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Os 500 anos da Reforma Protestante, que abalou o mundo
 
 Analise sobre João Calvino e sua teoria 
Lutero era dotado de uma retórica mais direta, por vezes grosseira, enquanto que Calvino tinha um estilo de pensamento mais refinado e geométrico, quase de filigrana.
Segundo Bernard Cottret, biógrafo francês de Calvino: 
"Quando se observa estes dois homens podia-se dizer que cada um deles se insere já num imaginário nacional: Lutero o defensor das liberdades germânicas, o qual se dirige com palavras arrojadas aos senhores feudais da nação alemã; Calvino, o filósofo pré-cartesiano, precursor da língua francesa, de uma severidade clássica, que se identifica pela clareza do estilo"
A conversão de Calvino ao protestantismo permanece envolta em mistério. Sabe-se apenas que ela se deu entre 1532 e 1533 (Calvino tem 23 ou 24 anos). Um texto escrito por Calvino em 1557 como prefácio ao seu comentário sobre os salmos oferece-nos alguns parcos pormenores:
"Após tomar conhecimento da verdadeira fé e de lhe ter tomado o gosto, apossou-se de mim um tal zelo e vontade de avançar mais profundamente, de tal modo que apesar de eu não ter prescindido dos outros estudos, passei a ocupar-me menos com eles. Fiquei estupefato, quando antes mesmo do fim do ano, todos aqueles que desejavam conhecer a verdadeira fé me procuravam e queriam aprender comigo - eu, que ainda estava apenas no início! Pela minha parte, por natureza algo tímido, sempre preferi o sossego e permanecer discreto, de modo que comecei a procurar um pequeno refúgio que me permitisse recolher dos Homens. Mas, pelo contrário, todos os meus refúgios se tornavam em escolas públicas. Em resumo, apesar de eu sempre ter pretendido viver incógnito, Deus guiou-me por tais caminhos, onde não encontrei sossego, até que ele me puxou para a luz forte, contrariando o meu carácter, e como se costuma dizer, me colocou em jogo. E, na verdade, deixei a França e dirigi-me para a Alemanha para que ali pudesse viver em local desconhecido, incógnito, como sempre tinha desejado."
No movimento reformista, Lutero não concordou com o "estilo" de reforma de João Calvino. Martinho Lutero queria reformar a Igreja Católica, enquanto João Calvino acreditava que a Igreja estava tão degenerada que não havia como reformá-la. Calvino se propunha a organizar uma nova igreja. Já Lutero decidiu reformá-la, mas afastou-se desse objetivo, fundando, então, o protestantismo, que não seguia tradições, mas apenas a doutrina registrada na Bíblia, e cujos usos e costumes não ficariam presos a convenções ou épocas.
João Calvino é uma figura não só controversa, mas ainda muito desconhecida e mal compreendida por muitos. Nesta data importante para os calvinistas de todo o mundo, não é exagero afirmar que a história da teologia pode ser dividida em pré e pós João Calvino, devido ao seu legado teológico. A abrangência e influência de seu pensamento fazem dele um dos principais teólogos de todos os tempos da Igreja Cristã.
Foi a mente brilhante de João Calvino que cristalizou a Reforma Protestante. O calvinismo não foi um movimento teológico passageiro. É impossível fazer teologia de modo responsável sem interagir com o legado de Calvino. O calvinismo é um modo completo de ver, entender e existir; é um sistema que envolve todos os aspectos da vida humana. 
Embora a concepção popular do pensamento teológico de Calvino seja a de um sistema rigorosamente lógico, centrado sobre a doutrina da predestinação, isto não é verdade. Falar de Calvino como um teólogo sistematizador implica em um grau de afinidade com o escolasticismo medieval que contradiz suas atitudes conhecidas. Também sugere um deslocamento significativo entre Calvino e sua cultura, que não percebeu que nenhuma razão particular para produzir obras de “teologia sistemática” um gênero literário que, de qualquer modo, estava firmemente identificado com a preservação do tão desprezado escolasticismo.
