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DIREITO CONSTITUCIONAL DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

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Trabalho de Direito Constitucional
Apesar das diversas concepções existentes a respeito do conceito da Constituição Federal, existe uma unanimidade quando se fala em seu poder. Ela se encontra no ápice da pirâmide legislativa. É importante ressaltar que nela, além das mais variadas normas presentes, estão contidos os direitos e as garantias fundamentais de todos os indivíduos, e estes são imprescindíveis para a vida digna do ser humano. 
Os direitos fundamentais, também denominados de direitos de liberdade pública, direitos públicos subjetivos e de direitos humanos são direitos reconhecidos para as pessoas pela ordem jurídica de um determinado estado. Os direitos fundamentais pretendem basicamente proteger o individuo na sua liberdade, garantir ao indivíduo as suas necessidades e preservar o indivíduo contra atuação do Estado na sua vida.
Quanto a seu surgimento, pode-se dizer que eles foram fruto de uma grande transformação das concepções jurídicas e resultam de diferentes fontes, desde tradições de diversas civilizações até alguns pensamentos filosóficos. 
Dentre as características dos direitos fundamentais tem-se a:
Inalienabilidade- São intransferíveis, inegociáveis.
Imprescritibilidade- O não exercício de um direito fundamental não faz com que ele prescreva, ou seja, ele nunca deixa de ser exigível. 
Irrenunciabilidade- Os direitos fundamentais não podem ser renunciados. Não se pode abrir mão de possui-los.
Universalidade- Se dirigem a todos os seres humanos. 
Modernamente a doutrina aponta a existência de três gerações de direitos fundamentais. Seriam elas:
Os direitos de primeira geração, que estão relacionados a não atuação do Estado (liberdade).
Os direitos de segunda geração, que estão relacionados com a atuação positiva do Estado (igualdade).
Os direitos de terceira geração, que são satisfeitos buscando a realização de toda uma espécie (fraternidade). 
Alguns autores falam ainda, em uma quarta geração, que seriam os direitos relacionados com a ideia de integridade genética, ou participação efetiva do individuo na politica. 
Já com base na Constituição, previstos no titulo II, os direitos fundamentais são agrupados em diferentes categorias. São elas: direitos individuais e coletivos, direitos sociais, direitos de nacionalidade, direitos políticos e direitos relacionados à participação em partidos políticos e à sua existência e organização.
Nos direitos individuais engloba-se o direito de liberdade. A ideia de liberdade já foi interpretada por Montesquieu onde ele faz uma análise interessante dizendo que “A liberdade não consiste em fazer o que se quer. Em um Estado, isto é, em uma sociedade onde há leis, a liberdade não pode consistir senão em poder fazer o que se deve querer, e a não ser constrangido a fazer o que não se deve querer”. Portanto, pode-se concluir que a liberdade não é absoluta e pode ser entendida como o direito de fazer tudo que as leis permitem. 
 1-Liberdade de Ação e Legalidade
A liberdade de ação segundo José Alfonso da Silva seria a liberdade-base das demais já que ela garante fundamento jurídico às liberdades individuais e relaciona liberdade e legalidade. Dela tem-se a ideia de que a liberdade só pode sofrer restrições por normas jurídicas que impõem uma conduta positiva ou por normas jurídicas proibitivas. 
Já o principio da legalidade implica no respeito à lei e na atuação dentro dos limites estabelecidos pelo legislador. Esse princípio tem como objetivo combater o poder arbitrário do Estado. Prevê que apenas a lei pode impor obrigações e caso esta não proíba algo se presume então que a conduta é permitida. 
Aqui é importante observar que constantemente se confunde o principio da legalidade com o principio da reserva legal. No entanto existe uma diferença entre os dois. Na reserva legal está previsto que “não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal”. Este é mais restrito, pois trata apenas do aspecto material da Constituição. O principio da legalidade, por outro lado, opera de modo mais amplo. Ele não incide só sobre a atividade administrativa.
