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ESTUDO DE CASO DA RECUPERAÇÃO E REFORÇO 
ESTRUTURAL DE UMA EDIFICAÇÃO COMERCIAL 
BURLE, Eduardo; NUNES, Thaís; LIMA, Natália; AGRA, Tiago, MONTEIRO, 
Eliana 
Universidade de Pernambuco, (81)99925-9559, eblobo@hotmail.com; UNICAP, thaislira13@gmail.com; 
UNICAP, nataliamvlima@hotmail.com; UFPE, tiagoagraengenharia@gmail.com; Universidade de 
Pernambuco,eliana@poli.br 
RESUMO 
A deterioração do concreto armado, essencialmente de elementos estruturais, é um problema 
existente e que ocasiona o comprometimento da estrutura, podendo levá-la a colapso. É 
originado por diversos fatores, dentre os quais temos a falha do projeto, estruturas má 
executadas, materiais de baixa qualidade alinhada à falta de manutenção adequada para sua 
conservação e causas acidentais. Sendo assim, adota-se uma técnica bastante eficaz que é a 
Recuperação e Reforço de estruturas, um método que tem como objetivo recuperar elementos 
estruturais comprometidos e devolvê-los suas características originais, ou seja garantir que 
suas propriedades estejam dentro das mínimas necessárias. Este estudo de caso tem por 
objetivo apresentar as manifestações patológicas nas estruturas de concreto armado, as suas 
origens, o estudo da obra e a influência da agressividade do meio, todos procedimentos 
executivos, desde o apicoamento do concreto, corte do concreto, aplicação do produto para 
tratamento da ferragem corroída, execução de argamassa para reparo estrutural, além de uma 
discussão à respeito das etapas e processos envolvido na recuperação e das técnicas mais 
eficazes para a solução do estudo de caso. Por fim é verificado a eficácia do método adotado, 
com obtenção de resultados satisfatórios, garantindo a integridade e características da 
estrutura e o aumento de sua vida útil residual, ou seja, ampliação de sua vida útil após um 
procedimento de reparo. 
Palavras-chaves: Deterioração. Recuperação e reforço de estruturas. Procedimentos 
executivos. 
ABSTRACT 
The deterioration of reinforced concrete, essentially structural elements, it is an existing problem 
that causes impairment of structure, can take it to collapse. It is caused by several factors, 
among which we have to project failure, performed bad structures, low quality materials aligned 
to the lack of proper maintenance for its conservation and accidental causes. Thus, we adopt a 
very effective technique that is the recovery and strengthening of structures, a method that aims 
to recover compromised structural elements and return them to their original characteristics, ie 
ensure that their properties are within the minimum required. This case study aims to present 
the pathological manifestations in reinforced concrete structures, its origins, the study of the 
work and the influence of the medium aggressiveness, all executive procedures, from the 
concrete apicoament, cutting concrete, product application for treating corroded hardware, 
mortar execution for structural repair, as well as a discussion regarding the steps and processes 
involved in the recovery and the most effective techniques for the solution of the case study. 
Finally, it is verified the effectiveness of the adopted method, with satisfactory results, ensuring 
the integrity and characteristics of the structure and the increase of its remaining useful life, ie, 
expansion of its service life after a repair procedure. 
Keywords: Deterioration. Rx ecovery and Reinforcing structures. Executive procedures.
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1 INTRODUÇÃO 
As manifestações patológicas das estruturas em concreto armado aparecem 
em decorrência da susceptibilidade à agressões do meio ambiente das 
superfícies de concreto exposta. Além disso, grande parte das obras já possui 
idade significativa e apresentam desgaste devido à má utilização, falhas 
durante o projeto ou má execução. 
A recuperação das estruturas é feita por vários motivos, dentre eles o de 
promover a segurança da edificação para que a mesma não venha ao colapso. 
Como também, a recuperação estrutural através da manutenção diminui o 
custo de reparo. 
O presente trabalho tem por objetivo apresentar um estudo de caso de uma 
recuperação e reforço de uma estrutura em concreto realizada em uma 
edificação comercial, dentre os objetivos específicos temos: Identificar as 
manifestações patológicas, mostrar a origem do problema, as causas das 
manifestações patológicas e mecanismo, além de discutir as etapas e 
processos envolvidos na recuperação e técnicas mais eficazes para a solução 
do estudo de caso. 
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
2.1 Estruturas de Concreto Armado 
2.1.1 Conceito de Concreto Armado 
A NBR 6118 (ABNT, 2007) (Item 3.1.3) define elementos de concreto armado 
como “Aqueles cujo comportamento estrutural depende da aderência entre 
