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CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – ANALISTA DO BANCO CENTRAL PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 1 Aula 04 3. Organização do Estado: União, Estados, Municípios e Distrito Federal. I. ENTES FEDERADOS --------------------------------------------------------------------------------------------2 II. REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS ----------------------------------------------------------------- 20 III. QUESTÕES DA AULA----------------------------------------------------------------------------------------- 56 IV. GABARITO ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- 70 V. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA------------------------------------------------------------------------ 71 Olá futuros Analistas do Banco Central! Prontos para o SEU salário de R$ 12.960,77 e para ocupar um dos melhores cargos da Administração Pública Federal? Na aula de hoje, estudaremos a organização do Estado brasileiro. “Mas Roberto, para que estudamos isso?” Ora, conhecendo a estrutura e o funcionamento do Estado brasileiro, temos condições de saber como se divide e se comporta a máquina estatal, mas também, e principalmente, como funciona o Brasil. Como sempre, quando não houver exercícios da CESGRANRIO sobre o tema, faremos questões de bancas que aplicam provas similares, como a FCC. Ao responder as questões, leia todos os comentários, pois foram feitas várias observações além da mera resolução da questão, ok? Você notará que alguns esquemas e respostas foram exaustivamente repetidos nos comentários das questões. Isso não é por acaso! Sugiro que você os revise várias vezes, para internalizar o conhecimento. Vamos então à nossa aula! CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – ANALISTA DO BANCO CENTRAL PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 2 I. ENTES FEDERADOS O art. 1º da CF prevê que: “A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, (...)”. Assim, o Estado brasileiro se chama República Federativa do Brasil (RFB) e é somente ele que possui a soberania. A RFB é a única pessoa jurídica de direito público externo e é a única capaz de manter relações com outros Estados estrangeiros (relações internacionais). A RFB é formada pelos seguintes entes: União, estados, Distrito Federal e municípios. Vamos estudar cada um deles: 1. UNIÃO É uma pessoa jurídica de direito público interno e REPRESENTA a República Federativa do Brasil nas relações internacionais. Assim, quando a União está atuando externamente, ela não atua como União e sim como RFB. Já os demais entes não possuem soberania. Eles têm autonomia, isso é, a capacidade de auto-organização e legislação própria, autogoverno e autoadministração. Esquematizando: x República Federativa do Brasil (RFB) - Tem soberania - Pessoa jurídica de direito público externo x União - Pessoa jurídica de direito público interno - Representa a RFB nas relações internacionais x Demais entes • Auto-organização e legislação própria (Estados +DF+Municípios) • Autogoverno possuem autonomia • Autoadministração - Estados - art.18 e 25 a 28 - Municípios - art. 18, 29 e 30 CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – ANALISTA DO BANCO CENTRAL PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 3 2. ESTADOS Os estados possuem autonomia, que é a capacidade de se auto-organizar e ter sua legislação própria, se autogovernar e se autoadministrar. A auto-organização é a capacidade dos estados de elaborar suas respectivas Constituições Estaduais (CEs), que são fruto do Poder Constituinte Derivado Decorrente. Pelo princípio da simetria, as CEs devem ser aprovadas em 2 turnos de votação por pelo menos 3/5 da Assembleia Legislativa do respectivo estado. O autogoverno e autoadministração são a capacidade dos estados em se governar e administrar sem a interferência dos outros entes. Por exemplo, o poder de eleger seus governantes e o poder-dever de organizar os poderes executivo, legislativo e judiciário de cada estado (lembre-se de que os municípios não possuem Poder Judiciário e nem Ministério Público). Por fim, os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum. Esquematizando: • Auto-organização • Elaboração de - Poder constituinte derivado decorrente e legislação própria Constituições - Princípio da simetria Estaduais - 2 Turnos e 3/5 dos votos - Autolegislação: leis estaduais • Autogoverno - ex: organizar poderes Executivo, Legislativo e (arts. 27, 28 e 125) Judiciário do Estado - OBS: Município não tem Judiciário nem Ministério Público • Autoadministração E st ad os (a ut on om ia ) CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – ANALISTA DO BANCO CENTRAL PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 4 3. MUNICÍPIOS Os municípios também possuem autonomia (conferida pela auto-organização e legislação própria, autoadministração e autogoverno). Além disso, a autonomia municipal é princípio constitucional sensível (art. 34, VII). Duas observações quanto à auto-organização e legislação própria dos municípios: i. Os municípios não possuem poder constituinte derivado decorrente, ou seja, não podem elaborar suas constituições. Na verdade eles são regidos por uma Lei Orgânica Municipal (LOM), que é o equivalente a uma “Constituição Municipal”. Mas ATENÇÃO: A LEI ORGÂNICA MUNICIPAL NÃO TEM STATUS DE CONSTITUIÇÃO. ii. Diferentemente das Constituições Estaduais, que são votadas em 2 turnos e aprovadas por 3/5 dos votos, as leis orgânicas são votadas em 2 turnos, com interstício (intervalo) mínimo de 10 dias e aprovadas por 2/3 dos votos. Quanto ao autogoverno, deve-se frisar que os municípios elegem seus prefeitos e vereadores para mandato de 4 anos e devem organizar os poderes executivo e legislativo locais, mas eles não possuem Judiciário e nem Ministério Público. Esquematizando: - Autonomia MUNICIPAL é princípio constitucional sensível (34, VII, c) NÃO é estadual • Auto-organização - Elaboração de LOM - 2 turnos e legislação própria - interstício mín 10d - 2/3 dos votos - Princípio da simetria - Município NÃO tem Poder constituinte decorrente - Autolegislação: leis municipais • Autogoverno - Organizar poderes Executivo e Legislativo locais - Município não tem Judiciário nem Ministério Público - Eleição direta do Prefeito • Autoadministração M un ic íp io s (a ut on om ia ) CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – ANALISTA DO BANCO CENTRAL PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 5 4. DISTRITO FEDERAL Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios (art. 32, §1º). Um fato interessante quanto à nomenclatura dos órgãos e institutos do DF é que, como ele possui competências dos estados e dos municípios, misturou-se o nome de uma série de órgãos e diplomas, fazendo referência aos respectivos institutos estaduais e municipais. Bagunçou? Vou explicar melhor. Lembre-se que os estados regem-se por suas respectivas Constituições Estaduais e que essas são votadas em 2 turnos, aprovadas por 3/5 dos votos e são fruto do poder constituinte derivado decorrente. Já os municípios são regidos por Lei Orgânica, que são votadas em 2 turnos, com interstício mínimo de 10 dias e aprovadas por 2/3 dos votos e não possuem status constitucional porque os municípios NÃO possuem poder constituinte derivado decorrente.Até aqui nenhuma novidade. E o DF? Como é regido? Por Constituição ou por Lei Orgânica? Misturou-se as constituições estaduais com as leis orgânicas municipais: O DF é regido por uma Lei Orgânica e, como tal, é votada em 2 turnos, com interstício mínimo de 10 dias e aprovada por 2/3 dos votos. No entanto, a LODF possui status de Constituição estadual e emana do poder constituinte derivado decorrente. Ficou mais claro agora? A LODF é uma “Constituição Estadual” (e que tem status de CE), mas que tem o nome de Lei Orgânica e é votada como Lei Orgânica. Outra curiosidade: o nome do órgão do Poder Legislativo dos estados é Assembleia LEGISLATIVA. Já o nome do órgão do Poder Legislativo dos municípios é CÂMARA Municipal ou Câmara dos Vereadoes. Como dito, para o Distrito Federal, misturou-se os nomes dos órgãos legislativos estaduais e municipais: CÂMARA LEGISLATIVA. CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – ANALISTA DO BANCO CENTRAL PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 6 Uma observação importante acerca do DF é que ele não tem competência para organizar seu Judiciário, Ministério Público, corpo de bombeiros, polícias civil e militar. A competência para tal pertence à UNIÃO. Assim, segundo a Súmula 647 do STF: “Compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos membros das polícias civil e militar do DF.” No