando a ação do primeiro, alegando que não está representando a pessoa jurídica, e sim está agindo como se fosse a mesma. 
- Por se tratar de um ente cuja personificação é decorrência da técnica legal, sem existência biológica ou orgânica, a pessoa jurídica, dada a sua estrutura, exige órgãos de representação para poder atuar na órbita social. Em verdade, mais técnico seria falar em presentação da pessoa jurídica. Isto é, por não poder atuar por si mesma, a sociedade ou a associação age, faz-se presente, por meio das pessoas jurídicas que compõem os seus órgãos sociais e conselhos deliberativos. Essas pessoas praticam atos como se fosse o próprio ente social.Art. 48. Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão pela maioria de votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo diverso.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular as decisões a que se refere este artigo, quando violarem a lei ou estatuto, ou forem eivadas de erro, dolo, simulação ou fraude.
- Art. 48 é de natureza supletiva, ele diz que se for o caso de uma pessoa jurídica que tenha administração coletiva, vários diretores, vários sócios com poder de direção, a regra geral vai ser de que as decisões serão tomadas pela maioria.Art. 49. Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz, a requerimento de qualquer interessado, nomear-lhe-á administrador provisório.
- Esse também é um artigo que só irá ser aplicado se no próprio documento da PJ isso for algo que não esteja resolvido. 
Ex: O presidente da PJ vem a morrer e o estatuto não dispõe sobre essa substituição. 
Extinção:
- Qualquer que seja a causa da extinção no CC tem o que deve ser observado para que ocasione a extinção da pessoa jurídica (Art. 51). O ato de extinção precisa passar por um registro. É necessário que seja feita sua liquidação, ou seja, verificar qual é o ativo e o passivo dessa pessoa jurídica, pagar aos credores proceda para após isso poder extinguir. Art. 51. Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autorização para seu funcionamento, ela subsistirá para os fins de liquidação, até que está se conclua.
§ 1o Far-se-á, no registro onde a pessoa jurídica estiver inscrita, a averbação de sua dissolução.
§ 2o As disposições para a liquidação das sociedades aplicam-se, no que couber, às demais pessoas jurídicas de direito privado.
§ 3o Encerrada a liquidação, promover-se-á o cancelamento da inscrição da pessoa jurídica.
Extinção convencional: se a pessoa jurídica foi criada a partir de um ato de vontade, nada mais é justo do que por um novo acordo as pessoas queiram extinguir a pessoa jurídica, a pessoa jurídica foi extinta pala vontade das partes.
Extinção legal: Quando algum fato/requisito essencial para a existência da PJ esteja faltando, isso resultará na extinção legal da mesma. O motivo da extinção é algum fato da lei, tem que ser legal. Ex: uma associação que ficou apenas com um associado. 
Extinção administrativa: é ocasionada exclusivamente nos casos em que as pessoas jurídicas são sujeitas a regime de reconhecimento (autorização Estatal). Então administrativamente quando essa autorização é retirada gera a extinção da pessoa jurídica, pois ela só podia funcionar e existir com a autorização do Estado.
Extinção judicial: é quando a pessoa jurídica é extinta a partir de uma determinação de um juiz em uma sentença. Ex: Uma PJ que fugiu social e trouxe um prejuízo para a sociedade, diante disso, o juiz decidiu extinguir a mesma.
- Assim como o ato de criação da PJ precisa passar por um registro, também no ato de extinção será algo necessário. No mesmo cartório que foi registrada a criação da PJ, irá ser feita uma averbação da sua extinção. Entretanto, nota-se que para que a PJ seja extinta, é necessário que primeiro se proceda a sua liquidação, ou seja, que se verifique qual é o ativo e passivo dessa PJ, fazer o pagamento dos credores, para só depois disso você poder extinguir. Para evitar uma situação em que haja um esvaziamento desse patrimônio da PJ, e os credores depois não tenham mais a PJ para recorrer. Assim, não vai haver o cancelamento da inscrição sem a liquidação prévia, sendo que a regra geral da liquidação vai ser a das sociedades.
Responsabilidade civil:
- Quando falamos de responsabilidade civil, falamos tanto no direito público ou privado, nos referimos a um dano que o Estado ou o particular tenha causado a um terceiro, através de um de seus agentes. E teremos duas regulamentações principais para isso: Código Cívil 
Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver,por parte destes, culpa ou dolo.