concreto e armadura e nos quais não se aplicam alongamentos iniciais das 
armaduras antes da materialização dessa aderência”. 
O concreto é um material que apresenta alta resistência à tensão de 
compressão e baixa resistência à tração. Então, viu a necessidade de juntar ao 
concreto um material que resistisse à tração, no caso o aço. A esse conjunto 
de concreto e armadura denominou-se concreto armado. 
No entanto, o conceito de concreto armado envolve ainda o fenômeno da 
aderência, que é essencial e deve existir entre o concreto e a armadura. A 
aderência é importante porque permite a compatibilização dos dois materiais. 
Quanto melhor a aderência, menor a abertura de fissuras e mais protegida fica 
a armadura. 
Outro fator importante é que o concreto protege o aço da oxidação, sendo 
assim a proteção da armadura contra a corrosão só é garantida devido ao 
cobrimento. 
2.1.2 Agressividade do Ambiente 
De acordo com a NBR 6118 (ABNT, 2007) (Item 6.4.1), a agressividade do 
meio ambiente está relacionada às ações físicas e químicas que atuam sobre 
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as estruturas de concreto, independentemente das ações mecânicas, das 
variações volumétricas de origem térmica, da retração hidráulica e outras 
previstas no dimensionamento das estruturas de concreto. 
2.1.3 Mecanismos de Deterioração Relativos ao Concreto 
O concreto é um material poroso, seus vazios possuem origens diversas, tais 
como o ar incorporado na mistura, excesso de água na mistura (necessária 
para facilitar a trabalhabilidade), etc. 
A deterioração do concreto raramente ocorre devido a uma causa isolada. Um 
concreto pode, muitas vezes, ser satisfatório, mas um único fator adverso 
suplementar pode provocar a sua deterioração. A permeabilidade é o principal 
determinante da vulnerabilidade aos agentes externos. Logo, para ser durável, 
o concreto deve ser impermeável (RIBEIRO, PINTO e STARLING, 2013). 
Os principais mecanismos de deterioração do concreto são (NBR 6118/2007, 
item 6.3.2): 
 Lixiviação: por ação de águas puras, carbônicas agressivas ou ácidas que 
dissolvem e carreiam os compostos hidratados da pasta de cimento; 
 Expansão por ação de águas e solos que contenham ou estejam 
contaminados com sulfatos, dando origem a reações expansivas e 
deletérias com a pasta de cimento hidratado; 
 Expansão por ação das reações entre os álcalis do cimento e certos 
agregados reativos; 
 Reações deletérias superficiais de certos agregados decorrentes de 
transformações de produtos ferruginosos presentes na sua constituição 
mineralógica. 
2.1.4 Mecanismos de Deterioração Relativos à Armadura 
Os principais mecanismos de deterioração da armadura são NBR 6118 (ABNT, 
2007) (Item 6.3.3): 
 Despassivação por carbonatação, ou seja, por ação do gás carbônico da 
atmosfera; 
 Despassivação por elevado teor de íon cloro (cloreto). 
2.2 Patologia nas Estruturasde Concreto Armado 
“Patologia pode ser entendida como a parte da Engenharia que estuda os 
sintomas, os mecanismos, as causas e as origens dos defeitos das 
construções civis, ou seja, é o estudo das partes que compõem o diagnóstico 
do problema” (Helene, 1993 apud Melo et al, 2012). 
O concreto armado, sendo um material não inerte, está sujeito a alterações, ao 
longo do tempo, em função de interações entre seus elementos (cimento, areia, 
brita, água e aço), entre estes e os materiais adicionados, como os aditivos, e 
com outros agentes (ácidos, bases, sais, gases, vapores, microorganismos e 
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outros). 
Os resultados dessas interações podem resultar em problemas que 
comprometam o desempenho da estrutura, provocar efeitos estéticos 
indesejáveis, ou causar desconforto psicológico nos usuários. As enfermidades 
do concreto armado devem ser evitadas ou então tratadas, para que não 
ocorra a perda da estrutura ou de peças estruturais. 
2.2.1 Fissuras 
De acordo com a NBR 6118 (ABNT, 2007) (Item 13.4.1), a fissuração em 
elementos estruturais de concreto armado é inevitável, devido à grande 
variabilidade e à baixa resistência do concreto à tração; mesmo sob as ações 
de serviço (utilização), valores críticos de tensões de tração são atingidos. 
Visando obter bom desempenho relacionado à proteção das armaduras quanto 
à corrosão e à aceitabilidade sensorial dos usuários, busca-se controlar a 
abertura dessas fissuras. 
De maneira geral, a presença de fissuras com aberturas que respeitem os 
limites dado na Tabela 1, em estruturas bem projetadas, construídas e 
submetidas às cargas previstas na normalização, não denotam perda de 
durabilidade ou perda de segurança quanto aos estados limites últimos. 
Tabela 1- Exigências de durabilidade relacionadas à fissuração e à proteção da 
armadura, em função das classes de agressividade ambiental. 
 