entanto, não confunda organização com subordinação. Segundo o artigo 144, § 6°: “As polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército, subordinam-se, juntamente com as polícias civis, aos governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.” Dessa forma, Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito Federal, das polícias civil e militar e do corpo de bombeiros militar. IMPORTANTE! A Emenda Constitucional 69/2012 transferiu a competência de organizar e manter a Defensoria Pública do DF da União para o DF! Dessa forma, aplicam-se à Defensoria Pública do Distrito Federal os mesmos princípios e regras que, nos termos da Constituição Federal, regem as Defensorias Públicas dos Estados. Já a DP dos Territórios continua a cargo da União. (confira aqui a EC 69/2012) Por fim, Brasília (e não o Distrito Federal) é a capital federal e é vedada a divisão do DF em municípios (observe que os Territórios podem ser divididos em municípios). Esquematizando: - Tem competências de Estados e Municípios (32§ 1º + 147) - Possui Lei Orgânica: LODF - 2 turnos - interstício mín 10d - 2/3 dos votos - Não tem competência para organizar e manter seu - Judiciário - MP - Polícias civil e militar - Bombeiros - Organiza e mantém sua Defensoria Pública! EC 69/2012 D F (a ut on om ia ) É da União CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – ANALISTA DO BANCO CENTRAL PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 7 5. TERRITÓRIOS Os territórios não são entes federados. Eles não integram o Estado Federal e são meras descentralizações administrativas pertencentes à União, possuindo natureza jurídica de autarquia territorial. Além disso, os territórios não possuem autonomia política. Como exemplo, os governadores de Territórios não são eleitos pelo povo, mas sim escolhidos pelo Presidente da República, com aprovação do Senado Federal por voto secreto e arguição pública. Atualmente, o Brasil não possui territórios e sua criação e transformação só pode ser feita mediante Lei Complementar federal (art. 18, §2º). Caso sejam criados, sua organização administrativa, judiciária, orçamentária, tributária, serviços públicos e pessoal será regulada por Lei Ordinária da União e de iniciativa privativa do Presidente da República. Os territórios podem ou não ser divididos em municípios e suas contas são julgadas pelo Congresso Nacional, após parecer prévio do TCU. Eles ainda elegem 4 Deputados Federais e não elegem Senadores. Por fim, cabe à União organizar e manter o Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública dos Territórios. Esquematizando: CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – ANALISTA DO BANCO CENTRAL PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 8 • Integram a União • Criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em Lei Complementar federal (18, §2º) • Caso sejam criados, - Administrativa sua organização - Judiciária - Tributária - Orçamentária - Serviços públicos - Pessoal • Não são entes - Não integram o Estado Federal federados - São meras descentralizações pertencentes à União - Natureza Jurídica de Autarquia - Não possuem autonomia política Ex: o GovTerrit é - escolhido pelo PR - aprovado pelo SF - Voto secreto - Arguição púb • Podem ou não ser divididos em municípios • Suas contas são - Julgadas pelo Congresso Nacional - Após parecer prévio do TCU • Compete à União - Judiciário organizar e manter - Ministério Público dos Territórios - Defensoria Pública • Elege 4 Deputados Federais • Não elege Senadores 6. VEDAÇÕES AOS ENTES FEDERATIVOS A Constituição, em seu artigo 19, estabelece expressamente algumas vedações aos entes federados (união, estados, DF e municípios). São elas: I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar- lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público; II - recusar fé aos documentos públicos; III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si. será regulada por Lei Ordinária da União de iniciativa do Presidente T er ri tó ri os (N ão p os su em a ut on om ia ) CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – ANALISTA DO BANCO CENTRAL PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 9 EXERCÍCIOS 1. (FCC - 2011 - TRE-AP - Técnico Judiciário) No tocante à Organização Político- Administrativa, a União repassou para determinada Igreja verba pública para o auxilio de trezentas crianças carentes e desabrigadas, sendo que com tal repasse as crianças foram todas tiradas da rua e abrigadas numa instituição controlada pela Igreja. Esse repasse de verba é a) ilícito porque não há previsão na Constituição Federal que autorize. b) ilícito porque a Constituição Federal proíbe expressamente a União de manter relação com Igreja para tal finalidade. c) permitido pela Constituição Federal porque visa o interesse público. d) vedado pela ausência de interesse público. e) ilícito porque o Poder Público é quem deve, com exclusividade, auxiliar diretamente as crianças, não podendo delegar essa função para uma Igreja. Gabarito: C. A Constituição, em seu artigo 19, estabelece expressamente algumas vedações aos entes federados (união, estados, DF e municípios). Entre elas, temos: ”estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público”. Diante da situação em tela, podemos interpretar que tal repasse tem embasamento constitucional. 2. (FCC - 2011 - TRF - 1ª REGIÃO – Técnico Judiciário) A incorporação de Municípios far-se-á por Lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerá de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação a) do parecer favorável do Procurador-Geral do Estado. b) da decisão do Presidente da Assembleia Legislativa. c) do Decreto Estadual emitido pelo Governador do Estado. d) do parecer favorável do Ministro do Planejamento. CURSO ON-LINE – DIREITOCONSTITUCIONAL – ANALISTA DO BANCO CENTRAL PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 10 e) dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei. Gabarito: E. A questão cobrou conhecimento do art. 18, §4º, que foi modificado pela Emenda Constitucional 15, de 1996. A partir da promulgação dessa emenda, faz-se necessária a publicação prévia de Estudos de Viabilidade Municipal para a criação de novos municípios. Confira o texto da CF: Art. 18, § 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei. 3. (FCC/TJAA-TRE-AL/2010) Com relação ao Distrito Federal é correto afirmar que, dentre outras situações, é governado por Deputado Federal escolhido pela Câmara dos Deputados. Errado. O DF é governado por um governador eleito diretamente pelo povo. Lembre-se de que o DF é um ente autônomo e possui auto- organização, autogoverno, autoadministração e autolegislação. 4. (FCC/Téc.-MPE-SE/2009) Determina a Constituição que o Distrito Federal possui Poder Legislativo próprio denominado Assembleia Legislativa Distrital. Errado. O nome do órgão do Poder Legislativo dos estados é Assembleia LEGISLATIVA. Já o nome do órgão do Poder Legislativo dos municípios é CÂMARA Municipal ou Câmara dos Vereadoes. Para o Distrito Federal, misturou-se os nomes dos órgãos legislativos estaduais e municipais: CÂMARA LEGISLATIVA. 5. (FCC/TJAA-TRE-AL/2010) Com relação ao Distrito Federal é correto afirmar que, dentre outras situações, não possui competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios. Errado. A Constituição dá ao DF as competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios, conforme art. 32, §1º. 6. (FCC - 2010 - TRT - 8ª Região - Técnico Judiciário) Com relação a Organização Político Administrativa, CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – ANALISTA DO BANCO CENTRAL PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 11 a) o desmembramento de Município far-se-à por lei municipal, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerá de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, sem necessidade de divulgação prévia dos Estudos de Viabilidade Municipal na imprensa oficial. b) a fusão de Municípios far-se-à por lei municipal, dentro do período determinado por Lei Ordinária Federal, e dependerá de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei. c) os Estados podem desmembrar-se para se anexarem a outros Estados, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar. d) os Estados podem incorporar-se entre si para formarem novos Estados, mediante emenda constitucional, dependente de plebiscito nacional e da aprovação do Senado Federal. e) os Estados podem incorporar-se entre si para formarem novos Estados, mediante emenda constitucional, dependente de plebiscito nacional e da aprovação da Câmara dos Deputados. Gabarito: C Item A – ERRADO. É necessária a divulgação prévia dos Estudos de Viabilidade Municipal, conforme o art. 18, §4º da CF88. Item B – ERRADO. A lei que realiza a criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de municípios é uma Lei Estadual, conforme o art. 18, §4º da Constituição Federal. Item C – CERTO. Está de acordo com o §3º do art. 18: “Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar” Itens D e E – ERRADOS. A aprovação é do Congresso Nacional e a aprovação não é de todo o país e sim da população diretamente interessada. CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – ANALISTA DO BANCO CENTRAL PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 12 7. (FCC/Téc.