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Responsabilidade Civil Unidade 3

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RESPONSABILIDADE CIVIL
UNIDADE 3: RESPONSABILIDADE DECORRENTE 
DO EXERCÍCIO ABUSIVO DO DIREITO 
O Exercício abusivo do Direito traduz-se na máxima: “O Direito de um termina quando começa 
o Direito do outro”. É o excesso no exercício regular de um Direito e está previsto no Art. 187 do Código 
Civil: “Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os 
limites impostos pelo seu � m econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes”.
Importante
É importante lembrar que o exercício regular de um Direito que causar dano a 
outrem é, inclusive, excludente de responsabilidade. A diferença está no fato de 
que não é lícito utilizar os próprios direitos com a intenção de lesar outra pessoa, 
sem ausência de um interesse sério e legítimo ou exercê-lo fora da sua � nalidade 
econômica e social. Nestas hipóteses, o exercício do Direito será considerado abuso 
e será tratado como se ilícito fosse.
Os melhores exemplos do exercício abusivo do Direito estão no direito de vizinhança. Exemplo: 
som em alto volume que toca na casa ou no bar, após o horário permitido, poluição da água pelo 
lançamento de resíduos, recebimento de pessoas com doenças contagiosas, deixar caixas de água abertas 
e depósitos que possam acumular água, multiplicando a larva do inseto transmissor da dengue.
Dos Direitos de Vizinhança – Do Uso Anormal da Propriedade
Art. 1.277. O proprietário ou o possuidor de um prédio tem o direito de fazer cessar as 
interferências prejudiciais à segurança, ao sossego e à saúde dos que o habitam, provocadas pela 
utilização de propriedade vizinha. Parágrafo único. Proíbem-se as interferências considerando-
se a natureza da utilização, a localização do prédio, atendidas as normas que distribuem as 
edi� cações em zonas, e os limites ordinários de tolerância dos moradores da vizinhança.
Para � nalizar, vale citar o trecho e o exemplo onde Maria Helena Diniz explica que:
haverá abuso de direito se o agente, ao agir dentro dos limites legais, deixa de levar em conta a 
� nalidade social e econômica do direito subjetivo e, ao usá-lo desconsideradamente, prejudicar 
alguém. Não há violação dos limites objetivos da norma, mas tão somente um desvio dos � ns 
sociais e � nanceiros a que ela visa atingir. P. ex.: se A, credor de B, encontrando-se doente e 
endividado, ameaça a � lha do devedor com o requerimento judicial de falência do pai, se ela não 
casar com ele, está exercendo anormalmente o seu direito, pois a cominação do requerimento 
da falência não visa receber o pagamento do débito, mas sim extorquir da � lha do devedor 
o consentimento de casar, o que o art. 153 do Código Civil considera como coação sobre o 
declarante. (DINIZ, 2013, p. 633)
Estude os temas aqui tratados, aprofundando-os nos livros indicados 
na Bibliogra� a Básica e Complementar do seu Plano de Aula e nas 
obras disponíveis na Biblioteca da UNIFOR. Lembre-se de tirar suas 
dúvidas no ambiente virtual e nas aulas presenciais. Bons estudos!

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