Fonte: Thaís Nunes (2014) 
 
As trincas e fissuras são fenômenos próprios e inevitáveis do concreto armado 
e que podem se manifestar em cada uma das três fases de sua vida: fase 
plástica, fase de endurecimento e fase de concreto endurecido (DNIT, 2006). 
As fissuras podem aparecer por diversas causas, tais como: 
Fissuras Causadas por Variação de Temperatura: 
Os movimentos de contração e dilatação que ocorrem nas edificações devido a 
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variações de temperatura, sazonais e diárias, geram tensões que poderão 
ocasionar fissuras, caso tais movimentos sejam restringidos pelos vínculos 
entre os elementos e componentes de uma construção (Thomaz, 1998 apud 
Oliveira, 2012). 
Quando a temperatura aumenta, ocorre uma tendência de expansão. O 
contrário ocorre quando a temperatura diminui. Segundo Dal Molin (1988) apud 
Nascimento (2015), as variações de temperatura em uma estrutura de concreto 
podem ocorrer devido a circunstâncias diversas, são elas as influências 
externas devido as mudanças de condições ambientais, incêndios, etc; e as 
internas provocadas pelo calor da hidratação do cimento, com elevação da 
temperatura do concreto. 
Fissuras Causadas pela Corrosão da Armadura 
Neste caso as fissuras são causadas por tensões de tração simples no 
concreto, em consequência da expansão da armadura provocada pela 
corrosão. 
O aço, ao oxidar-se, apresenta volume muito maior que o aço original. Como 
ele está dentro da massa de concreto, este aumento de volume causa tensões 
de tração no mesmo, resultando na fissuração, ou mesmo no destacamento do 
concreto que forma o cobrimento. Com isso, o aço fica mais exposto aos gases 
e umidade do ambiente e se oxida mais rápido, o que acelera o processo de 
degeneração da construção. 
Fissuras Causadas por Retração 
A retração provoca a diminuição do volume do concreto e é consequência da 
perda de água da massa de concreto em processo de cura, pela hidratação do 
cimento. Para evita-las podemos utilizar um cimento com aditivo de escória de 
alto forno por ter baixo calor de hidratação e executar a cura do concreto para 
evitar a evaporação da água que reagiria com o cimento. 
Segundo a orientação da ABESC Associação Brasileira das Empresas de 
Serviços de Concretagem, as formas de prevenção da fissuração pode ser 
dada pela utilização de aditivos plastificantes, molhagem das fôrmas e 
superfícies de concreto antes de iniciar à concretagem, planejamento do 
lançamento e execução de juntas nas peça a serem concretadas, início de cura 
o mais rápido possível e manter a cura por sete dias, proteção da peça de 
intempéries e não aditivar água para acabamento superficial das peças. 
2.3 Corrosão da Armadura 
A corrosão da armadura é tida como a principal manifestação patológica do 
concreto armado e continua a ser um dos focos principais dos custos de 
reparos de estruturas e de manutenção de obras. 
Por corrosão entende-se o ataque de natureza eletroquímica, que ocorre em 
meio aquoso. A corrosão acontece quando é formada uma película de eletrólito 
sobre a superfície das barras de aço. Esta película é causada pela presença de 
umidade no concreto. 
Muitas vezes, a corrosão do concreto aparece junto com a das armaduras, pois 
a corrosão do aço tem como consequência a formação de óxido altamente 
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expansivo que diminuirá a seção do aço, ao mesmo tempo em que expande o 
concreto, ocasionando trincas e fissuras. A corrosão do aço no concreto 
armado tem alguns fatores inconvenientes, tais como: produzir desagregações 
no concreto e diminuir a seção resistente das barras. 
2.3.1 Prevenção contra a corrosão das armaduras 
Conforme Gomes (2013), o concreto propicia uma boa proteção ás armaduras 
devido a sua natureza alcalina. A armadura quando entra em contato com esse 
material recobre-se de uma camada de óxidos passivantes que a mantém 
constantemente protegida. 
Dependendo do meio em que vai exercer sua atividade, uma estrutura pode 
exigir, além da proteção sobre aço, a proteção catódica, galvanização e 
revestimento com resinas sintéticas. 
Além dos métodos de proteção que agem diretamente sobre o aço, existem 