-MPE-SE/2009) Determina a Constituição que o Distrito Federal é regido por uma Constituição Distrital. Errado. O DF é regido por uma lei orgânica que possui status de Constituição Estadual. 8. (FCC/EPP-SP/2009) O Município, na federação brasileira, dispõe de ampla autonomia política, sendo-lhe facultado regular a duração do mandato dos respectivos Prefeitos e Vereadores. Errado. Realmente, os municípios possuem autonomia. Contudo, a duração dos mandatos eletivos foi prevista expressamente pela Constituição no art. 29, I: “eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para mandato de quatro anos, mediante pleito direto e simultâneo realizado em todo o País.” 9. (FCC - 2011 - TRE-PE - Analista Judiciário - Área Judiciária) Sobre a Organização Político-Administrativa, os Princípios Federais Extensíveis são normas centrais a) aos Estados, apenas. b) comuns à União e aos Estados, apenas. c) aos Municípios, apenas. d) comuns à União, Estados, Distrito Federal e Municípios. e) ao Distrito Federal, apenas. Gabarito: D. Segundo a doutrina, os princípios extensíveis são as normas centrais comuns em sua organização político-administrativa a todos os entes e, portanto, normas de observância obrigatória. 10. (FCC/AJAJ-TJ-SE/2009) O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de sessenta dias, e aprovada por um terço dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará. Errado. O correto é dois terços dos membros e interstício de dez dias (art. 29). CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – ANALISTA DO BANCO CENTRAL PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 13 11. (FCC/AJAJ - TRT-3a/2009) Os entes integrantes da Federação, em determinadas situações, à exceção dos Territórios, têm competência para representar o Estado federal frente a outros Estados soberanos. Errado. A República Federativa do Brasil (única pessoa jurídica de direito público externo) é representada pela União nas relações internacionais. Dessa forma, os demais entes não podem representá-la frente a outros Estados soberanos. 12. (FCC/PGE-AM/2010) De acordo com a Constituição Federal, os Territórios integram a organização político-administrativa da República Federativa do Brasil, juntamente com a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos nos termos da Constituição. Errado. Os entes federados são a União, os estados, o DF e os municípios. Os territórios integram a União e possuem natureza de autarquias federais. 13. (FCC/AJAJ - TRT-3a/2009) À União cabe exercer as prerrogativas de soberania do Estado brasileiro, quando representa a República Federativa do Brasil nas relações internacionais. Certo. A República Federativa do Brasil (única pessoa jurídica de direito público externo) é representada pela União nas relações internacionais. 14. (FCC - 2011 - TCE-PR - Analista de Controle) Conforme a organização político- administrativa da República Federativa do Brasil, a) o Distrito Federal, por sua condição peculiar de capital federal, não possui autonomia e não pode ser dividido em Municípios. b) os Territórios Federais integram os Estados-Membros aos quais pertencem e suas competências são reguladas por lei complementar. c) a República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados-Membros, o Distrito Federal, os Municípios e os Territórios, todos dotados de autonomia.d) os Estados-Membros podem se subdividir, mas não podem se desmembrar para se anexarem a outros Estados-Membros, pois, neste caso, ofenderão o princípio constitucional que proíbe a secessão. CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – ANALISTA DO BANCO CENTRAL PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 14 e) o Distrito Federal rege-se por lei orgânica e possui competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios. Gabarito: E Item A – ERRADO. O DF realmente não pode ser dividido em municípios, mas possui autonomia, conforme o art. 18 da Constituição: “A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.” Item B – ERRADO. Os Territórios Federais integram a União, conforme o art. 18, §2º. Item C – ERRADO. As explicações acima se complementam para acharmos o erro desta assertiva. Os Territórios Federais não são entes federados e não possuem autonomia! Item D – ERRADO. A assertiva contraria o disposto no §3º do art. 18: “Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais...”. Item E – CERTO. O Distrito Federal realmente possui competências de estados e municípios. Além disso, ele é regido por uma Lei Orgânica, que possui “status de Constituição Estadual”. 15. (FCC - 2010 - TRT - 22ª Região (PI) - Técnico Judiciário) Nos termos da Constituição Federal, a) os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar. b) os Estados não podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar- se para se anexarem a outros. c) a criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, em outros Municípios ou Estado far-se-ão por lei federal, dentro do período determinado pelo Chefe do Executivo Estadual. CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – ANALISTA DO BANCO CENTRAL PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 15 d) à União não é vedado, recusar fé a documentos públicos, bem como estabelecer diferença entre brasileiros. e) compete aos Municípios, dentre outras, organizar, manter e executar a inspeção do trabalho. Gabarito: A Item A – CERTO. Literalidade do art. 18, §2º da Constituição Federal. Item B – ERRADO. O §3º do artigo 18 expressamente prevê as formas e requisitos para a incorporação, desmembramento e subdivisão de Estados. Item C – ERRADO. Aqui temos dois erros. A Lei que cria, incorpora ou desmembra Municípios é uma Lei Estadual. Além disso, o período no qual os Estados podem fazer essas modificações será definido em Lei Complementar Federal. Não se esqueçam que também é necessário realizar e divulgar um estudo de viabilidade para essas modificações nos municípios, além de realizar um plebiscito com as populações envolvidas. Item D – ERRADO. A Constituição veda expressamente, no artigo 19, a recusa de fé a documentos públicos e a distinção entre brasileiros. Isto se aplica a todos os entes federados, inclusive à União. Item E – ERRADO. Organizar e manter a inspeção do trabalho é uma competência exclusiva da União, conforme art. 21, XXIV. 16. (FCC - 2010 - MPE-RS - Agente Administrativo) A Constituição Federal estabelece a organização do Estado, de forma que os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de a) referendo, e da Câmara dos Deputados, por lei delegada. b) plebiscito, e da Câmara dos Deputados, por emenda constitucional. c) referendo, e do Congresso Nacional, por resolução do Senado Federal. d) plebiscito, e do Senado Federal, por lei ordinária. CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – ANALISTA DO BANCO CENTRAL PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 16 e) plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar. Gabarito: E. O procedimento trazido pela CF88 (art. 18, §3º) define que a incorporação, subdivisão e desmembramento de Estados devem ser aprovados pela população interessada, por meio de plebiscito (lembre-se do plebiscito de 2011, quando houve uma consulta prévia sobre a subdivisão do Pará em 2 outros Estados) e após, pelo Congresso Nacional, via Lei Complementar, que formalizará as modificações. 17. (FCC/TJAA-TRE-AL/2010) Com relação ao Distrito Federal é correto afirmar que, dentre outras situações, reger-se-á por lei orgânica. Certo. O DF é regido por uma lei orgânica que possui status de Constituição Estadual. A LODF é votada em 2 turnos, com interstício mínimo de 10 dias, e deve ser aprovada por 2/3 da Câmara Legislativa. 18. (FCC/Téc.-MPE-SE/2009) Determina a Constituição que o Distrito Federal possui competências legislativas reservadas à União e aos Estados- Membros. Errado. O DF possui competências reservadas aos estados e municípios. 19. (FCC/PGE-AM/2010) De acordo com a Constituição Federal, os Territórios podem integrar a União ou os Estados, conforme dispuser a lei complementar que os criar. Errado. A Constituição prevê expressamente que os territórios integram a UNIÃO. 