 2-Liberdade da Pessoa Física 
É a possibilidade jurídica que garante a todos os indivíduos a se locomoverem pelo território nacional. Em suma, é a possibilidade de ir e vir. As formas de expressão da liberdade da pessoa física se revelam pela liberdade de locomoção e pela liberdade de circulação.
 2.1-Liberdade de Locomoção 
Consiste na parte principal da liberdade da pessoa física. Estabelecida no art. 5, XV da Constituição Federal, prevê que “é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer, ou dele sair com seus bens”. Apontam-se aí duas situações: liberdade de locomoção no território nacional e a liberdade da pessoa entrar no território nacional, permanecer e sair de lá com seus bens. 
Vale lembrar que só é permitido se fazer restrições à liberdade de locomoção em tempo de guerra. 
 2.2-Liberdade de Circulação
É a faculdade de se deslocar de um ponto a outro através de uma via pública. Neste caso, a utilização da via não constitui apenas uma simples possibilidade, mas um poder legal exercitável erga omnes. Não se pode impedir o transito das pessoas exceto em casos de circunstancias excepcionais (queda de um prédio, por exemplo). 
 3-Liberdade de Manifestação de Pensamento
Sabe-se que o pensamento é livre, pois ninguém tem condições de controla-lo, obviamente. É uma questão de foro intimo. No entanto, a partir do momento em que ele é exteriorizado manifestando-se, surge a necessidade de um amparo constitucional. 
Com isso nasce uma preocupação em assegurar uma ampla liberdade de expressão e passa-se então a se proibir qualquer atividade de censura. 
Assim, o art 5, IV da Constituição estabelece que “é livre a manifestação de pensamento, sendo vedado o anonimato”. Veda-se o anonimato para que em caso de expressões ofensivas se possam responsabilizar os causadores dos danos. 
Pode-se dizer que a liberdade de pensamento é um instrumento essencial para a preservação do sistema democrático. 
Contudo, essa liberdade não é absoluta, pois se limita em outros valores protegidos constitucionalmente e deve então ser exercida de forma responsável, pois caso contrário assegura-se o direito de resposta, além de indenização moral e material à pessoa ofendida. 
O direito de resposta também chamado de direito de réplica, seria um direito de defesa que uma pessoa ofendida pela imprensa tem, de apresentar uma resposta explicando a sua versão dos fatos e esta deve ser proporcional ao agravo ocasionado. 
Esse direito tem uma ampla abrangência, pois se aplica a todas as ofensas, tanto à pessoa física quanto à pessoa jurídica. Caso houver negação ao exercício do direito de resposta deve o ofendido recorrer ao poder judiciário para que o mesmo garanta seu direito. 
Da liberdade de pensamento decorre a liberdade de opinião que seria o direito da emissão de juízos de valor sobre fatos da vida social. Pode ser entendida também como liberdade primária já que serve de ponto de partida para as outras. 
A liberdade de consciência que é aquela que interessa apenas ao individuo tem caráter absoluto e não pode ser controlada pelo Estado. Ela abrange duas dimensões: a liberdade de crença, onde o individuo tem o direito de adotar qualquer ordem religiosa assim como recusar a que ele bem entender, e a liberdade de consciência em sentido estrito, que diz respeito aos pensamentos e aos direitos de seguir qualquer corrente filosófica, cientifica ou política. 
Incluem-se na liberdade de manifestação de pensamento a comunicação de pensamentos, de ideias, de informações e de expressões não verbais (comportamentais, musicais, de imagem). Aqui também está englobado o direito de não se expressar, o direito de se manter calado. 
 4-Liberdade Religiosa 
A liberdade religiosa é a autonomia que cada um tem de poder escolher e seguir a crença que quiser. Não pode o Estado, porexemplo, impor alguma religião ou impedir algum indivíduo de professar suas crenças. Esse direito abrange também a ideia de não acreditar nem professar nenhuma fé, devendo o Estado o respeito ao ateísmo.