Calvino, apesar de ter mantido quase todos os princípios formulados por Martinho Lutero, desenvolveu uma teologia própria, mas que tinha uma diferença muito importante: a Doutrina da Predestinação. Nesta doutrina, influenciada na crença grega do destino, Calvino afirmava que Deus, o único com conhecimento sobre o futuro, já sabia, desde sempre, quem eram as pessoas que seriam salvas por ele, assim, como já sabiam quem não seria. De acordo com Calvino, a fé não era o caminho para a salvação, para ele, a fé era o sinal de que o fiel estava predestinado à salvação. Com isso, o calvinismo se afastava daquilo que Lutero havia defendido, ou seja, que a salvação somente era alcançada por meio da fé em Jesus Cristo. Mesmo contrariando a Lutero, a Doutrina da Predestinação se tornou muito popular na Suíça. Mas quando as ideias de Calvino chegaram às pessoas comuns, uma dúvida foi gerada: Como posso saber se sou ou não salvo? A resposta de Calvino era bastante simples. Segundo ele, a garantia de que alguém havia sido predestinado por Deus à salvação estava em seu sucesso pessoal, ou seja, uma pessoa próspera e bem sucedida (profissão, saúde, família, etc.) demonstrava o favor de Deus para com ela. Portanto, o próspero tinha a garantia de sua salvação, pois onde a planta de seus pés pisasse iria prosperar. Mas, ó contrário também era verdadeiro. Pois, aquele que não prosperasse dava demonstrações de que estava predestinado à salvação. Mas ao contrário de outras vertentes protestantes, o calvinismo não se desenvolveu em uma igreja específica, mas como doutrina que seria aceita em algumas igrejas protestantes já existentes.
Calvino, sempre se preocupava com a formulação de um sistema formal de teologia. Aceitou a autoridade da Bíblia e sua ênfase maior se baseava na soberania absoluta de Deus. Calvino negava a presença física de Cristo na Ceia e aceitava a presença espiritual de Cristo pela fé nos corações dos participantes da Ceia. Calvino, rejeitava tudo que não pudesse ser provado pela Bíblia. Defendia também, a eleição dupla, para a salvação e para a condenação, baseado na vontade de Deus, e rejeitava qualquer concepção da salvação como fruto do mérito do eleito ou da presciência de Deus, como se Deus elegesse para a salvação aqueles que Ele sabia de antemão que creriam.
Calvino, tinha uma concepção majestosa de Deus, a exemplo de alguns dos profetas do Antigo Testamento. As primeiras letras dos principais termos da teologia de Calvino formam o anagrama TELIP que descrevemos a seguir:
Ele acentuava a Totalidade da depravação humana, entendendo que o homem herdou a culpa do pecado de Adão e nada pode fazer por sua salvação, uma vez que a sua vontade era totalmente corrompida;
Ensinava que a salvação é um assunto de Eleição incondicional e independe do mérito humano ou da presciência de Deus. Assim, a eleição é fundamentada na soberania da vontade de Deus, havendo uma predestinação dupla, para a salvação e para a perdição;
Calvino concebia ainda a Limitação da redenção, ao propor que a obra de Cristo na Cruz é restringida aos eleitos para a salvação.
A doutrina da Irresistibilidade da graça é necessária, de onde se conclui que o eleito é salvo independentemente de sua vontade, pois o Espírito Santo o dirige irresistivelmente para Cristo;
A Perseverança (ou preservação) dos santos é o ponto final do seu sistema; os eleitos, irresistivelmente salvos pela obra do Espírito Santo, jamais se perderão.
 A obra teológica de Calvino
A obra magna da exposição do pensamento teológico de João Calvino é conhecida pelo nome de As Institutas. Em importância, influência e qualidade, essa obra não possui rival na história da teologia. Ela poderia ser comparada, talvez, à Cidade de Deus de Agostinho, ou a Summa de Tomás de Aquino, possivelmente à Dogmática Eclesiástica de Karl Barth. As Institutas são um livro onde encontramos não apenas o melhor compêndio de teologia cristã, segundo alguns teólogos, mas também a base de uma cosmovisão cristã, cuja abrangência e consistênciasão sem igual na história da igreja. Ele ainda produziu comentários sobre quase todos os livros do Novo Testamento (exceto 2 e 3 João e Apocalipse) e, no Antigo, escreveu sobre o Pentateuco, Josué, Salmos e sobre os profetas maiores e menores (Isaías e Malaquias).
Como um estudo da evolução das Institutas indica, Calvino originalmente concebeu a obra em termos modestos, sem qualquer pretensão à abrangência metodológica. A reordenação do material, entre as edições no período de 1536 a 1559, reflete considerações mais pedagógicas que metodológicas. A preocupação de Calvino é mais humanista que escolástica ajudar seus leitores, ao invés de impor-lhes um método sobre o pensamento.