20. (FCC/AJAJ - TRT-3a/2009) A República Federativa do Brasil representa o Estado Federal nos atos de Direito Internacional, porque quem pratica os atos desse Direito é a União Federal e os Estados federados. Errado. A única pessoa jurídica de direito público externo é a República Federativa do Brasil, que é REPRESENTADA pela União. Dessa forma, a União é pessoa jurídica de direito público interno e os estados federados não podem representar a RFB nas relações internacionais. 21. (FCC - 2010 - MPE-RS - Secretário de Diligências) Nos termos da Constituição Federal, dentre outras hipóteses, é CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – ANALISTA DO BANCO CENTRAL PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 17 a) vedado aos Municípios e Distrito Federal, nos termos da lei, a colaboração de interesse, ainda que alegado interesse público, com igrejas ou cultos ou seus representantes, salvo à União e aos Estados. b) vedado ao Distrito Federal e à União manter com representantes de igrejas relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público. c) permitido à União recusar fé aos documentos públicos, vedada a recusa pelos Estados e Municípios. d) garantido aos Estados, nos termos da lei, criar distinções entre brasileiros natos ou naturalizados ou preferências entre si, salvo pela União. e) permitido aos Municípios, nos termos de lei estadual, subvencionar ou estabelecer cultos religiosos ou igrejas ou embaraçar-lhes o funcionamento. Gabarito: B. A questão cobra o conhecimento das vedações que a CF88 impõe aos entes federados – União, Estados e Municípios. Vamos a elas? I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público; II - recusar fé aos documentos públicos; III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si. 22. (FCC - 2010 - TCE-AP - Procurador) Em dezembro de 2009, foi aprovado pelo Senado Federal projeto de Decreto Legislativo que autoriza a realização de plebiscito sobre a criação do chamado Estado de Carajás. O novo Estado seria formado por 38 Municípios do sul e sudeste do atual Estado do Pará, com extensão total de 285.000 km2 e 1.300.000 habitantes. O plebiscito seria realizadonesses Municípios, seis meses após a publicação do Decreto Legislativo. A referida proposta de criação do Estado de Carajás CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – ANALISTA DO BANCO CENTRAL PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 18 a) deveria ser precedida de Estudos de Viabilidade, apresentados e publicados na forma da lei, e ser aprovada por lei do Estado do Pará, dentro do período determinado por lei complementar federal. b) é inconstitucional, uma vez que a união estabelecida entre os entes da Federação é indissolúvel. c) seria possível somente durante os trabalhos de Assembleia Nacional Constituinte, a exemplo do que ocorreu com a criação do Estado de Tocantins. d) deveria ser precedida da criação do Território de Carajás, o qual, somente após demonstrar sua viabilidade, seria então transformado em Estado. e) é compatível com a Constituição desde que, ademais da consulta à população interessada, mediante plebiscito, seja aprovada pelo Congresso Nacional, por lei complementar. Gabarito: E. O procedimento trazido pela CF88 (art. 18, §3º) define que a incorporação, subdivisão e desmembramento de Estados devem ser aprovados pela população interessada, por meio de plebiscito e após, pelo Congresso Nacional, via Lei Complementar, que formalizará as modificações. O “futuro” plebiscito trazido pela questão já ocorreu em 2011 e a população do estado do Pará rejeitou aquela proposta. 23. (FCC/PGE-AM/2010) De acordo com a Constituição Federal, os Territórios gozam de autonomia organizacional, uma vez que lhes cabe instituir sua própria lei orgânica. Errado. Os territórios não possuem autonomia, não possuindo auto- organização, sendo organizados por Lei federal. 24. (FCC/Téc.-MPE-SE/2009) Determina a Constituição que o Distrito Federal não pode ser dividido em Municípios. Certo. A Constituição veda expressamente a divisão o DF em municípios (art. 32, caput). 25. (FCC/PGE-AM/2010) De acordo com a Constituição Federal, os Territórios gozam de autonomia política, uma vez que elegem seu próprio governador. CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – ANALISTA DO BANCO CENTRAL PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 19 Errado. Os territórios não possuem autonomia política e são governados por um governador escolhido pelo Presidente da República e aprovado pela maioria absoluta do Senado Federal. 26. (FCC/PGE-AM/2010) De acordo com a Constituição Federal, os Territórios podem ser subdivididos em Municípios. Certo. Os territórios podem ou não ser divididos em municípios. O Distrito Federal é que jamais poderá sê-lo. 27. (FCC/AJAJ - TRT-3a/2009) A União é pessoa jurídica de direito público interno e externo sendo o único ente formador do Estado Federal, uma vez que os demais entes são divisões administrativo-territoriais. Errado. A única pessoa jurídica de direito público externo é a República Federativa do Brasil, que é REPRESENTADA pela União. Dessa forma, a União é pessoa jurídica de direito público interno. 28. (FCC/TJAA-TRE-AL/2010) Com relação ao Distrito Federal é correto afirmar que, dentre outras situações, é permitida sua divisão em Municípios. Errado. A Constituição veda expressamente a divisão o DF em municípios (art. 32, caput). 29. (FCC/Téc.-MPE-SE/2009) Determina a Constituição que o Distrito Federal é governado por um interventor, nomeado pelo Presidente da República, pelo fato de ser a sede da capital federal. Errado. O DF é governado por um governador eleito diretamente pelo povo. Além disso, Brasília é a capital federal (e não o DF). 30. (FCC/TJAA-TRE-AL/2010) Com relação ao Distrito Federal é correto afirmar que, dentre outras situações, lei estadual disporá sobre a utilização por seu Governo das polícias civil e militar. Errado. Conforme art. 32, § 4º “Lei FEDERAL disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito Federal, das polícias civil e militar e do corpo de bombeiros militar.” CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – ANALISTA DO BANCO CENTRAL PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 20 II. REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS A repartição de competências é a divisão, pela Constituição, das atribuições de cada ente federado. Ela é um dos núcleos do federalismo brasileiro. Para se fortalecer a autonomia dos entes federados, deve haver repartição de competências administrativas (ex: arts. 21 e 23), tributárias (ex: art. 145 em diante) e Legislativas (ex: art. 22 e 24). Uma observação importante acerca das competências estabelecidas pela CF é que elas podem ser alteradas por Emenda Constitucional. No entanto, não se pode mudá-las a ponto de se comprometer a forma federativa de Estado. 1. MODELOS DE REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS Quando se reparte as competências dentro do estado federado, existem duas formas de se fazer isso: a primeira é fazendo com que os diferentes entes possam atuar nas mesmas matérias. Mas para não “virar bagunça”, deve- se estabelecer uma relação de subordinação, onde um ente deve obedecer ao outro. Esse tipo de repartição provoca uma maior cooperação entre os diferentes entes, uma vez que eles atuam nas mesmas matérias. Esse modelo de repartição de competências é chamado de MODELO VERTICAL. A segunda forma de se repartir as competências dentro do estado federado é criando uma forma mais rígida, onde os entes, geralmente, atuam em diferentes matérias e onde um ente não pode intervir nas competências dos outros. Esse modelo é chamado de MODELO HORIZONTAL. A Constituição Federal adota os dois modelos, com predominância do MODELO HORIZONTAL. CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – ANALISTA DO BANCO CENTRAL PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 21 2. PRINCÍPIO DA PREDOMINÂNCIA DO INTERESSE Para estabelecer a repartição das competências entre os entes, a Constituição usou o princípio da predominância do interesse: x Os interesses nacionais e de relações internacionais foram expressamente definidos na CF e ficaram a cargo da União. x Os interesses locais ficaram a cargo dos municípios e também foram enumerados expressamente pela Constituição. x Os interesses regionais, por sua vez, ficaram sob a responsabilidade dos estados, e são residuais, ou seja, não foram expressamente enumerados pela CF88. Duas observações são pertinentes nesse momento: a primeira é que, como vimos, o Distrito Federal possui competências dos estados e dos municípios. A segunda é que existe uma exceção em relação às competências residuais: a competência residual em