Segundo Jorge Miranda, a liberdade religiosa consiste ainda na permissão que o Estado dá para que se possa cumprir os deveres que decorrem da religião adotada. Logo, se o Estado proporciona ao individuo o direito de ter uma religião, mas impõe condições impedindo-o de praticá-la, não haverá liberdade religiosa. 
A partir disso, assegura o inciso VIII que “ninguém pode ser privado de direitos baseando-se em sua crença religiosa ou convicção politica e filosófica, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei”. Esse dispositivo consagra o direito à escusa de consciência, também chamada de objeção de consciência onde o individuo pode se recusar a cumprir determinadas obrigações que conflitem com suas convicções religiosas, politicas ou filosóficas, sem que essa recusa restrinja seus direitos. 
Nesses casos o Estado pode impor uma prestação alternativa compatível com as crenças de quem alega escusa de consciência. Se não for cumprida essa prestação alternativa, pode então o individuo ser privado de seus direitos. 
A liberdade religiosa compreende três formas de expressão: 
1-Liberdade de crença: Para José Alfonso da Silva, a liberdade de crença salienta a ideia da liberdade da escolha de religião, a liberdade de aderir a qualquer seita religiosa, a liberdade de mudar de religião e ainda a liberdade de não aderir a nenhuma religião. 
2-Liberdade de culto: Seria a exteriorização da liberdade de crença. A liberdade de culto inclui o direito de honrar as divindades preferidas, celebrar as cerimonias exigidas pelos rituais, a construção de templos e o direito de recolher contribuições dos fiéis. O art. 5, VI da Constituição Federal fundamenta esse direito prevendo expressamente que “é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e suas liturgias”. 
3-Liberdade de organização religiosa: É a possibilidade de estabelecimento e organização das igrejas e suas relações com o Estado. 
No que concerne à relação Estado-Igreja existem 3 sistemas conhecidos. São eles:
1-Confusão: Igreja e Estado se misturam; confunde-se o Estado com alguma religião. 
2-União: Estabelecem-se vínculos entre o Estado e determinada religião, e esta passa a ser considerada como a crença oficial do Estado.
3-Separação: Há total distinção entre Estado e Igreja. 
Como a questão da liberdade religiosa é ampla, pode-se observar que dela existem diversas decorrências como por exemplo, o direito de assistência religiosa, o ensino religioso ou até o casamento religioso.
Assistência Religiosa- Fundamentada pelo artigo 5, VII, “é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva”. 
Ensino Religioso- Deve ser matéria opcional constituída nas disciplinas dos horários normais das instituições de ensino público. 
Casamento Religioso- A nova Constituição conferiu efeitos civis ao casamento religioso nos termos da lei. 
É válida a cobrança de pedágio quando não existe via alternativa? Porque?
O pedágio pode ser conceituado como um valor cobrado pelo individuo pela utilização de uma via, terrestre ou hídrica, podendo ser exigido pela administração estatal ou por uma concessionária. Segundo Celso Bandeira de Mello “o pedágio é uma retribuição por um serviço público prestado pelo Estado ou por quem lhe faça às vezes porque estes serviços de manutenção e melhoramento de rodovias podem ser entendidos como utilidade que garante ao cidadão o direito de ir e vir, visando assim à satisfação da coletividade, mas usufruído separadamente por cada um, não importando se este serviço é prestado diretamente pelo Estado ou através de seus concessionários”.
Existe uma divergência quanto à natureza jurídica do pedágio. Alguns autores o classificam como taxa; outros como tarifa e tem quem o entenda como tributo. 
A taxa seria um pagamento compulsório ao Estado por um serviço efetivamente prestado, enquanto a tarifa é de utilização facultativa e decorre de uma relação contratual. 
Alexandre de Moraes fez uma distinção interessante ente os dois conceitos. De acordo com ele “A taxa é exigida em decorrência do poder fiscal do Estado, o que não acontece com a tarifa; a taxa é uma contribuição compulsória e a tarifa é uma contribuição facultativa; a taxa é fixada em lei e a tarifa pela autoridade administrativa competente”. 