CF de 1988
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:                          (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
- Quando pensamos em responsabilidade civil do direito público, podemos trazer como exemplos: ambulância da SAMU que colide com um carro, ou um caminhão da Limpurb que derrubou o murro da casa de uma pessoa. Para que seja considerada a responsabilidade civil do Estado, nós vamos ter que atender a alguns requisitos: que o ato lesivo seja praticado por pessoa jurídica de direito público, que o ato lesivo seja praticado por pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviços públicos, que o dano seja causado por um agente no exercício de suas funções ou que haja danos a terceiros. 
- No Brasil trabalhamos com duas ideias de responsabilidade civil: subjetiva e objetiva. Nas duas é considerada a conduta, o dano e o nexo causal, mas de formas e importâncias diferentes. 
RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA:
- Quanto a responsabilidade do Estado foi adota essa teoria. Essa responsabilidade objetiva também pode ser denominada de teoria do risco, já que o risco de dano é inerente a atividade do Estado. Para se configurar essa responsabilidade civil do Estado vai existir algumas etapas (teoria do nexo de causalidade): o ato lesivo licito ou ilícito do agente público + o dano ao terceiro + nexo de causalidade entre o ato lesivo e o dano. No caso da objetiva, não se faz necessário demonstrar a culpa ou dolo do ato, apenas o nexo de causalidade. 
Ex: Um policial envolvido em um abuso numa blitz, ele responderá objetivamente. O que quer dizer que, mesmo que o Estado tenha tido o cuidado para treinar esse policial, o Estado mesmo sem ter culpa, vai responder pela conduta do policial.
RESPONSABILIDADE CIVIL SUBJETIVA:
- Já a responsabilidade civil subjetiva vai estar mais voltado para o agente público, nesse caso a administração pública vai poder cobrar regressivamente esses danos que ele causou a terceiros. Mas para ela provar isso, ela teria que demonstrar que esse agente ou prestador de serviços públicos agiu com dolo ou culpabilidade.
- Além dessa questão do limite da responsabilidade, outra coisa que não é nem tanto de responsabilidade, mas sim de um momento anterior, que é o de assumir obrigações. 
A PJ não tem uma existência física, então a garantia de quem trata com a PJ é justamente a de verificar no estatuto quem é que está dito que pode agir pela PJ.
Ex: Existe uma PJ que é formada por 4 sócios, estes deliberaram e decidiram não fazer um negócio, mas um deles foi vencido, só que no estatuto diz que quem administra essa PJ é esse sujeito que foi vencido. Assim, se depois esse sujeito for lá e fizer o contrato, mesmo essa não sendo a vontade vencida na deliberação, a PJ estará ainda assim obrigada, porque analisando os atos constitutivos, aquela pessoa tinha o poder para agir como tal. Código Cívil 
Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo.
CF de 1988
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:                          (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
Desconsideração da PJ:
- A pessoa jurídica tem uma autonomia patrimonial, na qual ela divide o seu patrimônio de pessoa natural do seu patrimônio de pessoa jurídica. A desconsideração ocorre quando há o afastamento dessa autonomia patrimonial, como forma de viabilizar a satisfação de obrigações contraídas. Consiste na responsabilização pessoal dos sócios ou administradores por obrigações que são da pessoa jurídica, eu responsabilizo o sócio administrador por obrigações que são da pessoa jurídica, ou seja, a desconsideração é um mecanismo de satisfação dos credores, não é uma punição. Com a desconsideração, eu não extingo a pessoa jurídica, com a desconsideração não liquida a autonomia patrimonial da pessoa jurídica de maneira definitiva.
- Luciano Chaves chama de descobrimento do véu, uma linguagem figurada que diz que existe um véu que separa a pessoa jurídica dos seus sócios administradores e a desconsideração permite levantar esse véu permitindo que as obrigações se comuniquem e então eu posso responsabilizar o sócio administrador. A desconsideração é determinada no processo e apenas para aquele processo.
Obs: Não confundir desconsideração da personalidade jurídica com extinção da pessoa jurídica. Porque a desconsideração é pontual, episódica, não está fazendo com que a pessoa jurídica deixe de existir, mas sim, para o fim daquela obrigação específica terá a desconsideração da sua personalidade jurídica, ou seja, será afastada essa separação que existe entre a pessoa jurídica e a pessoa natural para poder atingir o patrimônio dessa pessoa natural. 
- O problema se dá quando essa desconsideração começa a acontecer de maneira abusiva, quando se tem essa divisão entre os patrimônios da PJ e dos seus sócios e ela passa a não ser mais tão respeitada, levando a uma confusão para que se possa determinar os bens pertencentes a cada um. E daí surgem as teorias da desconsideração da pessoa jurídica - a doutrina diz que aqui no Brasil a desconsideração da personalidade jurídica é fundada em duas teorias, chamadas de Teoria Menor e Teoria Maior (subdividida em subjetiva e objetiva). A que é adotada pelo nosso Código é a Teoria Maior Objetiva. 