 As Institutas de 1559 combinam as virtudes cardeais da educação humanista, clareza e compreensividade, permitindo a seus leitores acesso a uma apresentação clara e completa dos principais pontos da fé cristã, que Calvino desejava que fossem entendidos. Em nenhum ponto há qualquer evidência que sugira um princípio condutor, axioma ou doutrina, exceto a clareza de apresentação, que governa a forma ou a substância da obra.
O mundo ocidental vive um grande avanço científico. Não é necessário muito esforço para percebermos o quanto estamos ligados e somos influenciados pelo avanço nas áreas da física, da química, da biologia, da medicina, dentre outras.
As origens do moderno avanço das ciências naturais são um tanto complexas e controversas. Há, atualmente, teorias que se esforçam para apresentar um único fator que controla todo esse desenvolvimento científico. Todavia, tais teorias são tomadas pela grande maioria dos historiadores como ambiciosas e inconvincentes. Como afirmou Alister McGrath, teólogo e apologista inglês, tentar argumentar que a origem do grande desenvolvimento das ciências reside em apenas um fator ou pessoa é exagero e desonesto com a história.
 Está claro que muitos são os fatores que contribuíram para o avanço das ciências modernas. Dentre eles está o fator religioso que, inquestionavelmente, esteve envolvido. E é dentro desse fator que João Calvino (1509-1564) se destaca tanto removendo obstáculos “religiosos” que impediam o avanço das ciências naturais quanto encorajando o estudo científico da natureza.
Sem dúvida, muitas são as origens do moderno avanço científico. E muitos estão plenamente convencidos de que Calvino teve um papel fundamental para que chegássemos àquilo que hoje se vê, ainda que, ele mesmo, não tenha atuado em nenhuma ciência natural. Portanto, o foco é mostrar a estreita e intrínseca relação entre João Calvino e o desenvolvimento das ciências modernas.
 Calvino e o encorajamento ao estudo científico da natureza
Como já dissemos, João Calvino foi um dos grandes fatores que ajudaram no desenvolvimento das ciências naturais. Além de remover grande parte dos obstáculos que impediam tal progresso, Calvino e seus seguidores foram grandes encorajadores do estudo científico sobre a natureza.
A imagem que hoje se tem de João Calvino infelizmente não corresponde a muitos dos fatos. A imagem de um homem que não dava margem a nada que não fosse intolerância e biblicismo tem sido passada de maneira pouco cuidadosa. O professor R. Hooykaas, em sua obra A religião e o desenvolvimento da ciência moderna, diz “que o preconceito cegou os historiógrafos”.
 
 A influência científica e religiosa 
O fato é que Calvino encorajou amplamente o estudo científico da natureza em seus dias. Não só ele, mas também seus discípulos mantiveram a mesma atitude nos anos que seguem à morte do reformador genebrino. Em suas Institutas, Calvino diz:
“Inumeráveis são, tanto no céu quanto na terra, as evidências que lhe atestam a mirífica sabedoria. Não apenas aquelas coisas mais recônditas, a cuja, penetrante observação, se destinam a astronomia, a medicina e toda a ciência natural, senão também aquelas que saltam à vista a qualquer um, ainda o mais inculto e ignorante, de sorte que nem mesmo podem abrir os olhos e já se veem forçados a ser-lhes testemunhas.”
Calvino, portanto, aprova e confia, em certa medida, tanto na astronomia quanto na medicina. Assim de fato, Calvino confessa nessas palavras das Institutas certo tipo de ciúmes daquelas ciências naturais por serem capazes de provar de modo mais profundo (no mundo natural) o método e a regularidade da criação, além da sabedoria de seu Criador.
Portanto sustenta-se que Calvino deu um impulso religioso fundamental para o desenvolvimento das ciências. Em seus dias, tais legitimações sobre a investigação da medicina e da astronomia desanuviou o caminho para o avanço científico.
É possível ver a influência de Calvino sobre seus discípulos no que tange ao encorajamento à pesquisa científica. A Confissão de Fé Belga, exerceu particular influência nos Países Baixos, foi grandemente influenciada pela teologia de Calvino. E foi nessa região, onde ela exerceu maior influência, que, coincidência ou não, produziu-se um número notável de físicos e botânicos. Nessa confissão de fé, no artigo 2 (Como conhecemos a Deus), lê-se assim:
“... visto que o mundo, perante nossos olhos, é como um livro formoso, em que todas as criaturas, grandes e pequenas, servem de letras que nos fazem contemplar os atributos invisíveis de Deus, isto é, o seu eterno poder e a sua divindade, como diz o apóstolo Paulo em Romanos 1.20: Todos estes atributos são suficientes para convencer os homens e torná-los indesculpáveis”.