Quanto à sua constitucionalidade, são distintas as posições a respeito do assunto.
Hely Lopes Meirelles acredita que quando não se tem via alternativa, a cobrança do pedágio é inconstitucional. Diz ele que “na doutrina corrente, dois são os requisitos que legitimam a cobrança desse preço publico: a condição especial da obra, mais vantajosa para o usuário, e a existência de outra, de uso comum, sem remuneração. Sem estes requisitos torna-se indevida a cobrança do pedágio”. 
Meirelles justifica sua colocação com base no direito fundamental de ir e vir. Para ele, a cobrança de pedágio quando inexiste via alternativa fere a liberdade de locomoção prevista na Constituição Federal. 
Já para Luiz Guilherme Marinoni e Carlos Gustavo Andrioli, mesmo nos casos em que não há via alternativa, a cobrança de pedágio não pode ser inválida, pois não se tem uma violação ao direito constitucional de liberdade de locomoção visto que o pedágio se trata de condicionamento à utilização do bem publico de uso comum. Eles explicam que o estabelecimento de condições para a utilização de bens públicos particulares não limitam o direito de liberdade de locomoção. 
Ponto pessoal- Independentemente da existência de via alternativa ou não, a cobrança do pedágio é valida sim e jamais deve ser considerada inconstitucional. Quem alega que essa cobrança é inconstitucional adota como base a violação do direito de liberdade de locomoção. No entanto essa fundamentação é errada como pode ser visto no art 68 do CC ao prever que “O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito, ou retribuído, conforme as leis da União, dos Estados, ou dos municípios, a cuja administração pertencem”. Pode-se tomar como base também o art 2, III da lei 8987/95 que torna perfeitamente viável a cobrança do pedágio: “ concessão de serviço público precedida da execução de obra pública: a construção, total ou parcial, conservação, reforma, ampliação ou melhoramento de quaisquer obras de interesse público, delegada pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para a sua realização, por sua conta e risco, de forma que o investimento da concessionária seja remunerado e amortizado mediante a exploração do serviço ou da obra por prazo determinado. Além disso, a lei 9277/96 expressamente previu em seu art 4 que “Para a consecução dos objetivos indicados nesta Lei, poderá o Município, o Estado ou o Distrito Federal explorar a via ou o porto diretamente ou através de concessão, nos temos das leis federais que regem as concessões e da Lei nº 8.630, de 25 de fevereiro de 1993”.
Assim, não se pode considerar inválida a cobrança do pedágio já que o próprio sistema jurídico prevê expressamente sua existência. 
Transfusão de sangue- Assunto bastante controverso e motivo de discussões constantes, a questão da recusa da transfusão de sangue nas testemunhas de jeová também divide as opiniões entre os doutrinadores. 
Segundo Pedro Lenza, não é possível a recusa da transfusão de sangue pelo responsável por menor quando o médico se encontra diante de urgência ou perigo iminente. Para ele, deve-se fazer uma ponderação de interesses e assim não pode o direito à vida ser suplantado diante da liberdade de crença até porque a Constituição não amparaou incentiva atos contrários á vida. 
Em contrapartida, Ferreira Filho considera que “descabe impor comando heterônomo àquilo que é de escolha livre do animal racional que é o homem”. Para ele, ao surgir uma concorrência entre direitos fundamentais o titular é quem deve escolher o que há de prevalecer. 
Ponto pessoal- Não sendo possível substituir a transfusão sanguínea por tratamento alternativo em razão do iminente perigo de morte, a decisão de transfusão de sangue cabe soberanamente ao médico, independentemente de consentimento de quem quer que seja. O direito à vida se sobrepõe à liberdade de crenças e nesses casos é direito e dever do médico empregar todos os tratamentos, inclusive cirúrgicos, para salvar o paciente, independentemente do consentimento e mesmo contra a vontade deste, familiares ou responsáveis.

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