matéria TRIBUTÁRIA é da UNIÃO e não dos Estados. Estudaremos as seguintes competências: 1. Exclusivas da União 2. Privativas da União 3. Concorrentes 4. Comuns 5. Dos estados 6. Dos municípios Esquematizando: CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – ANALISTA DO BANCO CENTRAL PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 22 Repartição de Competências x Núcleo do federalismo x Autonomia pressupõe repartição de competências - Administrativas – ex: art. 21 - Legislativas – ex: art. 22 - Tributárias – ex: art. 145 em diante x Competências podem ser alteradas por EC o Não pode mudar a ponto de comprometer a forma federativa de Estado - Horizontal - Não há subordinação entre os entes x Modelo - Provoca maior rigidez do federalismo - Vertical - Os entes atuam nas mesmas matérias, mas há subordinação entre eles - Provoca maior cooperação entre os entes o CF88 adota os dois modelos, com predominância do HORIZONTAL x Princípio da interesse - Nacional: União – enumerada expressamente predominância - Local: Municípios – enumerada expressamente do interesse - Regional: Estados – residual - DF: Estados+Municípios - CompetênciaComum – art. 23 - Competência Concorrente – art. 24 3. COMPETÊNCIAS EXCLUSIVAS DA UNIÃO As competências exclusivas da União estão previstas no art. 21 da CF e possuem duas características marcantes. A primeira é que elas são competências MATERIAIS / ADMINISTRATIVAS. A segunda é que elas são INDELEGÁVEIS, ou seja, a União não pode “pedir para que alguém as exerça em seu nome”. Exemplos de competências exclusivas da União são: I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais; II - declarar a guerra e celebrar a paz; III - assegurar a defesa nacional; OBS: Matéria tributária: Competência da U é que é residual CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – ANALISTA DO BANCO CENTRAL PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 23 4. COMPETÊNCIAS PRIVATIVAS DA UNIÃO As competências privativas da União estão previstas no artigo 22 da CF e são competências LEGISLATIVAS. Diferentemente das exclusivas, as competências privativas podem ser delegadas pela União. Assim, via de regra, as competências privativas da União são exercidas pela própria União. No entanto, excepcionalmente, a União pode delegar aos estados e ao DF, por Lei Complementar, a edição de normas sobre questões específicas. Fique atento para as seguintes observações: 1) Em regra, as competências privativas são exercidas pela União 2) A delegação (exceção) é feita por Lei Complementar 3) A delegação é feita aos Estados e ao DF, não podendo ser feita aos municípios. 4) Os estados e o DF somente podem legislar sobre questões ESPECÍFICAS e somente se houver delegação pela União. 5) A delegação deve contemplar todos os Estados e o DF. Assim, caso sejam delegadas, as competências privativas se estenderão para todos os estados de uma só vez. Não se pode delegar a legislação de uma questão somente para o estado de São Paulo, por exemplo. Se a União delegar para um estado, deve delegar para todos. Exemplos de competências privativas da União: legislar sobre I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; II - desapropriação; III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de guerra; CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – ANALISTA DO BANCO CENTRAL PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 24 5. COMPETÊNCIA COMUM, PARALELA OU CUMULATIVA As competências comuns entre os entes federados estão previstas no artigo 23 da CF. Elas tratam, em sua maioria, de assuntos de interesse da coletividade/interesses difusos e são competências NÃO LEGISLATIVAS / MATERIAIS / ADMINISTRATIVAS de responsabilidade da União, estados, Distrito Federal e municípios, que atuam de forma conjunta e sem subordinação entre eles. Além disso, a CF prevê que Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional. Exemplos de competências comuns entre União, estados, DF e municípios: I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público; II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência; III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – ANALISTA DO BANCO CENTRAL PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 25 6. COMPETÊNCIA CONCORRENTE A competência concorrente é uma forma de divisão vertical de competências, está prevista no artigo 24 da CF e se refere a competências LEGISLATIVAS. Diferentemente da competência comum, que pode ser exercida pela União, estados, DF e municípios, a competência concorrente só poderá ser exercida pela União, estados e DF. Dessa forma, os municípios não possuem competência legislativa concorrente. Na competência concorrente, a União edita normas gerais, enquanto os estados e o DF editam normas específicas. Assim, os estados complementam a legislação da União se utilizando da competência suplementar. Nessa normatização, existe subordinação: as normas específicas dos Estados e DF devem respeitar as normas gerais da União. Uma observação: a União NÃO pode editar normas específicas para Estados e DF, mas pode editar normas específicas para a própria União. Caso a União seja omissa e não elabore as normas gerais, os Estados e DF adquirem competência legislativa plena. Assim, poderão legislar tanto sobre normas gerais quanto específicas. Caso, posteriormente, a União edite a lei federal contendo a norma geral, as leis estaduais tornam-se suspensas na parte em que lhe for contrária (suspende e não revoga). Além disso, a partir da edição da lei federal, os estados (que tinham a competência legislativa plena) não podem mais legislar sobre normas gerais, tendo que seguir as normas gerais editadas pela União. Por fim, você deve saber que os estados e DF podem suprir a inexistência de lei federal somente nos assuntos da competência concorrente. Já nos temas de competência privativa da União, eles somente podem legislar caso sejam autorizados por Lei Complementar (e sobre questões específicas). Esquematizando: CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – ANALISTA DO BANCO CENTRAL PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 26 1. Competência EXCLUSIVA da União - Indelegável - ADMINISTRATIVA - Não confundir com iniciativa exclusiva/reservada/privativa de Lei 2. Competência - Delegável PRIVATIVA - LEGISLATIVA da União - Regra: demais entes NÃO podem editar leis p/ suprir a lacuna federal - Exceção - U pode delegar por LC - Est e DF podem legislar sobre - Só as especificas questões específicas - Só se a U delegar - A delegação deve contemplar todos os Estados + DF 3. Competência - Outros nomes: paralela ou cumulativa COMUM - Não há subordinação - COMPETÊNCIAS NÃO LEGISLATIVAS - Interesse da coletividade / interesses difusos - LC fixarão normas para a cooperação entre U, E, DF e Mun • Objetivando o - Equilíbrio do desenvolvimento econômico - Bem-estar em âmbito nacional • Somente União, Estados e DF • Municípios NÃO possuem competência concorrente • Repartição vertical de competência • COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS • União: Normas Gerais 4. Competência • Estados e DF - Normas específicas CONCORRENTE - Complementam a legislação da União - Competência suplementar • Há subordinação entre as normas: as normas específicas dos Estados e do DF devem respeitar as normas gerais da União • União NÃO pode editar normas específicas para Est e DF • União pode editar normas específicas para a própria União • Se a União for omissa e não elaborar as normas gerais: Estados e DF adquirem competência legislativa plena (automática) • Superveniência - SUSPENDE as estaduais de Lei Federal - Somente a parte que lhe for contrária • É “Suspende” e não “Revoga” CO M PE TÊ N CI AS CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – ANALISTA DO BANCO CENTRAL PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 27 7. COMPETÊNCIA DOS ESTADOS A competência dos estados é residual ou remanescente, ou seja, o que não for competência da União e nem dos municípios, será competência estadual. As competências da União e dos municípios estão expressamente previstas na Constituição, ao contrário da competência dos estados, que é residual. Além da competência residual, a CF estabelece expressamente algumas poucas competências aos estados, como a criação, a incorporação,a fusão e o desmembramento de municípios (art. 18, §4º); a exploração de gás canalizado (art. 25, §2º); a instituição de regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões (art. 25, §3º) e organização de sua própria justiça (art. 125). Esquematizando: - Residual ou remanescente + - Criação, incorporação, fusão e desmembramento de Municípios (18, §40) 5. Competência - Exploração de gás canalizado (25, §20) dos Estados - Instituição (25, §30) de - Regiões metropolitanas - Aglomerações urbanas - Microrregiões - Organização de sua própria justiça (125) - Serviço de transporte intermunicipal (ADI 2.349/ES) CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – ANALISTA DO BANCO CENTRAL PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 28 8. COMPETÊNCIA DOS MUNICÍPIOS Os municípios possuem competência EXCLUSIVA para legislar sobre assuntos de interesse local (art. 30, I) e SUPLEMENTAR para complementar a legislação federal e estadual, no que couber (art. 30, II). Além disso, segundo o artigo 29 da Constituição, compete aos municípios: III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei; IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual; V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial; VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação infantil e de ensino fundamental; VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da população; VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano; IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual. No esquema abaixo, colocarei uma série de informações sobre as competências municipais também cobradas em provas. Atenção! Esquematizando: CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – ANALISTA DO BANCO CENTRAL PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 29 • EXCLUSIVA: legislar sobre assuntos de interesse local (30, I) • SUPLEMENTAR: completar a legislação federal e estadual, no que couber (30, II) • Legislar sobre atividade de estabelecimento comercial, • Expedir alvarás e licenças para funcionamento • Fixação do horário de funcionamento do comércio local (lojas, shoppings etc) (súmula 645) 6. Competência dos • Podem obrigar bancos a • Instalarem equipamentos de Segurança Municípios e conforto • Atendimento em prazo razoável – prazo Máx de espera - RE 240.406/RS + RE 251.452/SP • Legislar sobre - Prazo máximo na fila dos cartórios (RE 397.094) - Serviços funerários (RE 387.990/SP) • Elaborar seu Plano diretor (182) • Constituir guardas municipais (144, §8º) OBS: nem todos os interesses locais são dos Municípios x Ex: horário de funcionamento bancário: União x Afeta o Sistema Financeiro Nacional x Ex: exploração de gás canalizado: Estadual x Municípios NÃO podem legislar sobre consórcios, sorteios, bingos ou loterias x Súmula Vinculante n0 2 x É competência da União CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – ANALISTA DO BANCO CENTRAL PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 30 9. DICA DE ESTUDO Meu caro Analista do Banco Central, se você teve a curiosidade, no decorrer do estudo deste material, de olhar os artigos 21 a 24, que tratam das competências exclusivas e privativas da União, comuns e concorrentes, deve ter percebido que o estudo de cada competência não é lá das coisas mais simples. São muitas informações, muitas delas parecidas, e que muitas vezes podem nos confundir: Legislar sobre direito processual é competência exclusiva ou privativa da União? Ou concorrente? As competências são assuntos bastante recorrentes em provas, mas não são tão importantes a ponto de ser necessária a memorização dos quatro artigos. O custo-benefício de memorizá-los, na minha opinião, não compensa. Mas devemos ter uma boa ideia do conteúdo de cada um deles. Vou repassar para vocês algumas técnicas que podem facilitar o estudo e a assimilação das competências. Com elas, você não irá memorizar uma a uma, mas já terá uma boa ideia de onde está cada competência. É importante que você as utilize em conjunto, ok? Passo 1 Primeiramente, estude minuciosamente os conceitos sobre cada competência. Saiba quais são competências legislativas (privativa da União e concorrente) e quais são as competências administrativas (exclusiva da união e comum). Dessa forma se cair numa questão: “compete exclusivamente à União legislar sobre xxxxx”, você já saberá que está errada, pois as competências exclusivas não são legislativas, mas sim administrativas. CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – ANALISTA DO BANCO CENTRAL PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 31 Passo 2 Lembre-se de que as competências foram enumeradas segundo o critério da predominância de interesses. Assim, sempre será competência da UNIÃO: x Quando a CF usar o termo nacional ou internacional; x Estabelecer as "diretrizes", "critérios", "bases", "normas gerais” etc. x Temas "sensíveis" como atividade nuclear, guerra, índios, energia, telecomunicações etc. Passo 3 Quase tudo o que for “muito bonitinho”, “muito especial” ou “muito ideológico” e temas de interesse coletivos e difusos serão de competência comum. Exemplo: é competência comum: x Proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência; x Proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; x Preservar as florestas, a fauna e a flora; Estão vendo? Quase todas as competências comuns são “idealistas”. MAS CUIDADO! Esse método não resolve todos os problemas. Ele simplesmente te dá uma pista. Exemplo: legislar sobre a proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência é competência concorrente e não comum. No entanto, você “mataria” essa questão seguindo o passo 1: sabendo quais são as competências legislativas (só pode ser privativa da união ou concorrente). Estão vendo? Seguindo esses passos, vocês não terão decorado as competências, mas terão várias pistas para acertar a questão. CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – ANALISTA DO BANCO CENTRAL PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 32 Passo 4 A Constituição traz uma série de serviços que podem/devem ser prestados pelos entes de forma direta ou indireta (por meio de concessão, autorização ou permissão). Todos os entes podem prestar os serviços diretamente, mas a delegação é diferente para cada um deles. Observe como os serviços podem ser delegados: x União: por autorização, permissão e concessão; x Municípios: por permissão e concessão; x Estados: apenas por concessão. Dessa forma, se a questão trouxer algo como: “compete aos estados, prestar diretamente ou através de autorização, o serviço xyz”, ela estará errada, pois os estados somente delegam serviços por concessão. Passo 5 Existem alguns temas que sempre caem em provas. Observe: a) A seguridade social (conjunto de Saúde + Previdência Social + Assistência Social) é de competência legislativa privativa da União. Por outro lado, a Previdência Social, de forma isolada, é de competência concorrente. b) A CF traz as competências para legislar sobre diversos ramos do direito. Sabemos que quando a competência é legislativa, elasomente pode ser privativa da União ou concorrente. Assim, observe: x Competência Concorrente: legislar sobre direito TUPEF (Tributário, Urbanístico, Penitenciário, Econômico e Financeiro). x Competência privativa da União: legislar sobre os demais direitos. CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – ANALISTA DO BANCO CENTRAL PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 33 c) Legislar sobre Direito Processual é competência legislativa privativa da União, enquanto os PROCEDIMENTOS em matéria processual são competência legislativa concorrente. d) Legislar sobre desapropriação é competência privativa da União enquanto Decretar a desapropriação é competência do Poder Público, geralmente o Poder Executivo Municipal. Passo 6 Imprima cada competência de uma cor e as leia várias e várias vezes. Assim, quando cair em um exercício uma determinada competência, você utilizará sua memória visual e se lembrará de que cor ela estava escrita. Sabendo a cor, você sabe qual a competência. Exemplo: coloque as competências exclusivas na cor preta, as privativas na cor azul, as comuns na cor vermelha e as concorrentes na cor verde e as leia e repita várias e várias vezes. Quando você se deparar na prova com uma questão do tipo: “É competência comum entre a União, estados, DF e municípios fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar.” Acessando sua memória visual, você se lembra que o fomento à produção agropecuária estava escrito em seu material na cor vermelha. OPA! Vermelho é a cor da competência comum! Item CERTO. ATENÇÃO: caso você tenha mais de um material de estudo, padronize as cores para não se confundir. Ex: a competência comum será SEMPRE vermelha, a concorrente SEMPRE verde e assim por diante. CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – ANALISTA DO BANCO CENTRAL PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 34 Passo 7 Nem sempre você se lembrará das cores usadas no passo 6, principalmente se não repetir e revisar a informação com bastante frequência. Assim, outra forma de internalizar a informação é separar as