Em outras palavras, Deus pode ser conhecido através de um estudo detalhado e minucioso de sua criação. Como já fora posto acima, a influência que esta confissão de fé teve sobre os Países Baixos.
Em outras duas passagens das Institutas, Calvino aprofunda um pouco mais a questão. Ele mostra como toda a criação não passa de um grande teatro que nos serve para revelar a glória de Deus:
“Portanto, por mais que ao homem, com sério propósito, convenha volver os olhos a considerar as obras de Deus, uma vez que foi colocado neste esplendíssimo teatro para que fosse seu espectador, todavia, para que fruísse maior proveito, convém-lhe, sobretudo, inclinar os ouvidos à Palavra. Entrementes, não hesitemos em colher piedoso deleite das obras de Deus manifestas e patentes neste formosíssimo teatro. Pois, como o dissemos em outro lugar, embora não seja a evidência primordial à fé, contudo na ordem da natureza esta é a primeira: para onde quer que volvamos os olhos em derredor, devemos ter em mente que todas as coisas que nossos olhos divisam são obras de Deus, e ao mesmo tempo devemos refletir, em piedosa consideração, a que fim foram por Deus criadas”.
Neste texto, Calvino claramente sugere que toda a natureza se posta ante os seres humanos como um formosíssimo teatro, ou seja, um teatro da glória de Deus. A humanidade é quem aprecia esse teatro, e o estuda também.
Estas ideias foram tomadas com grande entusiasmo pela Royal Society, a organização mais importante devotada ao avanço da pesquisa e ensino científicos na Inglaterra. O que se percebe lendo Calvino e aqueles que por ele foram influenciados é que, o estudo de toda a criação, seja por meio da medicina, ou da astronomia, ou da botânica, etc., conduz a humanidade a um aumento consciente da sabedoria daquele que criou todas as coisas visíveis e invisíveis.
Na visão do Dr. Abraham Kuyper (1837-1920):
“O calvinismo não pôde fazer outra coisa na história senão encorajar o amor pela ciência”. 
Portanto, Calvino não só encorajou e legitimou a busca pelo conhecimento da sabedoria do Criador através das pesquisas científicas feitas pelos estudiosos das ciências naturais, como também eliminou muitos obstáculos dentro da própria religião que obstruíam tal avanço.
Além de encorajar o desenvolvimento das ciências naturais, João Calvino buscou remover muitos obstáculos que impediam o avanço das pesquisas culturais em seus dias. Seu conceito a respeito da graça comum ajudou a esclarecer muitas coisas além de remover outras que impediam o avanço do conhecimento.
Para ele, o EspíritoSanto exercia influência comum sobre os homens em geral. A isso ele chamava de graça comum. Diante de eleitos e réprobos, Deus exercia uma atitude favorável que se observa nas concessões necessária à sobrevivência (chuva, sol, alimento, abrigo, etc.) a todos. Assim ele diz nas Institutas:
“Quantas vezes, pois, entramos em contato com escritores profanos, somos advertidos por essa luz da verdade que neles esplende admirável, de que a mente do homem, quanto possível decaída e pervertida de sua integridade, no entanto é ainda agora vestida e adornada de excelentes dons divinos. Se reputarmos ser o Espírito de Deus a fonte única da verdade, a própria verdade, onde quer que ela apareça, não a rejeitaremos, nem a desprezaremos, a menos que queiramos ser insultuosos para com o Espírito de Deus”.
João Calvino foi um humanista extremamente talentoso e realista. Calvino jamais diria que a Queda teria “levado o homem a uma total depravação no campo científico”. Ao contrário, Calvino via a graça comum de Deus sobre os pagãos manifestando-se no fato de que Deus concede dons a eles e assim os capacita a encontrar a verdade em suas pesquisas e escritos científicos. Calvino dispunha de uma visão ampla da cultura, entendendo que Deus é Senhor de todas as coisas; por isso, toda verdade é verdade de Deus. Era sobre o conceito da graça comum, ou graça geral, que essa perspectiva de Deus sobre os pagãos se ampara.
Em seu comentário do livro de Gênesis, Calvino expõe claramente a graça comum. Ao mostrar Deus dando dons à amaldiçoada descendência de Caim, Calvino diz:
“Verdadeiramente é maravilhoso que esta raça que tinha caído profundamente de sua integridade superaria o resto da posteridade de Adão com raros dons”.