TEORIA MAIOR:
Objetiva (Art 50 do CC):
- Quando se fala na Teoria Objetiva Maior, além do fator que se fala de não possuir recursos para pagamento das dívidas (que é a base da teoria menor), também se exige que haja o abuso de personalidade, que no código vai significar:
Um desvio de finalidade 
Confusão patrimonial. Ex: Pessoa Natural que pega dinheiro no caixa da Pessoa Jurídica e paga a parcela do seu carro pessoal. Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.
Obs: Não há a necessidade de a pessoa ter desejado realizar a confusão patrimonial, o que importa é esta ter acontecido. 
Subjetiva:
- Ela se liga a manifesta intenção de fraudar a lei ou prejudicar terceiros. Ou seja, precisaria que o sujeito tivesse tido o desejo de realizar aquela confusão patrimonial.
TEORIA MENOR:
- É menos exigente quanto aos requisitos, nela basta a existência do prejuízo ao credor e que a PJ represente um obstáculo a satisfação da obrigação. 
-É essa adotada pelo Código de Defesa do Consumidor e também pela Legislação Ambiental
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
  Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder,infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também será efetivada quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração.
        § 5° Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores
- Além dessas situações vistas para a desconsideração da personalidade começam sempre a surgir outros problemas, como por exemplo, o sujeito que é realmente fraudulento vai arranjar outro jeito de maquiar essa confusão patrimonial e aí que se surgem as subdivisões como por exemplo a ideia da Desconsideração Expansiva (que vai tentar atingir aquele sócio oculto).
Ex: Uma pessoa tem uma empresa, mas a mesma não está dando certo, ai se começa a demitir os empregados e não paga nada a ninguém (o que vai acumulando), e um dia, em tese, a pessoa paga. Mas o que de fato acontece muitas vezes é que a pessoa não extingue a pessoa jurídica, porque se ele fizer isso e depois criar outra ou não, a responsabilidade direta dele vai ser muito árdua, então o que muitas vezes ele faz é manter a pessoa jurídica, faz uma negociação para que um laranja que não tenha bens ingresse como sócio e ele sai da sociedade, então no radar de quem está cobrando a pessoa jurídica, essa continua existindo e quando o sujeito vai descobrir ele percebe que o ativo dessa PJ foi todo embora, e que pela desconsideração daria no mesmo. Aí em perspectivas como essa, é que surge essa ideia da desconsideração expansiva. 
- Um pouco diferente seria a outra subdivisão chamada de Desconsideração e Subcaptalização, porque aqui o problema normalmente é originário, pois quando se cria a PJ vai ser declarado o capital social dela (quanto ela tem em bens), só que não há necessariamente uma integralização, ou seja, não tem que apresentar no momento de criação da PJ uma conta com aquele valor, o que se terá é alguns bens, mas que pode ser feita é que venha a ter alguma integralização daquele capital, mas o que acontece é muitas vezes a integralização não é feita e aí se cria uma PJ subcaptalizada, ou seja, está lá nos atos constitutivos dela dizendo que possui 100 mil reais, mas na verdade só tem 80 mil. O que gera vários problemas.
Ex: Você vai negociar com alguém e apresenta o seu capital social, e muitas vezes a pessoa só fecha o contrato por conta desse valor, quando na verdade ele não é real. 
- E por último temos a questão da Desconsideração Inversa: Art. 133, §2, CPC/15. Enquanto na desconsideração normal o que se está fazendo é desconsiderar a personalidade da pessoa jurídica para poder atingir os patrimônios do sócio administrador, aqui na desconsideração inversa acontece porque se está buscando cobrar algo desse sócio administrador e você quer atingir o que é dá PJ. Vemos muitos desses casos no que se refere ao Direito de Família. 
Ex: O sujeito é casado, tem ali os seus bens e ele está pensando em se divorciar. Então ele começa a pegar esses bens que seriam seus e desviar para uma PJ que ele já tinha antes e não integra o regime de bens do casamento e vai esvaziando o seu patrimônio próprio, para que quando eventualmente ele de fato se divorcie e os bens sejam separados, não tenha nada para tal, porque está tudo na PJ. São nesses casos em que há a possibilidade da desconsideração inversa.