outros que fazem indiretamente através do concreto. Entre eles, existem os 
inibidores de correção que atuam rompendo a continuidade do circuito 
eletroquímico ao exercer sua função sobre a superfície metálica, dificultando 
assim, a reação anódica. Os inibidores anódicos mais utilizados para o aço em 
meio alcalino e neutro são os nitritos, cromatos, fosfatos e benzoatos, 
empregando-se como inibidor catódico, o sulfito. Em geral, apresentados sob a 
forma de tintas. 
2.4 Origem das Manifestações Patológicas 
As manifestações patológicas incidentes na estrutura comprometem a 
durabilidade, o desempenho da edificação, a segurança e a qualidade. Dentre 
as principais causas do problema, temos: erro de projeto, utilização de 
materiais de baixa qualidade, má execução, profissionais não qualificados, 
dentre outros. 
A segurança e durabilidade de uma construção deve ser fator fundamental. 
Para que isso ocorra, devemos ter bons conhecimentos das propriedades do 
material, ter conhecimento dos fundamentos de projeto, das normas e ter 
qualificação para o desenvolvimento da execução. 
2.4.1 Projeto 
Para Fortes (2014), os problemas originados na fase de projeto podem ser 
causados pela falta de um projeto específico que defina as características do 
revestimento, das camadas de regularização o, de fixação e do acabamento, 
ou ainda por erros de concepção do projeto. 
2.4.2 Execução 
A execução é na maioria dos casos a principal origem das manifestações 
patológicas. Asfalhas provenientes de execução ocorrem em razão da falta de 
treinamento da mão de obra, da baixa qualificação dos profissionais, utilização 
de técnicas inadequadas, desconhecimento dos processos construtivos, falta 
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de vistoria e acompanhamento por parte da construtora, dentre outros fatores 
que comprometem a segurança da edificação. 
Os principais defeitos que podem ocorrer na etapa de execução são: falhas na 
armação e montagem, na dosagem do concreto, na concretagem, além da falta 
de conhecimento nas leituras de projetos, de entedimento nos processos de 
execução e presença de profissinais não qualificados e/ou capacitados. 
2.4.3 Materiais 
A utilização de materiais indevidos e de má qualidade comprometem o 
desempenho estrutural e a qualidade da construção. Deve ser observado todos 
os materiais e realizar os devidos testes quando estes chegam na obra. 
2.4.4 Utilização 
Conforme Souza; Ripper (1998) apud Silva (2011), mesmo que as etapas de 
concepção tenham sido de qualidade adequada, as estruturas podem vir a 
apresentar problemas patológicos originados da utilização errônea ou da falta 
de manutenção. 
Os procedimentos durante a utilização podem ser divididos em dois grupos: 
ações imprevisíveis e ações previsíveis. Nas ações previsíveis, podemos 
compreender o carregamento excessivo, devido a falta de informação do 
projeto, por exemplo. No caso das imprevisíveis temos alterações das 
condições de exposição das estruturas, incêndios, abalos provocados por 
obras vizinhas, etc. 
2.5 Recuperação e Reforço de Estruturas 
Após a realização de todas as análises na estrutura e a definição do 
diagnóstico, vem a fase de elaboração das intervenções possíveis e a escolha 
daquela que será seguida. 
As intervenções que visam erradicar uma enfermidade consistem em: corrigir 
pequenos danos (Reparo), devolver à estrutura o desempenho original perdido 
(Recuperação) e aumentar o desempenho (Reforço). 
A recuperação de estruturas é uma técnica ideal para solucionar problemas de 
elementos estruturais comprometidos, seja pelo ataque de agentes patológicos 
ou diversos fatores. Recuperar uma estrutura é devolvê-la às suas condições 
originais, resistência a tensões e garantir a estabilidade da edificação. 
Para isso realiza-se: remoção de camada de concreto que apresenta expansão 
volumétrica, fissura; o tratamento da ferragem oxidada, reforço da ferragem, se 
estas não tiverem suas seções originais, reconstrução do cobrimento de 
concreto, impedindo a penetração de agentes agressivos e todos outros fatores 
que possam causas corrosão da armadura, além de propiciar um meio que 
garanta a manutenção da capa passivadora no aço. 
 