 O texto que Calvino comenta é o seguinte:
 “E Adão deu à luz a Jabal; este foi o pai dos que habitam em tendas e possuem gado. O nome do seu irmão era Jubal; este foi o pai de todos os que tocam harpa e flauta. A Zila também nasceu um filho, Tubal-Caim, fabricante de todo instrumento cortante de cobre e de ferro; e a irmã de Tubal-Caim foi Naama” Gn 4.20-22.
De modo que, para Calvino, foi a graça comum de Deus que permitiu a invenção das artes e de outras coisas úteis para a vida presente. Contudo, embora Calvino visse a graça de Deus sobre pagãos sendo derramada com a finalidade de que estes tivessem habilidades para criar e também para descobrir cientificamente detalhes da criação, de longe o Livro Sagrado preocupava-se em ser um repositório de informações científicas. Com isso em mente, Calvino desafiou a muitos dentro da própria igreja que tinham a Bíblia como um verdadeiro livro-texto sobre ciências. Ele removeu tal ideia provando ser a Bíblia um livro que não se preocupava com ciências naturais, mas com o conhecimento de Jesus Cristo.
 A bíblia não é um repositório de ciências naturais
Quando afirmamos que João Calvino contribuiu grandemente para o desenvolvimento das ciências modernas, assim fazemos pelo fato de ele ter lidado de maneira honesta com o literalismo bíblico. Até então ensinava-se a olhar para as Escrituras como um livro científico além de religioso. Cria-se que a Bíblia tratava de detalhes da estrutura do universo, de modo que homens como Copérnico e Galileu, com suas teorias heliocêntricas, tiveram, em princípio, grandes problemas.
A Igreja Católica Apostólica Romana ainda controlava a produção cultural e científica e defendia a teoria do geocentrismo a Terra como centro do Universo. Galileu Galilei foi condenado pelo Santo Ofício por defender o heliocentrismo. Pouco antes de ser queimado na fogueira da Inquisição, negou essa teoria diante do tribunal tão somente para livrar-se de ser queimado, porém nunca deixou de acreditar nela nem de pesquisá-la.
O grande problema de muitos que hoje lidam com o tema “religião e ciência” ainda reside no fato de querer encontrar na Bíblia um verdadeiro repositório de livros-texto sobre astronomia, geografia ou biologia. A ênfase de João Calvino era de que a Bíblia trata fundamentalmente do conhecimento de Jesus Cristo.
Calvino no prefácio da tradução do Novo Testamento de Pierre Olivétan (1543), Calvino remove o conceito, até então normal, de a Bíblia ser um repositório científico, Calvino disse em tal prefácio:
“O ponto principal das Escrituras é trazer-nos a um conhecimento de Jesus Cristo... As Escrituras nos proveem com um espetáculo, através do qual nós podemos ver o mundo como a criação de Deus e sua, auto expressão; elas jamais pretenderam prover-nos com um repositório infalível de informações astronômicas e médicas”.
É deste modo que Calvino lança luz sobre uma opção melhor de interpretação das Escrituras. Não mais olhar para a Bíblia como um livro que se preocupa com a infalibilidade em assuntos científicos, mas como um livro que se preocupa em aumentar nosso conhecimento de quem é Jesus Cristo, o Deus-Filho. A Bíblia, na visão de João Calvino, quando cita algo relacionado hoje ao estudo das ciências naturais, o cita de forma acomodativa, dentro dos limites do conhecimento de então. É a isso que se chama de Teoria da Acomodação.
 A teoria da acomodação
Calvino insistiu que nem tudo o que a Bíblia diz sobre Deus ou sobre o mundo deve ser tomado literalmente. De acordo com McGrath, Calvino desenvolveu uma sofisticada teoria relacionada sempre com o termo “acomodação”. A palavra “acomodação” aqui significa “ajustar ou adaptar a fim de encontrar as necessidades da situação e da habilidade humana para compreendê-lo”. McGrath diz que:
 “Deus pinta um quadro de si mesmo que nós somos capazes de entender”. 
