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Dispneia

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Harrison 18th
CAP 80 – DISPNEIA
É uma experiência subjetiva de desconforto ao respirar;
Mecanismos da dispneia:
Os distúrbios da bomba ventilatória, mais comumente aumentos da resistência ou da rigidez das vias respiratórias (diminuição da complacência) do sistema respiratório, estão associados à acentuação do trabalho respiratório ou a uma sensação de esforço exagerado para respirar;
Os quimiorreceptores localizados nos corpos carotídeos e no bulbo são ativados por hipoxemia, hipercapnia aguda e acidemia. >> Sua estimulação resulta em um aumento da ventilação >> produz uma sensação de falta de ar;
A hiperinsuflação está associada à sensação de esforço mais acentuado para respirar e à incapacidade de obter uma respiração profunda ou satisfatória;
	Doença
	Aumento do esforço respiratório
	Aumento do drive respiratório
	Hipoxemia
	Hipercapnia aguda
	Estimulação dos receptores pulmonares
	Estimulação dos receptores vasculares
	Metaborreceptores
	DPOC
	X
	
	X
	X
	
	
	
	Asma
	X
	X
	X
	X
	X
	
	
	Doença pulmonar intersticial
	X
	X
	X
	X
	X
	
	
	Doença vascular pulmonar
	
	X
	X
	
	
	X
	
	Edema pulmonar cardiogênico
	X
	X
	X
	
	X
	X
	X
	Edema pulmonar não cardiogênico
	X
	X
	X
	
	X
	
	
	Anemia
	
	
	
	
	
	
	X
	Falta de condic. Físico
	
	
	
	
	
	
	X
*Obs.: metaborreceptores estão localizados nos músculos esqueléticos e parecem ser ativados por alterações da composição bioquímica local dos tecidos ativos durante o exercício.
Correlação entre os descritores qualitativos e os mecanismos fisiopatológicos da dispneia
	Termo descritivo
	Fisiopatologia
	Sensação de aperto ou constrição torácica
	Broncoconstrição, edema intersticial (asma, isquemia miocárdica)
	Aumento do trabalho ou esforço respiratório
	Obstrução das vias respiratórias, doença neuromuscular (DPOC, asma moderada ou grave, miopatia, cifoescoliose)
	Falta de ar, necessidade ou desejo urgente de respirar
	Aumento do drive respiratório (ICC, embolia pulmonar, obstrução moderada ou grave das vias aéreas respiratórias)
	Incapacidade de respirar profundamente, respiração insatisfatória
	Hiperinsuflação (asma, DPOC) e redução do volume corrente (fibrose pulmonar, restrição da parede torácica)
	Respiração pesada ou rápida, respira com mais frequência
	Falta de condicionamento físico
DISPNEIA DO SISTEMA RESPIRATORIO
Doenças das vias respiratórias:
A asma e a DPOC caracterizam-se por obstrução do fluxo expiratório >> causa hiperinsuflação dinâmica dos pulmões e distensão das paredes torácicas.
Os pacientes com doença moderada a grave têm aumentos da resistência e da restrição elástica dos músculos respiratórios e precisam fazer mais esforço para respirar;
A asma e a DPOC podem causar hipoxemia (é muito mais comum) e hipercapnia secundárias à desproporção entre ventilação e perfusão;
Doenças da parede torácica:
Os distúrbios que enrijecem a parede torácica (por exemplo, cifoescoliose) ou que enfraquecem os músculos respiratórios (por exemplo, miastenia gravis ou síndrome de Guillain-Barré) também estão associados ao aumento do esforço para respirar;
Doenças do parênquima pulmonar:
As doenças pulmonares intersticiais, que podem ser causadas por infecções, exposições ocupacionais ou distúrbios autoimunes, estão associadas ao aumento da rigidez (diminuição da complacência) dos pulmões e à acentuação do esforço para respirar >> pode se ter hiperventilação;
DISPNEIA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR
Doenças das câmaras cardíacas esquerdas:
As anormalidades miocárdicas causadas pela doença arterial coronariana e pelas miocardiopatias não isquêmicas aumentam o volume diastólico final do ventrículo esquerdo e provocam elevações das pressões diastólica final desta câmara cardíaca e dos capilares pulmonares >> essas pressões altas causam edema intersticial >> gera a dispneia (obs.: em alguns pacientes também pode se ter hipoxemia secundária); 
Doenças dos vasos sanguíneos pulmonares:
A doença pulmonar tromboembólica e as doenças primárias da circulação pulmonar (hipertensão pulmonar primária, vasculite pulmonar) causam dispneia porque aumentam a pressão arterial pulmonar e estimulam os receptores pulmonares >> a hiperventilação é comum;
Doenças do pericárdio:
A pericardite constritiva e o tamponamento cardíaco também podem causar dispneia;
**Abordagem do paciente (algumas observações)
A ortopneia é um bom indicador de insuficiência cardíaca congestiva (ICC);
A dispneia noturna sugere ICC ou asma;
Os episódios agudos e intermitentes de dispneia devem-se mais provavelmente aos episódios de isquemia miocárdica, brocoespasmo ou embolia pulmonar; enquanto a dispneia persistente crônica é típica da DPOC, das doenças pulmonares intersticiais e da doença tromboembólica crônica;
O mixoma atrial esquerdo ou a síndrome hepatopulmonar dever ser considerado quando o paciente queixa-se de platipneia (dispneia na posição ereta com alívio na posição supina);
Indícios de aumento do esforço para respirar: retrações supraclaviculares, uso dos músculos acessórios da ventilação e posição tripé;
Informações da radiografia de tórax:
Volumes pulmonares:
Hiperinsuflação: indica doença pulmonar obstrutiva;
Volume pulmonar reduzido: indica edema ou fibrose intersticial, disfunção diafragmática ou limitação dos movimentos da parede torácica;
A ampliação da circulação pulmonar nas zonas superiores hipertensão venosa pulmonar; enquanto a dilatação das artérias pulmonares indica hipertensão arterial pulmonar;
A dilatação a silhueta cardíaca sugere miocardiopatia ou doença valvar;
Os derrames pleurais bilaterais são típicos da ICC; já os unilaterais sugerem carcinoma e embolia pulmonar;
EDEMA PULMONAR
O volume de líquidos que se acumulam nos interstício pulmonar depende do equilíbrio entre as forças hidrostáticas (faz pressão para o líquido sair) e oncóticas (faz pressão para o líquido entrar >> determinada principalmente pela albumina) dentro dos capilares pulmonares e nos tecidos circundantes;
Edema pulmonar cardiogênico:
As anormalidades cardíacas que aumentam a pressão venosa pulmonar alteram o equilíbrio de forças entre os capilares e o interstício >> a pressão hidrostática aumenta e os líquidos saem dos capilares a uma taxa mais elevada >> resultando em edema intersticial (em casos mais graves em edema alveolar);
Entre os primeiros sinais estão: dispneia aos esforços e ortopneia;
Edema pulmonar não cardiogênico:
Pode estar associado à disfunção do surfactante que reveste os alvéolos, ao aumento das forças na superfície e à propensão a que os alvéolos entrem em colapso com os volumes pulmonares reduzidos;
Fisiologicamente, o edema pulmonar não cardiogênico caracteriza-se por shunt intrapulmonar com hipoxemia e redução da complacência pulmonar;
Pode se desenvolver membranas hialinas nos alvéolos e áreas de inflamação com fibrose pulmonar subsequente;
Exemplos de causas: pneumonia, embolia pulmonar, traumatismo, inalação de fumaça....

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