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3 ESTUDO DE CASO 
3.1 Descrição da Estrutura 
A CSN Jaboatão é formada por galpões como demonstra a Figura 1, com seus 
elementos estruturais vigas, pilares e lajes de concreto armado apoiada em 
estacas pré-moldadas. 
Figura 1- Fachada Frontal Oeste da Edificação Comercial 
 
Fonte: Thaís Nunes (2014) 
3.2 Descrição do Meio Ambiente 
Diversas obras de edificações em concreto armado são executadas em 
ambientes expostos a agentes agressivos. Por isso, precisam de cuidados 
especiais em suas fases de elaboração para que atendam às expectativas de 
desempenho e durabilidade. A análise do ambiente em que a estrutura estará 
influi diretamente nas especificações dos materiais para ampliar à vida útil do 
empreendimento. 
A Edificação está localizada em Prazeres, BR 101 – Sul, com constante tráfego 
de veículos. Então quanto às causas pode ser citada a falta de alguns 
cuidados: o projeto não ter levado em consideração a agressividade do meio, 
execução inadequada da obra e utilização de materiais não adequados para 
combater ao ataque desses agentes. 
3.3 Diagnóstico do Problema 
As fissuras quase sempre são o motivo da procura pela análise do especialista. 
Para a situação desta obra, foi realizada uma vistoria e inspeção da edificação 
conforme mostra a Figura 2, que apresentavam uma grande incidência de 
fissuras e expansão volumétrica nos elementos estruturais. 
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Sendo assim, selecionou algumas áreas para definir quais as manifestações 
patológicas estavam presentes naqueles, que foi a corrosão da armadura, 
fissuras, despassivação por carbonatação e posteriormente apresentação da 
técnica indicada para solução do problema. 
Foi verificado que a estrutura apresentava a armadura oxidada, e em outras 
partes verificou a diminuição da seção da armadura ou até a inexistência da 
mesma, como também a degradação do concreto. 
Figura 2- Análise do Pilar para Diagnóstico do Problema 
 
Fonte: Thaís Nunes (2014). 
3.4 Definição da Técnica de Reparo e Reforço 
Após a inspeção de toda a estrutura, foi identificado o problema e definida a 
técnica adotada a recuperação estrutural. Inicialmente, delimitou-se toda área 
afetada, realizou apicoamentos de todo concreto deteriorado, posteriormente 
fez-se utilização de argamassa cimentícia, polimérica, inibidora de corrosão, 
destinada à proteção de armaduras na região dos reparos, como também 
substituição da armadura nas áreas onde encontravam-se inexistentes e por 
fim, a recuperação do cobrimento do concreto utilizando uma argamassa para 
reparo estrutural. 
3.5 Etapas para o Processo de Recuperação das Vigas e Pilares 
 Delimitação da área: Inicialmente, delimitou-se a área a ser reparada 
realizando corte de 5 mm nas vigas e pilares comprometidos; 
 Escoramento metálico: Nesta etapa, realizou-se o escoramento da estrutura 
que irá ser recuperada, conforme apresentado na Figura 3, afim de garantir 
a segurança da mesma. 
 