Em outra obra, McGrath diz que a teoria da acomodação, de Calvino, resume-se em:
“Deus, ao se revelar a nós, acomodou-se aos nossos níveis de entendimento e às nossas preferências naturais por meios ilustrativos de compreendê-lo. Deus se revela, não como ele é em si mesmo, mas em formas adaptadas à nossa capacidade humana. Assim, a Bíblia fala de Deus tendo braços, boca, e assim por diante – mas essas são apenas metáforas vivas e memoráveis, apropriadas de maneira ideal às nossas habilidades intelectuais. Deus se revela de formas adequadas, convenientes às habilidades e situações daqueles para quem a revelação foi originalmente dada”.
Assim McGrath sintetiza o pensamento de Calvino sobre a maneira como Deus escolheu para se revelar aos homens: uma linguagem acomodada à ciência de então. Não uma linguagem cientificamente exata, mas, como já dito, adaptada.
Ao analisarmos outras fontes percebemos o quanto isso influenciou cientistas dos séculos XVI e XVII. Na obra A Religião e o Desenvolvimento da Ciência Moderna de Hooykaas, ele argumenta como a teoria da acomodação, de Calvino, influenciou seguidores de Copérnico nos países protestantes. Tais homens eram astrônomos, preocupados com o desenvolvimento da teoria do heliocentrismo, condenada pela igreja romana de então.
O escritor inglês Edward Wright (1558-1615), ao prefaciar De Magnete, de William Gilbert (1600), no prefácio ele defende a teoria heliocêntrica afirmando que ela, ao contrário do que se dizia em meios eclesiásticos, não se chocava em ponto algum com as Escrituras Sagradas, Wright usa a teoria da acomodação, de Calvino, para argumentar contra os literalistas bíblicos que levantavam objeções contra sua teoria. 
Seu argumento, foi dizer que: 
“Nem Moisés, nem os profetas, tiveram a intenção de divulgar sutilezas físicas e matemáticas e, portanto, não entraram em minúcias supérfluas”. 
Wright escreveu:
 “Moisés acomodou-se ao entendimento e à maneira de falar das pessoas comuns, como fazem as amas com as criancinhas”.
 Essa é a mesma figura usada por João Calvino ao expor o versículo 7 do salmo 136. Lá, Calvino diz que:
“O Espírito Santo não possuía intenção alguma de ensinar astronomia... O Espírito Santo escolhe se adaptar e se comunicar conosco como que balbuciando, ao invés de bloquear o caminho do conhecimento às pessoas rudes e incultas”.
Tanto João Calvino como seus discípulos defenderam a teoria da acomodaçãoque, usando de linguagem simples para falar a um povo simples, permitiu-se a alguns erros vulgares. “Tais erros foram permitidos com o fim de o Espírito transmitir sua mensagem espiritual para o povo”. É a isso que Calvino chama de balbuciar do Espírito. 
Hooykaas, citando um comentário do astrônomo famoso Philips van Lansbergen (1561-1632), calvinista convicto, da epístola de Paulo a Timóteo em 2Tm 3.16, escreve que a Bíblia não fala sobre assuntos astronômicos: 
“...segundo a situação real, mas segundo as aparências... A Escritura foi-nos outorgada por inspiração de Deus, e deve ser usada para doutrina, exprobração, correção, e para o exercício da probidade, mas não é própria para o ensino das ciências”.
Outro grande nome é o de Johannes Kepler. Kepler foi um adepto de Copérnico. Em certa altura de sua vida, Kepler foi acusado de ser cripto-calvinista. E é nesse momento que o vemos citando Calvino. Em sua obra Astronomia Nova (1609), logo na introdução, Kepler lembra muito Calvino ao dizer:
“As Sagradas Escrituras falam sobre coisas comuns (no ensino daquilo para o qual elas não foram instituídas) a criaturas humanas, numa maneira humana, para que possam ser compreendidas pela humanidade; elas usam o que geralmente é reconhecido pelas pessoas, a fim de fazê-las entender outras coisas, mais elevadas e divinas”.
De modo que aqui, mais uma vez, se constata os efeitos libertadores dos escritos de João Calvino. Ele realmente removeu obstáculos para o desenvolvimento das ciências modernas. Não fosse a honestidade de Calvino, sem falar de toda a sua dedicação em buscar no texto bíblico o seu real significado, possivelmente ainda hoje estaríamos todos em muitas trevas de ignorância. Embora Calvino não estivesse tão preocupado com o avanço do conhecimento científico quanto com o avanço do conhecimento de Jesus Cristo, é inegável e, por que não falarmos irrefutável, a preciosidade da contribuição de João Calvino para o desenvolvimento das ciências modernas. Tal ênfase de Calvino pode ser percebida na citação do professor Hermisten Costa em seu livro Calvino de A a Z. Neste livro, Costa faz menção às palavras de Calvino ao comentar o texto bíblico de 1Corintios 1.20 
“Onde está o sábio? Onde, o escriba? Onde, o inquiridor deste século? Porventura, não tornou Deus louca a sabedoria do mundo?”.