Tipos de pessoas Jurídicas:
Associação (Art. 53 ao 61 do CC):
Noções Gerais:Código Civil
Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos.
Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos.
Constituição
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
- Reunião de pessoas com uma finalidade que não seja econômica. O Código não traz nenhuma ressalva sobre quais são as finalidades que pode ter associação, na verdade, a conclusão é algo que termina se fazendo por exclusão, ou seja, finalidades que não sejam a de perseguir lucro. A associação pode desenvolver atividade que gere rendas, pois ela precisa ter uma sede e contas a serem pagas, são custos para a manutenção dessa associação. 
- Na Constituição é feita uma ressalva quanto as associações paramilitares, ou seja, a ideia de milícias não é permitida. 
Criação:Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá:
I - a denominação, os fins e a sede da associação;
II - os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados;
III - os direitos e deveres dos associados;
IV - as fontes de recursos para sua manutenção;
V - o modo de constituição e funcionamento dos órgãos deliberativos e administrativos;
V – o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos;           (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005)
VI - as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução.
VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas.           (Incluído pela Lei nº 11.127, de 2005)
- O Estatuto, dentro da Associação, é o documento mais difícil de ser alterado. Esses vários itens que têm que constar no estatuto, será redigido e depois votado em assembleia, sendo que, tendo a aprovação, todos irão assinar e será levado o estatuto para registro, e a partir desse é que a associação é criada. Lembrando que no estatuto deve contar todos esses requisitos previstos no art. 54. Os mesmo requisitos contidos no art. 54 serão também usados para a regulamentação da pessoa jurídica. Dessa forma, podemos dizer que o estatuto é uma ferramenta completa, foi vai regulamentar desde coisas básicas como denominação, até coisas mais importantes como a forma de gestão administrativa. Ou seja, todos os pontos principais em relação a associação já vão estar contidos nele, mas isso não quer dizer que ele não possa vir a dispor sobre outras coisas, só que normalmente, os associados não vão querer dispor sobre outras coisas no estatuto porque este de todos os documentos constitutivos da associação, é o mais difícil de ser mudado.
Associados:
- Quando falamos que o ser tem a liberdade na criação da associação, o ser também não pode ser obrigado a se associar ou a se manterem nessa associação. Constituição
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
 XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;
- A associação pode determinar critérios para o ingresso, o que não pode existir são os critérios discriminatórios. Ex: associação dos moradores do bairro de Amaralina, é totalmente aceito que eles colocassem a regra de que só entrem os moradores do bairro de Amaralina. 
- O fato de alguém ser associado é tratado de forma personalíssima, ou seja, normalmente não é transferível a característica de associado. A regra é a ideia da intransferência da associação a característica de associado, porque se não, isso de certa forma estaria burlando a questão dos critérios de ingresso, mas existe a ressalva de que em algumas associações o titular pode ter direito a uma parte do patrimônio da associação, e esse direito é transmissível. Art. 56. A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não dispuser o contrário.
Parágrafo único. Se o associado for titular de quota ou fração ideal do patrimônio da associação, a transferência daquela não importará, de per si, na atribuição da qualidade de associado ao adquirente ou ao herdeiro, salvo disposição diversa do estatuto.- Quando você se associa, você passa a ter direitos e obrigações em relação a associação e não entre os associados (a não ser que existam direitos e deveres integrados no estatuto). O associado que integrem uma mesma categoria, eu não posso dar direitos e deveres diferentes.Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir categorias com vantagens especiais.
- Ou seja, até para privar o associado de algum direito, é preciso passar por uma espécie de julgamento dentro da associação. Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim reconhecida em procedimento que assegure direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto.        (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005)
Código Civil
Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos.
Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos.
Art. 58. Nenhum associado poderá ser impedido de exercer direito ou função que lhe tenha sido legitimamente conferido, a não ser nos casos e pela forma previstos na lei ou no estatuto.
- Para excluir um associado vai ter que haver um procedimento dentro da própria associação. O Estatuto já vai ter que prever essa ação, e um procedimento dentro da associação se referindo a qual o órgão que vai julgar. Terá que ter quais são as causas de exclusão (pode haver outras penalidades), o procedimento (qual será o órgão julgador), e tem que ser garantido o direito de defesa. Daí vai surgir uma decisão e dessa, tem que se garantir, dentro da associação ainda, grau de recurso (ou seja, uma segunda instância para poder reavaliar essa decisão). Entretanto, embora tenha esse procedimento, isso não significa que o associado não possa recorrer no Judiciário. Ex: Dois grupos que disputam o poder na associação, sendo que o que está no poder começa a perseguir o grupo que não está no poder, inventando, por exemplo, que um dos associados cometeu uma falta prevista no estatuto e por isso deve ser excluído. 