 
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Figura 3- Escoramento metálico na área a ser recuperada 
 
Fonte: Thaís Nunes (2014) 
 Apicoamento de todo concreto deteriorado e áreas não aderidas, formando 
arestas retas na área a ser reparada; 
 Corte do concreto: O corte do concreto foi realizado afim de obter uma 
remoção mais profunda do concreto degradado; 
 Reforço da armadura corroída: Nesta etapa foram verificados os trechos 
das barras com corrosão que apresentavam redução de mais de 10% de 
sua seção original, conforme mostra figura 4. Após a análise, realizou-se o 
reforço da armadura, colocando barras com o diâmetro original. 
Figura 4- Armadura com Perda da sua Seção Original 
 
Fonte: Thaís Nunes (2014) 
 Recuperação da armadura corroída: Para o processo de recuperação da 
armadura corroída foi realizado um tratamento da mesma, eliminando a 
ferrugem com escova de aço e realizando toda a limpeza para receber o 
tratamento com uma argamassa cimentícia, polimérica, pré-dosada, 
bicomponente, inibidora de corrosão, destinada à proteção de armaduras na 
região dos reparos localizados no concreto, conforme apresenta Figura 5. 
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Figura 5- Tratamento da armadura no pilar 
 
Fonte: Thaís Nunes (2014) 
 Aplicação de argamassa para reparo estrutural: Após o tratamento e reforço 
de toda armadura, realizou-se o procedimento de aplicação de argamassa 
para reparo estrutural com a finalidade de impedir a penetração de água e 
agentes agressivos, conforme mostra a Figura 6. A aplicação é Indicada 
para reparo de pilares, vigas, lajes e tem como função a recuperação de 
concreto deteriorado pela corrosão das armaduras ou da carbonataçãodo 
concreto. Aplicada numa espessura de até 10 cm. 
Figura 6- Aplicação de Argamassa para Reparo Estrutural 
 
Fonte: Thaís Nunes (2014) 
 Execução de reboco: A execução de reboco foi necessária em 
determinadas vigas e pilares, conforme apresentado na Figura 7, devido ao 
fato destas apresentarem um recobrimento superior a 10 cm. 
 
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Figura 7- Execução de reboco 
 
Fonte: Thaís Nunes (2014) 
4 CONCLUSÃO 
Como foi observado, são muitos os problemas presentes nas estruturas de 
concreto armado. Esses problemas são ocasionados devido as falhas de 
projetos, má execução da obra, materiais de baixa qualidade, profissionais não 
qualificados e que acabam comprometendo a segurança da edificação, 
reduzindo sua vida útil. 
Sendo assim, o caso estudado teve o objetivo de identificar a origem do 
problema, as manifestações patológicas atuantes, suas causas, bem como os 
procedimentos mais eficientes para solução do problema. 
Conclui-se com este trabalho que deve existir uma maior preocupação e 
atenção no momento da construção, execução das obras e sua manutenção, 
como forma de evitar a ocorrência de tais problemas, garantindo a vida útil das 
estruturas, suas características originais e a segurança das pessoas. 
REFERÊNCIAS 
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estruturas de concreto - Procedimentos. NBR 6118. Rio de Janeiro, 2007. 
RIBEIRO, C. C.; PINTO, J. D. D. S.; STARLING, T. Materiais de construção civil. 4ª 
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Levantamento das patologias em residências de Delmiro Gouveia e região – 
Causas e soluções. Universidade federal de Alagoas. Delmiro Gouveia, 2012. 
DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE. DNIT. 
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SEMIPAR2016 - Recife, 22 de agosto de 2016 
 
 
OLIVEIRA, A. M. D. Fissuras, trincas e rachaduras causadas por recalque 
diferencial de fundações. Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, 
2012. 
NASCIMENTO, C. D. O. Análise das manifestações patológicas nas estruturas de 
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2015. 
GOMES, N. D. A. Carbonatação do concreto. Pós-graduação, Universidade Federal 
São Carlos. São Paulo, 2013. 
FORTES, M. S. A. Influência da Mão-de-obra na qualidade da construção civil. 
Licenciatura na Universidade Jean Piaget de Cabo Verde. Cabo Verde, 2014. 
SILVA, L. K. D. Levantamento de manifestações patológicas em estruturas de 
concreto armado no estado do Ceará. Fortaleza, 2011.

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