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Poço de potencial finito Fernando G. Pilotto UERGS O poço finito • Na armadilha abaixo, o potencial é nulo numa região e tem um valor finito fora dela. • Se a energia do elétron é menor que U0, ele fica praticamente confinado à região de tamanho L. • Vamos considerar que a energia potencial seja dada por: • Note que o centro do potencial está em x = 0, assim o potencial fica simétrico e isso facilita a determinação das funções de onda. 2/ 2/, 2/,0 2/, )( 0 0 > <<− −< = LxU LxL LxU xU • Como a energia potencial não depende do tempo, a função de onda é: • e a equação de Schrödinger é: • Devemos considerar dois tipos de solução: 1) E < U0 (elétron confinado) 2) E > U0 (elétron livre) h/)(),( iEtextx −=Ψ ψ [ ] 0)()()( 2 2 22 =−+ xxUEx dx d m ψψh Elétron confinado • Se E < U0, o elétron fica praticamente confinado à região de tamanho L, mas a função de onda não é nula fora dessa região. • Devemos resolver a equação de Schrödinger em cada um dos intervalos em x. • Na região onde o potencial é nulo, a solução é a da partícula livre, que pode ser escrita como: )cos()sen()( kxBkxAx +=ψ h mEk 2= • Na região x < –L/2, temos: • A solução é: (lembram do tunelamento???) [ ] 0)()( 2 02 22 =−+ xUEx dx d m ψψh [ ] 0)()( 2 02 22 =−− xEUx dx d m ψψh qxqx DeCex −+=)(ψ h )(2 0 EUmq −= • No entanto, a solução tende a infinito para x � –∞, e isso não pode acontecer. • Portanto D = 0 e qxDe− qxCex =)(ψ 2/Lx −< • Na região x > L/2, temos também: • A solução é: • Como a solução tende a infinito quando x � ∞, temos F = 0 e [ ] 0)()( 2 02 22 =−− xEUx dx d m ψψh qxqx GeFex −+=)(ψ h )(2 0 EUmq −= qxFe qxGex −=)(ψ 2/Lx −> • Condições de continuidade: – A solução e a sua derivada devem ser contínuas, já que a equação diferencial é de 2ª ordem. – Disso resultam 4 equações (continuidade da solução em x = –L/2 e em x = L/2; continuidade da derivada em x = –L/2 e em x = L/2) • A normalização da função de onda (probabilidade total = 1) dá mais uma equação. • Portanto, temos 5 equações que a função de onda deve satisfazer. • A solução é: • Temos 4 coeficientes (A,B,C e G) e 5 equações? • Não!!! • As variáveis k e q dependem da energia E. • Portanto, a energia deverá satisfazer uma equação e será quantizada (somente alguns valores serão permitidos, e não todo o contínuo). 2/ 2/, 2/,)cos()sen( 2/, )( > <<−+ −< = − LxGe LxLkxBkxA LxCe x qx qx ψ • A resolução das 5 equações é trabalhosa... • Podemos simplificar o problema voltando à questão da simetria: – Se trocarmos x por –x, o potencial tem o mesmo valor – Uma equação diferencial de 2ª ordem possui duas soluções linearmente independentes – Uma solução é par e a outra é ímpar • função par: • função ímpar: )()( xx −=ψψ )()( xx −−= ψψ • A solução ímpar é: • Agora temos 2 coeficientes (A e C) e a energia E. • Podemos usar somente as equações de continuidade em x = L/2 (as outras não vão dar em nada...). 2/ 2/, 2/,)sen( 2/, )( > <<− −<− = − LxCe LxLkxA LxCe x qx qx ψ • Continuidade da função em x = L/2: • Continuidade da derivada em x = L/2: • A primeira equação determina C em função de A. • Dividindo uma equação pela outra, temos: • Essa relação determina os valores permitidos de energia. 