Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Prof. Luis Fernando Espinosa Cocian Departamento de Engenharia Elétrica – Universidade Luterana do Brasil 1 1 Eletricidade e Magnetismo Aplicados - Análise de Circuitos com Fontes Dependentes Análise de Circuitos com Fontes Dependentes As fontes controladas ou dependentes são fontes de tensão ou corrente cujo valor depende de alguma variável de tensão ou corrente dentro do circuito onde estão conectadas. Em geral se constituem de componentes ativos, tais como, transistores FET, TJB, etc., ou circuitos integrados tais como os amplificadores operacionais. As fontes dependentes precisam da existência de pelo menos uma fonte independente, que é quem fornecerá a energia elétrica ao circuito. As fontes controladas tão somente redirecionam a potência das fontes independentes, que são as verdadeiras fontes de energia. Isso quer dizer que as fontes de corrente podem fornecer potência ás custas das fontes independentes. As fontes dependentes sempre possuem uma resistência associada, para modelar as suas perdas por efeito Joule, da mesma forma que as independentes. Em alguns casos, como é o caso de análise de amplificadores transistorizados para sinais, as fontes independentes podem ser omitidas nos diagramas por conveniência. Nesses casos, pressupõe-se que a energia disponível existe e que está sendo direcionada pelas fontes controladas. As fontes controladas são de quatro tipos, pela sua natureza, são fontes e tensão ou corrente, que podem ser controladas por tensão ou corrente. A representação varia de acordo com a norma adotada, podendo ser, por exemplo, nos formatos mostrados na figura ao lado, onde k é um valor numérico conhecido. Quando se usam os teoremas de Thévenin, Norton, Superposição, etc., em circuitos com fontes controladas, essas não poderão ser anuladas, como é o caso de circuitos com fontes independentes. Conversão de Fontes Dependentes As fontes controladas podem ser convertidas da mesma forma que as fontes independentes, porém, deve se ter o cuidado de não alterar a topologia do circuito onde estão as tensões ou correntes controladoras. Figura 1 – Fontes controladas. Prof. Luis Fernando Espinosa Cocian Departamento de Engenharia Elétrica – Universidade Luterana do Brasil 2 2 Eletricidade e Magnetismo Aplicados - Análise de Circuitos com Fontes Dependentes Dispositivos Modelados com Fontes Dependentes Os dispositivos mais comuns que são modelados por circuitos com fontes dependentes ou controladas são os transistores e os circuitos integrados que implementam amplificadores operacionais. Equivalente Thévenin Existência de fontes dependentes e independentes É um dos casos mais gerais e os circuitos pode ser analisado seguindo dois passos básicos: 1. A tensão a circuito aberto (Thévenin) é calculada de forma habitual para obter o valor da fonte de tensão equivalente, lembrando de não anular a fonte controlada. Caso a fonte controlada seja convertida usando o teorema da conversão de fontes, deve se ter o cuidado de não alterar a topologia do circuito onde se encontra a corrente ou tensão controladora. 