No comentário desse texto Calvino diz: 
“O conhecimento de todas as ciências não passa de fumaça quando separado da ciência celestial de Cristo”.
Portanto, para o reformador genebrino que, nada se compararia ao estudo e ciência de quem foi e é Jesus Cristo. Todavia, seus olhos não estavam fechados para o que acontecia em seu tempo. E foi sua honestidade e acuidade em lidar com as Escrituras Sagradas que permitiram-lhe ser um dos muitos fatores que contribuíram para o desenvolvimento das ciências modernas, eliminando um obstáculo significativo ao avanço das ciências naturais: o literalismo bíblico.
A relação entre João Calvino e o desenvolvimento das ciências modernas, há elos muito próximos e intrínsecos. Costa afirma que:
 “A visão teológica de Calvino permeada pela soberania de Deus, fez com que ele procurasse relacionar a aplicação desta soberania às diversas atividades culturais do ser humano”.
Ou seja, Calvino entendia que as ciências e as humanidades deveriam ser usadas para a glória de Deus. 
Mesmo a despeito de tantos erros de historiadores, ainda hoje se pode constatar em fontes primárias o quanto João Calvino encorajou o desenvolvimento das ciências naturais em seus dias. A influência de Calvino é impressionante. Como avaliações após avaliações indicam, tanto as ciências físicas quanto as biológicas foram dominadas por calvinistas durante os séculos dezesseis e dezessete. Isso se deve aos obstáculos removidos por João Calvino em suas Institutas da Religião Cristã, em seus comentários dos livros da Bíblia, em seus sermões, em suas correspondências e em prefácios escritos por ele.
De fato, Calvino encorajou o avanço das pesquisas científicas e permaneceu tal como um espectador “ciumento”, atento às descobertas de cientistas, como alguém que desejava conhecer a sabedoria do Criador por meio dos dons dados por ele, ainda que para homens ímpios graça comum.
McGrath faz uma boa reflexão sobre como seria hoje se Calvino ainda tivesse tanta influência sobre o debate religião e ciências. 
“O fato é que, desde o século dezenove, esses dois tópicos têm travado uma batalha mortal. Dentro de nossa cultura ocidental, alguns escritores desonestos e desinformados têm atribuído a Calvino e seus seguidores a culpa por tal dilema, quando, na verdade, para Calvino não existia dilema algum”. 
Esta especulação de McGrath sobre como seria o debate evolucionista se hoje Calvino ainda tivesse grande influência, não passa de um mero raciocínio abstrato. De fato, o que hoje sabemos e podemos afirmar é que as ideias e influência de João Calvino exerceram um grande impulso religioso que resultou na rápida expansão das ciências naturais nos séculos dezesseis e seguintes.
 Conclusão 
Não há uma doutrina central no pensamento de Calvino. Podem-se localizar certos temas nuclearmente importantes, certas metáforas fundamentais, mas a noção de uma doutrina ou um axioma central que o controle não pode ser sustentado. Não há um “núcleo”, nem “princípio básico” ou “premissa central”, nenhuma “essência” do pensamento teológico de Calvino. Todavia, não se pode negar que um dos pilares do pensamento de Calvino é o pressuposto da iniciativa e soberania divinas. Todas as formulações teológicas de Calvino emergem deste a priori. 
Diferentemente do que se pensa, não é a doutrina da predestinação que prepondera e governa a soteriologia de Calvino, mas sim o grande mistério da união mística com Cristo da qual, aliás, o Novo Testamento fala com metáforas de profunda intimidade, e que tem sido apontado com um dos temas centrais em Calvino, talvez até a viga mestra de todo o seu edifício teológico.
Ele construiu e deixou este grande legado à igreja, especialmente pela sua apreciação aos textos originais. João Calvino foi um exegeta notável, levando para si o título de exegeta da Reforma, tornando-se o mais importante modelo da aplicação do conteúdo histórico-gramatical, criando um novo modelo hermenêutico para a história da interpretação cristã.