2/)2/sen( qLCekLA −= 2/)2/cos( qLqCekLkA −−= q kkL −=)2/tan( • Inserindo as expressões para k e q, temos: • Essa é uma equação transcendental e deve ser resolvida numericamente para cada valor de U0 e L. EU EmEL − −= 02 2 tan h Solução numérica • Primeiro mudamos a variável • Depois reescrevemos a equação para a energia • Depois plotamos o gráfico de cada lado da equação; os pontos de interseção fornecem as soluções da equação. y yy mUL − −= 12 2 tan 0 h 0U Ey = 0yUE = eV 4500 =U nm 1,0=L 235,0=y eV 106=E 873,0=y eV 393=E • A solução par é: • Seguindo o procedimento anterior, pode-se mostrar que a equação para a energia é: 2/ 2/, 2/,)cos( 2/, )( > <<− −< = − LxCe LxLkxA LxCe x qx qx ψ k qkL =)2/tan( E EUmEL − = 0 2 2 tan h eV 4500 =U nm 1,0=L 06,0=y eV 27=E 517,0=y eV 233=E y yy mUL − = 1 2 2 tan 0 h Elétron livre • Se E > U0, o elétron pode mover-se para qualquer direção e fica praticamente livre. • Devemos resolver a equação de Schrödinger em cada um dos intervalos em x. • Na região onde o potencial é nulo, a solução é a da partícula livre, que pode ser escrita como: ikxikx BeAex −+=)(ψ h mEk 2= • Na região x < –L/2, temos: • A solução é: • Na região x < –L/2, temos: • A solução é: [ ] 0)()( 2 02 22 =−+ xUEx dx d m ψψh h )(2 0UEmq −=iqxiqx DeCex −+=)(ψ [ ] 0)()( 2 02 22 =−+ xUEx dx d m ψψh iqxiqx GeFex −+=)(ψ • As soluções são todas parecidas à solução de partícula livre. • As 4 equações de continuidade e a condição de normalização determinam os coeficientes A, B, C, D, F e G. • Assim como no caso da partícula livre, não há equação que imponha condições sobre a energia. • Portanto, a energia pode assumir qualquer valor maior que U0. Níveis de energia • O diagrama de níveis de energia possui uma parte quantizada e outra contínua. • Os valores mostrados são para U0 = 450 eV e L = 0,1 nm. Número quântico • No problema do poço infinito, a energia era dada por uma fórmula: • No problema do poço finito, a energia obedece uma equação transcendental, ou seja, é impossível encontrar uma fórmula explícita para a mesma. 2 2 2 8 n mL hEn = K,3,2,1=n • Entretanto, depois de resolver as equações para a energia, podemos ordenar os valores obtidos. • Para cada valor da energia, podemos calcular k e q, e escrever a função de onda. • Assim, n é um índice que ordena os estados e é o número quântico para essa situação. KK ,,,,, 321 nEEEE K,3,2,1=n L=)(xnψ Densidades de probabilidade • As densidades de probabilidade do elétron para U0 = 450 eV e L = 0,1 nm são: O elétron entra na região proibida, como no efeito túnel. Exemplos de poços de potencial • Nanocristalitos: – São cristais (na figura, seleneto de cádmio) com tamanho de poucos nanômetros. – Luz com energia hf incide no cristal; o fóton será absorvido se hf for maior que a energia de ligação do elétron no poço de potencial. – Se a luz não for absorvida, será refletida e poderemos vê-la. • Diodo laser: – É um diodo emissor de laser, encontrado em CDs e DVDs. – O laser é criado numa fina camada semicondutora, tão fina que se comporta como um poço de potencial. • Pontos quânticos: – São regiões muito pequenas, que se comportam como um poço de potencial tridimensional, confinando o elétron num “ponto”. Exercícios 1. No caso do poço finito, obtenha a equação para os valores de energia das soluções pares (slide 15). 3. Halliday, cap. 39: 1 – 16
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