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Movimento em duas e em três dimensões Capítulo 04 Física 1 – Prof. Fernando Pilotto UERGS - Guaíba • Neste capítulo vamos estender os conceitos relacionados ao movimento retilíneo para o movimento em duas e em três dimensões Vetor posição • A posição de um objeto é dada pelas coordenadas (x,y,z) • O vetor posição é o vetor que sai da origem do sistema de coordenadas e chega até a posição da partícula Deslocamento • Quando o objeto se movimenta, o vetor posição varia • No instante t1, o vetor posição é r1; no instante t2, o vetor posição é r2 • O deslocamento é a diferença entre os dois vetores Velocidade média • A velocidade média é a razão entre o deslocamento e o intervalo de tempo Velocidade (instantânea) • No limite em que ∆t tende a zero, a velocidade média tende à velocidade num determinado instante de tempo • A velocidade instantânea é tangente à trajetória do objeto Acelerações média e instantânea aceleração média: aceleração instantânea: Exemplo • Uma lebre corre através de um estacionamento e a sua posição é dada por • (a) Qual é o vetor posição da lebre em t = 15 s, tanto em notação de vetores unitários como em magnitude e ângulo? Em t = 15 s, as componentes valem: Portanto, em notação de vetor unitário, o vetor posição é: O módulo é: O ângulo é: • (b) Calcule a posição da lebre em t = 0, 5, 10, 20 e 25 s. Esboce a trajetória da lebre. • (c) Calcule o módulo e a direção do vetor velocidade da lebre em t = 15 s. Em t = 15 s, temos • (d) Calcule o módulo e a direção do vetor aceleração da lebre em t = 15 s. Pelas componentes de “a”, vemos que o vetor está no 2º quadrante, e não no 4º. O ângulo cuja tangente tem o mesmo valor é: Movimento de projéteis • projétil [Do fr. projectile.] Adjetivo de dois gêneros. 1.Que pode ser arremessado. Substantivo masculino. 2.Qualquer sólido pesado que se move no espaço, abandonado a si mesmo depois de haver recebido impulso. 3.Qualquer objeto que se arremessa para fazer mal. 4.Corpo arremessado por arma de fogo. alcance velocidade inicial O movimento na direção horizontal é independente do movimento na direção vertical. Observe o gráfico anterior: enquanto vy varia (primeiro aponta para cima, depois para baixo), vx permanece constante. A aceleração da gravidade atua somente na direção vertical, por isso vx não é alterada. O movimento horizontal A aceleração nesta direção é nula. Portanto a velocidade é constante. O movimento vertical A aceleração nesta direção é a aceleração da gravidade. Portanto a aceleração é constante e igual a “–g”. Equação da trajetória 00 0 cosθv xx t − = Eliminando t nestas equações, temos: 2 00 0 00 0 000 cos2 1 cos − − − =− θθ θ v xxg v xx senvyy Esta equação tem a forma , que é a equação de uma parábola.2cxbxay ++= Alcance horizontal O alcance horizontal R é a distância horizontal percorrida pelo objeto desde o ponto inicial (lançamento) até o ponto em que ele atinge a mesma altura. Como o objeto retorna à mesma altura, Como o alcance é R, Portanto, temos Eliminando a variável t, Onde usamos a identidade trigonométrica O alcance é máximo quando , ou seja, Exemplo • Um avião de resgate voa a 198 km/h (55 m/s) à altura constante de 500 m em direção a uma vítima, onde uma cápsula de salvamento deve aterrizar. • (a) Em que ângulo de mira φ o piloto deve lançar a cápsula de salvamento? O ângulo φ é dado por Como a altura h = 500 m é conhecida, resta determinar x. A origem do sistema de coordenadas é o ponto de lançamento, portanto Sabemos ainda que e que assim Portanto, para determinar x, precisamos do valor de t. tsmx )/55(= Para determinar t, utilizamos a informação sobre a parte vertical do movimento. A cápsula cai, portanto a altura final y é menor que a altura inicial y0. 28,9 2 1500 t−=− mssmx 5,555)1,10()/55( =⋅= • (b) Quando a cápsula atinge a água, qual é a sua velocidade em notação de vetor unitário e em módulo-ângulo? smsmsmv /113)/99()/55( 22 =−+= o9,60 /55 /99 tan 1 −= − = − sm smθ Movimento circular uniforme • Um objeto está em movimento circular uniforme se percorre um círculo ou um arco circular com velocidade escalar constante • Embora o módulo da velocidade não varie, o objeto está sendo acelerado, pois a direção do vetor velocidade está variando Como vimos, o vetor velocidade é sempre tangente à trajetória do objeto. A aceleração deve então “puxar” o vetor velocidade sempre para o centro do círculo. Como veremos, a aceleração está sempre direcionada para o centro do círculo. Aceleração no movimento circular uniforme Quando o objeto gira com velocidade escalar por um intervalo de tempo dt, ele percorre o arco ds: O vetor velocidade é sempre tangente à trajetória; ele tem módulo constante e sua direção varia. A aceleração é dada por vdtrdds == θ dt r v r vdt vvddv 2 === θ r v dt dv a 2 == θd 1v r 2v r θd vdr 1v r 2v r Como o módulo da velocidade é constante, podemos escrever: (O objeto gira com uma velocidade angular w constante.) )cos(cos wtvvvy == θ )(wtvsenvsenvx −=−= θ )(wtvwsen dt dv a y y −== )cos(wtvw dt dv a xx −== O período (tempo que demora para o objeto percorrer todo o círculo) é Quando t = T, devemos ter portantopi2=wT r v T w == pi2 T r tempo distância velocidadev pi2=== )( 2 wtsen r v ay −= )cos( 2 wt r v ax −= 2222 22 )()cos( −+ −=+= wtsen r v wt r v aaa yx r v wtsenwt r v a 2 22 2 )()(cos =+= componentes do vetor aceleração r v a 2 = módulo do vetor aceleração yyxx vavava +=⋅ rr ( ) )cos()()()cos( 22 wtvwtsen r v wtvsenwt r v va ⋅ −+−⋅−=⋅ rr )cos()()()cos( 33 wtwtsen r v wtsenwt r v va −=⋅ rr 0=⋅va rr Portanto o vetor aceleração é perpendicular ao vetor velocidade. Como o vetor velocidade é tangente ao círculo, o vetor aceleração aponta para o centro. Vemos assim novamente que o vetor aceleração está direcionado radialmente. r v a 2 = Como o vetor aceleração está direcionado para dentro, falamos em “aceleração centrípeta” (designação criada por Isaac Newton). Observação: as seções 4.8, “Movimento Relativo em uma Dimensão”, 4.9, “Movimento Relativo em Duas Dimensões” e 4.10, “Movimento Relativo a Altas Velocidades”, não caem na prova.
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