2. Para calcular a resistência de Thévenin, e lembrando que as fontes controladas não podem ser anuladas, essa pode ser calculada pela corrente de curto-circuito Icc. Ou seja, se colocam em curto-circuito os terminais onde está se calculando o equivalente Thévenin, se define a corrente de curto-circuito, e se calcula a resistência de Thévenin pela relação VTh/Icc. Exemplo Para o circuito do diagrama a seguir, calcular o equivalente Thévenin. Prof. Luis Fernando Espinosa Cocian Departamento de Engenharia Elétrica – Universidade Luterana do Brasil 3 3 Eletricidade e Magnetismo Aplicados - Análise de Circuitos com Fontes Dependentes O primeiro passo é a remoção do circuito de carga, no caso RL, e o posterior cálculo da tensão a circuito aberto Vab que é o valor da fonte de tensão do equivalente Thévenin. Para calcular a tensão a circuito aberto será necessário inicialmente calcular o valor de 𝑖𝑥, o que permitirá o posterior cálculo do valor da fonte 𝑘 ∙ 𝑖𝑥 . 𝑖𝑥 = (𝑉𝑠 − 𝑘 𝑖𝑥) (𝑅1 + 𝑅2) 𝑖𝑥 ∙ (𝑅1 + 𝑅2) = (𝑉𝑠 − 𝑘 ∙ 𝑖𝑥) ∴ 𝑖𝑥 ∙ 𝑅1 + 𝑖𝑥 ∙ 𝑅2 = 𝑉𝑠 − 𝑘 ∙ 𝑖𝑥 𝑖𝑥 ∙ 𝑅1 + 𝑖𝑥 ∙ 𝑅2 + 𝑘 ∙ 𝑖𝑥 = 𝑉𝑠 𝑖𝑥 = 𝑉𝑠 (𝑅1 + 𝑅2 + 𝑘) Com a corrente 𝑖𝑥 se pode calcular a tensão VTh. 𝑉𝑅2 = 𝑉𝑎𝑏 = 𝑉𝑇ℎ = 𝑖𝑥 ∙ 𝑅2 𝑉𝑇ℎ = 𝑉𝑠 (𝑅1 + 𝑅2 + 𝑟) ∙ 𝑅2 O segundo passo é colocar os terminais a e b em curto-circuito, e calcular a corrente no ramo. Prof. Luis Fernando Espinosa Cocian Departamento de Engenharia Elétrica – Universidade Luterana do Brasil 4 4 Eletricidade e Magnetismo Aplicados - Análise de Circuitos com Fontes Dependentes 𝐼𝑐𝑐 = 𝑖𝑥 𝐼𝑐𝑐 = (𝑉𝑠 − 𝑘 ∙ 𝑖𝑥) 𝑅1 ∴ 𝐼𝑐𝑐 = 𝑉𝑠 − 𝑘 ∙ 𝐼𝑐𝑐 𝑅1 ∴ 𝐼𝑐𝑐 ∙ 𝑅1 = 𝑉𝑠 − 𝑘 ∙ 𝐼𝑐𝑐 𝐼𝑐𝑐 ∙ 𝑅1 + 𝑘 ∙ 𝐼𝑐𝑐 = 𝑉𝑠 ∴ 𝐼𝑐𝑐(𝑅1 + 𝑘) = 𝑉𝑠 𝐼𝑐𝑐 = 𝑉𝑠 (𝑅1 + 𝑘) O cálculo da resistência equivalente de Thévenin fica: 𝑅𝑇ℎ = 𝑉𝑇ℎ 𝐼𝑐𝑐 = 𝑉𝑠 (𝑅1 + 𝑅2 + 𝑘) ∙ 𝑅2 𝑉𝑠 (𝑅1 + 𝑘) 𝑅𝑇ℎ = (𝑅1 + 𝑘) ∙ 𝑅2 (𝑅1 + 𝑅2 + 𝑘) Existência somente de fontes dependentes É o caso comum na análise e projeto de circuitos eletrônicos analógicos, e se caracteriza por uma tensão de Thévenin igual a zero no caso da inexistência de alguma fonte independente. Esses circuitos podem ser analisados seguindo dois passos básicos para o cálculo da resistência de Thévenin: 1. Como as fontes controladas não geram as correntes e tensões de por si, mas somente redirecionam a energia das fontes independentes, e que neste caso não há, se inserir uma fonte de corrente ou tensão de teste nos terminais com valor Ix ou Vx. Lembre-se que as fontes controladas não podem ser anuladas. 2. Calcula-se a corrente da fonte de tensão, ou a tensão na fonte de corrente, e o valor de e a relação entre Vx/Ix será igual ao valor da resistência do equivalente Thévenin. Exemplo Para o circuito do diagrama a seguir, calcular o equivalente Thévenin. Prof. Luis Fernando Espinosa Cocian Departamento de Engenharia Elétrica – Universidade Luterana do Brasil 5 5 Eletricidade e Magnetismo Aplicados - Método das Tensões de Nó (MTN) em Circuitos com Fontes Dependentes Retira-se a resistência de carga e se insere uma fonte de teste. Por exemplo, usando uma fonte de tensão com Vx volts: A corrente em R2 é igual a: 𝐼𝑅2 = 𝑉𝑥 𝑅2 , sabendo que 𝑉𝑥 = 𝑉𝑎𝑏 A corrente da fonte controlada deve ser igual à diferença entre: 𝑔 ∙ 𝑉𝑎𝑏 = 𝐼𝑥 − 𝐼𝑅2 𝑔 ∙ 𝑉𝑥 = 𝐼𝑥 − 𝑉𝑥 𝑅2 ∴ 𝑔 ∙ 𝑉𝑥 + 𝑉𝑥 𝑅2 = 𝐼𝑥 ∴ 𝑉𝑥 (𝑔 + 1 𝑅2 ) = 𝐼𝑥 ∴ 𝑉𝑥 ( 𝑔 ∙ 𝑅2 + 1 𝑅2 ) = 𝐼𝑥 RTh= Vx Ix = R2 g∙R2+1 ∴ VTh= 0 Método das Tensões de Nó (MTN) em Circuitos com Fontes Dependentes Os métodos sistemáticos para a análise de circuitos são compatíveis com a existência de fontes controladas. A diferença é que durante a aplicação existirão uma ou mais equações que relacionem as tensões ou correntes controladores com os valores das respectivas fontes controladas, instituindo o que se denomina equações de restrição. No caso do MTN com fontes dependentes, a equação de restrição deverá ser uma relação que leve em conta as tensões do nó ou nós onde estiver a grandeza controladora e a fonte controlada. As fontes controladas podem ser convertidas nas suas equivalentes, porém deve sempre se lembrar de não alterar a topologia do circuito onde se encontra a grandeza controladora.
Compartilhar