A força do pensamento de Calvino não está na sua capacidade de expressar de modo claro, correto e profundo o verdadeiro sentido das afirmações bíblicas. O pensamento teológico dele foi expresso com sua visão de teólogo e seu saber de jurista, focada em honrar a Deus acima de todas as coisas. Para ele as pessoas devem buscar a perfeição no cotidiano da vida, honrando a Deus pelas contínuas conquistas advindas do trabalho, pois a sua teologia é aplicada à vida como um todo e para servir à sociedade em geral.
 
 O governo de Jehan Calvin (João Calvino), um advogado incrível, um teólogo brilhante, um tirano e um assassino.
 Dave Hunt faz algumas gravíssimas denúncias contra Calvino em seu artigo “O LADO B DO CALVINISMO”. 
“Talvez Calvino pensasse que ele era o instrumento de Deus para forçar a Graça Irresistível (uma doutrina chave no calvinismo) sobre os cidadãos de Genebra, na Suíça –mesmo sobre aqueles que provaram sua indignidade, resistindo à morte. Ele fez o seu melhor para impor a ‘justiça’ irresistivelmente, mas o que ele impôs e a maneira com que ele impôs estavam longe da graça e dos ensinos e exemplos de Cristo. Censura de imprensa foi usada e ampliada sobre os Católicos e precedentes seculares: livros com tendências imorais foram banidos, falar desrespeitosamente de Calvino ou do clero era crime. A primeira violação dessas ordens era punida com uma advertência, violações posteriores com multas, persistir na violação com prisão ou banimento da cidade. Fornicação era punida com o exílio ou afogamento; adultério, blasfêmia ou idolatria com a morte.A opressão de Genebra não teria vindo sob a direção do Espírito Santo, “onde o Espírito do Senhor está, há liberdade” 2 Coríntios 3.17, mas sim da poderosa personalidade de Calvino e uma visão extrema da Soberania de Deus que negou o livre-arbítrio ao homem. Assim a graça tinha que ser imposta irresistivelmente em uma tentativa não-bíblica de infligir uma santidade sobre os cidadãos de Genebra. Em contraste à humildade, misericórdia, amor, compaixão, e longanimidade de Cristo, a quem ele amou e tentou servir, Calvino exerceu autoridade como o papado que ele desprezou. Os defensores de Calvino negam os fatos e tentam inocentá-lo do que ele fez, responsabilizando as autoridades civis. Ele manteve as autoridades civis para promover e manter o culto externo a Deus, defender a sã doutrina e a condição da igreja e ver que nenhuma idolatria, nem blasfêmia contra o nome de Deus, nem calúnias contra a sua verdade, nem outras ofensas à religião surgisse e fosse disseminada entre o povo, mas impedir a verdadeira religião de ser violada impunemente e abertamente e poluída pela blasfêmia pública. Calvino utilizou a força civil para impor suas doutrinas particulares sobre os cidadãos de Genebra e os forçar. Zweig, que se debruçou sobre os relatos oficiais do Conselho da Cidade para o dia de Calvino, nos diz: dificilmente haverá um dia, nos relatos das definições do Conselho da Cidade, em que nós não encontramos o comentário é melhor consultar o Mestre Calvino sobre isso. Pike nos relembra que foi dada a Calvino uma Cadeira do Consultor em todos os encontros das autoridades da cidade e quando ele estava doente as autoridades viriam a sua casa para as suas seções. Ao invés de diminuir com o tempo, o poder de Calvino somente cresceu. John McNeil, um calvinista, admite que nos últimos anos de Calvino e sob sua influência, as leis de Genebra tornaram-se mais detalhadas e mais rigorosas. Com controle ditatorial sobre a população ele governou como poucos soberanos fizeram, Calvino impôs o seu tipo de Cristianismo sobre os cidadãos com açoitamentos, prisões, banimentos e queima na estaca. Calvino foi chamado de O Papa Protestante e O Ditador Genebrino que toleraria em Genebra as opiniões de apenas uma pessoa, dele mesmo; traição ao estado e era punido com a morte. E, portanto, ninguém provou com clareza como ele, que a coerção não pode ser bem sucedida porque ela nunca pode mudar os corações dos homens. A teologia de Calvino, como definida em suas institutas, negou que o homem não regenerado poderia crer e obedecer a Deus. Aparentemente, ele era ignorante do fato de que o senso comum de que uma escolha genuína é essencial se o homem quer amar e obedecer a Deus ou mostrar uma compaixão real aos seus companheiros. Mas em seu esforço determinado de fazer os cidadãos de Genebra obedecer, Calvino refutou suas próprias teorias de Eleição Incondicional e Graça Irresistível.”

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