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podia ser mais enfático, mas a experiência deixou claro para ele que aquelas páginas mereciam realmente a sepultura. Fonte [3] Sobrevivendo a uma tuberculose de muitos anos, Bandeira vai para a Suíça em junho de 1913, para tratar-se no sanatório de Clavadel. O melhor deste tempo foi o reaprendizado do alemão e o conhecimento travado com dois poetas: Paul Éluard e Charles Picker, que não sobreviveu à doença. Retorna ao Rio de Janeiro em outubro de 1914. Em 1933, o poeta mudou-se da rua do Curvelo, para uma rua em cotovelo na Lapa. A tristeza da mudança foi expressa na seguinte quadrinha, de Estrela da manhã: VERSÃO TEXTUAL O AMOR, A POESIA, AS VIAGENS: Atirei um céu aberto Na janela do meu bem: Caí na Lapa - um deserto... - Pará, capital Belém!... Nesse poema, é perceptível o sentimento de perda, de estar indo para "longe"; Cecília Meireles viu nos versos "pura lágrima". Aos cinquenta anos, o poeta recebeu uma homenagem inesquecível: um grupo de amigos publica uma série de artigos contendo estudos críticos, poemas, desenhos, depoimentos, reunidos num volume chamado Homenagem a Manuel Bandeira. Em 1940, Bandeira foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, tida tradicionalmente como instituição extremamente conservadora no panorama da literatura nacional. Essa fama não produzia em Bandeira nenhum sentimento antiacademicista. Havia acadêmicos que tinham tido participação preponderante na Semana de 1922, e no Modernismo como um todo. Havia também, os reacionários ("e nem sempre são os menos inteligentes, ou cultos"). Sobre esses, declara o poeta: Os reacionários da Academia são uns velhinhos amáveis que não fazem mal a ninguém: querem é sossego. Como eu. Reacionários odiosos são os cá 93