palavras-chave de cada tipo de competência e repetir, repetir... Exemplo Nas próximas páginas, segue um exemplo de como fazer os passos 6 e 7. O passo 7 é exemplificado com a competência exclusiva da união e o passo 6 está exemplificado com as demais. LEMBRE-SE QUE É INDISPENSÁVEL A REPETIÇÃO E REVISÃO FREQUENTE DAS COMPETÊNCIAS, ALÉM DE ENTENDER A ESTRUTURA POR TRÁS DELAS!! CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – ANALISTA DO BANCO CENTRAL PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 35 Compete: - relações internacionais à União - declarar a guerra e celebrar a paz (Art. 21) - defesa nacional - permitir que forças estrangeiras transitem pelo território nac - decretar - estado de sítio - estado de defesa - intervenção federal; - material bélico; - emitir moeda; - administrar as reservas cambiais do País - fiscalizar as operações de natureza financeira - crédito - câmbio - capitalização - seguros - previdência privada; - planos nac e reg de ordenação do território e de desenvolvimento ecn e social; - serviço postal e o correio aéreo nacional; - explorar - diretamente - serviços de telecomunicações - autorização - serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens - concessão - energia elétrica - permissão, - navegação - aérea - aeroespacial - infraestrutura aeroportuária - portos marítimos, fluviais e lacustres; - serviços de transporte - ferroviário - aquaviário - entre - portos - fronteiras - nacionais - estaduais - rodoviário - interestadual - internacional - organizar e manter o - Jud - MP - polícia civil do DF e Territ - polícia militar - corpo de bombeiros militar - prestar assistência financ ao DF p/ a execução de serv pub - Defensoria Pública dos territórios (DPDF agora é do DF! EC 69/2012) E X C L U S IV A D A U N I Ã O CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – ANALISTA DO BANCO CENTRAL PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 36 - organizar e manter os serviços oficiais de - estatística - geografia de âmbito nacional - geologia - cartografia - classificação, p/ efeito indicativo, de diversões púb e de programas de rádio e TV; - conceder anistia; - defesa contra as calamidades públicas, secas e inundações; - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos - instituir diretrizes para - desenvolvimento urbano, - habitação - saneamento básico - transportes urbanos; - sistema nacional de viação; - polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras - atividades nucleares - para fins pacíficos - por aprovação do CN - a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa - por PERMISSÃO a comercialização e a utilização de são autorizadas radioisótopos para a pesquisa e usos médicos, agrícolas e industriais produção, comercialização e utilização de radioisótopos de meia-vida igual ou inferior a duas horas - inspeção do trabalho; - garimpagem, em forma associativa. E X C L U S IV A D A U N I Ã O CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – ANALISTA DO BANCO CENTRAL PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 37 Art. 21. Compete à União: I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais; II - declarar a guerra e celebrar a paz; III - assegurar a defesa nacional; IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente; V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal; VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico; VII - emitir moeda; VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de natureza financeira, especialmente as de crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de previdência privada; IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico e social; X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional; XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos institucionais; XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão: a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens; b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de água, em articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos; c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aeroportuária; d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou Território; e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros; f) os portos marítimos, fluviais e lacustres; XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e a Defensoria Pública dos Territórios; XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio; XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e cartografia de âmbito nacional; XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, dediversões públicas e de programas de rádio e televisão; XVII - conceder anistia; CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – ANALISTA DO BANCO CENTRAL PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 38 XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas, especialmente as secas e as inundações; XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu uso; XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes urbanos; XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de viação; XXII - executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes princípios e condições: a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso Nacional; b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utilização de radioisótopos para a pesquisa e usos médicos, agrícolas e industriais; c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, comercialização e utilização de radioisótopos de meia-vida igual ou inferior a duas horas; d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa; XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho; XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de garimpagem, em forma associativa. Art. 22. Compete PRIVATIVAMENTE à União legislar sobre: I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; II - desapropriação; III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de guerra; IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão; V - serviço postal; VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais; VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores; VIII - comércio exterior e interestadual; IX - diretrizes da política nacional de transportes; X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial; XI - trânsito e transporte; XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia; XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização; CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – ANALISTA DO BANCO CENTRAL PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 39 XIV - populações indígenas; XV - emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de estrangeiros; XVI - organização do sistema nacional de emprego e condições para o exercício de profissões; XVII - organização judiciária, do Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e da Defensoria Pública dos Territórios, bem como organização administrativa destes; XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais; XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular; XX - sistemas de consórcios e sorteios; XXI - normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias, convocação e mobilização das polícias militares e corpos de bombeiros militares; XXII - competência da polícia federal e das polícias rodoviária e ferroviária federais; XXIII - seguridade social; XXIV - diretrizes e bases da educação nacional; XXV - registros públicos; XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza; XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III; XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e mobilização nacional; XXIX - propaganda comercial. Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo. Art. 23. É competência COMUM da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público; II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência; III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural; V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência; VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; VII - preservar as florestas, a fauna e a flora; VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar; CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – ANALISTA DO BANCO CENTRAL PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 40 IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico; X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração social dos setores desfavorecidos; XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios; XII - estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito. Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional. Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar CONCORRENTEMENTE sobre: I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico; II - orçamento; III - juntas comerciais; IV - custas dos serviços forenses; V - produção e consumo; VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição; VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico; VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico; IX - educação, cultura, ensino e desporto; X - criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas; XI - procedimentos em matéria processual; XII - previdência social, proteção e defesa da saúde; XIII - assistência jurídica e Defensoria pública; XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência; XV - proteção à infância e à juventude; XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis. § 1º - No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. § 2º - A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados. § 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. § 4º - A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário. CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – ANALISTA DO BANCO CENTRAL PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br41 EXERCÍCIOS 31. (CESGRANRIO - 2008 - ANP - Especialista em Regulação) No âmbito da legislação concorrente da União, Estados e Distrito Federal, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. Certo. Esta é a forma como a Constituição Federal organizou a legislação concorrente: a União edita normas gerais que valem para todos, enquanto os estados e o DF complementam a legislação com suas especificidades regionais. 32. (CESGRANRIO - 2006 - DNPM - Técnico Administrativo) Analise as situações abaixo. I - Um Estado da Federação editou norma legal proibindo o início de atividade de novas jazidas de ouro. II - Um Município brasileiro elaborou lei sobre energia e águas. III - Um Município brasileiro possui órgão de fiscalização de concessões de exploração de recursos hídricos e minerais em seu território. Das hipóteses acima, frente à Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, é(são) considerada(s) inconstitucional(is): a) III, somente. b) I e II, somente. c) I e III, somente. d) II e III, somente. e) I, II e III. Gabarito: B. Item I – Inconstitucional. Legislar sobre jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia é competência privativa da União, segundo o art. 22, XII. CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – ANALISTA DO BANCO CENTRAL PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 42 Item II – Inconstitucional. Legislar sobre águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão é competência privativa da União, segundo o art. 22, IV. Item III – Constitucional. Registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais é competência comum da União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Veja no art. 23, XI. 33. (CESGRANRIO - 2008 - TJ-RO - Oficial de Justiça) Legislar sobre custas dos serviços forenses é competência a) privativa dos Municípios. b) privativa dos Estados. c) privativa da União. d) comum dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. e) concorrente da União, dos Estados e do Distrito Federal. Gabarito: E. Legislar sobre custas dos serviços forenses é competência concorrente da União, dos Estados e do Distrito Federal, segundo o art. 24, IV. Uma dica: se a questão fala em “legislar sobre”, já temos que ter em mente que estamos falando de competências privativas de algum ente ou concorrentes entre a União, Estados e DF. Já as competências administrativas são a exclusiva da união e a comum (tratar do tema é diferente de legislar). De cara, já poderíamos descartar a letra D. 34. (CESGRANRIO - 2010 - BACEN - Analista do Banco Central) Um governador de estado sancionou projeto de lei dispondo sobre política de crédito no âmbito do estado que governa. Considerando a Constituição e a matéria sobre a qual dispõe o projeto, essa lei a) será constitucional, desde que não contrarie lei federal. b) é constitucional, porque a Constituição atribui expressamente essa competência aos estados. CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – ANALISTA DO BANCO CENTRAL PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 43 c) é constitucional, porque se trata de competência comum à União e aos Estados. d) é constitucional, pois se trata de lei específica para o estado. e) é inconstitucional, porque a competência para legislar sobre a matéria é da União. Gabarito: E. Quando você ler “Legislar sobre”, já deve acessar a seguinte informação: esta competência é privativa ou concorrente. Já elimine quaisquer alternativas que tragam competência comum ou exclusiva da União (C). Segundo o art. 22, VII da Constituição Federal, a competência para legislar sobre política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores é privativa da União. 35. (CESGRANRIO - 2010 - BACEN - Analista do Banco Central) Determinado município aprovou uma lei estabelecendo horário de funcionamento do comércio local e das instituições bancárias instaladas naquele município. Essa lei é a) constitucional, já que aos municípios compete legislar sobre matéria de interesse local. b) parcialmente inconstitucional, já que os Municípios têm competência para legislar sobre horário de funcionamento de instituições financeiras, mas não do comércio local. c) parcialmente inconstitucional, já que os Municípios têm competência para legislar sobre horário de funcionamento do comércio local, mas não de instituições financeiras. d) totalmente inconstitucional, já que essas matérias são de competência da União Federal. e) totalmente inconstitucional, já que essas matérias são de competência dos estados. Gabarito: C. A Constituição Federal garante aos Municípios, no art. 30, a competência para legislar sobre assuntos de interesse local. Entre CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – ANALISTA DO BANCO CENTRAL PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 44 estes assuntos, encontra-se o horário de funcionamento do comércio. Já em relação ao horário de funcionamento das agências bancárias, ficou estabelecido que este é um assunto de competência privativa da União, pois afeta o sistema financeiro nacional,. 36. (CESGRANRIO - 2008 - ANP - Especialista em Regulação) No âmbito da legislação concorrente da União, Estados e Distrito Federal, a superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, naquilo que lhe for contraditório. Certo. É isso mesmo. Cuidado, pois as bancas gostam de trocar o termo “suspender” por “revogar”, o que tornaria o item incorreto. Os dispositivos regionais que contrariem as normas gerais editadas pela União terão sua eficácia suspensa. Uma lei Federal não tem poder para revogar uma lei Estadual! 37. (CESGRANRIO – 2009 DETRAN/AC – Advogado) A respeito da competência dos entes da Federação brasileira sobre matéria de trânsito, considere as afirmativas a seguir. I – A competência para legislar sobre película de filme solar nos vidros dos veículos automotores é da União Federal. II – A competência para legislar sobre serviço de mototaxista é dos Estados. III – A competência material para estabelecer política de educação para a segurança do trânsito é comum entre União, Estados, Municípios e Distrito Federal. Está(ão) correta(s) APENAS a(s) afirmativa(s) a) III. b) II. c) I e III. d) I e II. e) I. CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – ANALISTA DO BANCO CENTRAL PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 45 Gabarito: C. Item I – CERTO. A competência para legislar sobre trânsito e transporte é privativa da União, conforme o art. 22, XI. Item II – ERRADO. Conforme explicação do Item I. Os Estados só poderiam legislar sobre questões específicas em caso de edição de lei complementar autorizativa. Item III – CERTO. Conforme o art. 23, XII, “estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito” é competência comum da União, Estados, DF e Municípios. 38. (CESGRANRIO – 2008 - INEA/RJ – Advogado) Nos termos da Constituição Federal vigente, compete privativamente à União legislar sobre: a) desapropriação, nacionalidade e registros públicos. b) desapropriação, telecomunicações e juntas comerciais. c) seguridade social, registros públicos e conservação da natureza. d) serviço postal, nacionalidade e responsabilidade por dano ao meio ambiente. e) normas gerais de licitação para a administração pública, proteção ao patrimônio histórico e custas dos serviços forenses. Gabarito: A. Item A – CERTO. Todas as matérias do item se encontram no art. 22, que traz as competências (legislativas) privativas da União. Item B – ERRADO. “Juntas comerciais” faz parte do rol de competências concorrentes
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