Assembleia Geral:
- Na associação quando criado o estatuto, já vai dizer como se dá a administração dessa PJ. Podendo criar vários órgãos, mas sempre o órgão deliberativo máximo, vai ser a Assembleia Geral. Sendo que essa tanto pode ter competências que não serão exclusivas dela, como tem também as que estão somente sobre o seu domínio. Ou seja, tem coisas na associação que só podem ser deliberadas na Assembleia Geral, que a priori é constituída por todos os associados. A essência de você ser associado, é poder ter o direito de votar dentro dessa associação, usufruir dos direitos básicos. Art. 59. Compete privativamente à assembléia geral:          (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005)
I – destituir os administradores;         (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005)
II – alterar o estatuto.        (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005)
Parágrafo único. Para as deliberações a que se referem os incisos I e II deste artigo é exigido deliberação da assembléia especialmente convocada para esse fim, cujo quorum será o estabelecido no estatuto, bem como os critérios de eleição dos administradores.         (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005)
Art. 60. A convocação dos órgãos deliberativos far-se-á na forma do estatuto, garantido a 1/5 (um quinto) dos associados o direito de promovê-la.         (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005)
*Acima é uma norma cogente – não pode ser alterada. 
Extinção:Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líquido, depois de deduzidas, se for o caso, as quotas ou frações ideais referidas no parágrafo único do art. 56, será destinado à entidade de fins não econômicos designada no estatuto, ou, omisso este, por deliberação dos associados, à instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes.
§ 1o Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação dos associados, podem estes, antes da destinação do remanescente referida neste artigo, receber em restituição, atualizado o respectivo valor, as contribuições que tiverem prestado ao patrimônio da associação.
§ 2o Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ou no Território, em que a associação tiver sede, instituição nas condições indicadas neste artigo, o que remanescer do seu patrimônio se devolverá à Fazenda do Estado, do Distrito Federal ou da União.
- Supondo que por alguma razão se extinguiu a associação, entra-se na questão da destinação do patrimônio, mas antes terá que se realizar a liquidação desse patrimônio (o que tem de ativo e passivo), pagar a quem se deve, para só então seguir as outras medidas previstas no artigo. 
Fundação
Noções Gerais/Criação: 
- A fundação não é criada a partir da reunião de pessoas, mas sim da junção de alguns bens de seu patrimônio e separa do seu próprio patrimônio com a finalidade de a partir desse novo patrimônio criar uma pessoa jurídica, que também não tem finalidade econômica.Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.
Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins religiosos, morais, culturais ou de assistência.
Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins de:        (Redação dada pela Lei nº 13.151, de 2015)
I – assistência social;        (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015)
II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;        (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015)
III – educação;        (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015)
IV – saúde;        (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015)
V – segurança alimentar e nutricional;        (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015)
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável;        (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015)
VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos;        (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015)
VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos;        (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015)
IX – atividades religiosas; e        (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015)
X – (VETADO).        (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015)
- Agora, ao contrário da associação, o art. 62, enumera as finalidades possíveis para uma fundação. Esse rol foi modificado recentemente, pois antes tinha uma redação que dizia que a fundação tinha que ter fim “religioso, moral, cultural ou assistencial”, sendo que essa mudança trouxe uma discussão sobre se esse rol, se ele seria exemplificativo ou taxativo. A maior parte dos autores costumavam considerar como um rol exemplificativo, porque era mais aberto, já com esse atual a maior parte continua pensando que é exemplificativo, no entanto, Requião tem algumas dúvidas quanto a isso, pois quando se enumera muito e não há “dentre outras”, meio que se reforça a questão da taxatividade. 
Exemplo de fundação: FGV
- Pode ter a arrecadação de renda para se manter. 
- A criação da fundação se dá a partir da dotação de um patrimônio, o que pode ser tanto por atos inter vivos como por mortis causa. Quando é feita essa dotação, também há a determinação de quem será a pessoa responsável por criar a fundação. 
Eventualmente pode ser que o ativo que tenha sido destinado para criação da fundação, não seja suficiente e caso isso ocorra, o art. 63 dispõe sobre o que pode ser feito com esse valor. 
Mesmo após a morte, em seu testamente, você pode discriminar uma parte dos seus bens para a fundação. Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela destinados serão, se de outro modo não dispuser o instituidor, incorporados em outra fundação que se

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